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O Desenvolvimento

Social na Cidade de

São Paulo
Balanço 2005 / 2007

PREFEITURA DA CIDADE DE

SÃO PAULO
O Desenvolvimento
Social na Cidade de

São Paulo

PREFEITURA DA CIDADE DE

SÃO PAULO
Realização

Gilberto Kassab
Prefeito da Cidade de São Paulo
Floriano Pesaro
Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social

Secretaria Municipal de Assistência


e Desenvolvimento Social
Paula Giuliano Galeano
Secretária Adjunta
Paulo André Aguado
Chefe de Gabinete

Assessoria Técnica de Planejamento Supervisão de Assistência


Camila Iwasaki Social das Subprefeituras
Gleuda Simone Teixeira Apolinário AF: Mariângela Sant'ana da Silva
Neli Maria Abade Selles AD:Márcia Regina Nascimento de Miranda
BT: Maria Angelina Campi Pires Castanho
Assessoria de Relações Intersetoriais
CL: Eliana Oller Ricart
Anna Maria Azevedo
CS: Angela Gonçalves Marques
Assessoria Jurídica CT: José Rezende Filho
Sonia Maria Alves de Souza CV: Rosane da Silva Bertahud
EM: Amaury Pereira de Carvalho
Coordenadoria de Gestão Administrativa FO: Rita de Cássia Quadros dalmaso
Célia Hatsuko Higashi G: Márcia Teixeira da Silva
Coordenadoria de Gestão de Benefícios IP: Ana Maria Capitani
Marcos Vicente Arouca IQ: Maria Shirabayashi de Castro Porto
IT: Márcia Cassiana Rosa
Coordenadoria do JA: Célia Regina Silveira de Salles Teixeira
Observatório de Políticas Sociais JT: Kátya Verônica Costa Ribeiro
Marcelo Kawatoko LA: Leila Nordi Murat
Coordenadoria de Gestão de Pessoas MB: Marly Ferreira Martins dos Santos
Laura Aparecida Christiano Santucci MG: Cristina Klingspiegel
MO: Glauce Regina Kielius
Coordenadoria de Proteção Social Básica MP: Maria Janice Souza
Ivone Pereira da Silva PA: Valdenira Maria Vieira
Programa Ação Família - viver em comunidade PE: Maria Eugenia Acurti Pires
Ligia Rosa de Rezende Pimenta PI: Zilah daijo Kuroki
PJ: Ana Rosa Costa Ribeiro Maia
Coordenadoria de Proteção Social Especial PR: Renata Cunha Zamberlan
- Programa São Paulo Protege SA: Rosaly Correa da Silva
José Carlos Bimbatte Júnior (Criança/Adolescente) SE: Ângela Eliana de Marchi
Simoni Bausells Piragine (Adulto) SM: Cristiane Alves dos Santos
ST: Vivian da Cunha Soares Garcia
CAPE - Central de Atendimento
VM: Maria Sylvia Jordão de Campos
Permanente de Emergência
Renata Aparecida Ferreira VP: Rosangela Medina Leão

PROGRAMAS E PROJETOS ESPECIAIS


Programa Roda da Cidadania -
Rede de Comércio Solidário
Ester Rosemberg Tarandach
Programa Ludi-Cidade - Arte, Cultura e Esporte
Flávia Pacheco Bonavigo
Projeto de Inclusão Social
Urbana Nós do Centro
Antonio Augusto Telles Machado
O Desenvolvimento
Social na Cidade de

São Paulo
Balanço 2005 / 2007

PREFEITURA DA CIDADE DE

SÃO PAULO
Equipe Editorial
Coordenação
Paula Giuliano Galeano

Equipe Técnica
Camila Iwasaki
Neli Maria Abade Selles

Estagiárias
Mariana Ferreti Lippi
Vivian Satiro de Oliveira

Fotos
Wagner Origenes Nunes
Karime Xavier

CTP, Impressão e Acabamento


Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

Ficha catalográfica elaborada pelo Centro do Conhecimento da Assistência Social


CECOAS / ESPASO / CGP / SMADS

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social


Desenvolvimento social na cidade de São Paulo: balanço 2005 - 2007 /
Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. São Paulo:
S M A D S , 2008.
80 p.; 29,7 cm.

1. Assistência social - São Paulo (SP) 2. Secretaria Municipal de


Assistência e Desenvolvimento Social - São Paulo (SP) I. Título.
Apresentação

As políticas sociais no Brasil têm sua de de São Paulo. Sabe-se que as metrópoles
trajetória marcada por um círculo virtuoso têm potencial para melhorar a qualidade
de transformações e reformas, decisivas de vida das pessoas. Porém, o crescimento
na consolidação de uma nova lógica de urbano sem precedentes traz riscos perma-
combate às desigualdades de oportuni- nentes de concentração de pobreza, na qual
dades entre os cidadãos. A Constituição se combina privações de renda, de trabalho,
de 1988 e a aprovação da Lei Orgânica de de saúde, de habitação, de educação, de
Assistência Social (LOAS), em 1993, são transporte etc.
marcos deste processo de democratização, 0 município mais rico e mais dinâmico
ampliação e universalização dos direitos, do país tem cerca de 1,4 milhões de pessoas
que imprimiu na agenda da política pública vivendo abaixo da linha da pobreza, sendo
a responsabilidade pela proteção social sem que a grande maioria encontra-se nas peri-
contribuição prévia, ampliando o conceito ferias. Nas regiões centrais, existem cerca
de seguridade social; entretanto, um longo de 38 mil pessoas vivendo em cortiços,
caminho vem sendo percorrido para a con- 13 mil adultos em situação de rua e 1840
solidação dos direitos sociais no país. crianças e adolescentes em situação
Mais do que um imperativo constitucio- de rua ou trabalho infantil.
nal, a efetivação do sistema de proteção so- Para enfrentar essas mazelas, a política
cial é um dos pilares da ética da sociedade pública de assistência social passou a
democrática. Ela exige o rompimento com olhar de perto esses grupos populacionais
a centralização e o clientelismo, demanda multifacetados, reconhecendo suas dife-
o aumento dos níveis de participação da renças e necessidades. Ao mesmo tempo,
população e a sedimentação do controle as ações que já estavam dando certo foram
social. E, ainda, impõe a superação da frag- aprimoradas, garantindo a continuidade da
mentação das ações sociais e a aplicação política social para a obtenção de resulta-
dos recursos de maneira transparente, para dos positivos e mais efetivos. Buscou-se,
que os esforços cheguem, efetivamente, a também, romper com as práticas assisten-
quem mais precisa de atendimento. cialistas e clientelistas, dando espaço para
Para alcançar estes objetivos, a Se- o desenvolvimento de ações voltadas à
cretaria de Assistência e Desenvolvimento transformação do beneficiário em cidadão
Social (SMADS) estabeleceu, nos últimos ativo, responsável e independente, e que
anos, uma estratégia bem sucedida de in- seja capaz de escrever a sua própria histó-
tervenção para oferecer oportunidades re- ria de vida.
ais de emancipação e inclusão social. Nesse Pouco se pode esperar de uma polí-
trajeto, várias conquistas foram realizadas, tica social que esteja somente centrada
o que fica claro por meio da análise dos da- na questão monetária. Os programas de
dos e resultados do trabalho reunidos nesta transferência de renda meramente compen-
publicação. Todavia, esse rol de realizações satórios não premiam o esforço que as pes-
não seria possível sem a transposição e su- soas fazem para superar a sua condição de
peração de barreiras e obstáculos. Grandes pobreza, tornando-as reféns do benefício.
mudanças foram operadas, acompanhando 0 Programa Ação Família - viver
o panorama nacional da implantação do Sis- em comunidade é um exemplo de que é
tema Único de Assistência Social (SUAS), possível ir além da transferência de renda,
e que exigiu uma transformação radical e aliando o trabalho socioeducativo à promo-
quebra de paradigmas, conceitos e culturas. ção do acesso aos serviços públicos, tendo
A superação destes desafios parece em vista o fortalecimento e a emancipação
ainda maior em uma cidade com a magnitu- de famílias em situação de alta vulnera-
bilidade social. Vencedor dos prêmios essa parcela da população que precisa se
Práticas Inovadoras na Gestão do Programa tornar livre, inclusive da falsa caridade que
Bolsa Família, em 2006, e São Paulo Cidade a faz cativa da má consciência.
- Inovação da Gestão Pública, em 2007, hoje Ter um apurado diagnóstico desse
55 mil famílias participam do Programa, que problema era fundamental para balizar as
acontece nos locais onde elas residem. Por ações que pudessem trazer resultados efe-
meio das ações realizadas, estimulam-se a tivos ao enfrentamento das questões. Com
convivência familiar, a mobilização comuni- esse objetivo, foi realizado o primeiro Censo
tária e o envolvimento da rede local visando de Crianças e Adolescentes em situação de
a atender às demandas e necessidades rua e de trabalho infantil. Desenvolvido em
individuais e coletivas identificadas pelo 2007, o Censo identificou 538 pontos de con-
Programa. Trata-se de um trabalho em rede, centração e traçou o perfil desse público e
resultado da sinergia da ação integrada de suas famílias.
dos diferentes órgãos do poder público, Os resultados deste estudo contri-
governamentais ou não, da sociedade civil buíram para o aprimoramento das ações
organizada e das comunidades. do Programa São Paulo Protege. Em
O sucesso deste trabalho em rede 2005, eram 4.030 crianças e adolescentes
confirma a premissa de que só é possível morando e trabalhando nas ruas da cida-
fazer a diferença com a articulação e o de. Dessas, cerca de 2 mil foram retiradas
envolvimento de toda a sociedade. Apenas do trabalho infantil urbano e das ruas, e
a ação isolada do Poder Público, com seus colocadas em atividades do pós-escola, no
programas e serviços, não é suficiente para contra-turno escolar. Suas famílias foram ca-
equacionar os problemas. A participação de dastradas e inseridas nos programas sociais.
toda a sociedade é ainda mais necessária Resultado de um trabalho persistente e
quando se trata da questão do combate ao incansável, o Programa São Paulo Prote-
trabalho infantil. A indústria da esmola mo- ge organiza de forma descentralizada os
vimenta cerca de 25 milhões ao ano. Com o serviços de atenção a indivíduos e famílias
envolvimento de todos, o montante poderia (crianças, adolescentes, jovens, adultos e
ser canalizado para projetos sociais sérios, idosos) em alto grau de risco social e pes-
desenvolvidos para garantir os direitos fun- soal. Sua atuação ganhou as ruas por meio
damentais das crianças e dos adolescentes. dos 474 Agentes de Proteção Social. Cir-
Em 2005, dentro do Programa São Paulo culando pela cidade, de forma respeitosa e
Protege, a SMADS lançou a campanha "Dê humana, são eles que realizam a abordagem
mais que esmola. Dê futuro". Seu objetivo é às pessoas em situação de rua e os conse-
alertar para o fato de que quem dá esmolas, qüentes encaminhamentos aos serviços da
ou compra produtos de crianças e adoles- rede de proteção social.
centes nos faróis, colabora com o trabalho Esta linha de atuação pró-ativa dos
infantil e com a perpetuação da pobreza. trabalhadores perpassa toda a estrutura or-
Alterar o hábito de dar esmolas exige, por- ganizacional da SMADS. Os técnicos das 31
tanto, uma mudança de mentalidade Casas da Família - Centros de Referência de
e de cultura de toda a sociedade. Assistência Social (CRAS), localizadas nas
Se todos os cidadãos dispostos Subprefeituras da cidade, também estão
a colaborar tiverem um objetivo comum, nas ruas. Eles realizam visitas domiciliares,
os resultados serão mais efetivos e posi- identificam os problemas, acompanham de
tivos. Os doadores empenhados em sua perto as ações e monitoram os resultados.
tarefa solidária contribuem de fato quando Houve um intenso movimento de fortaleci-
os recursos são destinados ao Fundo Muni- mento da gestão descentralizada em São
cipal da Criança e do Adolescente (FUM- Paulo, sobretudo no modelo de intervenção
CAD). Além de ter o benefício da dedução social dos CRAS, tornando-os mais próxi-
fiscal, o doador terá a certeza de que a sua mos da população, com atendimento mais
ação fará a diferença para o desenvolvi- eficiente e integral, e desenvolvidos em
mento social. parceria com a rede socioassistencial.
Hoje, a campanha "Dê mais que esmo- Contudo, de que valeriam estratégias e
la. Dê futuro" está na mídia, nas ruas, nos concepções metodológicas inovadoras, sem
estabelecimentos comerciais e na frota de o aumento da infra-estrutura e de recursos
táxis da cidade. São mais de 77 parceiros financeiros e humanos? Houve uma amplia-
institucionais, que sinalizam a conquista de ção do orçamento da Assistência Social em
um novo pacto social entre o poder público, São Paulo, que passou de 154,5 milhões em
a sociedade civil, as empresas e as organi- 2005, para 368,3 milhões em 2006, com a
zações sociais. Ao implementar a Campanha transferência do Programa Renda Mínima
e o Programa São Paulo Protege, a SMADS para a SMADS; já em 2007 o valor atingido
objetiva conferir cidadania permanente a foi de 556,7 milhões. A expansão orçamen-
tária, de cerca de 260%, se reflete direta- foram traçados critérios técnicos para a
mente na ampliação da capacidade da rede focalização do atendimento. Paralelamente,
socioassistencial. No mesmo período, foram foi desenvolvida é implementada uma estra-
geradas 51.218 novas vagas na rede de pro- tégia de cadastramento domiciliar. Profissio-
teção social, representando um aumento de nais capacitados batem de porta em porta,
46%. Hoje temos 821 serviços, em parceria nas residências das regiões de alta e muito
com 342 organizações sociais, com capaci- alta vulnerabilidade social, para a coleta de
dade de 162.605 vagas. dados que compõem os cadastros dos pro-
A esses importantes avanços soma-se gramas sociais e de transferência de renda.
a transparência do gasto do dinheiro públi- Dessa forma, é possível identificar, proteger
co, conquistada com a alocação de 100% e beneficiar, de fato, quem mais precisa.
dos recursos para a execução da Rede Ao conhecer a fundo as necessida-
Socioassistencial no Fundo Municipal de des do público-alvo da política pública de
Assistência Social (FMAS). assistência social, nota-se que essa parcela
Durante esse período, aconteceu, da população não está privada apenas de
ainda, outra conquista essencial: a autoriza- renda, de condições dignas de moradia ou
ção para a realização de Concurso Público, dos serviços públicos básicos de saúde e
que não ocorria desde 1988. Serão mais educação. Ela também não tem acesso à
422 Especialistas em Assistência e Desen- cultura, ao lazer e ao esporte, assim como
volvimento Social (Assistente Social), 511 dispõe de poucas (ou quase nenhuma)
Assistentes de Gestão de Políticas Públicas oportunidades para a conquista de uma
(AGPP) e 40 Assistentes de Suporte Técnico posição no mercado de trabalho. Sob essa
(Técnico de Contabilidade), alocados, em perspectiva, e no caminho contrário ao as-
sua maioria, nas Supervisões de Assistên- sistencialismo, a SMADS foi além da tarefa
cia Social, visando a fortalecer a ação das de garantir a proteção social, e apostou em
bases descentralizadas. iniciativas inovadoras como o Ludi-Cidade
Com efeito, a exigência para a implanta- - A r t e , Cultura, Esporte e a Roda da Cidada-
ção do Sistema Único de Assistência Social nia - Rede Social de Comércio Solidário.
(SUAS) em todos os municípios impulsionou Essas ações oferecem oportunidades
o reordenamento institucional, técnico diferenciadas de inclusão social aos cida-
e operativo da SMADS. Esse processo dãos usuários. De projeto no início de 2005,
resultou na edição de importante medida o Ludi-Cidade transformou-se em Programa
administrativa com a reorganização institu- Municipal em 2007. Seu objetivo é o de
cional da SMADS, publicada no Decreto n° promover atividades de lazer, esportivas e
48.359/07. culturais aos usuários dos serviços socio-
Nesse processo de reorganização, duas assistenciais. Em três anos, mais de 33 mil
coordenadorias importantes foram criadas, pessoas já freqüentaram diversos espetá-
resultando em melhor qualidade dos servi- culos de teatro, cinemas, circos, etc. Já a
ços prestados. O Observatório de Políticas proposta do Roda da Cidadania - Rede So-
Sociais, responsável pelos processos de cial de Comércio Solidário é a de promover
monitoramento e avaliação; e a Coordena- a inserção produtiva e o comércio solidário
doria de Gestão de Benefícios, criada em para alavancar o desenvolvimento econô-
decorrência da transferência do Programa mico dessas pessoas, por meio de oficinas
Municipal de Renda Mínima da Secretaria e capacitações continuadas. Atualmente,
Municipal do Trabalho para a da Assistência 18 organizações sociais comercializam seus
e Desenvolvimento Social. Esta foi uma de- produtos na Loja-Escola - situada à Rua
cisão acertada, pois potencializou o alcance Libero Badaró, 561, Centro - em feiras e
dos sete programas de transferência de em eventos em todo o país. Algumas já
renda, que atendem a 500 mil pessoas e exportam seus produtos, a partir de
mobilizam 1 bilhão de reais ao ano, tornan- pedidos de empresas do exterior.
do-os mais próximos dos cidadãos usuários Toda essa empreitada proposta pelo
dos serviços socioassistenciais. conjunto de programas, projetos, serviços
Porém, de nada adiantaria otimizar a e benefícios não é uma tarefa de simples
gestão administrativa, evitar o desperdício execução. Demanda profissionais qualifi-
de recursos, romper com a desarticulação cados, atentos às diretrizes, orientações
entre os programas, projetos, serviços e metodológicas e linhas de atuação, que
benefícios, e anular a fragmentação das sejam capazes de debater, elaborar pro-
ações, se o atendimento final não estivesse postas e promover reflexão sobre a política
direcionado à população mais vulnerável de assistência social. Assim, foi primordial
da cidade. Por isso, a partir de indicadores investir na formação continuada dos traba-
como o índice Paulista de Vulnerabilidade lhadores sociais para a prática profissional.
Social (IPVS), e de estudos e pesquisas, Nos últimos três anos, foram oferecidas
14.693 vagas em 136 diferentes ações de sim, na introdução desta publicação estão
capacitação, com destaque para o Curso fundamentadas as orientações conceituais
de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e as diretrizes que balizaram o ordenamento
Social, dirigido aos servidores públicos da gestão da SMADS. 0 Primeiro Capítulo
municipais. discorre sobre o retrato social da cidade,
Para trilhar esse caminho com suces- ao passo que o Segundo mostra como a
so também é fundamental contar com a política pública de assistência social em
sincronia e a sinergia das demais políticas São Paulo lida com os problemas e com
públicas. Nesse sentido, diversas ações as questões sociais. O Terceiro Capítulo
da SMADS foram potencializadas a partir apresenta as parcerias estabelecidas com
da articulação com as secretarias munici- a sociedade civil, com os conselhos, fóruns,
pais e estaduais, visando a proporcionar o colegiados e com as empresas privadas
atendimento integral ao cidadão. Da mesma para somar esforços em prol de objetivos e
forma, o apoio de renomados organismos metas comuns. No Quarto Capítulo, o leitor
internacionais, como o Banco Interamerica- conhecerá as ações desenvolvidas no âmbi-
no de Desenvolvimento (BID), e o Programa to da gestão e do fomento do conhecimento
de Nações Unidas Para Desenvolvimento na assistência social, processo essencial
(PNUD), legitimam e ajudam a solidificar as para o aprimoramento da qualidade do
bases da assistência social na cidade. atendimento ao cidadão usuário. Por fim,
O BID financia o programa de reqüalificação encerra-se este relato com algumas pala-
urbana, econômica e social Ação Centro, e vras sobre os desafios da política pública de
o PNUD, por meio de um termo de coopera- assistência social para os próximos anos.
ção, incentiva o aprimoramento da gestão. Até aqui uma longa trajetória foi per-
Diante da riqueza dessa experiência, corrida, por vezes linear, por vezes tortuosa,
torna-se imperativa a divulgação do corpo porém com a certeza de que o caminho está
de ações, estratégias, metodologias, resul- no rumo certo. Fica o convite para você,
tados e avanços dos caminhos percorridos, leitor, mergulhar neste universo, e conhecer
das rotas e das escolhas empreendidas. As- um pouco mais sobre este trabalho.

