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EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – DOUTRINA

Conforme afirma (STOLZE GAGLIANO E PAMPLONA FILHO 2011,p.53)


diz: como sendo a relação jurídica pessoal por meio da qual uma parte (devedora) fica
obrigada a cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação patrimonial em
proveito da outra (credor). Portanto, podemos concluir que, os direitos das obrigações é
o conjunto de normas e princípios reguladores da relação jurídica que vincula o credor
ao devedor, impondo a este último uma prestação de dar, fazer ou não faze, e também, é
notório destacar que, é por meio das relações obrigacionais que se estrutura o regime
econômico.
Também ensina Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2020, p.173) são obrigações
de fazer aquelas em que o devedor compromete-se a uma prestação, consistente em atos
ou serviços, de natureza material ou imaterial.
A obrigação de fazer poderá ser fungível ou infungível. Entende-se
por obrigação fungível aquela que pode ser satisfeita por terceiros, quando o devedor
não a cumprir, como exemplo podemos citar a contração de um pedreiro para erguer um
muro, tal prestação não exigem qualidades especiais do contratado. Caso o devedor não
cumpra com a prestação do serviço, outro poderá fazê-lo em seu lugar.
Contudo a obrigação infungível não pode ser satisfeita por terceiros, tendo em
vista que foram contraídas em razão das aptidões ou qualidades pessoais do devedor,
por exemplo contrata-se um pintor, ou um músico, em atenção às suas qualidades
particulares. Ninguém pode substituir o que foi contratado, porque o negócio foi feito
em atenção a qualidades pessoais e intransferíveis.
A distinção entre a obrigação de fazer fungível e infungível é fundamental para a
execução da obrigação, uma vez que na obrigação infungível, personalíssima, o único
meio de coerção cabível torna-se o de perdas e danos, conforme descrito abaixo.

1.1 EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÕES FUNGÍVEIS

O procedimento de execução de título extrajudicial de obrigação de fazer está


devidamente expresso no artigo 815 ao 820 do CPC.

Apresentada a petição inicial, o executado será citado para, no prazo


estabelecido no título, ou no prazo designado pelo juiz, satisfazer a obrigação. O
exequente pode requerer a fixação de multa diária para o caso de inadimplemento,
porém, mesmo que não haja requerimento, o juiz pode, de ofício, fixar a multa para
compelir o devedor a realizar a prestação de fazer. Ao executado é cabível, nos próprios
autos, apresentar embargos, no prazo de 15 dia, a contar da juntada aos autos do
mandado de citação.

Não sendo satisfeita a obrigação, no prazo determinado, o exequente, nos


próprios autos processuais, poderá exigir a satisfação da obrigação por um terceiro às
custas do executado, se a obrigação for cumprida por terceiro, então, deverá ser
apresentada proposta de valor.

Aprovada a proposta pelo juiz, o exequente realizará o adiantamento. É


importante observar que, embora a obrigação seja cumprida às custas do executado, é o
exequente quem irá realizar o adiantamento dos valores necessários ao seu
cumprimento.

É possível, ainda, que o exequente opte por executar por si mesmo a obrigação,
ou sob sua supervisão, às custas do executado. Neste caso, o exequente não poderá
cobrar mais caro do que as outras propostas que foram apresentadas por terceiros.

Ensina Humberto Theodoro Júnior em sua obra Curso de Direito Processual


Civil Vol. III que se o credor requer a satisfação da obrigação por conta própria, deverá
apresentar na petição inicial da ação executiva tal manifestação, juntando orçamentos,
se o custo previsto para a execução for diverso do constante do contrato (título
executivo extrajudicial). Se o título já tem dados que permitem a imediata consecução
dos serviços, sem necessidade de orçamentos atualizados, o credor pode requerer a
permissão judicial para promovê-los.

O credor somente poderá exigir o custo integral do executado, caso tenha pago o
preço previsto no título. Apenas com o pagamento integral do valor contido no título é
que o credor terá o direito de realizar a obrigação não executada pelo devedor, devendo
haver a totalidade do custo.

Caso o exequente tenha pago apenas parte do valor, a execução se limitará à


recuperação das parcelas pagas, somado ao acréscimo de eventuais custos e danos
resultantes do não cumprimento da obrigação. Nesse caso também é preciso especificar
as verbas que deverão ser ressarcidas.

O executado poderá optar, também, pela conversão da obrigação em perdas e


danos. Neste caso, o valor será apurado por liquidação e, após, a execução prosseguirá
por cobrança de quantia certa.

1.2 EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÕES INFUNGÍVEIS

Assim como no procedimento de execução de obrigação fungível, explicado


acima, o exequente é citado para cumprir a obrigação no prazo estabelecido pelo juiz, se
outro não estiver determinado no título executivo. Segundo Marcus Vinicius Rios
Gonçalves, em sua doutrina Curso de Direito Processual Civil, Vol.3 Execução, declara
que o juiz se valerá dos meios de coerção estabelecidos no art. 536, § 1º, para alcançar o
resultado almejado. Sendo assim o juiz, de oficio, ou a requerimento do exequente,
poderá determinar a aplicação de multa, a busca e apreensão, entre outras medidas
cabíveis para a satisfação do pleito. Se tais medidas forem ineficazes, a obrigação será
convertida em perdas e danos.
Ainda, com relação as medidas de apoio dotadas pelo juiz de oficio, entende
Humberto Theodoro Júnior (2019, p. 63)
“É bom lembrar que todas essas medidas práticas são de cunho
coercitivo e não integram o patrimônio do credor. Sua adoção
depende de decisão judicial, tomável, modificável e revogável,
pelo juiz da causa, em nome da utilidade e conveniência que
possam representar para concretização da tutela específica da
obrigação de fazer e não fazer. Disso decorre que, sendo o caso de
conversão necessária da obrigação de fato em equivalente
econômico, e já tendo sido operada a conversão (obrigação
personalíssima inexequível in natura ou que sendo
originariamente fungível, se tornou, por qualquer razão, de
realização impossível), as medidas de apoio ou coerção se
apresentam inaplicáveis. Ao credor caberá promover a liquidação
do equivalente econômico (se já não estiver previsto na sentença)
para que o cumprimento do julgado se faça segundo os moldes
das obrigações por quantia certa (arts. 509 e ss.). “

A obrigação pessoal, isto é, aquela que não pode ser executada por terceiros,
será sempre convertida em perdas e danos quando o executado não a cumprir no prazo
estipulado. A conversão em perdas e danos faz com que seja aplicado o procedimento
de execução por quantia certa.
Após a prestação da obrigação, as partes têm 10 dias para apresentar a
impugnação. Se não houver a impugnação, a obrigação será considerada satisfeita.

REFERENCIAS BIBILIOGRAFICAS:

Theodoro Júnior, Humberto - Curso de Direito Processual Civil, volume 3 - 52. ed. – Rio
de Janeiro: Forense, 2019.

Gonçalves, Marcus Vinicius Rios Execução - Curso de Direito Processual Civil


vol. 3 – 13. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

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