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br
R126
1
(Jorion, 2003),
sua utilização ser antiga nos Estados Unidos,
Japão e Europa2.
Com efeito, o aludido projeto, também
conhecido como projeto financeiro ou
financiamento relacionado a projeto, “é uma
forma de engenharia financeira suportada
contratualmente pelo fluxo de caixa de um
projeto, servindo como garantia os ativos e
recebíveis desse mesmo projeto” 3 , não
podendo ser entendida exclusivamente
como uma evolução na forma de
financiamento, devendo ser compreendida
como “um instrumento do novo capitalismo,
no qual o capital pode escolher, com muita
precisão, a parcela de risco e o
correspondente retorno que deseja num
empreendimento”4. Assim, o project finance
é uma fonte de captação de recursos, com
o intuito de financiar
2
(Bonomi e Malvessi, 2008).
3
BNDES, nd.
4
Bonomi e Malvessi. Project Finance no Brasil: fundamentos e estudos de
caso. 2008, p.3
projetos de investimento de capital
economicamente separável, no
qual os provedores de recursos veem
o fluxo de caixa vindo do projeto
como fonte primária de recursos
para atender ao serviço de seus
empréstimos e fornecer o retorno
sobre o seu capital investido no
projeto5.
5
Finnerty (1999, p.6)
6
Moreira (99, p.2)
das instalações da companhia, aquisição de
máquinas e equipamentos, dentre outros.
Desta forma, o projeto financeiro é
estruturado a partir da criação de uma
Sociedade de Propósito Específico (SPE),
consistindo numa
[...] unidade econômica com fins
específicos (Special Purpose
Company), na qual os
emprestadores se baseiam como
fonte para pagamento de seus
empréstimos, nos ganhos
econômicos e financeiros do
empreendimento pelo conceito de
fluxo de caixa. Os Contratos, por suas
abrangências, mais que os ativos do
empreendimento, se constituem
como a verdadeira garantia
colateral dos lenders7.
7
Moreira (99, p.1)
atividade econômica específica, como
todas as sociedades elencadas no Novo
Código Civil, cujo endividamento é
perceptível no seu Balanço Patrimonial,
estando off – balance sheet nas
demonstrações financeiras das empresas
envolvidas, impactando, desta forma, no seu
EBITDA, assim como no seu rating, bem como
ofertando seus fluxos de caixas projetados e,
se for o caso, suas ações aos credores como
fonte de recursos utilizados na liquidação do
financiamento, ou seja, repassando o risco de
sua operação. No entanto este fato não
ocorre no corporate finance, uma vez que
não há constituição de uma nova entidade
para honrar compromissos ante terceiros. A
oferta de ativos e recebíveis, como garantia,
dar-se-á pela empresa tomadora do
financiamento aos credores, alavancando-
os financeiramente, impactando no seu
EBITDA e no seu rating, ocasionando risco de
crédito, isto é, na “[...] probabilidade de
perda na concessão de crédito. Surge
quando contrapartes não desejam ou não
são capazes de cumprir suas obrigações
contratuais”8.
Consequentemente, a SPE revestir-se-á
em um dos gêneros jurídicos empresariais
tipificados pela Lei nº 10.406/2002, muito
embora a norma internacional, SIC 12 (1998),
considera que “tales Entidades de Cometido
Específico (ECE) pueden tener la forma
jurídica de sociedades de capital,
fideicomisos o asociaciones entre entidades,
o bien ser una figura sin forma jurídica de
sociedad”, ou seja, que a SPE pode revestir-
se como consórcio entre empresas, isto é,
numa
[...] modalidade de parceria entre
agentes econômicos, que deve ser
constituído por escrito, sem
personalidade jurídica, para a
execução de determinado
empreendimento, sendo certo que
as consorciadas somente se obrigam
nas condições previstas no
respectivo contrato, respondendo
8
Matias (2007, p.16)
cada uma por suas obrigações, sem
presunção de solidariedade9.