Secretário Municipal de Assistência e


Desenvolvimento Social
Editorial "O Estado de São Paulo", 8/9/2005

A indústria da esmola

T
rês mil crianças var ao fundo pelo menos R$ o Leve-Leite.
trabalham ven- 200 milhões. O que muda, de região para
dendo quinquilha- Programas semelhantes fo- região da cidade, é o perfil do
rias ou pedem es- ram instalados em cidades co- atendimento prestado pelo go-
molas nos cruza- mo Curitiba que, em dois anos, verno. Estudo semelhante reali-
mentos de ruas de reduziu pela metade o número zado em São Mateus, numa
São Paulo. São exploradas pe- de crianças pedintes nas ruas. das áreas mais carentes da zo-
los pais e pelas máfias dos se- Porto Alegre, que também dis- na leste, mostrou que, das 344
máforos, que arrebanham me- põe de um fundo para assistir crianças avaliadas, 60 são aten-
ninos e meninas na periferia po- as crianças, conseguiu arreca- didas pelo Programa pela Erra-
bre, para distribuí-los na cida- dar R$ 80 milhões neste ano. dicação do Trabalho Infantil,
de, onde a maioria representa Os recursos foram encaminha- que paga R$ 40,00 por mês.
o papel de órfãos miseráveis dos às organizações sociais Apesar de os programas
ou de filhos de desempregados. que mantêm vínculo com a pre- atenderem amplamente as
Chegam em peruas, que trans- feitura local para o atendimen- crianças necessitadas, o que
portam também sacolas cheias to à população carente. elas ganham em um mês por
de balas e outros produtos pre- A tarefa em São Paulo exigi- meio desse tipo de assistência
viamente embalados e rotula- rá esforço ainda maior. Isso é, na maior parte das vezes, me-
dos com mensagens impres- porque está mais do que com- nos do que recebem em um úni-
sas, apelando ao bom coração co dia nos cruzamentos.
dos motoristas. Esse mercado, Assim, mais do que uma no-
conforme levantamento da Pre- va versão de programa assis-
feitura, movimenta mais de R$ UMA CAMPANHA DE R$
tencial é preciso um amplo tra-
20 milhões por ano nas esqui- 200 MILHÕES PARA balho conjunto das Secretarias
nas de São Paulo. A quase tota- TIRAR AS CRIANÇAS Municipais de Assistência So-
lidade fica para esses "empre- cial, Saúde, Educação, assim
sários" dos faróis. Um mínimo DOS SEMÁFOROS
como das Secretarias de Esta-
vai para os pais, e nada para as do da Segurança Pública, Polí-
crianças. provado que as crianças que cias, Conselhos Tutelares da
Para acabar com a explora- trabalham ou pedem esmolas Criança e do Adolescente, Jui-
ção dos meninos e adolescen- nas ruas da capital não estão zado da Infância e do Adoles-
tes e convencer a população de desassistidas: a quase totalida- cente, a classe empresarial e to-
São Paulo de que a esmola só de tem casa, escola e ajuda dos da a sociedade.
faz crescer o número de pedin- programas sociais do governo. Os exploradores devem ser
tes, a Prefeitura de São Paulo Não deixam as ruas porque identificados e punidos. As fa-
lançará, em outubro, a campa- seus ganhos são altos. Cada mílias precisam de assistência,
nha publicitária "Dê mais que es- criança fatura nos faróis, em mas a fiscalização dos quesitos
mola, dê futuro". Além da cam- média, "salários" mensais que que asseguram a transferência
panha, um plano amplo de as- variam de R$ 400,00 a R$ de renda, como a manutenção
sistência às crianças e às suas 600,00. das crianças nas escolas, deve
famílias será colocado em práti- Pesquisa feita pela organiza- ser rigorosa. A escola precisa
ca, garantindo, por exemplo, ção não-governamental Proje- cumprir seu papel, estendendo
prioridade nos programas so- to Travessia, em conjunto com o atendimento ao aluno por
ciais. Em vez de entregar o di- a Prefeitura, nas ruas de Pi- meio do programa Pós-Escola.
nheiro nas mãos das crianças, nheiros, comprovou que ape- Os R$ 20 milhões anuais
os paulistanos serão incentiva- nas 3% de 293 crianças e ado- que os motoristas paulistanos
dos a destinar os recursos ao lescentes entrevistados nunca dão de esmola nos semáforos,
Fundo Municipal da Criança e estudaram ou não estão matri- ou gastam comprando o que as
do Adolescente (Fumcad), que culados na escola. Noventa por crianças lhes oferecem, soma-
recebeu, nos primeiros oito me- cento dos meninos estão inscri- dos aos auxílios das empresas,
ses deste ano, R$ 8 milhões. As tos em programas sociais, dos seriam mais do que suficientes
autoridades municipais acredi- quais 39% recebem o Renda Mí- para afastá-las definitivamente
tam que a campanha poderá le- nima; 20% o Bolsa-Escola; 14%, das ruas.
Introdução -
novos arranjos

SUAS provoca SUS SUAS


reorganização na
A gestão da saúde, em particular, de Resultado de um processo de constru-
Assistência Social seu sistema único, o SUS, serviu como ção e efetivação do campo da Assis-
em São Paulo espelho e aprendizado para a estrutu- tência Social como política pública
ração do SUAS
A implantação do Sistema Único da
Assistência Social (SUAS) representa uma Princípios Princípios
conquista histórica para a Assistência • Universalidade • Universalidade
Social. É resultado de um longo processo • Integralidade • Centralidade da Família
de consolidação dos direitos dos cidadãos • Eqüidade • Igualdade de direitos
em situação de vulnerabilidade social e dos • Participação da População • Participação da População
deveres do Estado. O SUAS foi implementa-
Descentralização Político- Descentralização Político-
do em 2005 por meio da Norma Operacional Administrativa Administrativa
Básica (NOB). Ele foi institucionalizado pelo
• Hierarquização • Primazia da
Governo Federal nos mesmos moldes que
• Regionalização Responsabilidade do Estado
o Sistema Único de Saúde (SUS), na área
• Territorialização
da Saúde. Organiza serviços, programas e
benefícios destinados a cerca de 50 milhões
de brasileiros em todo o país.
Até a Constituição Federal de 1988, as
O que o SUAS definiu?
demandas da esfera social eram assumidas
pela sociedade com iniciativas paliativas, • os níveis de complexidade
respaldadas por práticas assistencialistas e, foram estabelecidos em proteção
muitas vezes, clientelistas. Era necessário social básica e proteção social
estabelecer uma nova política de Estado, especial de média e alta complexidade.
bem planejada para a área social, com parâ- • a referência no território,
metros de eficiência para ações destinadas considerando as especificidades
ao bem público e à melhoria das condições de cada região ou município.
de vida da população. A Constituição de • a família como centro das ações.
1988 representa, portanto, um marco para
a responsabilidade no trato com os proble-
mas sociais.
O processo de democratização mudou Proteção Social Básica e Especial
este cenário, incluindo a Assistência Social
no âmbito da Seguridade Social, ao lado A proteção social básica tem como objetivo prevenir situações de risco,
por meio do desenvolvimento de potencialidades, aquisições e o fortalecimento
dos direitos à Saúde e à Previdência. As
de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em
diretrizes estabelecidas pela nova Consti-
situação de vulnerabilidade social, decorrente da pobreza, privação (ausência
tuição foram consolidadas em 1993 pela Lei de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, entre outros) e/ou
Orgânica da Assistência Social (LOAS). fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social.
0 aspecto mais relevante desse processo A proteção social especial tem por objetivos prover atenções socioassis-
foi o estabelecimento de canais demo- tenciais a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal
cráticos e legítimos de participação. A e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso
sociedade civil passa a ser parte integrante sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioedu-
e importante do processo de formulação, cativas, situação de rua, situação de trabalho infantil entre outras. (Norma
Operacional Básica do SUAS - NOB/RH, 2005).
implantação, avaliação e controle das políti-
cas públicas de Assistência Social.
O SUAS, que está sendo implantado • Reestruturação do sistema
em todos os Estados e Municípios, regula a de Gestão de Benefícios
hierarquia, as responsabilidades, os benefí- • Aprimoramento do sistema de monito-
cios, os programas e os projetos da assis- ramento, avaliação e pesquisa social, por
tência social em todo o país. Foi instituído meio do Observatório de Políticas Sociais
um modelo de gestão descentralizado, com
o foco prioritário na atenção às famílias e
com base nos territórios. Esse modelo esta- Reorganização Institucional
belece as competências e os compromissos
entre as três esferas de governo: União,
Estados e Municípios. A nova gestão da SMADS
Para poder agir de forma eficaz e efi-
ciente, era preciso arrumar a casa. A atual
Gestão Plena em São Paulo estrutura organizacional da SMADS institu-
ída pelo Decreto nº 48.359, 2007 é resultado
A cidade de São Paulo tem a maior
de um processo de debates e amadureci-
rede de assistência social da América Lati-
mento da concepção da gestão da Assistên-
na, contando com 821 serviços, executados
cia Social em São Paulo sob a luz do SUAS.
por 342 organizações sociais parceiras da
Mais do que um processo burocrático, esse
SMADS. Na classificação do SUAS, no
novo ordenamento busca a melhoria da qua-
tocante à capacidade de gestão, a cidade
lidade do atendimento ao cidadão, por meio
já atingiu a Gestão Plena, grau máximo de-
da implantação das funções essenciais da
terminado pela Norma Operacional Básica
Gestão, cujas características e atribuições
(NOB/SUAS, 2005), pois atende
foram instituídas pelo Decreto.
aos requisitos estabelecidos.
Assim para aprimorar a qualidade dos
Dentre esses requisitos estão a criação
serviços prestados, foram criadas algumas
e o funcionamento do Conselho Municipal
coordenadorias específicas, como a Coor-
de Assistência Social (COMAS), com a
denadoria de Gestão de Benefícios e a do
estruturação de sua Secretaria Executiva; e
Observatório de Políticas Sociais.
a do Conselho dos Direitos da Criança e do
A transferência do Programa de Garan-
Adolescente (CMDCA). A cidade conta tam-
tia de Renda Mínima Municipal da Secreta-
bém com o Fundo Municipal de Assistência
ria Municipal do Trabalho para esta Secre-
Social e mantém 31 Casas das Famílias -
taria (Decreto nº 45.683/05 - art. 5o- IV), em
Centro de Referência de Assistência Social
2005, justificou a criação da Coordenadoria
(CRAS), em pleno funcionamento.
de Gestão de Benefícios. O remanejamento
Portanto, estar habilitado à Gestão Ple-
ainda consolida a SMADS como gestora da
na do Sistema Único da Assistência Social
política de assistência social e dos progra-
(SUAS) significa que o município de São
mas de transferência de renda de combate
Paulo já conta com:
à pobreza no município de São Paulo.
• Conselho Municipal de Assistência Social A Coordenadoria do Observatório de
• Fundo Municipal de Assistência Social Políticas Sociais foi criada com a atribuição
• Plano Municipal de Assistência Social de executar a vigilância socioassistencial
da Política de Assistência Social na cidade.
• Descentralização Político-Administrativa,
Suas ações contribuem para identificar o
por meio das 31 Supervisões de Assistência
público-alvo, definir o foco mais indicado
Social das Coordenadorias de Assistência
para o atendimento, avaliar e monitorar os
Social e Desenvolvimento das Subprefeituras
programas, projetos, serviços e benefícios.
• Casas da Família - Centros de Foi criada também a Assessoria de Re-
Referência da Assistência Social lações Intersetoriais (ARI), que representou
(CRAS) nas 31 Subprefeituras um salto de qualidade na comunicação en-
• Autonomia de gestão tre a SMADS e as 31 Supervisões de Assis-
• Co-financiamento para a rede tência Social (SAS). A ARI tem como função
de serviços socioassistenciais garantir a unidade das ações descentraliza-
das, respeitando as características de cada
• Aumento do investimento de
SAS e de sua região de abrangência. Possui
recursos municipais para o orçamento
o papel de coordenar as ações de planeja-
da Assistência Social
mento das SAS, a partir da harmonização
• Fortalecimento do controle social das relações de operação das coordenado-
• Ampliação da rede socioassistencial rias da SMADS. Dessa forma, ainda busca
de Proteção Social Básica e Especial, integrar, no ambiente interno, as ações das
de Média e Alta Complexidade equipes centrais.
Nova estrutura organizacional da SMADS instituída pelo Decreto N° 48.359/07

Gestão descentralizada - o localizadas nas SAS, atendem diretamente


às famílias e articulam todos os serviços da
atendimento territorializado
rede socioassistencial desenvolvidos pelas
A SMADS detém o comando único da organizações sociais conveniadas.
política de assistência social no município.
Sua política pública é operada por meio da
ação descentralizada em 31 Supervisões de Casa da Família -
Assistência Social (SAS) e em parceria com Centro de Referência de
organizações sociais conveniadas. Elas exe- Assistência Social (CRAS)
cutam a política definida pela SMADS, que
é alinhada com a política federal. As SAS e A Casa da Família - Centro de Refe-
as Subprefeituras representam a solução rência de Assistência Social (CRAS) é a
para o trabalho descentralizado e integrado porta de entrada da assistência social. É
no nível da administração municipal, sendo a unidade onde os cidadãos têm acolhida,
o radar e a antena social no território, e acesso à rede socioassistencial e aos
mantêm a presença de uma equipe multidis- demais serviços prestados diretamente.
ciplinar especializada para o trabalho social. Mas, principalmente, a Casa da Família é
As Casas da Família - Centro de Refe- um agente pró-ativo de interlocução com a
rência de Assistência Social (CRAS) estão
sociedade, ou seja, é, de fato, quem está na A Rede de Serviços
ponta, em contato direto e constante com
as pessoas em situação de vulnerabilida-
Socioassistenciais
de social e de risco pessoal. Por meio de
suas equipes multidisciplinares de trabalho A política de Assistência Social na
social, o CRAS: cidade de São Paulo conta com uma rede
• atua no território, nas áreas onde as socioassistencial executada por meio de
famílias moram, e interagem com todos os parcerias com as organizações sociais
parceiros sociais a fim de criar vínculos que conveniadas. Com a experiência e o conhe-
possam desencadear ações de cooperação, cimento vivido no território, essas organiza-
visando ao atendimento integral ao cidadão; ções se constituem em peças fundamentais
• mapeia, analisa e refina demandas para a gestão descentralizada e territoria-
sociais da comunidade, das famílias e dos lizada, aproximando os serviços de quem
indivíduos, produzindo informações rele- deles necessita.
vantes para o direcionamento das políticas Definir a implantação de um serviço
públicas. é algo que se realiza por meio de estudos
sobre os indicadores de vulnerabilidade e
O CRAS é, portanto, um elemento vivo
de risco social, combinados com o diagnós-
e participante da dinâmica social, verdadei-
tico da demanda por atendimento de cada
ro motor propulsor de todo o conjunto de
região. Em parceria com as Supervisões de
investimentos para a transformação social
Assistência Social, identificam-se as ne-
no município de São Paulo.
cessidades e as áreas onde o atendimento é
mais urgente. Com base nas normas legais e
Fortalecimento da padrões técnicos estabelecidos pela SMA-
DS, é aberta uma audiência pública para
gestão descentralizada que a sociedade e as entidades voltadas à
Um grande esforço foi realizado para assistência social se envolvam no processo.
fortalecer as SAS, visando a consolidar Para celebrar um convênio com a
um modelo novo de gestão, o que culminou SMADS, a organização social deve apre-
na publicação da Portaria Intersecretarial sentar proposta e participar de Audiência
N.15/SMADS/SMSP/2006. Pública como proponente, sendo necessário
Durante esses três anos promoveu-se estar inscrita no Conselho Municipal de As-
a aproximação entre os CRAS e os cidadãos sistência Social (COMAS) e habilitada técni-
usuários, com atendimento pró-ativo e de ca e juridicamente para prestar o serviço
qualidade, buscando-se torná-los a porta de a que se propõe.
entrada da rede socioassistencial. Todavia, As audiências constituem-se em foro
não bastava apenas aprimorar a concepção de manifestação de todos os interessados
de trabalho, era necessário dar suporte às no processo de fixação dos convênios e
equipes. Por isso, muito tem sido investido delas participam as organizações sociais,
nas condições de infra-estrutura das trabalhadores do setor, usuários, comunida-
SAS e dos CRAS. de em geral e representantes dos Conse-
Um dos exemplos do investimento lhos (COMAS, CMDCA, Grande Conselho do
em infra-estrutura é a contratação de Idoso, etc).
estagiários, iniciada em 2006; atualmente, Durante os anos de 2005 a 2007, as
são 265 estagiários trabalhando nas SAS equipes técnicas da SMADS e das SAS
das Subprefeituras. Em 2007, iniciou-se o discutiram estratégias para aprimorarem a
processo de melhoria das instalações e do qualidade dos serviços socioassistenciais.
espaço físico; aluguel de veículos e compra Os debates resultaram na publicação da
de computadores e impressoras. Outra Portaria n° 30/SMADS/GAB/2008, em 11 de
conquista de peso foi a autorização, junto à janeiro de 2008, que define o novo padrão
Prefeitura, para a realização de três concur- técnico dos serviços.
sos públicos. São 422 vagas de Especialista Para a elaboração desta norma,
em Assistência e Desenvolvimento Social representantes do COMAS e do Fórum de
(Assistente Social), 511 vagas de Assistente Assistência Social também foram ouvidos
de Gestão de Políticas Públicas (AGPP) e em reuniões e plenárias. Portanto, o texto
40 vagas de Assistente de Suporte Técnico desse documento regulador é resultado de
(Técnico de Contabilidade). Essa é uma um processo deliberativo, que contou com a
reivindicação antiga da área. Há 20 anos, participação ampla e irrestrita da sociedade
desde 1988, a cidade não realizava concurso civil. Dentre os avanços e contribuições
para Assistente Social. estão o acréscimo de profissionais de acor-
do com a sua função, competência e grau
de formação e o aumento significativo na
composição dos custos finais da transferidos, gradativamente, para a coor-
maioria dos serviços existentes. denação e supervisão da SMADS.
Outra alteração no corpo de oferta Os serviços da Fundação Casa (ex-Febem),
de serviços socioassistenciais se deu por de atendimento a adolescentes e jovens
conta do investimento no processo de muni- em cumprimento de medidas socioeduca-
cipalização, que está em curso desde 2001. tivas em meio aberto (Liberdade Assistida
Gradualmente, sob a diretriz nacional de e Prestação de Serviço à Comunidade),
descentralização político-administrativa, a também foram municipalizados.
gestão dos serviços prestados à população Trata-se de um processo contínuo e
tem sido assumida pela municipalidade. gradativo, que demanda capacidade de
Os serviços que vinham sendo exe- organização e de gestão para assumir
cutados pelo governo estadual, por meio estes atendimentos.
da Secretaria Estadual de Assistência e Hoje, a SMADS oferece 162.605
Desenvolvimento Social (SEADS), foram vagas por dia, assim distribuídas:

Nome do Serviço N° de serviços Vagas


Centro para Criança e Adolescente - faixa etária de 6 a 12 anos e 12 a 15 anos 462 57.997
Casa da Família - Centro de Referência Ação Família 45 55.000
Núcleo de Inserção Produtiva 15 2.178
Centro de Referência do Imigrante, Migrante e adultos em situação de rua 1 8e
Centro de Referência da Cidadania do Idoso 1 12.000
Núcleo de Convivência para Idosos 62 6.620
Restaurante Escola e/ou Lanchonete Escola 2 240
Presença Social nas Ruas para crianças, adolescentes em situação de rua e trabalho infantil
e de adultos em situação de rua 11 11.521
Centro de Acolhida para Adultos II por 24 horas 22 5.146
Centro de Acolhida para Adultos I por 16 horas 6 812
Centros de Acolhida Especial 4 405
Centro de Acolhida Especial para mulheres vítimas de violência doméstica 3 110
Centro de Acolhida Especial e Atenção para Adultos em situação de rua 1 13
República para homens e/ou mulheres em situação de rua 6 312
Núcleo de Serviços e Convivência para Adultos em Situação de Rua 7 1.562
Núcleo de Inserção Produtiva para adultos em situação de rua/Núcleo de Serviço
com capacitação técnica 5 460
Núcleo de Defesa e de Convivência da Mulher 4 610
Oficina Boracea 1 1.000
Serviço de Bagageiro 1 228
NPE - Núcleo de Proteção Psicossocial Especial 17 2.040
Abrigo para Crianças e Adolescentes 61 1.220
Projeto Quixote 1 420
CRECA - Centro de Referência da Criança e do Adolescente 15 350
Centro de Acolhida Especial para Crianças de 0 a 6 anos 6 135
PPCAAM - Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte 1 80
Família Acolhedora 1 16
Serviço de Proteção Social às crianças e aos adolescentes vítimas de violência,
abuso e exploração sexual e a suas famílias 5 340
Núcleo de Apoio à Habilitação e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência I -
faixa etária de 0 a 6 anos e suas famílias 4 240
Núcleo de Apoio à Habilitação e Reabilitação Social para Pessoas com Deficiência II -
a partir dos 6 anos e suas famílias 17 1.265
Casa da Família - Centro de Referência de Assistência Social 31 10.771*
Total 821 162.605
*Média de atendimento/mês - não se refere à número de vagas
Expansão do orçamento,
ampliação da rede e melhoria
da qualidade dos serviços
A política de assistência social em São
Paulo conta com recursos provenientes
das três esferas de governo: União, Estado
e Município. Nos últimos três anos, houve
uma expansão do orçamento da Assistência
Social, que tornou possível ampliar a cober-
tura para a população em maior vulnerabili-
dade e risco, num trabalho focalizado.

Evolução do Orçamento da Secretaria entre 2001 e 2007


Cumprindo a sua missão institucional,
a SMADS manteve, expandiu e criou um

c onjunto de serviços no período analisa-


do. Entre 2005 e 2007, aumentou em 46%
capacidade de atendimento da rede de
Evolução do número de vagas da Rede de
Proteção Social Básica e Especial - 2005 a 2007

proteção social básica e especial, represen-


tando um crescimento de 51.218 vagas.
Essa expansão da rede socioassisten-
cial foi acompanhada pela criação do Indice
Geral de Desempenho dos Serviços Socio-
assistenciais (IGDS), um instrumento com
indicadores para supervisão dos serviços,
que tem como função verificar a qualidade
e o cumprimento dos compromissos firmados
com as organizações sociais: a partir dele
são produzidos relatórios trimestrais com
os resultados obtidos, os quais indicam a
porcentagem de serviços avaliados como
péssimo, ruim, regular, bom e ótimo. Obser-
va-se um aumento progressivo na melhora
do desempenho dos serviços, conforme o
quadro a seguir:

Unidades Executivas de Serviço Socioassistencial conveniado conforme nível de


desempenho no IGDS - Índice Geral de Desempenho dos Serviços Socioassistenciais
conveniados (%). São Paulo - 1°, 2o e 3° trimestres de 2007

Fonte: Processo de Avaliação do Desempenho dos Serviços Socioassistenciais Conveniados com a SMADS -1º, 2° e 3o trimestres de 2007
1.
Retrato da
Cidade de São Paulo
Maior metrópole do Brasil, São positivo (...) nenhum país na era industrial
Paulo tem quase 11 milhões de habitantes, conseguiu atingir um crescimento econô-
representando 6% da população brasileira. mico significativo sem a urbanização". En-
Esse número quase dobra na região metro- tretanto o Relatório pontua que um planeja-
politana, que tem 19,9 milhões de pessoas, mento realista para um crescimento urbano
o que a torna a 6a metrópole mais populosa futuro exige levar em conta, explicitamente,
do mundo. É o município mais rico do país, as necessidades dos pobres. A ampliação
gerando quase 15% do Produto Interno não-planejada no número de habitantes
Bruto (PIB) nacional, segundo a Fundação dos municípios favorece o crescimento
Seade, 2007. desordenado, gerando diversos problemas
A desigualdade é da mesma ordem de sociais, ambientais e econômicos.
grandeza: possui a maior concentração de Na cidade de São Paulo não foi diferen-
vulnerabilidade das Américas, sendo que 3,4 te, muitos indivíduos instalaram-se em resi-
milhões de pessoas vivem com até 1/2 salário dências precárias nas periferias da cidade,
mínimo. Desses, 1,4 milhões são extrema- em loteamentos clandestinos, em áreas de
mente vulneráveis (vivem com até 1/4 de sa- risco e de mananciais, em cortiços. Nos
lário mínimo por pessoa da família). Assim, 14.617 cortiços, concentrados sobretudo
cerca de 13% da população - 337 mil famí- nas regiões da Sé e Mooca, moram 38.512
lias - estão em situação de vulnerabilidade pessoas, de acordo com estudo realizado
social extrema, na sua maioria residentes pela Fundação Seade, 2005, em parceria
nas regiões periféricas da cidade. Desse com a CDHU (Companhia de Desenvolvi-
total, 568.399 são crianças, adolescentes e mento Habitacional e Urbano do Estado de
jovens de 0 a 18 anos, de acordo com dados São Paulo). São várias famílias vivendo sob
da Fundação Seade, 2004. São indivíduos o mesmo teto, em situação de insalubridade
vivendo em péssimas condições de saúde, e com alto grau de periculosidade.
educação, renda e moradia. Esse retrato social salta aos olhos de
Já nas regiões centrais, há uma qualquer cidadão. Qualquer estudo sobre
concentração de pessoas que vivem em si- as desigualdades sociais deve levar em
tuação de vulnerabilidade social e risco pes- conta o conjunto dos problemas, condições
soal nas ruas da cidade: são 13 mil adultos e espaciais e de infra-estrutura, que particu-
pouco mais de 840 crianças e adolescentes. larizam cada região, subprefeitura, distrito,
Existem, ainda cerca de 1.000 de crianças e bairro, rua. As múltiplas causas para a
adolescentes em situação de trabalho infan- geração, manutenção e reprodução das
til pelas ruas da cidade, segundo o Censo situações de vulnerabilidade necessitam de
SMADS/FIPE, 2007. intervenções à altura, que correspondam
As mudanças econômicas vivenciadas operacional e metodologicamente à mesma
nos últimos 40 anos levaram a um rápido complexidade dos casos.
aumento do êxodo de pessoas do campo Assim, é de fundamental importância
para as grandes cidades - o Censo IBGE de promover o mapeamento dos territórios,
1970 foi o primeiro a registrar maior concen- diagnosticar e identificar a rede local, traçar
tração populacional urbana em relação à um quadro de todos os serviços públicos
rural, revelando a tendência para o cresci- existentes, realizar uma caracterização dos
mento urbano no país. Segundo o Relatório diferentes grupos - crianças, adolescentes
da Situação da População Mundial do Fundo e adultos em situação de rua, idosos em
de População das Nações Unidas, publicado situação de vulnerabilidade, pessoas expos-
em 2007, "o aumento da parcela urbana tas a risco pessoal etc. Definir prioridades,
na população total é inevitável e pode ser estabelecer metodologias e focalizar o aten-
dimento para quem realmente necessita são te e com ganho de
ações essenciais e estratégicas em meio a qualidade para os cidadãos.
tantas demandas. Por essas razões, optou-se por
Mas por onde começar? Pela população estabelecer critérios técnicos para balizar
segmentada por grupos: criança, jovem, as escolhas e ações. Instrumento adequado
adulto, idoso? Ou por fragilidades: falta de para subsidiar a formulação de políticas e a
estudo, falta de trabalho e de renda, falta definição de prioridades, o Índice Paulista
de moradia, abandono, situações de rua, de Vulnerabilidade Social (IPVS) foi escolhi-
violência, abuso e exploração sexual, ex- do para identificar as áreas onde deve haver
ploração do trabalho infantil, maus-tratos, maior investimento. O IPVS é resultado da
ameaças de morte? O que é mais urgente? identificação de setores censitários com
Pensando nas peculiaridades dos perfis semelhantes em termos de condições
diferentes grupos existentes na cidade, socioeconômicas e de ciclo de vida familiar,
a Secretaria Municipal de Assistência e que gerou uma tipologia com seis grupos
Desenvolvimento Social (SMADS) desen- distintos. Essa escala identifica setores
volveu uma estratégia de atuação escorada que agregam populações com diferentes
níveis
em dois programas estratégicos e comple-mentares: de carências
o Ação socioeconômicas
Família -viver em co- e
munidade e o São Paulo Protege. As ações estrutura etária.
realizadas na periferia e no centro são dife- Para atender às pessoas que mais
renciadas, assim como as políticas destina- necessitam dos seus serviços, a ação da
das a crianças, jovens, adultos, idosos e até SMADS tem como alvo a população resi-
famílias inteiras. São medidas complexas dente nos setores censitários de IPVS 5 e 6:
voltadas para a busca de soluções e para o • Grupo 5 - Vulnerabilidade alta:
combate à situação de vulnerabilidade e de concentração de famílias mais velhas, com
risco social a que a parcela da população adultos e pessoas idosas, com menor pre-
está submetida. Desse modo, é possível sença de crianças pequenas, com chefes de
promover uma política pública mais eficien- família apresentando, em média, os níveis
mais baixos de renda e escolaridade.

Mapa do IPVS na região metropolitana de São Paulo

Fonte: Fundação SEADE, 2004


Grupo 6 - Vulnerabilidade muito alta: E quem atua no combate
concentração de famílias jovens (até 25 a tantos problemas?
anos), com crianças pequenas, baixo nível São técnicos, gestores, trabalhadores
de escolaridade, baixo nível de renda. sociais, pesquisadores e especialistas
Além do IPVS, a prática de realizar estudando, analisando, juntando esforços,
estudos e pesquisas foi incorporada para apontando falhas e buscando soluções para
diagnosticar as situações específicas que a problemática social. Há 1.380 organiza-
fragilizam e colocam os cidadãos em risco ções sociais inscritas no Conselho Muni-
social e pessoal. O Censo sobre crianças cipal de Assistência Social (COMAS), que,
e adolescentes em situação de rua e de conveniadas ou não com a SMADS, de-
trabalho infantil, o estudo dos albergues senvolvem diariamente um trabalho junto a
e do perfil dos usuários, o mapeamento essa população tão vulnerável do município
territorializado das regiões de alta e muito de São Paulo.
alta vulnerabilidade social, foram algumas Na Secretaria e nas 31 Supervisões
das pesquisas realizadas que ajudaram de Assistência Social (SAS) das Subpre-
a conhecer os territórios, a aprimorar a feituras, são 1.194 servidores envolvidos
identificação do público-alvo e a focalizar diretamente neste trabalho, além dos mais
melhor o atendimento. de 7.000 trabalhadores sociais que atuam
nas organizações não governamentais
• conveniadas com a SMADS.

Mapa do IPVS da cidade de São Paulo

Fonte: Fundação SEADE, 2004; PRODAM - Geolog 2.1.2, 2001


Mapa da Rede de Serviços - SMADS

Fonte: SMADS, Gabinete; SMADS, CGA - Convênios, dez 2007. PRODAM - Geolog 2.1.2, 2001
2.
Mãos à obra -
dinamismo e inovação

Um não ao desperdício
- continuidade aprimorada
Responsabilidade com os recursos
públicos, compromisso com os avanços e
preocupação com a continuidade e a pre¬
seração do conhecimento adquirido. Essas
são características importantes da gestão
da SMADS nos últimos três anos.
Houve uma revisão do que era feito,
uma ampliação do que era importante
e a preocupação em não interromper o
que já estava dando certo. Priorizou-se a
continuidade aprimorada dos serviços, a
partir de uma reorganização administrati-
va e estrutural. Os diversos programas e
serviços existentes foram reorganizados e Família é pilar do
agrupados em: combate à pobreza
• Programa Ação Família -
viver em comunidade Articulação é a palavra-chave do Pro-
• Programa São Paulo Protege grama Ação Família - viver em comunidade.
Articulação em todas as áreas: assistência
Além de serem transversais a toda e social, saúde, educação, habitação, cultu-
qualquer ação da SMADS, estes dois pro- ra, lazer, esporte, trabalho, articulação da
gramas sintetizam a lógica do atendimento família e com a sua comunidade, a fim de
ao cidadão e têm o objetivo final de eman- promover o acesso à rede de serviços.
cipar, promover autonomia e a auto-estima 0 Ação Família - viver em comunida-
daqueles que necessitam dos serviços de é um dos pilares da política pública de
prestados. combate à pobreza adotada pela Prefeitura
O Ação Família - viver em comunidade de São Paulo. É uma experiência inédita,
tem como foco o trabalho com famílias, na não só por sua amplitude como também
comunidade, por meio de ações articuladas por sua complexidade. Vencedor do prêmio
pelas redes sociais e em parceria com ou- Práticas Inovadoras na Gestão do Programa
tros serviços, de órgãos públicos governa- Bolsa Família, promovido pelo Ministério do
-entais ou não. Já o São Paulo Protege tem Desenvolvimento Social (MDS), e do prêmio
a função de proteger e resgatar pessoas em São Paulo Cidade - Inovação em Gestão Pú-
alto grau de risco social e pessoal, ou com blica, promovido pela Secretaria Municipal
direitos violados. de Gestão da Prefeitura de São Paulo, ele
inova em vários aspectos constituindo-se
numa intervenção cujo centro das ações é o
núcleo familiar, aliando o benefício finan-
ceiro ao cumprimento de contrapartidas.
Por meio da articulação com programas de
transferência de renda, garante o aten-
dimento domiciliar e o acompanhamento
socioeducativo, tendo a intersetorialidade
- união de todas as áreas de assistência que vivem nos bairros periféricos.
- como base para a sua sustentabilidade e o A concepção do Ação Família teve
controle social do Programa. como base as experiências do Programa
O Decreto 47.124 de 24 de março de Fortalecendo a Família (PFF) e do Programa
2006 instituiu o Ação Família -viver em de Assistência Social às Famílias (PROASF),
comunidade e a Comissão Intersecretarial dando continuidade à política pública de
de Articulação do Programa: operado pela atenção às famílias vulneráveis na cidade
Secretaria Municipal de Assistência e De- de São Paulo. Além disso, experiências
senvolvimento Social - SMADS, é resultado como o Programa Puente, do Chile, e o
do esforço de 12 secretarias municipais par- Programa Oportunidades, do México, foram
ceiras para tirarem do isolamento geográfi- estudadas para a construção do Programa.
co e socioeconômico as famílias vulneráveis Para auxiliar as famílias a enfrentar
os desafios em seu cotidiano, o Programa
sustenta-se em três dimensões:
• Vida em Família - fortalece o capi-
tal humano, as próprias pessoas e suas
famílias, considerando as potencialidades e
habilidades de cada um, por meio do acesso
às informações e conhecimentos.
• Família na Comunidade - centra
sua atenção no capital social, fortalecido
na família e na comunidade por meio da
promoção de relações de confiança e da
articulação de redes de apoio, com o obje-
tivo de estimular a resolução de conflitos,
problemas, necessidades e inquietudes
de forma participativa.
• Vida de Direitos e Deveres -
trabalha o fortalecimento dos direitos e
dos deveres, viabilizando a inclusão social e
a cidadania ativa. Espera-se que as famí-
lias consigam alcançar melhorias nas suas
Família Beneficiária do
Programa Ação Família condições de documentação, saúde
viver em comunidade e educação, dentre outros.

Cuidando das
famílias vulneráveis
O Programa prioriza o atendimento às
famílias concentradas nos setores censi-
tários classificados como de Alta Vulne-
rabilidade e Muito Alta Vulnerabilidade
Social, grupos 5 e 6 do Indice Paulista de
Vulnerabilidade Social (IPVS), Fundação
SEADE, 2004. Há que se levar em conta que
a grande concentração de famílias com
essas características num mesmo território

Família
A Norma Operacional Básica (NOB) de 2005, para a implantação do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) define a família como o "núcleo
social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonis-
mo social. Núcleo afetivo, com vínculos por laços consangüíneos, de aliança
ou afinidade, com obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de
relações de geração e de gênero".
as tornam ainda mais vulneráveis, contri- assistência social nestes territórios, para
buindo para a continuidade dos padrões identificar as regiões com maior concentra-
de desigualdade social e reprodução da ção desses serviços e, assim, otimizar o uso
pobreza. Nesse sentido, paralelamente à dos recursos e equipamentos já existentes
identificação das regiões mais vulneráveis no atendimento a essas famílias. Com base
da cidade, realizou-se o mapeamento dos nestes critérios foram determinadas as
serviços públicos de educação, saúde e áreas de abrangência do Programa.

Estudo de Geoprocessamento para Implantação do Programa Ação Família - viver em comunidade


Município de São Paulo - Distrito de São Rafael
Áreas de acessibilidade da Rede de Serviços Públicos Sociais e setoriais censitários
em vulnerabilidade muito alta selecionados para o cadastramento de famílias

Fonte: SMADS, Observatório de Política Social, out. 2005; GT - Ação Família, jan. 2006; Secretaria Municipal de Educação, 2005;
Secretaria Municipal de Saúde, 2005; Secretaria Municipal de Esportes, 2005; Fundação SEADE, 2004; IBGE - Censo Demográfico 2000.

2006 2007
Distritos 13 39
Famílias atendidas 30 mil 55 mil

Casas da Família - CRAF 19 45


Subprefeituras 9 25
(Butantã, Campo Limpo, Capela do (Aricanduva, Cidade Ademar,
Socorro, Cidade Tiradentes, Fregue- Casa Verde, Ermelino Matarazzo,
sia do Ó, Guaianases, M'Boi Mirim, Ipiranga, Itaim Paulista, Itaquera,
Parelheiros e São Mateus) Lapa, Jaçanã/Tremembé, Jabaquara,
Perus, Penha, Pirituba, São Miguel,
Vila Prudente, Vila Maria, Butantã,
Campo Limpo, Capela do Socorro,
Cidade Tiradentes, Freguesia do Ó,
Guaianases, M'Boi Mirim, Parelheiros
e São Mateus)
É nas 45 Casas das Famílias - Centros miciliar, Violência Doméstica, Sensibilização
de Referência Ação Família (CRAFs) que para a Questão dos Idosos e das Pessoas
acontecem as reuniões socioeducativas, com Deficiência e Direitos Humanos foram
oficinas de geração de renda, palestras e alguns dos temas dos ciclos de capacitação.
passeios, dentre outras ações para os dife- Outro eixo do Programa é o trabalho
rentes grupos beneficiados. Há uma equipe em rede que busca articular parcerias nos
multidisciplinar, formada por psicólogos seus territórios de abrangência, a fim de
e assistentes sociais capacitados para o aproximar as atividades desenvolvidas
trabalho com as famílias. das residências das famílias. Desde o seu
Os mais 600 profissionais envolvidos início, o Ação Família já agregou mais de
na execução do Programa participam das 250 parcerias locais dos mais diferentes
ações de capacitação continuada sobre tipos: associações de bairro, organizações
diferentes temáticas, adequadas à prática sociais, igrejas, escolas públicas e privadas,
diária. Trabalho Socioeducativo, Visita Do- clubes esportivos, dentre outros.

Agente Ação Família


Cidade Tiradentes
Agentes vão de casa em casa
Para aumentar sua capilaridade, o Programa conta com 359 Agentes de Proteção Social
(APS), conhecedores da comunidade em que atuam, e escolhidos para estabelecerem e mante-
rem contato com as famílias. Supervisionados pelos Técnicos, os APS realizam visitas domicilia-
res, sendo que cada um é responsável por acompanhar 150 famílias. Além de aplicarem formulá-
rios diversos para diagnosticarem as demandas dessas famílias e buscarem encaminhamentos
para cada caso, os APS ainda levam informações básicas como datas das próximas reuniões
socioeducativas, dos eventos e das oficinas. É um trabalho de casa a casa, família a família,
pessoa a pessoa.
Ser APS no bairro onde mora surpreendeu, e muito, Tatiane Almeida Silva de Sant'ana,
de 20 anos. "Acabei percebendo que nem mesmo eu conhecia o meu próprio bairro. O Jardim
da Conquista é muito maior do que conhecia. Aí você realmente consegue se colocar no lugar
das famílias que, às vezes, nem conhecem o seu próprio vizinho", resume ela, que está no
Ação Família desde janeiro de 2006.

Pactos entre Secretarias


Com o intuito de construir de fato a rede social e promover ações integradas para o
atendimento às famílias beneficiárias, a SMADS se empenha em oficializar pactos intersecreta-
riais, que estabeleçam compromissos e responsabilidades das Secretarias parceiras na opera-
cionalização do Programa. Assim, foram pactuadas ações com as secretarias do Verde e Meio
Ambiente, Trabalho, Coordenação das Subprefeituras, Esportes, Lazer e Recreação e Comissão
Municipal de Direitos Humanos. Viabilizou-se a participação dos Agentes de Proteção Social na
capacitação do Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis e demais ações de formação oferecidas;
foi acordado que as atividades com as famílias beneficiárias poderiam ser realizadas nos espaços
e equipamentos da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação; acordou-se a participação das
equipes nas capacitações oferecidas pela Comissão Municipal de Direitos Humanos, bem como
o atendimento às famílias que sofrem violação de direitos; e firmou-se o atendimento das famílias
nos Programas Capacita Sampa, São Paulo Confia e com os Centros de Atendimento ao
Trabalhador, os CAT, visando a proporcionar condições favoráveis a a inclusão de jovens
e adultos no mercado de trabalho.

Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS)


Os Agentes de Proteção Social do Programa Ação Família - viver em comunidade
participaram em 2007 do processo de formação temática ambiental para atuarem na
preservação do meio ambiente. Essa ação faz parte do Projeto Ambientes Verdes e
Saudáveis, uma iniciativa integrada da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente,
SMADS e Secretaria Municipal da Saúde, com o apoio do Ministério da Saúde e do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), dentre outras instituições internacionais,
organizações não-govemamentais e universidades.
Os agentes puderam reconhecer e abordar em suas atividades as questões sócio-ambientais
relacionadas à saúde e ao desenvolvimento social, com as quais se deparam no seu dia-a-dia de
trabalho. 0 curso proporcionou ferramentas para o trabalho com as questões do lixo, da água
e energia, da biodiversidade e territórios saudáveis, da convivência saudável, do controle de
doenças causadas por animais e zoonozes, do consumo responsável e cultura da paz e não-vio-
lência. Os APS tornaram-se agentes multiplicadores de conceitos e atitudes para a preservação
do meio ambiente na nossa cidade. "Essa união entre os Agentes de Proteção Social e os Agentes
Comunitários de Saúde, por meio do PAVS, é muito importante para atingirmos o objetivo. Todos se
concentram juntos pelo ideal de proteger o meio ambiente", comentou à época Marcela Maria de
Jesus, Agente de Proteção Social da Casa da Família - CRAF na Capela do Socorro.
e à juventude, envolvendo esporte, cultura
Oficinas elevam o orçamento familiar e lazer, e desenvolve talentos, habilidades e
Nas diversas Casas da Família - CRAFs espalhadas pela cidade, surgem capacidades pessoais. Através da geração
exemplos e mais exemplos de que é possível, por meio da mobilização da co- de formas diversificadas de educação para
munidade e das oficinas de geração de renda, criar alternativas efetivas para valores democráticos, éticos e de participa-
o incremento do orçamento familiar. Além de desenvolverem as habilidades ção, promove-se a autonomia das famílias e
pessoais e promoverem a convivência comunitária, as oficinas de artesanato, o desenvolvimento local.
corte e costura, cabeleireiro, manicure, dentre outras, estão ajudando a melho- Essas conquistas são validadas pelos,
rar a vida das famílias beneficiárias. "Foi muito bom para mim porque não sabia
processos de monitoramento e a avaliação
fazer nada e aprendi muita coisa. No começo costurava para fora, até conseguir
comprar tecido e fabricar minhas próprias roupas", comenta Francisca Nívea das ações, realizados por meio dos instru-
Miriam Sanção, de 38 anos, freqüentadora da Oficina de Corte e Costura. mentos do Sistema de Gerenciamento de
Resultados (SGR) do Ação Família. Ao longo
dos anos, este sistema vem sendo aprimo-
rado, permitindo verificar a participação das
famílias beneficiárias e o real impacto das
Mudando para valer ações do Programa.
a vida de pessoas No final de 2007, realizou-se um estudo
estatístico com as famílias participantes. Os
0 Programa Ação Família vem forta-
índices obtidos foram positivos e validaram
lecendo laços familiares, transformando a
a metodologia utilizada. 93% das famílias
vida de mulheres, homens, crianças, jovens,
aprovaram as visitas domiciliares e 89,3%
adolescentes e idosos, unindo vizinhos, in-
sentem-se muito satisfeitas em relação ao
centivando o protagonismo e a governança
Programa. Houve também melhora signifi-
local, articulando redes sociais e promoven-
cativa nos indicadores de saúde, documen-
do o convívio social no bairro. Além disso,
tação e renda das famílias beneficiadas.
estimula a economia solidária, criando e
Esses dados reforçam que a política pública
ampliando alternativas de geração de ren-
está no caminho certo.
da, fomenta atividades voltadas à infância

Destaques: Início do Depois de


Melhoria nos Programa 1 ano
índices de do-
Documentação
cumentação,
Famílias com todos os adultos com documentação 90% 93%
aumento da
Famílias com todas as crianças, adolescentes ou jovens registrados 97% 97%
renda e das
famílias que Renda
Famílias em que nenhum morador tem renda 17% 13%
fazem acom-
Famílias em que alguns moradores têm renda 77% 83%
panhamento
de saúde Acompanhamento nos serviços de Saúde
Famílias com todas as crianças fazendo acompanhamento
nos serviços de saúde 84% 85%
Famílias com todas as gestantes fazendo pré-natal 29% 31%
Famílias com todos os idosos fazendo acompanhamento nos serviços de saúde 48% 53%
Famílias com todos os deficientes fazendo acompanhamento
nos serviços de saúde 42% 49%
Famílias com todos os integrantes fazendo acompanhamento
nos serviços de saúde 71% 76%

Fonte: Estudo do perfil dos usuários, opinião das famílias e impacto do


Programa Ação Família - viver em comunidade - SMADS, 2008.
Casamento Coletivo Casamento
coletivo
das famílias
Oitenta casais atendidos pelo do Programa
Programa Ação Família - viver em comu- Ação Família
nidade realizaram um sonho: o casamento
oficial. O evento foi fruto de uma parceria
entre a SMADS e as Casas Bahia, em
dezembro de 2007. Os noivos tiveram direito
a convidados, brinde com champanhe,
docinhos e até noite de núpcias, que incluiu
hospedagem, jantar e café da manhã
no Hotel Holiday Inn, ao lado do Pavilhão
do Anhembi.
Para a noiva Deise Duarte da Silva,
de 32 anos, sua noite de núpcias no Holiday
Inn teve um sabor especial. "Nunca imaginei
que um dia passaria uma noite lá", contou
Deise, que trabalhou durante três anos
como camareira no mesmo hotel. Hoje,
ela tem um salão de beleza na sua casa,
em Parelheiros, onde trabalha com a
filha mais velha, Sílvia.