Os autores
9
Guerra, 2006
APRESENTAÇÃO 6
1 PROJECT FINANCE 15
1.1 BREVE HISTÓRIA 16
1.2 DIFERENÇAS ENTRE PROJECT FINANCE E
CORPORATE FINANCE 25
2 SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO 41
2.1 REVESTIMENTOS JURÍDICOS DA SPE 52
2.1.1 ASSOCIAÇÕES 54
2.1.2 FUNDAÇÕES 55
2.1.3 SOCIEDADES 57
2.1.3.1 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 58
2.1.3.2 SOCIEDADES PERSONIFICADAS 65
2.1.3.2.1 SOCIEDADE SIMPLES 66
2.1.3.2.2 SOCIEDADES EMPRESARIAIS 68
3 CONSÓRCIO EMPRESARIAL – JOINT VENTURE 82
4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE
125
4.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE 130
4.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 133
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 136
6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 139
O project finance – financiamento de
projetos – é uma operação financeira feita
sob medida para satisfazer as necessidades
do tomador do financiamento, permitindo
“[...] dividir o risco entre o empreendedor e o
financiador, os quais são remunerados pelo
fluxo de caixa do empreendimento [...]” 10 .
Assim, ele
[…] pode ser concebido como a
captação de recursos para financiar
um projeto de investimento de
capital economicamente separável,
no qual os provedores de recursos
vêem o fluxo de caixa vindo do
projeto como fonte primária de
recursos para atender ao serviço de
seus empréstimos e fornecer o
retorno sobre o seu capital investido
no projeto11.
10
Matias (2008, p74)
11
Finnerty (1999, p.6)
Esta operação financeira estruturada
originou-se no século XIII – a partir de uma
linha de crédito auferida à Coroa Britânica
junto a Frescobalde, um dos principais
banqueiros de investimento da época,
objetivando o desenvolvimento das minas de
prata da região inglesa de Devon, tendo
como forma de pagamento do empréstimo
em questão a produção do objeto da sua
exploração – ressurgindo nos anos 80. Foi na
década de 90 que ele ficou reconhecido
como financiador de projetos, destinados a
atender as necessidades de infraestrutura em
mercados desenvolvidos e emergentes12.
Nesta mesma década no Brasil, o
Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) por intermédio
do BNDES/BNDESPar foi convidado a
participar de sua implantação, sendo
compreendido como um instrumento do
novo capitalismo e não como a evolução
dos financiamentos dos empreendimentos,
12
(Finnerty, 1999
uma vez que, o capital escolhe com precisão
a parcela de risco e o retorno desejado do
negócio, tendo em vista o esgotamento do
modelo tradicional conhecido como
corporate finance 13 . A partir de então, a
demanda por esta modalidade de
financiamento vem crescendo
gradativamente ao longo dos anos, devido à
necessidade de mitigação de riscos por parte
dos empreendedores. Verifica-se que a sua
difusão no país, teve origem a partir da
queda da trajetória do mercado de capitais
internacional 14 conforme salienta a figura 1:
Trajetória do Mercado de Capitais ao Longo
dos Anos da IFC.
13
Bonnomi & Malvessi, 2008
14
Borges, 2005
Figura 1: Trajetória do Mercado de Capitais ao Longo dos
Anos. Fonte: IFC citado por Borges (2005)
GERAÇÃO 9,2
TERMELÉTRI
4 12,0
CA
PORTOS,
TERMINAIS E
8 1,2 4,3
ARMAZÉNS
Desta forma,
O apoio financeiro a
empreendimentos pelo sistema
tradicional, além de garantias reais
(hipoteca, caução de ações etc.),
envolve, também, o compromisso
dos controladores pessoas jurídicas,
às vezes, extensivo às pessoas físicas
e seus familiares.
Este tipo de abordagem incorpora
indiretamente garantia de outros
ativos pertencentes ao Grupo
Econômico, gerando uma rede
interligada de garantias16.
15
Filha e Castro, 2000, p.110.
16
Moreira, 1999, p.2.
▪ Garantias de ativos estranhos ao
projeto (full recourse);
17
Patrocinadores: entidade pela qual cria a SPE. Ver SIC. Nota dos autores.
18
Borges, 2004,p.45.
Figura 4: Corporate Finance. Fonte: Project Finance
Introductory Manual on Project Finance for Managers of PPP
Projects, jan 2001.
19
Filha e Castro, 2000, p. 110.
Enquanto o segundo (limited recourse) é “um
sistema intermediário entre o full recourse e o
non recourse, sendo o mais importante o
sistema misto de garantias, com
envolvimento do sponsor (patrocinador) e
instrumentos de atenuação de riscos”20.
Parafraseando Borges (2004, p.46), esta
modalidade fundamenta-se em:
▪ Garantia de ativos limitada ao projeto
ou recebíveis (non ou limite recourse);
20
Filha e Castro, 2000, p.110.
as fases de implantação e de
operação; e
21
Moreira, 1999,p.3.
A figura acima exposta, ressalta que os
patrocinadores se unem formando uma
sociedade denominada sociedade de
propósito específico (SPE), que é o próprio
projeto, para captar recursos de terceiros,
ofertando o seu fluxo de caixa projetado
como forma de pagamento do empréstimo,
constando em suas demonstrações
financeiras o endividamento. Desta forma, as
empresas que compõe o seu quadro
acionário, além de mitigarem os ricos, não
alocam esta operação em suas
demonstrações contábeis (off- balance), em
outras palavras,
[...] enquanto o corporate finance
tem a empresa como foco, com
riscos concentrados, financiador
único e baixa (ou nenhuma)
reciclagem, o project finance tem
seu foco no projeto e na concessão,
com riscos diluídos e qualificados,
montagem complexa e demorada,
combinando um conjunto de
investidores e a possibilidade de
reciclagem do crédito22.
22
Borges 2002ª,p.14
Com base nesta assertiva, Howcroft e
Fadhley (1998) concluem, que o project
finance deve ser visto como a criação de
vínculos com o objetivo de pulverizar riscos,
alcançando um negócio aceitável tanto
para financiadores quanto para os
tomadores do empréstimo. Assim,
O project finance é um mecanismo
de estruturação das fontes de
financiamento de um projeto em
que os riscos de sua implantação e
operação são diluídos entre os
stakeholders 23 , em vez de serem
concentrados nos investidores.
Basicamente, o fluxo de caixa do
projeto é a principal fonte de
pagamento do serviço e da
amortização do capital de terceiros,
enquanto, no financiamento
corporativo, as garantias dos
financiamentos são calcadas
principalmente nos ativos dos
investidores24.
25
(Borges e Farias, 2002, p. 252)
Ao contrário do que ocorre no
financiamento tradicional, a estruturação de
um financiamento de projetos
[...] apresenta uma série de riscos,
que podem variar, dependendo da
natureza do empreendimento, de
riscos cambiais e geológicos a riscos
hidrológicos. De forma geral, todo
project finance sempre apresenta
riscos econômicos, financeiros,
políticos, legais, de força maior,
tecnológico e ambientais26.
26
Bonomi e Malvessi (2008, p.59)
Esses riscos 27 são “usualmente assumidos
pelos Sponsors junto aos Lenders”28.
27
Moreira (1999, p.4-9) classifica os riscos em:
Risco de Completion: Os Lenders têm uma tendência, atualmente, de
exigir dos Sponsors uma garantia plena até a conclusão do
empreendimento, com responsabilidade quanto aos seguintes aspectos:
overuns (qualquer desvio orçamentário para maior); quantificação da
produção; especificação dos produtos; performance na fase pré-
operacional, quanto às metas previstas no Estudo de Viabilidade;
cumprimento do cronograma físico.
Para exequibilidade desta garantia, faz-se necessária uma perfeita
caracterização de Sponsors com core business compatíveis. Portanto
projetos muito pulverizados e com grande parcela de Equity captada via
mercado dificultam a identificação e exequibilidade desta exigência.
Este é o mais sério risco de um project finance, quando os atrasos e a
elevação orçamentária (overun), podem afetar a viabilidade do
empreendimento. Os sponsors, por sua vez buscam fechar pacotes de turn
key para exigir de terceiros este cumprimento, porém, sem delegação de
responsabilidade.
Existem diversos acordos, quanto à garantia de completion: assunção
plena pelos sponsors; participação pari passu entre lenders e sponsors;
compartilhamento diferenciado de responsabilidade.
29
Matias (2007, p. 45)
dimensão e transparência da
operação30.
30
Bonomi e Malvessi (2008, p.63)
Quanto à especificidade do projeto,
propósito específico, a SPE não difere dos
demais empreendimentos, visto que a
atividade fim destes são também específicas.