Famílias escrevem livro sobre suas vidas


Fruto de uma parceria entre o Programa Ação Família - viver em comuni-
dade e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comu-
nitária (Cenpec), a SMADS publicou em fevereiro de 2007 o caderno Quem
Somos - fatos e relatos. Trata-se de um livro escrito por 24 famílias das zonas
Norte e Oeste da cidade, atendidas pelo Programa.
Para a elaboração do caderno, as famílias dos distritos de Brasilândia e Rio
Pequeno participaram de oficinas de Investigação Cartográfica, Arte, Leitura,
Comunicação Oral e Escrita. A publicação também traz nove cartas dos 19
Agentes de Proteção Social (APS), profissionais do Ação Família e responsá-
veis pelo contato direto com as famílias atendidas.
Com o caderno, o Programa procurou estreitar a comunicação entre as fa-
mílias, valorizando as suas trajetórias pessoais, além de produzir conhecimento
sobre a potencialidade d,essas comunidades, seus moradores e sua relação
com programas e serviços públicos governamentais e não-governamentais.
Carla Simone da Silva, de 34 anos, teve duas histórias publicadas no ca-
derno: "0 Homem mais forte do mundo" e "Um dia". Com orgulho, comenta "As
histórias estavam prontas na minha cabeça. Quando surgiu a idéia do caderno,
só passei para o papel". Nestas duas histórias, Carla conta passagens de sua
infância em família, com seu pai no centro do enredo.

Autora autografa
exemplar do Caderno
"Quem Somos Fatos e
Relatos" no lançamento
que aconteceu no Museu
da Língua Portuguesa
vívio, alimentação e atividades socioeduca-
O Ação Família e a Rede
tivas, atendendo a crianças, adolescentes
de Proteção Social Básica e a jovens em situação de vulnerabilidade e
risco social e pessoal, bem como a crianças
0 Programa Ação Família - viver recém-saídas do trabalho infantil urbano.
em comunidade articula todos os serviços Muito foi investido no aperfeiçoamento
considerados de Proteção Social Básica, desses Centros e no fortalecimento da me-
levando-se em consideração os fatores todologia de trabalho socioeducativo. Duas
que ameaçam as famílias e as tornam mil e noventa vagas foram ampliadas e os
vulneráveis: Centros foram implantados nos territórios
• a própria composição familiar onde o serviço não era oferecido, como em
• as condições de saúde e o Parelheiros. Há, também, um esforço cons-
acesso a serviços médicos tante e permanente para incluir as famílias
das crianças, adolescentes e jovens em
• o acesso e a qualidade do
programas de transferência de renda.
sistema educacional
Um importante estudo, denominado
• a possibilidade de obter trabalho com
"Serviços em Foco - Centros para Crianças
qualidade e remuneração adequada
e Adolescentes", foi realizado pelo Obser-
A informação das pessoas sobre vatório de Políticas Sociais. A publicação
a rede de serviços públicos básicos e conta sobre a história, discute as concep-
de como ter acesso a eles é fundamental ções, e mostra, por meio de estatísticas,
nesse processo, pois se abrem as os impactos do trabalho desses Centros,
oportunidades de emancipação. nos últimos anos.
Outro ganho foi a elaboração dos "Pa-
râmetros Socioeducativos: proteção social
Crianças, Adolescentes e para crianças, adolescentes e jovens: igual-
Jovens têm atenção especial dade como direito, diferença como riqueza",
por meio de uma parceria entre SMADS,
A estratégia de proteção social em São Fundação Itaú Social e Centro de Estudos
Paulo dedica atenção especial à infância e e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
adolescência, reconhecendo seu direito à Comunitária (CENPEC). Essa publicação
educação e ao desenvolvimento integral, in inédita foi fruto de um intenso debate entre
cluindo o direito de brincar, de crescer com a rede socioassistencial conveniada, os
saúde física, mental e psicológica, direito órgãos públicos e a sociedade civil organi-
ao acesso a espaços e direito à convivência zada, que lidam com a questão dos direitos
familiar e comunitária. da criança e do adolescente. Representa um
0 principal serviço direcionado a esse marco na área da assistência social, por ser
público são os 462 Centros para Crianças, um guia que indicará caminhos e uma refe-
Adolescentes e Juventude, que oferecem rência que aprimora a proposta sociopolíti-
atendimento socioeducativo no contra-tur- co-pedagógica das organizações, valoriza e
no escolar, ou seja, atividades no horário respeita a diversidade de grupos e fortalece
inverso ao horário de aula. São 57.997 vagas a autonomia dos agentes educadores.
nesses serviços que têm espaços para con-
De São Paulo a Milão:
"Experiência única", diz aluna selecionada para curso em Milão
o poder da capacitação
de jovens "Essa é uma oportunidade única. Sem falar na experiência de vida, de
aprender outra língua e de conhecer uma cultura diferente". Assim Cibelle Mo-
reira de Andrade, ex-aluna do Restaurante-Escola São Paulo, definiu a oportu-
Outra linha de atuação da assistên-
nidade de fazer um curso de gastronomia em Milão, na Itália. "Quis conhecer a
cia social é o investimento na formação amplitude da gastronomia", disse ela, que trocou um emprego de recepcionista
e capacitação de jovens, visando a pro- em uma auto-escola para fazer o curso. Vinda de família grande com renda
porcionar habilidades para o mundo do pequena, Cibelle morava na época com os pais e 3 irmãos no bairro Cidade
trabalho. Aproveitando a tendência para a Nova, em São Miguel Paulista, na zona Leste da cidade. Na volta de Milão, ela
área gastronômica da cidade de São Paulo começou a trabalhar em um restaurante de um hotel 5 estrelas de São Paulo.
foram implantados os Restaurante-Esco-
la e a Lanchonete-Escola, que oferecem
cursos de gastronomia com ensino teórico e
prático para 240 jovens, entre 17 e 20 anos.
Os alunos têm direito a uma bolsa mensal
e auxílio-transporte no valor de R$ 200,00
pagos pela Secretaria do Trabalho. Esses
serviços foram aprimorados por várias
ações desencadeadas ao longo de 2006
e 2007, em conjunto com as organizações
sociais parceiras.
• Os resultados já demonstram o
sucesso dessa iniciativa: 745 jovens já
se formaram nos cursos oferecidos, e os
próprios bares, restaurantes e lanchonetes
procuram esses profissionais para compo-
rem seu quadro de funcionários.
Visando a aprimorar a formação dos
que se destacaram na primeira turma do
curso de gastronomia do Restaurante-Esco-

c
la, foi viabilizado, por meio de um termo de
ooperação entre a Prefeitura de São Paulo
Aluna Cibelle
a Prefeitura de Milão, intercâmbio de qua¬
que foi para Milão
tro jovens, para que eles permanecessem
nove meses na Itália, onde freqüentaram o
curso de gastronomia da Escola Cario Porta, Outro programa desenvolvido em São
de setembro de 2005 a junho de 2006; ao Paulo é o ProJovem, do Governo Federal,
voltarem ao Brasil, todos foram empregados que visa a proporcionar a formação integral
e participam de encontros periódicos de do jovem de 18 a 24 anos, elevando sua
ex-alunos. escolaridade e qualificação profissional,
Buscando desenvolver ações que capacitando-o para atuar em diversas áreas
incentivem a cidadania e proporcionem como Telemática, Administração, Esporte e
experiências práticas que preparem para Lazer e Saúde. 0 programa paga uma bolsa
futuras inserções no mercado de trabalho, mensal de R$ 100 por um período de 12
há também o programa Agente Jovem, do meses aos alunos que obtiverem bons resul-
Governo Federal, destinado a jovens de 15 a tados e freqüentarem pelo menos 75% das
17 anos, em situação de risco e de vulne- aulas. No município de São Paulo, o ProJo-
rabilidade social. Os participantes devem vem está sob coordenação da SMADS, em
permanecer na escola e freqüentar, durante gestão compartilhada com as secretarias
12 meses, atividades de capacitação comu- municipal de Educação, do Trabalho e de
nitária. Hoje são 4.325 jovens que desenvol- Participação e Parceria, por meio da Coor-
vem ações integradas diretamente nas suas denadoria da Juventude. Em três anos de
comunidades, visando ao desenvolvimento gestão, foram matriculados 17.162 alunos.
local. Cada um recebe uma bolsa mensal 0 ProJovem mantém hoje 7 Estações
de R$65,00. Juventudes e 49 Núcleos de
Ação Comunitária.
Terceira Idade ganha novo de trabalho para qualificar profissionais dos
serviços de atendimento a pessoas idosas,
olhar e atendimento
realizado em 2006.
São Paulo acompanha o cenário nacio- Outro marco importante foi a publi-
nal de aumento da expectativa de vida da cação, em parceria com o Banco Real, da
população, que é em média de 71 anos de "Cartilha do Idoso, Mitos e Verdades sobre
idade. Essa mudança no perfil populacional a Velhice", em 2005, que agrega informa-
deve provocar profundas transformações ções a respeito dos direitos da pessoa
econômicas e sociais, que demandam aten- idosa, das políticas nacional e municipal de
ção especial. assistência ao idoso, das opções de lazer,
além de informações acerca do processo de
Um grande avanço para assegurar os
envelhecimento.
direitos dessa população foi a consolidação
do Estatuto do Idoso e das Políticas Nacio- Dentre as ações destinadas a
nal e Municipal do Idoso. Com base nessas este público, destaca-se a ampliação em
diretrizes, muito se investiu nos grupos 22,4% da capacidade de atendimento dos
de convivência e de discussão de idosos Núcleos de Convivência de Idosos. Esses
e nos representantes do Grande Conselho serviços oferecem espaço de estar e de
Municipal do Idoso (GCMI) visando ao apri- convívio e, trabalho socioeducativo, favo-
moramento da política de assistência social recendo um processo de envelhecimento
destinada a esta população. Esses novos ativo e saudável e a motivação para novos
conceitos e princípios também precisavam projetos de vida. Na mesma linha, visando
ser disseminados entre os profissionais da combater o isolamento e a estimular que
rede socioassistencial, dos representantes o idoso se mantenha autônomo durante
dos Fóruns Regionais e do Grande Conselho o maior tempo possível, houve também a
do Idoso, por isso, foram desenvolvidas di- ampliação do número de oficinas itineran-
versas ações de capacitação com o objetivo tes, que passaram a ocorrer em mais 15
de instrumentalizá-los técnica e operacio- serviços da rede socioassistencial, dispo-
nalmente. Um exemplo foi o seminário ge- nibilizando atividades de ginástica, dança,
rontológico "Velhice Singular - resignifican- teatro, artesanato, literatura, ioga, moda,
do esta etapa da vida", seguido de oficinas dentre outras.

Idosos em plena atividade: CRECI@


0 Centro de Referência e Cidadania do Idoso, o CRECI@, chega a atender a 12.000 pessoas
por mês e oferece múltiplos cursos e oficinas: ioga, artesanato, capoeira, coral, canto, ginástica,
dança, xadrez, contos e violão. Além disso, há espaço de estar e entretenimento, e sempre ocor-
rem apresentações culturais, educativas e informativas.
Em 2006, foi realizado o do Projeto Senta que lá vem História, oriundo da oficina de Conta-
dores de História. Esse projeto formou um grupo de idosos para contar histórias em Centros para
Criança, Adolescentes e Juventude da cidade. Já em 2007, foi implantada a Padaria do Vovô, que
oferece oficinas de panificaçãp aos idosos.
Norberto Isaías foi um dos primeiros a se inscrever nestas oficinas. "Quero aprender os co-
nhecimentos básicos do pão e levar isso para o Sítio das Alamedas", afirmou, à época. A aposen-
tada Maria Santos Teles foi outra bem animada em participar do curso. "Tudo que a gente possa
aprender é muito, e passar para outras pessoas é melhor ainda", disse ela, que já participava de
outras oficinas no CRECI@, como capoeira, artesanato e ioga.
Um direito bem-vindo: dessa natureza são fundamentais para o
enfrentamento das desigualdades sociais,
Revisões do Benefício de
porém, devem ser combinadas com a ação
Prestação Continuada (BPC) socioeducativa para o fortalecimento fami-
liar e comunitário.
O BPC é um direito constitucional regu-
Além das revisões, é extremamente
lamentado pela Lei Orgânica da Assistência
importante manter os trabalhadores sociais
Social (LOAS, 1993), destinado à pessoa
atualizados, visando promover o acompa-
idosa com 65 anos ou mais e à pessoa com
nhamento socioeducativo dos beneficiários.
deficiência, com renda per capita inferior a
Por isso, foi firmado em 31 de janeiro de
1/4 do salário mínimo, que não tenham condi-
2008 um termo de cooperação com o INSS
ções de prover sua subsistência nem tê-la
para encaminhamento dos usuários dos
provido por sua família.
CRAS e CRAFs que atendam aos critérios
Por meio de revisões é possível
de inclusão no BPC Profissionais do Pro-
manter sob proteção quem depende do
grama Ação Família - viver em comunidade
BPC, corrigir distorções em sua operacio-
participaram de capacitação sobre a ques-
nalização, e, também, caracterizar o perfil
tão do idoso e da pessoa com deficiência,
dos beneficiários com vistas à melhoria do
sob a ótica do BPC "Saio daqui com uma
atendimento. Nessa gestão, foram realiza-
visão totalmente diferente dos meus con-
das a 5a e a 6a revisões, respectivamente
ceitos. Tinha visão equivocada de algumas
em 2005 (23.937 pessoas entrevistadas) e
coisas, principalmente em relação aos mitos
2006 (36.676 pessoas entrevistadas). Na 5°
e verdades", revelou à época Fernanda Ro-
revisão, 93,1% dos localizados permanece-
drigues Gonçalves, APS da Casa da Família
ram recebendo o benefício. Já na 6o revisão,
- CRAF na Brasilândia.
96,1% continuaram a receber o BPC Nas
Para Pedro Gilvan da Silva Oliveira, da
duas ocasiões, verificou-se que 70%, tanto
Casa da Família - CRAF em Guaianases, a
entre idosos quanto entre as pessoas com
oficina foi "muito construtiva, reflexiva e di-
deficiência, destinam o benefício para a
vertida". "Farei uso dessas informações para
compra de alimentos e medicamentos. A
melhor atender a nossa comunidade", disse.
constatação revela que as políticas públicas

Idosa em aula
de decoupagem
de embalagem
no CRECI@
é uma vida e uma história e é através da
aproximação e do conhecimento da história
dessas pessoas que serão estimuladas a
construção de um plano de vida e a sua
saída das ruas.
O São Paulo Protege oferece acolhi-
mento, proteção e encaminhamento. 0
objetivo final é a promoção da autonomia, a
reintegração na família e a recuperação de
sua plena capacidade, de forma produtiva.
A parte mais visível de sua atuação é o ser-
viço Presença Social nas Ruas, coordenado
pela Central de Atendimento Permanente e
de Emergência (CAPE). Com ele, a SMADS
promove atendimento sistemático, ininter-
rupto e respeitoso às pessoas em situação
Construindo novas vidas de rua, sejam elas usuárias ou não dos
equipamentos da rede de proteção social.
O Programa São Paulo Protege Com empenho e persistência, os
promove a inclusão social de crianças, Agentes de Proteção Social (APS) fazem
adolescentes, adultos e idosos em situação um trabalho de abordagem na tentativa de
de vulnerabilidade social e de risco pessoal, construir uma relação de confiança com
especialmente crianças e adolescentes em quem está vivendo em situação de rua,
trabalho infantil, vítimas de abuso e explo- a fim de convencê-los a ser encaminha-
ração sexual, que vivem nas ruas, e adultos dos para um dos serviços. Eles exercem
em situação de rua e indivíduos com permanente vigilância socioassistencial nos
direitos violados. territórios que concentram maior número
Esses são os atores centrais de uma de pessoas em situação de rua e de risco
triste realidade, agravada por uma série de social e pessoal. 0 trabalho de abordagem
fenômenos sociais, resultantes da própria vem dando certo: em três anos, retirou das
urbanização desordenada, da migração da ruas cerca de 2.600 adultos em situação de
população rural, do déficit habitacional, do rua e mais de 2 mil crianças em situação de
desemprego, dentre outros. São pessoas rua trabalho infantil.
que estão em alto grau de risco social e 0 Programa São Paulo Protege está
pessoal, em razão da ausência de trabalho organizado em duas intervenções integra-
e de renda, da perda de vínculos familiares, das e complementares:
do alcoolismo, da drogadição ou do aban- • São Paulo Protege suas Crianças
dono. Cada caso é um caso, cada pessoa • São Paulo Protege Adultos

CAPE: A Presença Social nas Ruas


A Central de Atendimento Permanente e Emergência (CAPE) é respon-
sável pelo atendimento ao munícipe, via telefone, com fins de recebimento de
solicitações de abordagem de crianças, adolescentes, adultos e famílias em
situação de rua. 0 atendimento é realizado pela Central de Atendimento Telefô-
nico Ininterrupto, cujo objetivo é atender ao usuário com agilidade e qualidade.
A Central desenvolve uma ação de articulação e contato com os diversos
serviços públicos — CRAS, Samu, Pronto Socorro, Defesa Civil, Conselho
Tutelar, Região Metropolitana, dentre outros. Hoje a central recebe em média
500 ligações por dia de munícipes solicitando o serviço, trabalhando de forma
integrada com as bases de atendimento do serviço Presença Social nas Ruas,
que atuam em sete Subprefeituras do município onde são identificados os
pontos de maior concentração de população em situação de rua.
O serviço de Presença Social nas Ruas - apoiado pelo programa Ação
Centro BID era, antes, centralizado, contando com 28 Agentes de Proteção So-
cial e seis veículos Kombi. Nos últimos anos, foi descentralizado e hoje conta
com 474 Agentes de Proteção Social e com uma frota de 44 veículos. A amplia-
ção dos serviços e o investimento em qualificação da Central foram essenciais
e se refletem no aumento do número de abordagens realizadas.
Alguma emergência na rua que precise de um atendimento social
imediato? Há um canal direto para esta comunicação, através dos telefones:
3228-5554, 3228-2092, 3397-8850 ou 156. Ou via email: cape@prefeitura.sp.gov.br
Esse cenário não é exclusividade de
Programa São Paulo
São Paulo. Populações em situação de
Protege Adultos rua existem em muitas cidades do mundo
e metrópoles como Nova Iorque e Paris
também sofrem com os problemas comple-
xos e multifacetados, inerentes dos grandes
centros urbanos.

Agente de Proteção Social no momento


da abordagem a morador em situação de rua
Os motivos que levam estas pessoas à
situação de rua são variados: desemprego,
Pouco mais de 13 mil pessoas vivem em transtornos mentais, expulsão de casa por
situação de rua em São Paulo. Cerca de 59% suas famílias ou fuga por motivo de violên-
delas buscam acolhimento em albergues e cia criminal. 0 Estudo dos Albergues e Perfil
abrigos; 41 % pernoitam nas ruas e demais de seus usuários, realizado em parceria com
logradouros públicos (SMADS/FIPE,2006). a FIPE em 2006, revelou que:
Em 2003, o Censo da População de Rua
encontrou 10.400 pessoas em tais circuns-
tâncias; dê lá para cá, houve um aumento
próximo de 29%.
As pessoas do sexo masculino re-
presentam a maior parcela da população
usuária desses serviços. Observou-se uma
tendência de envelhecimento, pois a idade
média dos usuários está ao redor de 44,7
anos, o que também pode ser verificado no
gráfico a seguir.

26% nasceram na capital. Cerca de metade


dos migrantes chegaram à cidade pela
primeira vez há mais de 22 anos.
A situação de trabalho também
foi verificada, constatando-se que 74%
dos pesquisados trabalham. Desses,
69% realizam trabalho informal, 5% têm
carteira assinada e 36% são catadores
de materiais recicláveis.
Ainda com base nesse estudo, o
conjunto de dados coletados levou a uma
avaliação positiva da rede de serviços
A maioria da população é procedente da socioassistencias. Na maioria dos casos,
região Sudeste (49%) seguida dos originá- os indicadores apontam uma acolhida com
rios da região Nordeste (41%). Há também dignidade, condições materiais satisfatórias
um pequeno grupo de estrangeiros, pro- e um trabalho socioeducativo de qualidade.
cedentes principalmente de outros países 0 conhecimento da população em
da América Latina - Bolívia, Argentina, situação de rua é um quadro de referência
Paraguai - que correspondem a 1% do total indispensável para avaliar os resultados.
dos usuários. Os problemas decorrentes das caracterís-
Na região Sudeste predominam os ticas da população são, de fato, questões
originários do estado de São Paulo que fundamentais para o desenho das políticas
correspondem a 36% do conjunto, sendo de atendimento e provisão de serviços.
que 19% nasceram na capital. Entre os mais Dessa maneira, a explicitação do
jovens a presença dos paulistas é ainda perfil da população apontou a necessidade
Ex-moradores
mais significativa. No grupo que tem menos de diversificação dos serviços da rede. So-
de rua são usuários de 30 anos quase a metade (46%) é proce- mado a isso, constatou-se que a convivên-
do Hotel Social dente do estado de São Paulo, sendo que cia simultânea de pessoas com problemas
da SMADS
de saúde, alguns deles graves, resultava em
uma fonte potencial de atritos, reiterando a
demanda de articulação com outras políti-
cas públicas, notadamente saúde, habitação
e programas de geração de renda e empre-
go, para promover de fato a inclusão social
desse público.
Assim, a rede de serviços socioas-
sistenciais passou por um processo de
reordenamento e diversificação. Diante da
tendência ao envelhecimento dos usuários,
foi implantado em 2006 o Centro de Acolhida
Especial para Idoso. Da mesma maneira, a
partir do aumento do número de famílias em
situação de rua, apontado pelo estudo, foi
implantado ainda em 2006 o primeiro Centro
de Acolhida para Famílias, na região da de serviços, atendendo a esta diversifi-
Mooca, que acolhe um total de 100 pessoas, cação. A região Sul, por exemplo, passou
as quais foram cadastradas em programas a contar com um Centro de Acolhida para
de transferência de renda. Há também as Mulheres, na Subprefeitura de Santo Ama-
Repúblicas para Homens, Mulheres e Ido- ro, e um Centro de Acolhida para Homens,
sos, destinadas àqueles que já se encon- na Capela do Socorro; da mesma forma, a
tram em condições de gestão cotidiana de região Leste ganhou mais três serviços em
residência, ou seja, pessoas com alto grau São Miguel, Aricanduva e Sapopemba.
de independência e socialmente ativas. Outra estratégia de atendimento ocorre
Optou-se também por ampliar o número durante o período do inverno por meio da

Comparação da Rede de Atenção à população em situação de rua adulto- 2005 e 2007

Fonte: SMADS, GABINETE, CGA - Convênios, dez. 2007. PRODAM. Geolog 2.1.2, 2001
Humanização norteia o atendimento
Vítimas de violência
contam com abrigo
A metodologia de trabalho da rede socioassistencial para adultos em
situação de rua também foi aprimorada, sendo estabelecidos os seguintes Os processos de reordenamento e
princípios norteadores do processo de atendimento ao cidadão usuário:
aprimoramento dos serviços também foca-
1) Reconhecimento como sujeito - A pessoa atendida é incentivada
ram o atendimento às mulheres em situação
a assumir o papel de sujeito do processo de sua recuperação; assim,
ela contribui, executa e se responsabiliza pelos resultados. de rua e vítimas de violência. Os quatro
2) Respeito à individualidade - Valorização do potencial criativo Núcleos de Defesa da Mulher passaram
de cada pessoa e das qualificações já adquiridas em outras experiências a contar com profissionais diferenciados,
sociais e profissionais. que oferecem não só acolhida e atendimen-
3) Eqüidade - Pessoas diferentes requerem diferentes níveis to, mas também oficinas socioeducativas.
de atenção além de recursos técnicos, profissionais e institucionais. Além disso, todas as mulheres usuárias
4) Caráter processual das intervenções - A requalificação das foram cadastradas nos programas de
relações sociais do sujeito será resultado do encadeamento de transferência de renda.
diferentes intervenções articuladas entre si.
Em 2007, foi implantado um Abrigo Es-
5) Integralidade da ação - As intervenções devem considerar
aspectos econômicos, sociais, emocionais e da saúde do sujeito. pecial para Mulheres Vítimas de Violência,
com capacidade para atender a cerca de 20
mulheres. Elas recebem assistência médica
e psicológica, e auxílio para encontrarem
Operação Frentes Frias; as abordagens à empregos e para matricularem seus filhos
população em situação de rua são intensi- em creches e escolas. Acontecem também
vas e há um aumento do número de vagas. oficinas de geração de renda e cidadania
Na Operação Frentes Frias em 2007, 1.250 que auxiliam ao máximo sua inserção
vagas emergenciais foram abertas para na sociedade.
acolherem à população em situação de rua
na cidade, e o número de abordagens pas-
sou de 5.430 no mês de maio para 12.843 no Novas ações agilizam o
mês de julho.
Alexandre, de 23 anos, que dormia
atendimento à população de rua
no Largo do Arouche numa noite fria de
A Prefeitura instituiu um Grupo de
julho de 2007, concordou em ir para um Cen-
Trabalho Intersecretarial criado para pro-
tro de Acolhida, depois de ser abordado por
por às diretrizes da Política Municipal de
uma dupla de Agentes da CAPE. "Não gosto
Atenção às Pessoas em Situação de Rua,
de dormir na rua, não. Com esse frio, é muito
que agrega, além da SMADS, as secretarias
melhor dormir num albergue. Nossa,
municipais de Governo; Coordenação das
não tem nem comparação".
Subprefeituras; Serviços; Especial para
Biblioteca para os idosos
em Centro de Acolhida Participação e Parceria; Especial da Pessoa
com Deficiência e Mobilidade Reduzida;
Habitação; Trabalho; Educação; Saúde; e
Comissão Municipal de Direitos Humanos.
Dentre as boas práticas de gestão Interse-
cretarial, geradas pela ação do Grupo de
Trabalho, merece destaque a Capacitação
Proteção Social e Saúde, voltada para os
Agentes de Proteção Social, responsáveis
pelas abordagens à população em situação
de rua, do Programa São Paulo Protege.
Essa capacitação teve como objetivo
instrumentalizar os Agentes de Proteção
Social para atuarem em rede, realizando os
encaminhamentos apropriados de pessoas
em situação de rua aos serviços e/ou equi-
pamentos de saúde. Outra ação interse-
Bibliotecas nos Centros de Acolhida: das ruas para os livros cretarial foi a parceria com as Secretarias
Estadual e Municipal de Trabalho para
A SMADS, em parceria com o Programa São Paulo - Um Estado de Leito-
encaminhamento de 1.890 usuários da rede
res, da Secretaria de Estado da Cultura e organizações sociais conveniadas,
investiu em bibliotecas e salas de leituras em Centros de Acolhida. 0 feito é de proteção social especial para Frentes de
inovador e visa aproximar a população em situação de rua do mundo dos livros. Trabalho, nas mais diversas áreas: jardina-
0 incentivo é para que os cidadãos usuários reconstituam, através da leitura, gem, construção civil, pintura, marcenaria,
da escrita ou da fala, a sua memória, história de vida e identidade. dentre outras.
Programa São Paulo
Protege suas Crianças

Crianças e adolescentes
são eleitos prioridades
Toda criança ou adolescente tem o
direito à convivência familiar e comunitária,
prioritariamente em família de origem: esse
é o pressuposto que norteia as ações do
Programa São Paulo Protege suas Crianças,
que busca superar uma cultura que ainda
prioriza a institucionalização.
Direcionando as ações ao público in-
fanto-juvenil, o Programa define estratégias
de atuação diferenciadas considerando a
natureza da vulnerabilidade e do risco social Abordagem

a que esse público está exposto. Na atual a permanência nas ruas relaciona-se à pos-
gestão a SMADS elegeu como uma de suas sibilidade de ganhos financeiros oriundos
prioridades a atenção às crianças e ado- da exploração sexual, delinqüência de modo
lescentes em situação de rua, em especial, geral ou, particularmente, de pequenos
àquelas que se encontram na situação de assaltos, furtos e participação no tráfico
trabalho informal nas ruas, desenvolvendo de drogas. Nessa luta pela sobrevivência,
ações de apoio sócio-familiar, associadas à crianças e adolescentes estão expostos
inserção em programas de transferência de a riscos potencializados, entre outros,
renda, reconhecendo seu direito à educa- por precária e insuficiente escolarização,
ção e ao desenvolvimento integral. precário acesso às políticas públicas, e por
várias oportunidades de ganhos oferecidas
por meios ilegais.
Combate ao trabalho De moeda em moeda, a sociedade aca-
infantil: a principal bandeira ba contribuindo para a manutenção deste
social de São Paulo grave quadro social. Quem dá esmolas e
compra produtos colabora com uma indús-
Hoje, como na Europa Pré-Revolução tria que movimenta cerca de 25 milhões
Industrial, crianças e adolescentes vindos de reais ao ano, e prejudica diretamente o
dos bairros periféricos ou de outras cidades desenvolvimento dessas crianças e adoles-
33 Região Metropolitana, em sua maioria centes.
morando com a família ou freqüentando a 0 enfrentamento das situações decor-
Escola, trabalham nos cruzamentos das ruas rentes do trabalho infantil exige uma abor-
de maior trânsito dos grandes distritos da dagem que aponte não só para soluções
cidade de São Paulo realizando pequenos econômicas e sociais, mas também para a
números artísticos com malabares, venden- necessidade de mudanças mais significati-
do balas, flores e outros produtos, vas, tanto da sociedade como das famílias.
ou esmolando. Muitos mitos ainda justificam a idéia de
Essas atividades informais, adotadas trabalho infantil; perversos em seu resulta-
como estratégia de sobrevivência própria e do, valorizam o trabalho em vez da escola,
de geração de renda para as suas famílias como forma de moldar e fortalecer o caráter
- que muitas vezes colaboram e incentivam da criança.
a prática - são geralmente "coordenadas" Para entender melhor essa realidade,
por um adulto: pai, mãe, parente ou, ainda, identificar e diagnosticar as condições
um terceiro. Esse aliciador muitas vezes a que estão submetidas as crianças em
se encarrega de levar as crianças para os situação de rua e de trabalho infantil, foi re-
cruzamentos, fornece-lhes produtos ou alizado, em parceria com a FIPE e no âmbito
instrumentos de trabalho", no caso dos do Programa Ação Centro BID, o primeiro
malabares, em troca da maior parte do Censo de Crianças e Adolescentes em situ-
rendimento auferido pelo grupo de trabalha- ação de rua e de trabalho infantil.
dores mirins.
Sofrendo dos malefícios de jornadas
prolongadas, essas crianças são ainda sub-
metidas a um trabalho insalubre e penoso.
Outro fator que atua como reforçador para
A pesquisa identificou 538 pontos de
Alegações usuais para "justificar" o trabalho infantil: concentração de criança e adolescentes
"Crianças e jovens (pobres) devem trabalhar para ajudar em 28 subprefeituras, com forte presença
a família a sobreviver" de crianças e adolescentes nos distritos
É a família que deve amparar a criança, e não o contrário centrais, Subprefeitura da Sé, estendendo-
"Criança que trabalha fica mais esperta, aprende a lutar pela vida se pelos distritos das Subprefeituras de Pi-
e tem condições de vencer profissionalmente quando adulta" nheiros, Vila Maria, Santo Amaro, Santana,
O trabalho precoce não qualifica e, portanto, é inútil como Lapa e Mooca.
mecanismo de promoção social.
Cruzamentos e semáforos são locais
"O trabalho enobrece a criança. Antes trabalhar que roubar".
Expressa a mentalidade segundo a qual, para crianças e adolescentes preferidos pelas crianças e adolescentes
pobres, o trabalho é disciplinador: seria a "solução" contra a desordem moral que vendem produtos, fazem malabares e
e social a que essa população estaria exposta. 0 argumento que refuta esse pedem esmola. Praças e baixos de viadutos
é, "antes crescer saudável que trabalhar". 0 trabalho infantil marginaliza a acolhem, com maior freqüência, os meninos
criança pobre das oportunidades que são oferecidas às outras. e meninas que já se tornaram moradores
"0 trabalho é um bom substituto para a educação de rua, pois são locais mais propícios para
Usado principalmente no caso de crianças com dificuldades no desempe- dormir, cheirar cola ou brincar. Nos demais
nho escolar. Algumas famílias, sem vislumbrar outras possibilidades, incorpo- distritos da cidade (com exceção de Cidade
ram a idéia de que é melhor encaminhar seus filhos ao trabalho.
Ademar, Cidade Tiradentes e Perus), tam-
Efeitos perversos do trabalho infantil bém foram identificados locais de perma-
O trabalho precoce de crianças e adolescentes interfere nência das crianças.
diretamente em seu desenvolvimento:
• físico - porque ficam expostas a riscos de lesões, deformidades físicas e
doenças, muitas vezes superiores às possibilidades de defesa de seus corpos; Comemoração:
• emocional - podem apresentar, ao longo da vida, dificuldades São Paulo reduz número
para estabelecer vínculos afetivos em razão das condições de exploração de crianças na rua
a que estiveram expostas e dos maus-tratos que receberam
de patrões e empregadores;
O aprimoramento constante do trabalho
• social - antes mesmo de atingir a idade adulta realizam se traduz de maneira expressiva e em núme-
trabalho que requer maturidade de adulto, afastando-as do convívio
ros. Em 2005, a cidade de São Paulo contava
social com pessoas de sua idade.
4.030 crianças e adolescentes vivendo e/ou
0 trabalho precoce interfere negativamente na escolarização das crian-
trabalhando em suas ruas e praças, viadu-
ças, seja provocando múltiplas repetências, seja empurrando-as para fora
tos e ruelas; em 2007, o Censo apontou uma
da escola -fenômeno diretamente relacionado à renda familiar. Crianças e
adolescentes oriundas de famílias de baixa renda tendem a trabalhar mais e boa diminuição nesse número, com queda
estudar menos, comprometendo, dessa forma, suas possibilidades de vida para 1.842 crianças e adolescentes nessa
digna. O trabalho infantil constitui assim obstáculo ao desenvolvimento das condição (1.000 em trabalho infantil e 842
crianças, resultando em redução de suas expectativas futuras. em situação de rua).
(OIT - Organização Internacional do Trabalho. Combatendo o trabalho infantil
Guia para Educadores/IPEC, Brasília, 2001)
Pontos de Concentração do Trabalho Infantil

F
onte: FIPE/SMADS, Censo de Criança e Adolescente em Situação
de Rua e Trabalho Infantil na Cidade de São Paulo, dez 2006; CEM/CEBRAP, 2003;
Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, 2005; PRODAM- Geolog 2.1.2, 2001.
Campanha "Dê mais
que esmola. Dê futuro"
As famílias expostas às carências, in-
certezas, apelos da sociedade de consumo
e vitimadas pelo difícil acesso às políticas
I públicas - em especial educação, saúde,
trabalho, habitação - buscam sobreviver
pelo trabalho de todos os seus membros,
incluindo os menores de 16 anos.
Grande parte das crianças e dos
adolescentes envolvidos com o trabalho
infantil mora com a família ou com algum
adulto nos bairros periféricos e na região
metropolitana. Todos os dias, eles migram
para as regiões centrais, onde conseguem
arrecadar dinheiro. As vítimas do trabalho

e
infantil estão longe de casa e dos bancos
scolares, expostas à violência sexual,
moral e física, contrariando a Constituição
Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do

a
Adolescente (ECA).
Em sua cruzada de sensibilização e
mobilização da sociedade, a SMADS lançou
em 2005 a campanha "Dê mais que esmola.
Dê futuro", com o objetivo de esclarecer a
população sobre os direitos da criança e do Outra parceria de sucesso foi com o
adolescente, e de promover sua adesão às Conselho Regional de Contabilidade do
ações de erradicação do trabalho infantil Estado de São Paulo (CRC-SP), que lançou
nas ruas da cidade. a cartilha "Uma Ação que Vale um Milhão",
A média de ganho de cada criança por com informações sobre como doar parte do
dia trabalhando nos faróis é de R$ 30,00; por imposto de renda devido para associações
no, esse montante chega a R$ 10.800,00 assistenciais e para o Fundo da Criança e
por criança. Assim, o trabalho infantil resul- do Adolescente (FUMCAD). A campanha e a
ta em uma renda maior do que a oferecida cartilha ajudam a desmistificar a dificuldade
pelos programas sociais. No entanto, o de se fazer doação ao FUMCAD ou a outros
hábito de dar esmolas é uma ação paliativa, Fundos. No Estado de São Paulo, existem
dispersa, que não ajuda a reverter a grave 110 mil contabilistas, sendo 50 mil só no Táxi colaborador da
condição social a que essas crianças estão município de São Paulo. Campanha "Dê m
submetidas. Sugere-se, como alternativa, esmola. Dê futuro"
que as doações sejam canalizadas para o
Fundo Municipal da Criança e do Adoles-
cente (FUMCAD), que mantém mais de 500
projetos voltados à criança e ao adolescen-
te. Em 2007, o Fundo beneficiou 130 mil jo-
vens por meio de 171 projetos conveniados.
A Campanha "Dê mais que esmola. Dê
futuro" é um sucesso, pois a sociedade en-
tendeu e encampou a idéia. Hoje conta com
77 parceiros de peso, que deram apoio por
meio de doações, de divulgação e estrutura
técnica. Além disso, todo o material publi-
citário da campanha foi produzido pelos
parceiros, assim como as veiculações em
rádio e TV foram gratuitas.
Um dos destaques foi a parceria com
o Sindicato dos Taxistas Autônomos de
São Paulo e com a Secretaria Municipal de
Transportes, que levou o selo da campanha
a 33 mil veículos da frota de táxis autôno-
mos que circulam pela cidade. É a campa-
nha rodando as ruas da capital.
Como doar para o Fundo Municipal da
Escola, família e
Criança e do Adolescente - FUMCAD
geração de renda:
a receita para a erradicação
Pessoas físicas ou jurídicas podem contribuir com a campanha
"Dê mais que esmola. Dê futuro", fazendo doações para o FUMCAD:
do trabalho infantil
Banco do Brasil: agência 1897-x - C/C 5738-x - com abatimento do Im-
posto de Renda devido de 1% para pessoa jurídica e de 6% para pessoa física, Em cumprimento à legislação e às
direcionando em qual organização social ou iniciativa deseja investir. convenções internacionais da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) das quais
o Brasil é signatário, o Governo Federal
criou e implementou em 2001 o Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
Campanha ganha filme contra o trabalho infantil que enfatiza a importância da gestão
0 Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro produziu intergovernamental, do caráter intersetorial
um documentário sobre o trabalho infantil na cidade de São Paulo, abordando e da participação da sociedade nas ações
o cotidiano de crianças e adolescentes em situação de trabalho nas ruas. do Programa. 0 PETI combina freqüência
0 filme ainda mostra entrevistas com familiares, professores, especialistas, à escola a ações de complementação da
autoridades e assistentes sociais, que lutam pela recuperação desses jovens jornada escolar, inclusão em programas e
por meio de políticas públicas e de ações práticas. Dirigido por Alexandre Ra- serviços de proteção social, fortalecimento
thsam, com argumento de Floriano Pesaro,o filme "Crianças - o trabalho infantil
da família e geração de renda familiar, por
nas ruas de São Paulo "foi lançado em outubro de 2006 e exibido em sessões
meio do pagamento de subsídio financeiro
exclusivas para parceiros da campanha, organizações conveniadas e profissio-
nais da rede de proteção social da Secretaria. mensal, ações socioeducativas e de qua-
lificação profissional, avaliados de forma
positiva pelos organismos internacionais.
0 PETI é um eixo estratégico do Pro-
grama São Paulo Protege, fundamental para
a mudança das condições das crianças e
adolescentes que trabalham nas ruas. Em
dezembro de 2004, a Prefeitura pagava
2.907 bolsas do PETI; em dezembro de 2007,
o número de bolsas subiu para 4.590- um
aumento de 58%.

Projeto Cata-Vento
Em parceria com a Organização In-
ternacional do Trabalho (OIT), a Fundação
Orsa e o Fórum Paulista de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil, o Projeto
Cata-Vento é um esforço para retirar das
ruas crianças em situação de trabalho in-
fantil na região de São Mateus. Em um ano,
522 crianças foram retiradas do trabalho
informal urbano e inseridas no PETI e em
17 Centros para Criança, Adolescente e
Juventude, e 243 famílias foram atendidas
em oficinas diversas, como bordado, pintura
em tecido e corte e costura..