A título de ilustração: uma indústria de
chocolates tem como propósito específico a
produção de chocolates,
consequentemente não produzirá
hambúrgueres; uma empresa de telefonia
tem como objetivo específico a prestação
de serviço de telefonia a seus clientes e não
de saneamento básico; uma boutique de
sapatos tem como atividade exclusiva a
venda de sapatos ao invés de guloseimas;
harmonizando-se desta forma com a
atividade fim do seu propósito.
Em assim sendo, a atividade fim de seu
propósito, poderá destinar-se em:
Nos termos da Lei nº 8.987/1997, em seu
artigo 2º, incisos II, III e IV, versa que:
31
Grifo nosso.
32
Grifo nosso.
amortizado mediante a exploração
do serviço ou da obra por prazo
determinado;
33
Grifo nosso.
Estadual, Distrital e Municipal, no qual
compõe o quadro societário da SPE, de
forma minoritária sem controlá-la. Destarte, a
Lei nº 11.079/2004, artigo 2º, parágrafos I e II,
prevê que:
§ 1o Concessão patrocinada é a
concessão de serviços públicos ou
de obras públicas de que trata a Lei
no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,
quando envolver, adicionalmente à
tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do
parceiro público ao parceiro privado.
§ 2o Concessão administrativa é
o contrato de prestação de serviços
de que a Administração Pública seja
a usuária direta ou indireta, ainda
que envolva execução de obra ou
fornecimento e instalação de bens.
§ 1o A transferência do controle
da sociedade de propósito
específico estará condicionada à
autorização expressa da
Administração Pública, nos termos
do edital e do contrato, observado o
disposto no parágrafo único do art.
27 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro
de 1995.
§ 2o A sociedade de propósito
específico poderá assumir a forma
de companhia aberta, com valores
mobiliários admitidos a negociação
no mercado.
§ 3o A sociedade de propósito
específico deverá obedecer a
padrões de governança corporativa
e adotar contabilidade e
demonstrações financeiras
padronizadas 34 , conforme
regulamento.
§ 4o Fica vedado à
Administração Pública ser titular da
maioria do capital votante das
sociedades de que trata este
Capítulo.
§ 5o A vedação prevista no § 4o
deste artigo não se aplica à eventual
aquisição da maioria do capital
votante da sociedade de propósito
específico por instituição financeira
controlada pelo Poder Público em
caso de inadimplemento de
contratos de financiamento.
34
Grifo nosso.
[...] pode ser constituída para realizar
um propósito específico e bem
definido como, por exemplo, efetuar
um arrendamento mercantil,
desenvolver atividades de pesquisa
e desenvolvimento, de exploração
de energia elétrica ou térmica, gás
ou uma securitização de ativos
financeiros. Tal Entidade de Propósito
Específico - "EPE" - pode ter a forma
de uma companhia, fundação,
sociedade ou, ainda, uma outra que
não seja uma forma societária usual.
Além do mais,
as companhias abertas deverão
incluir, além das sociedades
controladas ou em conjunto, as EPEs,
quando a essência de sua relação
com a companhia aberta indicar
que as atividades dessas entidades
são controladas direta ou
indiretamente, individualmente ou
em conjunto, pela companhia
aberta35.
35
Ofício-Circular/CVM/SNC/SEP nº 01/2006
Consequentemente,
as demonstrações contábeis
consolidadas das companhias
abertas deverão incluir, além das
sociedades controladas,
individualmente ou em conjunto, as
entidades de propósito específico –
EPE, quando a essência de sua
relação com a companhia aberta
indicar que as atividades dessas
entidades são controladas, direta ou
indiretamente, individualmente ou
em conjunto, pela companhia
aberta36.
36
Art. 1º, Instrução nº 408.
[...] com o objetivo de conjugar
esforços e recursos financeiros e/ou
tecnológicos para o
desenvolvimento e exploração de
uma determinada atividade
comercial, industrial e de serviços
(parcial ou integral) de uma única
empresa ou de um grupo de
empresas distintas com interesses em
comum [...];
[...] por parte de uma companhia,
somente para a construção de um
complexo parque industrial,
manutenção de instalações
utilizadas nas atividades empresariais
[...].