Denúncias de exploração
do trabalho infantil podem
ser feitas pelo telefone
0800-111616, do Ministério
Público do Trabalho / Procu-
radoria Regional do Traba-
lho da 2a Região.
Novo modelo de atendimento: atendimento ininterrupto, 24 horas, todos
os dias. Neles, é possível obter referência
os Centros de Referência de
e acesso a serviços, programas e benefí-
Crianças e Adolescentes cios socioassistenciais e demais políticas
públicas destinadas a esse segmento social.
Implantando um modelo inovador de
Há atendimento social, psicológico, apoio
atendimento, por meio de um novo concei-
e defesa de direitos a vítimas de violência,
to de prestação de serviço, que garante
abuso e exploração, inclusive pelo trabalho
espaços menores, com capacidade para até
infantil.
20 crianças e adolescentes, mais aconche-
A metodologia de trabalho visa a agili-
gantes e acolhedores que os anteriores,
zar os encaminhamentos dessas crianças e
foram instalados 15 Centros de Referência
adolescentes ao convívio familiar e à rede
de Crianças e Adolescentes (CRECAs), de
socioassistencial da cidade. De janeiro de
base territorial descentralizada, localizados
2006 a novembro de 2007 foram atendidos CRECAS
próximos às Varas da Infância e da Juventu-
7.621 crianças e adolescentes; desses, 1.156 Moinho do Bixiga
de, e que atuam de maneira articulada com
foram encaminhados às suas famílias, 964
os Conselhos Tutelares. Adolescentes
foram encaminhados para abrigos e 525
Os CRECAs oferecem ainda acolhida grafitam parede
retornaram para seus municípios de origem.
e orientação a crianças e adolescentes,
Participante das
bem como a suas famílias, em regime de super férias
perspectiva de retorno ao convívio Outra alternativa ao abrigamento é
junto aos pais ou responsáveis. o projeto Família Acolhedora, executado
Com base nessa pesquisa, e com em parceria com a Agência Regional para
o objetivo principal de evitar o rompimento Adoções Internacionais (ARAI) - Região
dos laços parentais, algumas ações foram Piemonte, que visa a promover a guarda
desenvolvidas, somando esforços para familiar temporária de crianças e adoles-
garantir a proteção social às crianças e centes afastados de suas famílias, mas com
aos adolescentes em situação de prognóstico de retorno. Inicialmente, são 16
risco socialI e pessoal. vagas. Cada família acolhedora recebe, no

O
s dados obtidos permitiram um apri- máximo, duas crianças ou adolescentes por
moramento dos processos de trabalho com período de guarda, e um subsídio de um sa-
as famílias, definindo parâmetros técnicos lário mínimo por mês por criança acolhida.
e requalificando o quadro de recursos
humanos dos serviços, com o incremen-
to de profissionais especializados nessa Medidas Socioeducativas
problemática. Foram definidas parcerias em Meio Aberto - PSC e LA
com Universidades para o atendimento às
famílias nas áreas de educação e saúde, As Medidas Socioeducativas em Meio
visando agregar conhecimento e a oferecer Aberto - Prestação de Serviços à Comu-
ações voltadas ao atendimento integral nidade (PSC) e Liberdade Assistida (LA)
das crianças e adolescentes. -têm como dimensão a responsabilização
Considerando que a baixa renda é socioeducativa do adolescente pelo ato
um dos motivos que leva ao abrigamento, infrator, por meio da oferta de alternativas
promoveram-se ações para a inclusão das que estimulam sua presença na sociedade
famílias nos programas de transferência de de forma criativa e construtiva. As políticas
renda, sendo o objetivo dessas inserções de forte caráter de reinserção social em
ampliar as oportunidades de condições âmbito local e comunitário têm se mostrado
para o processo de reintegração familiar. o caminho adequado para tornar o adoles-
O número total de crianças e/ou adoles- cente sujeito de direito e de deveres e em
centes beneficiados pela inclusão de suas desenvolvimento.
famílias nos programas de transferência Visando a fortalecer o contato desses

d
e renda é de 350, com perspectivas de adolescentes com a comunidade e a família,
retorno familiar. em detrimento das medidas de internação,
desde 2004 opera-se
Ainda sob a ótica de promover a quali-ficação das relações familiares ume processo
de evitar de muni-
abrigamentos desnecessários, a SMADS cipalização deste sistema.
iniciou o Projeto Piloto PAIS, em São No início desta gestão, o modelo até
Mateus, integrando seus dois programas então vigente para atendimento a adoles-
estratégicos, São Paulo Protege e Ação centes em cumprimento de medidas socioe-
Família - viver em comunidade. Este projeto ducativas em meio aberto foi acompanhado
conta com ações de apoio às famílias que e avaliado. A partir dessa avaliação, a
estão na iminência de rompimento dós SMADS implantou os Núcleos de Proteção
vínculos familiares e comunitários. 0 PAIS Psicossocial Especial, com um novo modelo
tem tido uma atuação efetiva e positiva para técnico. Além disso, investiu-se no proces-
80% das famílias nele incluídas. so de municipalização completa desse ser-
viço, aproximando-o da população, visando

Abrigo para crianças


e adolescentes na Penha
a transferir para o município o atendimento de Crianças e Adolescentes, foi assinado o
aos jovens em cumprimento de Liberdade Decreto de n°. 48.358/07, que instituiu a Co-
Assistida. Com isso, ao final do processo missão Municipal de Enfrentamento à Vio-
de municipalização desse serviço, previsto lência, Abuso e Exploração Sexual Contra
para 2008, serão 54 Núcleos de Proteção Crianças e Adolescentes, a quem cabe sen-
Psicossocial Especial, que preconizam a sibilizar e mobilizar setores do governo e da
integração com a rede socioassistencial, sociedade civil em torno dessa problemáti-
demais Secretarias e a capacitação de pro- ca sugerindo procedimentos e assegurando
fissionais e jovens inseridos na medida. o acompanhamento das ações. A Comissão
é composta pelas Secretarias Municipais
do Trabalho; de Educação; Especial para
Participação e Parceria; e da Saúde; pelos
Conselhos: CMDCA; COMAS; COMUDA;
Conselheiros Tutelares e CMDH; além de
contar com a participação da Secretaria de
Estado dos Negócios da Segurança Pública;
com as Varas da Infância e da Juventude;
com a Delegacia Regional do Trabalho
da 2a Região; corri a Ordem dos Advoga-
dos do Brasil Seção de São Paulo; com o
Conselho Regional de Serviço Social; com o
Conselho Regional de Psicologia; e com
os Fóruns de debate.
Ainda em 2007, toda a rede foi capacita-
da pelo Programa de Assistência às Vítimas
de Tráfico para Fins de Exploração Sexual,
a partir de um termo de cooperação com
Serviço de Proteção a Partners of the Americas, Essa capacita-
Social às Crianças e aos ção proporcionou a identificação de casos
envolvendo crianças e adolescentes vindos
Adolescentes Vítimas de de outras cidades.
Violência, Abuso e Exploração Além das participações em Fóruns e
Sexual e a suas Famílias Seminários sobre a temática de abuso e ex-
ploração sexual, a SMADS realizou, em con-
0 atendimento às crianças e aos junto com a Secretaria Especial de Direitos
adolescentes vítimas de violência, abuso e Humanos e com a direção da Ceagesp, uma
exploração sexual demanda a oferta de um ação de conscientização junto aos caminho-
conjunto de ações sociais executadas por neiros, objetivando mostrar que Exploração
equipe multidisciplinar especializada nessa Sexual de crianças e adolescentes é crime.
problemática. Este atendimento também 0 número de atendimentos em 2007
deve oferecer atenção às suas famílias, ao atingiu 1.070, sendo que 626 foram dirigidos
mesmo tempo em que executa as medidas às crianças e aos adolescentes e 444 às
cabíveis em relação ao agressor. suas famílias. A partir destas informações,
Há cinco Serviços de Proteção Social constataram-se os seguintes tipos de vio-
às Crianças e aos Adolescentes Vítimas de lência contra as crianças e os adolescen-
Violência, Abuso e Exploração Sexual a tes: 522 de abuso sexual; 22 de exploração
suas Famílias no município de São Paulo. sexual; 27 de negligência e 51 de
Além da oferta de atendimento Psicossocial - violência física.
individual ou em grupo, são desenvolvidas
ações sociais especializadas para garantir
os seus direitos fundamentais, o fortaleci-
mento da sua auto-estima, e o restabeleci-
mento de seu direito à convivência familiar
e comunitária em condições dignas de vida.
Em 18 de maio de 2007, Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual

O Desenvolvimento Social na Cidade de


São Paulo
Atenção Integral a Crianças as crianças vítimas de abandono, maus-tra-
e Adolescentes em situação tos, violência, abuso e exploração sexual,
visando ao desenvolvimento de trabalhos
de risco pessoal: Assistência Socioeducativos e de outras ações em
Social e Saúde Mental direção ao restabelecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
As crianças e adolescentes em situação
Com o objetivo de conhecer a fundo a
de rua vivem expostos aos mais diver-
problemática da institucionalização, e de
sos riscos sociais e pessoais, que podem
fortalecer o processo de reintegração das
comprometer sua saúde mental. Dessa
crianças e adolescentes, propiciando o
forma, e seguindo o princípio da atenção
retorno familiar e comunitário, realizou-se
integral às crianças e adolescentes e suas
uma pesquisa em 2006. Desenvolvida em
múltiplas necessidades, busca-se promover
parceria com o Centro de Estudos Augusto
a articulação com outras políticas sociais,
Leopoldo Ayrosa Galvão (CEALAG), junto a
que sejam capazes de reverter os danos
1.000 famílias de crianças e adolescentes
à saúde, estimulando a resignificação de
que estavam em abrigos, coletou dados
valores e atitudes.
diversos e significativos.
Com base nesse princípio, foi realizada
a capacitação em Saúde Mental para os Principais motivos que
profissionais dos CRECAs, Casa de Acolhi- levaram ao abrigamento:
da, Núcleos de Habilitação e Reabilitação • em 36,8% dos casos,
e Abrigos. 0 objetivo foi o de proporcionar a negligência de cuidados;
conhecimentos sobre os encaminhamentos • em 21,6%, o problema de comportamento
e o acompanhamento dos casos de crianças da criança e adolescente;
e adolescentes com transtornos mentais,
• em 18,9%, situação de pobreza
considerando-se a ação conjunta prevista
das famílias;
nas políticas públicas da saúde mental e da
• para 37% das famílias não
assistência social.
havia outra solução.
Há ainda outros dois projetos que
atuam nessa vertente. 0 Projeto Quixote, Mercado de trabalho e renda:
desenvolvido em parceria com a Universi- • 40% trabalham no mercado informal;
dade Federal de São Paulo (Unifesp), que • 20% estão desempregados;
atende crianças e adolescentes usuários de
• 40,1% dos responsáveis têm renda per
substâncias psicoativas, por meio da oferta
capita inferior a 1/4 de salário mínimo;
de atividades como pintura, grafite, hip-hop
• 31,6% das famílias têm renda per capita
e capoeira. São também feitos encami-
familiar inferior a 1/4 do salário mínimo, o que
nhamentos à rede assistencial e de saúde.
demonstra que grande parte dessas famílias
Já o Projeto Equilíbrio é desenvolvido em
é composta por indivíduos que estão na
parceria com o Instituto de Psiquiatria do
faixa de miserabilidade;
Hospital das Clínicas da USP. Tem como
objetivos reduzir o tempo de abrigamento • 36,7% têm uma renda fixa
das crianças e promover seu retorno ao entre 1 e 3 salários mínimos.
convívio familiar, ao mesmo tempo em que Participação da família
faz a capacitação de outros profissionais na vida do abrigado:
para atuarem na área. 0 projeto atende às • 67,1% das crianças são visitadas
crianças e adolescentes das ruas e às que uma vez por semana;
estejam nos CRECAs, abrigos e casas de
• 14,3% têm responsáveis
acolhida na área de atuação da Subprefei-
que não desejam visitá-los;
tura da Sé.
• 99,3% dos abrigados comunicam-se
com a família, também, por telefone;
Proteção social as • 58,4% das crianças e adolescentes pas-
crianças e adolescentes sam os finais de semana com a família.
em situação de rua
Condições para a retirada das crianças
Embora haja o reconhecimento explícito e dos adolescentes dos abrigos:
da importância da família na vida social das • 34% apontaram necessidade de moradia;
crianças e dos adolescentes, há contextos • 27% a necessidade de emprego;
e situações em que, por razões diversas, • 25% a necessidade de aumento
demandam a presença e a proteção do da renda familiar.
Estado; por isso faz-se necessário promover
espaços de convivência, socialização, pro- Perspectiva de desabrigamento:
tagonismo e cidadania, capazes de acolher • 80,7% dos abrigados têm
Investimento em novos
programas e serviços:
inovação na gestão

Esporte, lazer e muita cultura fazem 18 anos. Já o Campeonato de Futsal So-


parte da nova rotina dos usuários dos servi- lidário para a população em situação de
ços da rede de proteção social da SMADS. rua teve em 2007 a sua 3o edição. O en- Participantes do
Programa Ludi-Cidade.
Essas atividades, que promovem a inclusão cerramento deste 3o torneio aconteceu no
foram em apresentação do
social, são o foco do Programa Ludi-Cidade. Ginásio do Pacaembu. Cirque du Soleil
Ele representa uma ferramenta poderosa
para integrar as ações da Assistência So-
cial, Esporte e Cultura em prol da inclusão Ludi-Cidade - Arte, Cultura e Esporte transformando vidas
sócio-cultural.
"Durante 10 anos dormi nestas escadarias olhando pessoas arrumadas que
Em quase três anos de gestão, o Pro-
entravam e saíam sem saber o que havia aí dentro. Hoje presenciei encantado a
grama bate recordes a cada mês, fechando riqueza do nosso Teatro Municipal." (Francisco José, depois de assistir o show
2007 com a marca de mais de 32 mil atendi- da cantora Fortuna).
mentos. São crianças, adolescentes, adul- "Fui uma vez ao circo quando era criança e já havia me esquecido como era
tos e idosos que participaram de atividades engraçado e bonito. Voltei a infância. Não temos condições para pagar esse tipo
culturais, de lazer e esportivas, como sho- de passeio e a ida ao circo foi um momento muito importante para minha família:
ws, circos, teatros, espetáculos, jogos de nos uniu ainda mais" (Maria das Graças Pereira da Silva, que levou sua filha
futebol, cinema, torneios de futsal, festivais Bárbara, de 28 anos, e a neta Ana Paula, de 3, para assistirão espetáculo do
Circo Spacial).
• esportivos, visitas monitoradas, passeios
"Eu grito, eu choro, eu esperneio. Eu torço de verdade". (Josilene de Souza
m parques, enfim, uma gama de atividades
Guff, torcedora nos jogos do 3o Campeonato de Futsal Solidário da População
envolvendo diversas faixas etárias, sempre em Situação de Rua, que terminou em junho de 2007, no Ginásio do Pacaembu).
com o apoio da Prefeitura em parceria com "Apesar de jogar futsal desde os 11 anos, esta é a primeira vez que estou
a iniciativa privada. 'catando' dentro do Pacaembu". (Valdir Luís Guff, goleiro do time do albergue
0 Programa Ludi-Cidade - Arte, Cultura, São Martinho de Lima, que ficou em 2o lugar no campeonato)
Esporte é uma ousadia no meio assistencial.
Ele foi além do atendimento padrão, bus-
cando nas políticas culturais e esportivas
a superação necessária para que a pessoa
possa ser reinserida socialmente. Para mui-
tos, representou a possibilidade de assistir,
pela primeira vez, a espetáculos como o
Cirque du Solei e as corridas de Fórmula um;
assim como de conhecer os parques Hopi
Hari e Playcenter.
Dentre as ações desenvolvidas pelo
Programa, merece destaque o 1o Festival
Esportivo - Cultural entre Abrigos e Casas
de Acolhida realizado no Centro Educacio-
nal Esportivo Mané Garrincha, no Ibirapue-
ra, em parceria com o Banco Santander,
e que contou com a participação de 1.000
crianças e adolescentes de 0 a

Criança participante do
Programa Ludi-Cidade em
visita ao Circo Spacial
Campeões do III Campeonato
Futsal solidário organizado
pelo Programa Ludi-Cidade

Crianças participantes
do Programa Ludi-Cidade:

no Play Center

na Mini Fazendinha

na Estação Ciência

Idosos assistem
Programa de TV

Crianças participantes
do Programa Ludi-Cidade:

no Wet'n Wild

no Teatro Alfredo Mesquita

no Zôo
RODA DA CIDADANIA
Rede de Comércio Solidário da Cidade de São Paulo

Tapetes de amarradinhos em tecido, cessão de espaços. É fruto dessas parce-


bolsas em tear, mandalas, colares de papel rias a participação do Projeto em algumas
reciclado, luminárias de bagaço de cana feiras de artesanato da cidade, como a da
são alguns dos produtos desenvolvidos por Praça Benedito Calixto, Alameda das Flores
entidades que integram o Programa Roda da (região da Paulista), Feira de Joalheiros e
Cidadania. Em 2005, eram seis as organiza- Design, feira de antigüidades do Museu Bra-
ções participantes, atualmente, o Roda da sileiro de Esculturas (MuBe) e Craft Design,
Cidadania conta com 18 organizações so- uma das feiras de design e decoração mais
ciais que são constantemente capacitadas. importantes da cidade, dentre outras; em
Usuários e oficineiros aprendem as eventos internacionais, merece destaque a
mais variadas técnicas e habilidades, desde participação do Roda da Cidadania na Feira
o desenvolvimento do artesanato, passando Ambiente 2007 em Frankfurt, na Alemanha.
pelas estratégias e planos de negócios, até Dentre os resultados do Programa, es-
a administração, vendas e comercializa- tão a diversificação, a melhoria da qualida-
ção dos produtos. 0 programa valoriza as de e a apresentação dos produtos das orga-
potencialidades das organizações sociais nizações sociais, bem como ó estímulo para
para que garantam a autonomia de seus a aquisição de novos conhecimentos sobre
usuários. Há o estímulo para que se organi- gestão, empreendedorismo e comercializa-
zem em grupos produtivos para a geração ção, fatores que incentivam a conquista da
de renda, para que aprendam a gerir um autonomia e a inclusão social dos usuários,
negócio, para que exercitem a divisão de favorecendo sua inserção no mercado pro-
trabalho e a obtenção de lucro. 0 Roda da dutivo e o aumento de sua renda. Soma-se,
Cidadania busca estimular a inserção pro- a isso, o interesse de empresas nacionais e
dutiva, a economia e o comércio solidário internacionais que resultaram na comercia- Produtos comercializados
para alavancar o desenvolvimento econômi- lização dos produtos da Roda da Cidadania na Loja Escola

co e comercial dessas pessoas. para todo o Brasil e


Os artesanatos produzidos por para o exterior.
cada uma delas são expostos e comerciali-
zados na Loja Escola, que fica no prédio da
SMADS - rua Libero Badaró, 561, Centro
- n o coração do centro velho da cidade,
e já conta com clientela cativa.
Para dar maior visibilidade e possi-
bilidade para novos negócios, o Projeto
realiza intermediações entre as entidades
conveniadas e parceiros privados para a
população que mora em cortiços, habita-
ções coletivas, e às famílias de baixa ou ne-
nhuma renda que vivem em áreas degrada-
das no centro da cidade. Para atingir esses.
objetivos, necessita do envolvimento de
diversas áreas da administração municipal e

NÓS
da articulação intersecretarial de fato. Além
da SMADS, envolve as secretarias munici-
pais do Trabalho, de Participação e Parce-
ria, de Relações Internacionais e da Cultura,
operando por meio de quatro componentes:
1 - Grupos Vulneráveis dos bairros centrais
incluídos socialmente; 2 - Centro de Capa-

DO CENTRO
INCLUSÃO SOCIAL URBANA
citação Profissional e Fomento ao Empre-
endedorismo; 3 - Capacitação de agentes
de eqüidade e gênero; e 4 - Gestão social e
São Paulo e União Européia: esta produção do conhecimento.
parceria mantém o Projeto Inclusão Social Desde a sua implantação, foram inau-
Urbana - Nós do Centro, que visa à inclusão gurados dois Escritórios de Inclusão Social
social, econômica e cultural dos grupos (EIS), um no Glicério e outro na Bela Vista.
mais vulneráveis da região central da cida- No total, serão 10 Escritórios de Inclusão
de. O Projeto está alinhado com as metas Social instalados na região central: Glicério,
gerais de cooperação da Comissão Européia Bela Vista, Pari, Belém (2), Bom Retiro, San-
para a coesão social na economia mundial e ta Cecília, Sé, Brás e Mooca, que benefi-
Curso de zeladoria urbana redução da pobreza. Com duração prevista ciarão cerca de 80 mil pessoas por mês. Em
para quatro anos, a prioridade é atender à 2007, também foi inaugurado um Centro da
Referência da Mulher na região da Sé.
Cada EIS atende, em média, 8 mil
EIS Glicério - Curso de Paisagismo e Jardinagem pessoas por mês (1.050 famílias e comu-nidade). N
Fórum de Desenvolvimento dos Moradores,
Os temas abordados nos cursos de capacitação são escolhidos além de possuir telecentros, espaços para
por sua relevância dentro do contexto da região central e têm como base
crianças, biblioteca, atendimento à comu-
o conceito de que a sociedade é parceira na conservação, no cuidado
nidade e eventos culturais. Funciona como
e na beleza do lugar em que se vive.
Participantes do curso de Paisagismo e Jardinagem nos EIS CRAF uma espécie de Poupatempo Social, onde
Glicério, por meio do Projeto Nós do Centro, as gêmeas Alline e Allana do é possível receber informações sobre os
Nascimento garantem que aprenderam a olhar a cidade de "outra maneira". benefícios sociais e participar de uma série
"O curso nos deu uma perspectiva de vida", diz Allana. "Fez a gente sair do de atividades, reuniões socioeducativas,
nosso mundinho", completa Alline, que pensa em fazer faculdade de cursos e oficinas profissionalizantes. A idéia
Arquitetura (antes do curso, ela pensava em ser corretora de imóveis). é trabalhar a autonomia, melhorar a auto-
Ambas moram na região do Glicério há 13 anos. estima, fortalecer laços afetivos e comu-
"Terminamos o curso com a certeza de que podemos fazer mais pelo nitários, informar sobre direitos e deveres,
nosso bairro e mudar a realidade do Glicério", ressalta Indiara Flores Pacífico,
orientar para o acesso à rede de serviços
que também freqüentou o curso, em fevereiro de 2007.
socioassistenciais e potencializar habilida-
des para o mundo do trabalho.

Diversos cursos foram oferecidos para


os jovens moradores das regiões de abran-
gência dos EIS. Em 2006, o Projeto promo-
veu cursos de Zeladoria Patrimonial Urbana,
Paisagismo e Jardinagem e Construção Civil
em Instalação Elétrica, com a participação
de 200 jovens da região do Glicério. Atu-
almente, 400 jovens participam do Projeto
em cursos de Capacitação e Formação
Profissional do Projeto, que abordam os
temas de Técnicas em Espetáculo, Técnicos
em Montagem de Exposições, Cabeleireiro,
Manicure, Pedicure e Telelemarketing.
Benefícios - chegando com dificuldade de acesso aos meios de
comunicação e de transporte. Dessa forma,
a quem precisa esta população obteve efetivo acesso
aos programas sociais gerenciados pela
A SMADS concentrou esforços municipalidade através do cadastramento
em vincular assistência financeira, de informações socioeconômicas exigidas
oferecida pelos benefícios e programas pelos diversos programas de transferência
de transferência de renda, às famílias em de renda.
situação de vulnerabilidade social, com o Antes de iniciar o cadastramento
fim de propiciar a emancipação e autonomia em um dado território, a SMADS promove a
dessas famílias ajudando-lhes a desenvol- articulação prévia com parceiros para que
ver seu capital humano e a angariar as famílias obtenham a documentação ne-
um crescimento econômico. cessária à inserção dos dados no cadastro
Em 2005, a Secretaria passou a geren- (Poupatempo, CIC, CAIXA e t c ) , o que além
ciar os recursos destinados ao Programa de permitir acesso a quaisquer programas
de Garantia de Renda Familiar Mínima cujas exigências documentais são diversas,
Municipal, que antes estava sob a alçada da estimula o sentimento de cidadania, na
Secretaria Municipal do Trabalho. Esse fato medida em que se viabiliza que os membros
justificou a criação da Coordenadoria de da família consigam ter acesso aos docu-
Gestão de Benefícios (CGB), que conso- mentos mínimos necessários.
lidou a SMADS como gestora da política São envolvidos, também, os atores
de assistência social e dos programas de governamentais e não governamentais
transferência de renda e de combate à locais como os subprefeitos, as assistentes
pobreza no município de São Paulo. Um sociais, os líderes comunitários e as organi-
avanço no entendimento da questão social zações atuantes nas regiões, a fim de levar
e uma ferramenta a mais na integração das o maior número de informações e suporte à
diferentes áreas de administração pública. população local.
A CGB surge, então, com a função Em 2005 e 2006 foram cadastradas
de coordenar, implementar, acompanhar 110 mil famílias em 13 Subprefeituras;
e controlar os programas de transferência já em 2007 e 2008 a meta é cadastrar
de renda e benefícios continuados, sendo mais de 220 mil famílias nas 31 Subprefeitu-
eles o Renda Mínima; o Renda Cidadã; o ras do município. No período de 2005-2006
Bolsa Família; o Agente Jovem; o Ação cerca de 230 mil famílias passaram pelo
Jovem; o PETI e o BPC recadastramento.
Um grande investimento foi realizado no Concentrar a gestão de todos esses
sentido de levar estes benefícios aos que programas,articular ações com as demais
mais necessitam. Embora a implementação áreas da SMADS e buscar maior integra-
dos programas de transferência de renda ção entre os programas dos três níveis de
tenha sido iniciada nas periferias da cidade, governo a fim de atender melhor e a um
a atenção não estava voltada para as regi- número maior de famílias, jovens, crianças e
ões e famílias mais vulneráveis. Estudos do idosos foram alguns dos principais objeti-
cadastro municipal revelaram que apenas vos perseguidos nesses últimos anos. Para
33% das famílias cadastradas no Renda Mí- tanto, uma das diversas ações foi a rea-dequação do desenho do Programa
nima residiam nos territórios considerados Mínima a partir da alteração da lei munici-
de vulnerabilidade da cidade. Entre outros pal que o institui em dezembro de 2006, o
fatores, isso ocorreu porque os meios de que legitimou a distribuição do benefício
acesso dessa população à informação e com base territorial e focalizada, garantindo
deslocamento aos postos de cadastramen- mais rapidez, foco, qualidade e integração
to é mais dificultado quando comparado a com os demais benefícios.
outras áreas do município.
Em vista dessa realidade, em 2005, a A experiência acumulada na cidade de
SMADS definiu novos e claros critérios São Paulo em programas de transferência
para o cadastramento dessas famílias prio- de renda contribuiu para, além da estratégia
rizando a ação territorializada. 0 cadastra- de cadastramento domiciliar, a mudança
mento domiciliar, realizado prioritariamente na orientação da articulação com a rede
em áreas de alta e muito alta vulnerabili- de proteção social. As ações realizadas
dade - grupos 5 e 6 do índice Paulista de buscaram superar o modelo de simples
Vulnerabilidade Social (IPVS) - realizado transferência monetária para conferirem um
de forma censitária nas áreas priorizadas caráter emancipatório às famílias benefi-
e no domicílio da família, com a visita de ciárias. Essa emancipação é estruturada a
cadastradores de casa em casa, possibilitou partir da articulação entre os programas de
o acesso ao cadastramento àquelas famílias transferência de renda e os demais progra-
mas, projetos e serviços da SMADS.
Programas de Transferência de Renda Assim, a SMADS realizou o cadas-
Bolsa família tramento das famílias em situação de rua
Trata-se de um programa federal de transferência de renda desenvolvi- e abrigos para o Programa Bolsa Família;
do pelo MDS (Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome) que efetivou a migração dos cadastros do PETI
unificou todos os quatro benefícios sociais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, para o sistema CadÚnico e, como conse-
Cartão Alimentação e o Auxílio Gás) em um único programa. 0 valor do bene- qüência, o pagamento através de cartão
ficio varia de RS 18,00 a R$ 112,00. Como contrapartida, é preciso manter com
magnético pela Caixa Econômica Federal;
carteira de vacinação das crianças até 7 anos atualizada, as gestantes devem
cadastrou usuários de diversos serviços
fazer acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as crianças e
adolescentes de 6 a 15 anos de idade devem estar matriculados e freqüentando da rede de proteção social especial; incluiu
a escola. N° de beneficiários em 2007: 208.786. mais de 15.000 jovens no Programa Ação
Jovem (jovens que participam das ativida-
Renda Cidadã
des socioeducativas disponibilizadas pelo
É um programa da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento
Município) e estabeleceu parceria com o
Social (SEADS), direcionado às famílias em situação de risco social, com renda
mensal per capita de até RS 100,00 priorizando mulheres chefes de família. 0 Projeto Nós do Centro incluindo cerca de
valor do benefício é de RS 60,00 por mês. Em contrapartida elas devem manter 100 jovens no Programa Ação Jovem,
a carteira de vacinação das crianças até 7 anos de idade atualizada, residir em e 70% das famílias do Ação Família
área caracterizada como bolsão de pobreza e viver no município há no mínimo recebem algum benefício.
2 anos,ter renda mensal per capita de até RS 100,00, e manter matriculados e Ao longo desses três anos, diversos
freqüentando a escola as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos de idade. canais de comunicação foram estruturados,
N° de beneficiários em 2007: 22.594.
visando a esclarecer dúvidas, com informa-
Renda Mínima ções de qualidade para a população, sobre
É um programa de transferência de renda da Secretaria Municipal de os programas de transferência de renda:
Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) destinado a famílias de baixa as equipes da SMADS, das SAS e repre-
renda, tendo como principal critério a matrícula, e a permanência dos seus fi- sentantes de organizações sociais foram
lhos de 6 a 15 anos de idade na escola com freqüência mínima de 85% e manter capacitadas sobre todos os programas,
a vacinação das crianças menores de 7 anos em dia. N° de beneficiários em
seus critérios de inclusão e suas condi-
2007: 105.080.
cionalidades; a central de informações da
PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil Prefeitura, o 156, recebeu capacitação e
É um programa, federal para erradicação do trabalho infantil. A família que formação sobre o mesmo tema; folders, car-
se cadastra no PETI recebe uma bolsa mensal por criança retirada do trabalho tilhas e outros materiais impressos foram
infantil. Em contrapartida, as famílias têm de participar de atividades socioe-
publicados, voltados para o esclarecimento
ducativas, assegurar matrícula e freqüência escolar de seus filhos e fazê-los
freqüentar a jornada ampliada (pós-escola). N° de beneficiários em 2007: 4.590. das famílias.
Além disso, a Coordenadoria de Gestão
Programa Agente Jovem de Benefícios investiu no acompanhamen-
É um programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
to das condicionalidades, da Saúde e da
à Fome (MDS) para jovens de 15 a 17 anos de idade, em situação de risco
e vulnerabilidade social, que não configura trabalho, mas que possibilita, de Educação, das famílias do Programa Bolsa
fato, sua permanência no sistema educacional e proporciona experiências; Família e Renda Mínima, definindo um
práticas que o prepare para futuras inserções no mercado de trabalho e na vida projeto para acompanhamento de todas as
cidadã. Foi modificado no final de 2007 e está em fase de readequações. condicionalidades em todos os programas
A bolsa mensal é de RS 65,00, paga através de cartão magnético. já a partir de 2008. A partir de 2005, o BDC
N° de beneficiários em 2007: 4.325. - Banco de Dados do Cidadão - recebeu
Programa Ação Jovem um investimento único, em seus até então
É um programa da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento quatro anos de existência, e assumiu o
Social (SEADS) para jovens de 15 a 24 anos de idade que vivem em regiões de importante papel de cadastro único dos
alta concentração de pobreza, com ensino fundamental e/ou médio incomple- programas sociais do município de São
tos, que estão fora da escola formal ou em risco de abandoná-la. Inclui também Paulo, já com discussões de utilização com
aqueles que se encontram em regime de Liberdade Assistida. 0 valor do bene- outras secretarias do município e até mes-
fício é de RS 60,00 por mês. mo do Estado. Articularam-se, em paralelo,
BPC - Benefício de Prestação Continuada ~ discussões sobre a integração dos bancos
Trata-se de um benefício da assistência social, pago pelo governo federal de dados com o Governo Estadual (Pró-So-
e assegurado por lei, que atende a idosos e pessoas com deficiência sem con- cial) e Governo Federal (CadÚnico) sempre
dições para se manter financeiramente. É preciso salientar que se trata de um com o foco de melhor atender a população
beneficio não contributivo, ou seja, o beneficiário não precisa ter contribuído carente do município, fruto de uma melhor
anteriormente para a previdência social. Deste modo, o BPC não se caracteriza
gestão implementada.
como uma aposentadoria, pensão ou renda mensal vitalícia, mas sim como
um benefício assistencial. 0 valor do beneficio é correspondente a um salário Os sete programas de transferência de
mínimo, pago pela Caixa Econômica Federal, por meio de cartão magnético. N° renda sob a responsabilidade da SMADS
de beneficiários: 126.894 contam com recursos municipais, estaduais
e federais e movimentam cerca de 1 bilhão
de reais ao ano, que beneficiam aproxima-
damente 500 mil famílias.
Artigo publicado em "Tendências e Debates da Folha de São Paulo", 11/9/2007

Muito além da transferência de renda


MARIA AUGE SETUBAL

N OS ÚLTIMOS dias, o Bolsa Fa-


mília voltou à pauta. As novi-
dades anunciadas para 2008
dão a dimensão da extensão do pro-
grama: 5,2 bilhões de dólares de orça-
mento, inserção de 1,7 milhão de jo-
vens entre 16 e 17 anos e 11 milhões de
famílias atendidas.
Baixada a poeira da polêmica gera-
da, uma análise preliminar, mas sere-
na do programa traz para o debate al-
gumas certezas e muitos desafios.
No campo das certezas, a geração
de emprego e renda e a elevação dos
níveis educacionais se configuram
hoje como soluções universalmente
aceitas na erradicação da pobreza. As-
sim como é incontestável que progra-
mas de transferência condicionada de
renda — é o caso do Bolsa Família—
contribuem decisivamente para a di-
minuição da desigualdade social. No não só o levantamento de todos os
Apesar dos resultados, equipamentos públicos e privados
Brasil, estudos iniciais apontam que
foram responsáveis por um quarto da tornam-se cada vez mais existentes no território como tam-
diminuição da desigualdade social de bém uma articulação com lideranças
claros os limites desses e governos locais, associações de mo-
2001 a 2005. Não é pouca coisa.
Apesar dos resultados, tornam-se . programas. E aqui radores, ONGs e empresas, parceiros
decisivos na geração de impacto so-
cada vez mais claros os limites na im- começam os desafios cial. É preciso haver consciência de
plementação desses programas. Aqui
começam os desafios. Se, por um lado, que, se as famílias em maior vulnera-
a transferência de renda diretamente bilidade alcançarem um novo pata-
mar de qualidade de vida, todos na-
às famílias pobres tem se .mostrado Social, o programa tem possibilitado quele território serão beneficiados.
muito mais eficaz do que o emprego o atendimento direto a 300 famílias.
de mecanismos indiretos de subsí- O terceiro e último aspecto é a
Uma dimensão pequena quando constituição de equipes competentes,
dios de preços, por outro, adotada co- comparada à de iniciativas governa-
mo medida isolada, quase nada con- bem qualificadas e compromissadas
mentais e à quantidade de habitantes com as políticas sociais de sustentabi-
tribuirá para tirar as famílias do ciclo dessa região — mais de 380 mil pes-
de pobreza a que estão submetidas lidade. Essa é uma condição essencial.
soas. Entretanto, o dia-a-dia do pro- Precisamos inverter a lógica preva¬
geração após geração._ grama tem nos proporcionado im- lente de que na periferia tudo pode
É preciso ir além. É necessário tra- portantes aprendizados. ser improvisado e feito sem nenhuma
balhar as dinâmicas intrafamiliares e O primeiro fator a ser destacado diz experiência e qualificação. Progra-
a relação da família na comunidade e respeito à criação de vínculos de con- mas aligeirados, que não levam em
buscar apreender, ao mesmo tempo, a fiança com as famílias, que podem ser conta as condições básicas de imple-
subjetividade, a individualidade e a construídos por meio de ações corri- mentação, têm sido prática comum
dimensão do coletivo. queiras, como saber ouvir, compreen- não só de governos mas também de
Obviamente, essas não são ques- der e levar em conta as histórias, os organizações da sociedade civil.
tões simples e devem levar em conta valores culturais e os modos de ser e Transferir renda diretamente aos
um conjunto de fatores interdepen- sentir de cada família. pobres tem se mostrado um mecanis-
dentes, dos quais destacarei aqui três Evidentemente, esses são aspectos mo extremamente eficiente no com-
que considero fundamentais. Faço subjetivos. Por isso mesmo, só podem bate à pobreza. Entretanto, ele sozi-
essa escolha baseada na experiência ser captados em visitas domiciliares, nho é absolutamente impotente
cotidiana de implementação do Ação periódicas e realizadas por uma mes- diante desse que é o maior e mais
Família São Miguel Paulista, bairro ma equipe de profissionais. Paralela- complexo desafio contemporâneo,
localizado na zona leste de São Paulo. mente a isso, os vínculos de confiança aqui e no resto do mundo.
Parceria entre duas organizações necessitam de ações visíveis e concre-
sociais privadas — Fundação Tide Se- tas e do respeito de ambas as partes
tubal e Instituto Alana— e duas em- aos compromissos firmados. MARIA ALICE SETUBAL 56, socióloga, mestre em ciên-
cias políticas pela USP e doutora em psicologia da educa-
presas —Votorantim Metais e Nitro- O segundo aspecto a ser considera- ção peta PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo), é diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estu-
química— com a Secretaria Munici- do é a importância do conhecimento dos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitá-
pal de Assistência e Desenvolvimento da região em que se atua. Isso implica ria) e fundadora e presidente da fundação Tide Setubal
3.
A sociedade
como parceira