37
Lei nº 10.406/2002
De acordo com o artigo 53, desta Lei,
“constituem-se as associações pela união de
pessoas que se organizem para fins não
econômicos”, ou seja, a associação é uma
“forma de construção de pessoa jurídica,
caracterizada pela inexistência de fim
lucrativo em seu objeto. Em regra, presta-se a
reunir indivíduos ligados a uma mesma causa,
seja ela social, recreativa, esportiva, política
ou profissional” 38 . Em seu parágrafo único
ressalta que “não há, entre os associados,
direitos e obrigações recíprocos”.
38
Pimentel, Carlos Barbosa. Direito Comercial: teoria e questões
comentadas / Carlos Barbosa Pimentel — 5. ed. — Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. (p. 87)
têm fins econômicos e entre seus sócios há
reciprocidade de direitos e obrigações.
Ou seja,
39 Grifo nosso.
40
idem
bem como seus fins não serem religiosos,
morais, culturais ou de assistência.
há um intuito econômico na
formação da sociedade, pois as
pessoas que dela participam visam à
41
Grifo nosso.
partilha de seus resultados entre si.
Diferencia, portanto, as associações
das sociedades o fato de as
primeiras não possuírem finalidade
econômica, enquanto os membros
de uma sociedade perfilham a
busca dos ganhos decorrentes da
atividade econômica42.
42
Ibidem.
possuem registro (Führer, 2007a),
compreendem:
§ 1o A especialização
patrimonial somente produz efeitos
em relação aos sócios.
§ 2o A falência do sócio
ostensivo acarreta a dissolução da
sociedade e a liquidação da
respectiva conta, cujo saldo
constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio
participante, o contrato social fica
sujeito às normas que regulam os
efeitos da falência nos contratos
bilaterais do falido.
44
Führer (2007a, p. 43).
45 Pimentel, Carlos Barbosa p.88.
A sociedade simples é o “novo nome
da antiga sociedade civil. Só para atividades
profissionais ou técnicas [...]” 46 . Nesta
sociedade a administração dar-se-á por
pessoa natural. Seu ato constitutivo é inscrito
no Registro Civil de Pessoa Jurídica,
caracterizando-se desta forma como
sociedade não empresária. Matias (2007, p.
31) destaca que “normalmente,
caracterizam-se como de menor porte,
excetuando as sociedades cooperativas
que, independentemente do vulto serão
sempre consideradas sociedades simples”,
ou seja,
46
Führer (2007a, p. 139)
apenas os dois sócios exercem
atividade (não há risco comercial)47.
Nota-se que
toda sociedade simples deve possuir
como objeto social o exercício de
uma daquelas profissões intelectuais,
mas nem toda sociedade cujo
objeto social seja daquela espécie
será sociedade simples.
É o que pode ocorrer com uma
sociedade de grande porte,
especializada em consultoria de
projetos, atividade tipicamente
intelectual, de natureza científica,
porém desempenhada de uma
forma empresarial, com muitos
profissionais envolvidos, onde o
caráter pessoal do serviço é menos
importante. Nesta condição, temos
não uma sociedade simples, mas
empresária48.
47
Matias (2007, p. 31)
48
Pimentel, Carlos Barbosa p.89
Em assim sendo a SPE não poderá ser
instituída na modalidade de sociedade
simples, devido ao fato de ser uma
sociedade de natureza empresária, bem
como sua administração poderá ser
constituída por pessoa jurídica.
49
(Führer, 2007b, p. 43).
50
Führer, 2007b, p.43).
pelas obrigações sociais; e os comanditários,
obrigados somente pelo valor de sua quota”.
De acordo com o seu parágrafo único “o
contrato deve discriminar os comanditados e
os comanditários”.
51
Grifo nosso.
ilimitada, constitui-se unicamente por pessoas
físicas, cujos sócios respondem
ilimitadamente, inclusive com seus bens, às
dívidas sociais 52 , como versa o capítulo
segundo, do subtítulo segundo, Da
Sociedade em Nome Coletivo, do CC/2002:
52
Führer, 2007b.
Art. 1.041. O contrato deve
mencionar, além das indicações
referidas no art. 997, a firma social.
53
art. 1.055 da Lei nº 10.406/2002.
responsabilidade solidária e limitada à
integralização do capital social54, ou seja,
se todas as cotas foram
integralizadas, isto é, liberadas,
pouco importa que a sociedade,
falindo, dê integral prejuízo a seus
credores. O sócio, como tal, não
pode ser compelido a qualquer
outra prestação suplementar55.
Parágrafo único. A
administração atribuída no contrato
a todos os sócios não se estende de
pleno direito aos que posteriormente
adquiram essa qualidade.
54
Führer 2007b.
55
Führer citando Borges (2007b, p.46).
Art. 1.061. Se o contrato permitir
administradores não sócios, a
designação deles dependerá de
aprovação da unanimidade dos
sócios, enquanto o capital não
estiver integralizado, e de dois terços,
no mínimo, após a integralização.
§ 1o Tratando-se de sócio
nomeado administrador no contrato,
sua destituição somente se opera
pela aprovação de titulares de
quotas correspondentes, no mínimo,
a dois terços do capital social, salvo
disposição contratual diversa.
Em assim sendo, as características
apresentadas da sociedade limitada vão ao
encontro das características da SPE, visto que
a entidade de propósito específico é
constituída por pessoas físicas e/ou jurídicas,
que se reúnem conjugando aptidões,
recursos e conhecimentos, bem como
responsabilizando-se solidaria e
limitadamente à integralização do capital
social. Sua administração é composta por
uma ou mais pessoas, sócios ou não sócios.
56
Matias (2007, p. 32 e 33).
atribuições, elegem e destitui os
diretores, fixando-lhes as atribuições
[...]57
57
Führer (2007b).
Parágrafo único. O acionista
controlador deve usar o poder com
o fim de fazer a companhia realizar o
seu objeto e cumprir sua função
social, e tem deveres e
responsabilidades para com os
demais acionistas da empresa, os
que nela trabalham e para com a
comunidade em que atua, cujos
direitos e interesses deve lealmente
respeitar e atender.
58
Grifo nosso.
aprovação do CADE 59 quando este
representar a dominação de “20% do
mercado relevante ou quando um de seus
participantes tenha registrado faturamento
bruto anual no último balanço equivalente a
R$ 400.000.000,00” (Lei nº 8.884/1994, art. 54 §
3º). Ressaltamos ainda que o consórcio não
poderá ser constituído, de acordo com a Lei
nº 8.884/1994, com a finalidade de
dominação do mercado, monopólio ou
eliminação da concorrência.
59
Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
§ 1º O consórcio não tem
personalidade jurídica 60 e as
consorciadas somente se obrigam
nas condições previstas no
respectivo contrato, respondendo
cada uma por suas obrigações, sem
presunção de solidariedade.
§ 2º A falência de uma
consorciada não se estende às
demais, subsistindo o consórcio com
as outras contratantes; os créditos
que porventura tiver a falida serão
apurados e pagos na forma prevista
no contrato de consórcio.
I - a designação do consórcio se
houver;
II - o empreendimento que
constitua o objeto do consórcio;
60
Grifo nosso.
III - a duração, endereço e foro;
61
Empresa Líder.
citado por Carvalhosa (2003, p. 420)
esclarece-nos que:
[...] os consórcios, não tendo
personalidade jurídica, não podem
ter patrimônio próprio 62 , conquanto
estejam obrigados a ter
representante legal e possam
demandar e ser demandados. Os
direitos e obrigações assumidos pelo
representante do consórcio devem
ser havidos como sendo dos
consorciados, na proporção dos
quinhões estabelecidos no
respectivo contrato.
As proporções de participação de
cada consorciado variarão de
acordo com o que for pactuado no
contrato, sendo irrelevante o valor
62
Grifo nosso.
de aporte financeiro/operacional
promovido por cada entidade, isto
porque o consórcio contratual não
tem capital social próprio63.
63
Grifo nosso.
conforme documento arquivado no
órgão de registro.
64
Grifo da Receita Federal.
§ 3º Os registros contábeis das
operações no consórcio, efetuados
pela empresa líder, deverão
corresponder ao somatório dos
valores das receitas, custos e
despesas das pessoas jurídicas
consorciadas, podendo tais valores
serem individualizados
proporcionalmente à participação
de cada consorciada no
empreendimento.
§ 5º Os livros obrigatórios de
escrituração comercial e fiscal
utilizados para registro das
operações do consórcio e os
comprovantes dos lançamentos
neles efetuados deverão ser
conservados pelas empresas
consorciadas até que ocorra a
prescrição dos créditos tributários
decorrentes de tais operações
D- Matéria Prima 82
D- ICMS a recuperar 18
C- Fornecedores 100
D- Matéria Prima 41
D- ICMS a recuperar 9
C- Fornecedores 50
C- Fornecedores 30
C- Fornecedores 20
D- Contas a Receber
200
D- CPV 100
C- Estoque 100
D- ICMS 36
C- ICMS a recolher 36
D- Contas a receber
100
D- CPV 50
C- Estoque 50
D- ICMS 18
C- ICMS a recolher 18
D- Contas a receber 60
D- CPV 30
C- Estoque 30
D- ICMS 10,80
D- Contas a receber 40
D- CPV 20
C- Estoque 20
D- ICMS 7,20
Art. 4º O faturamento
correspondente às operações do
consórcio será efetuado pelas
pessoas jurídicas consorciadas,
mediante a emissão de Nota Fiscal
ou Fatura próprios,
proporcionalmente à participação
de cada uma no empreendimento.
§ 1º Nas hipóteses autorizadas pela
legislação do Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual
e Intermunicipal e de Comunicação
(ICMS) e do Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza, a Nota Fiscal
ou Fatura de que trata o caput
poderá ser emitida pelo consórcio no
valor total. (Redação dada pela IN
RFB nº 917, de 9 de fevereiro de 2009)
C- ISS a recolher 5
C- Salários a pagar 10
§ 1º A distribuição de dividendos
com inobservância do disposto neste
artigo implica responsabilidade
solidária dos administradores e fiscais,
que deverão repor à caixa social a
importância distribuída, sem prejuízo
da ação penal que no caso couber.
a) importância destinada à
constituição da reserva legal (art.
193); e (Incluída pela Lei nº 10.303, de
2001)
b) importância destinada à
formação da reserva para
contingências (art. 195) e reversão
da mesma reserva formada em
exercícios anteriores; (Incluída pela
Lei nº 10.303, de 2001)
II - o pagamento do dividendo
determinado nos termos do inciso I
poderá ser limitado ao montante do
lucro líquido do exercício que tiver
sido realizado, desde que a
diferença seja registrada como
reserva de lucros a realizar (art. 197);
(Redação dada pela Lei nº 10.303,
de 2001)
§ 1º O estatuto poderá
estabelecer o dividendo como
porcentagem do lucro ou do capital
social, ou fixar outros critérios para
determiná-lo, desde que sejam
regulados com precisão e minúcia e
não sujeitem os acionistas
minoritários ao arbítrio dos órgãos de
administração ou da maioria.
§ 3o A assembléia-geral pode,
desde que não haja oposição de
qualquer acionista presente,
deliberar a distribuição de dividendo
inferior ao obrigatório, nos termos
deste artigo, ou a retenção de todo
o lucro líquido, nas seguintes
sociedades: (Redação dada pela
Lei nº 10.303, de 2001)
I - companhias abertas
exclusivamente para a captação de
recursos por debêntures não
conversíveis em ações; (Incluído pela
Lei nº 10.303, de 2001)
II - companhias fechadas,
exceto nas controladas por
companhias abertas que não se
enquadrem na condição prevista no
inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303,
de 2001)
Dividendos Intermediários
Pagamento de Dividendos
Um exemplo é a entidade de
propósito específico formada como
fundos de investimentos exclusivos,
utilizada como veículo de
diversificação de investimentos, do
qual administra seu fluxo de caixa e
rentabilidade/risco.
65
(Silva, 1997, p. 13
qualitativos, desde que gozem de
condição autônoma em relação aos
demais patrimônios existentes66.
66
Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p.54)
Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS DE
CONTABILIDADE (PC) os enunciados
por esta Resolução.
II. O da CONTINUIDADE;
III. O da OPORTUNIDADE;
67
(Iudìcibus, Martins e Gelbcke, 2007).
V. O da COMPETÊNCIA; e
VI. O da PRUDÊNCIA.
68
Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 57)
Contábil da Entidade.
69
Grifo nosso
anual ou semestral é uma ficção
determinada pela necessidade de
se tomar o pulso do
empreendimento de tempos em
tempos. Mas as operações
produtivas da entidade têm uma
continuidade fluidificante: do
processo de financiamento ao de
estocagem no processo produtivo,
até a venda que irá financiar novo
ciclo e assim por diante.
http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/Ins/200
8/in8342008.htm>. Acesso em 26 jan 2009.