Controle Social
Em um cenário de tão graves e enrai-
zadas desigualdades sociais, a SMADS
concluiu que iniciativas e inovações apenas
no plano do desenho institucional e da
convergência de programas não seriam
suficientes. Era preciso estabelecer um
novo diálogo com a sociedade, franco e
direto, capaz de orquestrar consensos que
ampliassem o potencial da rede de proteção
social na cidade com qualidade. Em face
dessa perspectiva, novos padrões de articu-
lação com a sociedade civil organizada
foram fortalecidos. ramento e avaliação da gestão, analisando
A construção de uma rede de proteção seus objetivos, processos e resultados da
social de qualidade se faz por meio da coo- mesma. Além disso, a sociedade civil orga-
peração efetiva entre governo e sociedade nizada, por meio do Conselho Municipal de
civil. As dimensões da pobreza e da vulne- Assistência Social, é parceira na avaliação
rabilidade exigem uma gestão democrática, da qualidade dos serviços, na transparência
com foco no cidadão usuário, que combine da utilização dos recursos, e na implica-
as diretrizes e os recursos financeiros que ção dos resultados das ações na vida dos
o poder público destina para o atendimento usuários.
em escala, visando à atingir o maior número Além do COMAS, o Conselho Municipal
de pessoas, à experiência e dedicação das dos Direitos da Criança e do Adolescente
organizações da sociedade civil, desen- (CMDCA) é um importante parceiro da
volvidas com profundo conhecimento da SMADS, principalmente na questão do com-
realidade local de sua comunidade e com bate ao trabalho infantil. É responsabilidade
alta qualidade. do CMDCA assegurar que os direitos previs-
Em 1993, a LOAS fixou o controle social tos no Estatuto da Criança e do Adolescente
por meio da atuação dos Conselhos. Eles (ECA) sejam postos em prática no muni-
são um dos pilares da assistência social. cípio, além de acompanhar e fiscalizar as
Em São Paulo, o Conselho Municipal de As- Políticas Públicas em defesa das crianças e
sistência Social (COMAS - Lei 12.524/1997) adolescentes. Além disso, controla o Fundo
é constituído de forma paritária por mem- Municipal da Criança e do Adolescente
bros da sociedade civil e do poder público. (FUMCAD), que recebe os recursos doados
0 COMAS possui as atribuições de contro- pelos parceiros da "Campanha Dê Mais que
lar e fiscalizar os serviços prestados, apro- Esmola. Dê Futuro". Todos os anos, diversas
var os programas e projetos da Secretaria e ações da assistência social dirigidas à defe-
articular ações da sociedade civil. Reúne-se sa dos direitos da criança e do adolescente
quinzenalmente, e as plenárias são abertas são realizadas por meio do financiamento do
à participação da população. FUMCAD.
No município de São Paulo, a sociedade 0 Controle Social também é exercido
civil assume o papel de co-responsável pela para além das deliberações do COMAS, por
Política Pública de Assistência Social. Parti- meio de reuniões, fóruns e conferências que
cipa dos processos de formulação, monito- mobilizam a sociedade.
Outros Órgãos de Controle Social que a SMADS integra ou possui parceria:
• Colegiado Estadual de Gestores Municipais de As- • Comissão Intergestora Bipartite (CIB/SP) - é uma
sistência Social (COEGEMAS/SP) - instância consultiva de instância de pactuação entre os municípios e o governo es-
articulação e mobilização da Política de Assistência Social, tadual, que se caracteriza como um espaço de diálogo entre
composta por gestores municipais que se reúnem na esfera os gestores estaduais e municipais. Pactua procedimentos de
estadual, indica membros para o CONGEMAS, CONSEAS e gestão com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços
para o CIB, de Assistência Social.
• Colegiado Nacional dos Gestores Municipais de Assis- • Comissão Intersecretarial de Avaliação do Programa
tência Social (CONGEMAS) - é o representante dos muni- VAI (Valorização de Iniciativas Culturais) - o VAI possui por
cípios brasileiros junto ao governo federal, primordialmente finalidade o subsídio financeiro a atividades artístico-cultu-
junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à rais. O incentivo é dado primordialmente aos jovens de baixa
Fome (MDS) e à CIT. É responsável pela defesa da Assistên- renda e residentes dos setores mais vulneráveis do municí-
cia Social como Política de Seguridade, pela manutenção da pio. A comissão é responsável por selecionar as propostas de
perspectiva municipalista da Política de Assistência Social projetos e avaliar o resultado dos selecionados.
e pela contribuição na formulação da Política Nacional de
• Comissão Intersecretarial de Monitoramento e Gestão
Assistência Social (PNAS),
da Diversidade (CIM-Diversidade) - promove a integração
• Conselho de Monitoramento da Política de Direitos das secretarias municipais e demais órgãos da cidade, acres-
das Pessoas em Situação de Rua - assim como o COMAS, é centando os temas relacionados à igualdade de gênero, raça,
vinculado à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento So- cor, etnia e não-discriminação em todas as políticas públicas
cial. Trata-se de um conselho consultivo que objetiva garantir desenvolvidas em São Paulo.
os direitos e a dignidade da população em situação de rua e
• Comissão Intersecretarial do Programa Ação Família
melhoria na qualidade de vida desses indivíduos.
- articula e integra estratégias Intersetoriais que objetivam
• Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência melhorar o acesso aos serviços públicos.
(CMPD) - é responsável por encaminhar e acompanhar a
• Comissão Municipal de Apoio e Controle Social Pro-
implementação de Políticas Públicas de interesse do indi-
grama de Garantia de Renda Mínima Familiar - é respon-
víduo portador de deficiência, por promover atividades que
sável pelo contínuo monitoramento/avaliação e proposição
integrem e estimulem a emancipação desses indivíduos,
de melhorias para o Programa de Garantia de Renda Mínima
além de realizar e receber denúncias de discriminação.
Familiar.
• Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvi-
• Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência,
mento Sustentável (CADES) - é uma instância consultiva e
Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes
deliberativa que trata de assuntos relacionados à preserva-
- contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das
ção, conservação e melhoria do meio ambiente.
Políticas Públicas com foco no combate à exploração sexual
• Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU) -tem de crianças e adolescentes; e monitora as ações já desenvol-
como principais competências o debate da política urbana vidas.
da cidade de São Paulo, a análise e o acompanhamento das
• Comissão Municipal do Programa de Erradicação
questões relacionadas à implementação do Plano Diretor
do Trabalho Infantil -tem a finalidade de contribuir e sensibi-
Estratégico e dos Planos Regionais, e a efetivação de planos,
lizar a sociedade e os órgãos governamentais para a mobiliza-
programas e projetos relativos ao desenvolvimento urbano e
ção e o combate ao trabalho infantil.
ambiental da cidade.
• Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) - coor-
• Conselho Municipal de Políticas Públicas de
dena ações nas diversas secretarias da cidade, com o objeti-
Droga e Álcool (COMUDA) - é constituído por integrantes de
vo de acabar com as "barreiras" encontradas por portadores
diversas Secretarias da cidade, dentre elas a SMADS. Possui
de deficiência ou de mobilidade reduzida.
como funções primordiais o combate e a prevenção do uso de
substâncias tóxico-dependentes e estimula, além da recupe- • Fórum Municipal de Assistência Social (FMAS) - com-
ração, a reinserção social. posto exclusivamente por representantes da sociedade civil
organizada, busca trazer para o município os direitos sociais
• Conselho Municipal de Segurança Alimentar e
assegurados pela Lei Orgânica da Assistência Social.
Nutricional (COMUSAN) - é responsável pela formulação e
regulação da Política Municipal de Segurança Alimentar e • Fórum Municipal de Defesa dos Direitos da Criança
Nutricional, atuando nos setores público e privado. e do Adolescente (FMDDCA/SP) - composto apenas por
membros da sociedade civil, atua na efetivação dos direitos
• Grande Conselho Municipal do Idoso (GCMI) - exerce
da criança e do adolescente segundo os princípios do ECA.
a coordenação e articulação da Política de Atendimento à
Terceira Idade em São Paulo, atuando primordialmente na • Grupo Permanente de Gestão de Áreas de Risco
preservação e afirmação da identidade do idoso. - institui o programa estratégico de intervenção em áreas de
risco, como escorregamentos de encostas e solapamentos de
• Comissão de Intervenção e Recuperação de Cortiços
margens de córrego.
(CIRC) - responsável por fiscalizar e averiguar irregularida-
des nos cortiços do município e determinar as melhorias que
devem ser executadas.
A SMADS também participa de rações representaram as demandas de
outros fóruns e comissões, como a Comis- toda a sociedade, pois dos 1.224 delegados,
são Municipal de Medidas Socioeducativas 610 eram representantes de organizações
em meio aberto, a Comissão Municipal da sociedade civil, 232 do setor público,
do Programa Agente Jovem, o Fórum de 241 do setor privado e 141 eram usuários
Defesa das Pessoas em Situação de Rua dos serviços socioassistenciais. Nessa
e o Fórum Estadual pela Erradicação do Conferência, realizou-se um balanço do
Trabalho Infantil. modelo de gestão do SUAS adotado em
São Paulo, listando-se seus desafios e
dificuldades, e reavaliando-se as metas
Conferências Regionais estabelecidas para os próximos 8 anos.
Esse processo, amplo e democráti-
e a Conferência Municipal co, realizado nessas duas Conferências,
de Assistência Social proporcionou não apenas a sensibilização
dos participantes, mas também o debate e
As Conferências são espaços de o diagnóstico da situação da Assistência
discussão para que os atores envolvidos na Social no município nos últimos anos.
Política de Assistência Social do Municí- Os delegados de São Paulo partici-
pio - sociedade civil, governo, entidades param da V e VI Conferência Nacional de
parceiras, dentre outros - possam avaliar e, Assistência Social, nos anos de 2005 e 2007,
propor rumos para a concretização da Po- representando as demandas da cidade no
lítica Pública de Assistência Social. Neste debate nacional.
período, o COMAS organizou duas confe-
rências, em 2005 e em 2007.
Em 2005, aconteceram 9 Conferências
Outros eventos -
Regionais nas macro-regiões da cidade. promoção do
Os resultados desses encontros foram debate social
discutidos na VI Conferência Municipal
de Assistência Social, que contou com a Entre os dias 23 e 25 de abril de
presença de representantes das organiza- 2007 foi realizada a Reunião Descentrali-
ções sociais, do poder público e de usu- zada e Ampliada do Conselho Nacional de
ários. 0 tema deliberado foi "Estratégias Assistência Social - CNAS em São Paulo.
para Implementação da Política Municipal A temática do encontro foi "Compromissos
de Assistência Social - SUAS/Plano 10". e Responsabilidades para Assegurar
As pautas foram de extrema importância. Proteção Social pelo Sistema Único da
Foram estabelecidas metas a curto, médio e Assistência Social (SUAS)". O CNAS
longo prazo para o processo de implantação apresentou aos Municípios orientações
do Sistema Único de Assistência Social. para a realização das Conferências
Sob a orientação do Conselho Nacional Municipais de Assistência Social.
de Assistência Social (CNAS), que definiu Em 2007, ocorreu também o IX
o tema "Compromissos e Responsabilida- Encontro Nacional do CONGEMAS, em
des apontando para Assegurar Proteção Salvador, que contou com a apresentação
Social pelo Sistema Único da Assistência de dois painéis selecionados das seguintes Abertura da 146 Reunião
Descentralizada do CNAS
Social - SUAS", aconteceram as 9 Con- iniciativas da SMADS: Ação Família -viver
ferências Regionais em São Paulo, com em comunidade; Capacitação Continuada
ampla e irrestrita participação da socie- - Processo de Construção do Conhecimen-
dade, fruto da articulação do COMAS, do to: Conquistas e Desafios da Política de
Fórum de Assistência Social, da SMADS e Capacitação da SMADS.
da Secretaria Municipal de Coordenação Ludi-Cidade - Arte, Cultura, Esporte
das Subprefeituras (SMSP), por meio das e Roda da Cidadania foram apresentados
Supervisões de Assistência Social (SAS) e em formato de pôster. A outra participação,
da sociedade civil. Cerca de 3.700 pessoas no encontro da região Sudeste do Colegiado
estiveram presentes. As Conferências Re- Nacional de Gestores Municipais de Assis-
gionais foram organizadas pela primeira vez tência Social (CONGEMAS), em São Paulo,
de forma padronizada, uniformizada e com foi coordenada pela própria SMADS,
material técnico para consulta de todos os em 26 de abril de 2007.
participantes, seguindo sempre as orienta-
ções dos Conselhos Estadual e Nacional de
Assistência Social.
Todo esse esforço culminou na
VII Conferência Municipal de Assistência
Social, realizada em abril de 2007. As delibe-
Parcerias comprometidas bradas nos diferentes programas e projetos
é significativo, e corrobora a premissa
com resultados sociais de que o poder público, aliado à força da
sociedade, será capaz de atender melhor
Para a SMADS, todos aqueles que às graves demandas e às urgências sociais
colaboram de alguma forma e têm compro- que se apresentam dia-a-dia. É gratificante
misso com os avanços sociais são conside- notar o crescente envolvimento de todos
rados parceiros. Nestes três anos, houve os setores em torno de um objetivo comum,
um grande crescimento da disponibilidade para atingir os melhores resultados que são
e do envolvimento de pessoas, empresas, de interesse geral.
entidades de classe, fundações e institui- A esses parceiros, é devida a gratidão
ções de assistência social, órgãos públicos e o reconhecimento por todo o esforço e
e privados. Assim, o rol de parcerias cele- dedicação despendidos nos últimos anos.
Além dos parceiros represen-
tados pela exibição de seus
logos, a SMADS também
contou com o apoio e com a
parceria dos seguintes: Espaço
Unibanco, Cine Olido, Biblio-
tecas Municipais, Museus
Municipais, Criando Alternati-
vas, Cia. Vip de Teatro.
Editorial "O Estado de São Paulo", 13/9/2007

As crianças nas ruas

H
á 1.842 crian- aos usuários de drogas. O Equi- cio-Educativos.
ças e adolescen- líbrio sustenta a reinserção fa- Conforme dados da Se-
tes trabalhan- miliar, a retomada dos estudos cretaria, por meio dos Cre-
do ou vivendo e a participação em cursos pro- cas 1.399 crianças foram en-
n a s r u a s de fissionalizantes e estágios. O caminhadas. às suas famí-
São Paulo, in- Família Acolhedora promove a lias, 972 para abrigos e 524
forma pesquisa realizada pela guarda familiar temporária. para suas cidades de ori-
Fundação Instituto de Pesqui- Para os que precisam, há ain- gem. Desde outubro de
sas Econômicas (Fipe), por en- da o Programa de Proteção à 2005, a Secretaria atendeu
comenda da Prefeitura. O nú- Criança e ao Adolescente nos Crecas mais de 10 mil
mero surpreende, rompe com Ameaçado de Morte. crianças e adolescentes.
antigas crenças e serve para O trabalho é articulado e se As Casas de Acolhida,
que a Prefeitura avalie os re- inicia com o convencimento da por sua vez, recebem crian-
sultados alcançados pelos pro- criança para ingressar num ças que não podem retornar
gramas em desenvolvimento e dos Centros de Referência. Ca- imediatamente às suas famí-
redimensione investimentos. da centro recebe entre 20 e 25 lias e proporcionam condi-
Durante décadas, muito dinhei- meninos, que ,ali permanecem ções para que a equipe técni-
ro público foi entregue a enti- pelo prazo máximo de dois me- ca, num trabalho junto aos
dades que prometiam tirar ses. Nesse período, educado- meninos e seus parentes, en-
crianças das ruas, sem apre- contre as soluções mais ade-
sentar resultados significati- quadas para cada caso. Nos
vos. A última estimativa feita abrigos é dado atendimento
pelo governo municipal, em Programa social da especializado a meninos en-
2005, indicava um número to- Prefeitura está caminhados pela Justiça.
tal de meninos mais de duas ve- produzindo bons Nessas unidades há, atual-
zes maior do que o atual: mente, 1,8 mil crianças.
4.030. resultados Pelos dados da pesquisa
De lá para cá, a Secretaria da Fipe, o programa munici-
Municipal de Assistência e De- res, psicólogos e assistentes so- pal de assistência aos meni-
senvolvimento Social investiu ciais reconstroem a história da nos de rua vem dando bons
no Programa São Paulo Prote- criança, com o objetivo de rein- resultados. O secretário de
ge Suas Crianças, que inclui 14 tegrá-la à sua família. As unida- Assistência e Desenvolvi-
Centros de Referência da des do Creca foram espalha- mento Social, Floriano Pesa-
Criança e do Adolescente (Cre- das pela cidade porque a maior ro, lembra, no entanto, que,
ca), 50 abrigos, 4 Casas de Aco- parte das crianças está na re- se não houver uma política
lhida e 401 Núcleos Sócio-Edu- gião central, mas seus paren- integrada em toda a região
cativos (NSE). Até 2005, São tes vivem em outros bairros. metropolitana, São Paulo
Paulo contava com 6 peruas e O mais novo dos Crecas, ins- não conseguirá resolver o
28 agentes para abordagem talado no Bexiga, é uma repro- problema. Na Praça Char-
dos meninos nas ruas. Hoje, dução do Castelo Ra-Tim- les Miller, no Pacaembu,
são 300 agentes e 44 veículos. Bum, cenário de um programa por exemplo, todos os dias
O programa controla a fre- infantil da TV Cultura. Preten- pode ser encontrado um
qüência escolar e desenvolve deu-se com isso atrair as crian- grupo de crianças de Itape-
ações educativas e de prote- ças com atividades lúdicas e vi. Nos municípios menos
ção familiar, além de transfe- assistência integral. Elas não populosos da Grande São
rir renda e promover meios de são trancafiadas, mas conven- Paulo, a reprodução do pro-
geração de renda familiar. cidas a freqüentar as oficinas grama adotado em São Pau-
A Secretaria desenvolve e a participar de passeios a lo - com transferência de
também os Projetos Quixote, renda, atendimento à saú-
parques e teatros. Quando re-
Equilíbrio e Família Acolhedo- de, reinserção familiar e as-
tornam às suas casas, o Creca sistência pedagógica - pode
ra, que prestam atendimento cuida da matrícula na escola e
integral às crianças e suas fa- dar bons resultados em me-
assegura atividades no perío- nos tempo.
mílias. O Quixote é dedicado do pós-escola, nos Núcleos Só-
4.
Democratização
do conhecimento

A melhora da qualidade do trabalho


em qualquer campo de atuação passa,
necessariamente, pela gestão e fomento do
conhecimento. Promover a disseminação de
informação é essencial para o entendimento
dos fenômenos sociais, pois contribui para
a formulação das políticas sociais, para a 1) Produção de estudos,
tomada de decisão e para a melhoria do
rendimento ao público-alvo. pesquisas, dados e
A gestão e disseminação do informações - Observatório
conhecimento estão aqui apresentadas de Políticas Sociais
da seguinte maneira:
• A produção de estudos, pesquisas, 0 Observatório de Políticas Sociais foi
dados e informações, coordenadas pelo idealizado com a finalidade de executar a
Observatório de Políticas Sociais, que visam vigilância socioassistencial na cidade de
a compreender a questão social como um São Paulo, contando com o apoio dos 31
todo, com vistas a oferecer respostas e da- Observatórios Locais e de base territoriali-
dos concretos como apoio ao planejamento, zada nas Supervisões de Assistência Social.
implementação e avaliação das políticas, Isso é feito a partir de estudos da realidade
programas, projetos e serviços. dos territórios, do conhecimento do perfil da
• A capacitação e formação, realizadas população das áreas de situação de vulne-
através do Espaço Público do Aprender So- rabilidade, e da construção de indicadores
cial (ESPASO), como forma de difusão das para avaliar e monitorar as ações.
diretrizes do Sistema Único de Assistência É de fundamental importância manter
Social (SUAS) e do aprimoramento dos con- todo o sistema articulado e fazer com que
ceitos e das ferramentas para a ação dos os dados obtidos circulem entre todos. Para
servidores públicos, trabalhadores sociais, tal, cada SAS, implantada nas 31 Subprefei-
conselheiros e estagiários. turas, tem o seu Observatório de Políticas
Sociais Local que consolida as informações
• A divulgação de informações, exe-
sobre os serviços de sua área de abrangên-
cutada pela Assessoria de Comunicação
cia. Esse fluxo de informações é essencial
Social, por meio da veiculação de notícias,
para que as demais unidades da SMADS
publicações e materiais informativos, que
possam avaliar e monitorar o andamento
apresentam as iniciativas, as ações e os
das ações e rever ou validar as diretrizes do
resultados obtidos.
trabalho, subsidiando a política pública.
• Os prêmios, intercâmbios e eventos A seguir estão listadas as ações
que legitimam o trabalho realizado, bem mais importantes e significativas para a
como seu reconhecimento, por parte da gestão da SMADS:
sociedade, das ações desenvolvidas.
A) Caracterização de idosos nos serviços
em atenção à população em situação de rua
- Albergues e Abrigos
Realização de estudo, em 2005, buscan-
do-se conhecer e informar as características
e dimensões da população idosa na rede de
serviços em atenção às pessoas em situação
de rua. Frente a esse diagnóstico, o desafio
consiste em combater o isolamento, criar A Cartilha do Professor Boris é uma
condições para o fortalecimento dos vínculos fa- publicação fruto da parceria entre a Cam-
miliares e superar preconceitos, sob a perspecti- panha "Dê mais que esmola. Dê futuro", e a
va do envelhecimento com dignidade. DPaschoal. Mais de 70 mil exemplares foram
distribuídos nos Centros para Crianças,
B) Estudo dos Albergues e Perfil dos usuários
Adolescentes e Jovens. A partir deste estudo
Em parceria com a FIPE, a SMADS reali-
qualitativo, realizado por meio da aplicação de
zou entre dezembro de 2005 e janeiro de 2006
grupos focais com educadores dos Centros,
uma pesquisa, de caráter amostrai, em 24 al-
foi possível comprovar que essa cartilha foi
bergues conveniados. 0 estudo traçou o perfil
fundamental como material de apoio à ação
dos usuários e as condições dessa parcela
socioeducativa e para o desenvolvimento do
da rede socioassistencial. Esse resultado foi
tema do trabalho infantil.
determinante para a filosofia de trabalho da Se-
cretaria em relação à oferta desses serviços. G) Análise Qualitativa da Execução
C) Censo de Crianças e Adolescentes 0 Centro de Monitoramento e Avaliação
em situação de rua e trabalho infantil do Observatório consolida, mensalmente, as
A fim de garantir efetivamente os direitos informações de atendimento da rede de ser-
das crianças e adolescentes em situação de viços socioassistenciais vinculadas à SMADS
rua e de trabalho infantil, realizou-se em 2007, e produz, trimestralmente, relatórios com in-
por meio de uma parceria com a FIPE, um formações quanto ao número de unidades de
Censo para identificar os principais pontos serviços, capacidade de atendimento, lotação
de concentração de trabalho infantil e de final, número de atendimentos etc, que permi-
crianças e adolescentes em situação de rua. tem diversas leituras e análises, cruzamentos
na cidade. 0 estudo revelou o número de e comparações para subsidiar o trabalho das
crianças e adolescentes nessas situações, equipes técnicas.
bem como o perfil e as condições de vida de H) índice Geral de Desempenho
suas famílias. Dotado de metodologia inovado- dos Serviços Socioassistenciais (IGDS)
ra, o Censo aponta para o grau de exposição
Em parceria com a SAS e a Assessoria
das crianças às ruas da cidade, com todas as
de Relações Intersetoriais, o Observatório
conseqüências que daí decorrem.
desenvolveu um instrumento trimestral de
D) Estudo de Caracterização dos Setores Censi- avaliação dos serviços socioassistenciais
tários de Muito Alta Vulnerabilidade Social conveniados com a SMADS. Trata-se de um
Esse trabalho teve início em fevereiro de índice que, analisado e consolidado, permite
2007, e está sendo desenvolvido em parceria verificar a adequação, o cumprimento dos
com os Observatórios de Políticas Sociais compromissos firmados e a qualidade desses
Locais. Frente à magnitude dos problemas e serviços. São produzidos relatórios trimestrais
complexidades existentes na cidade, é um com os resultados obtidos por essa avaliação.
passo importante para o desenvolvimento de I) Indicadores para monitoramento
intervenções e para a implantação de uma dos serviços socioassistenciais
política de prevenção e monitoramento dos
Em parceria com a Fundação SEADE, fo-
riscos. Ao mapear, de maneira territorializada,
ram readequados, em 2006, os instrumentais
os 1.564 setores de alta e muito alta vulnerabili-
de registro, armazenamento e recuperação de
dade de todas as Subprefeituras, essa pesquisa
informações destinadas à gestão e o monito-
poderá subsidiar a tomada de decisão e promo-
ramento e avaliação das unidades de serviço,
ver a efetividade do atendimento das ações.
visando a subsidiar a elaboração do Sistema
E) Serviços em Foco - Centros de Vigilância e Monitoramento da Assistên-
para Crianças e Adolescentes cia Social (SIVIMAS), cuja implantação está
A série "Serviços em Foco" é um pe- prevista para 2009.
riódico que busca apresentar os serviços, J) Sistemas Informatizados de
programas, projetos e benefícios às demais dados: SISRua, SISorg, SISexec
Secretarias Municipais - público interno - e Outros focos de ação do Observatório
às organizações não-governamentais, usuá- são a elaboração e implantação de sistemas
rios e munícipes - público externo. A primeira informatizados, capazes de agilizar os proces-
publicação dessa coleção foi o caderno sos de obtenção e consolidação dos dados
"Centros para Crianças e Adolescentes", que necessários ao desenvolvimento das ações.
em termos de quantidade de atendimento e de Um desses sistemas é o SISRua, voltado para
equipamentos, representa parcela significa- o monitoramento dos usuários dos serviços
tiva do conjunto de serviços que a SMADS direcionados à população em situação de
oferece à população infantil e adolescente rua. Outros sistemas tiveram sua implantação
da cidade. Essa publicação conta a história, iniciada no final de 2007, o SISorg e o SISexec.
discute as concepções e mostra, por meio de 0 SISorg possui todas as informações das or-
estatísticas, os impactos deste serviço. ganizações sociais conveniadas; já o SISexec
refere-se ao monitoramento de atendimento
F) Estudo Qualitativo -
dos serviços socioassistenciais.
Cartilha do Professor Boris
Sede do ESPASO
2) Capacitação e formação
- Espaço Público do
Aprender Social
O Espaço Público do Aprender Social
(ESPASO) nasceu da necessidade de prover
a área da assistência social com profissio-
nais qualificados, possibilitando a geração,
difusão e disseminação do conhecimento na
construção do Sistema Único de Assistên-
cia Social (SUAS) do município.
Transformar a prática e consolidar
a política de assistência social requer a
formação de gestores e técnicos, a pro-
moção de debates, o incentivo à troca de
experiências, o estímulo à participação
e reflexão conjuntas. 0 ESPASO é uma
iniciativa pioneira de construção coletiva do
conhecimento. Trata-se de um pólo irradia-
dor do saber social, que busca dar suporte
às mudanças da cultura organizacional,
das concepções e práticas de trabalho
utilizadas e que contribui para o aperfeiço- Programa Ação Família - v i v e r em comunidade
amento dos profissionais e atores sociais Um exemplo na formação de trabalhadores sociais
envolvidos no processo de desenvolvimen-
Em dois anos do Programa Ação Família - viver em comunidade foram
to, dispondo, para isso, de toda a estrutura disponibilizadas 4.169 vagas em ações de capacitação. Elas foram destinadas
necessária: espaço físico, infra-estrutura e aos servidores públicos, técnicos, gerentes e agentes de proteção social que
pessoal qualificado. compõem a massa de profissionais das SAS e das organizações sociais parcei-
Em conjunto com as equipes técnicas ras envolvidas na execução do Programa.
da Secretaria, das Supervisões de Assistên- As estratégias e metodologias do Ação Família exigem capacitação
cia Social (SAS) e do Conselho Municipal continuada de qualidade. Para ministrar as oficinas, cursos e palestras foram
de Assistência Social (COMAS), elabora o mobilizados professores especialistas, com experiência e vivência nos temas
abordados. Além disso, a expertise de importantes instituições de ensino e
Plano Anual de Formação, executando pro-
núcleos de pesquisa vem sendo agregada aos processos de formação.
gramas de capacitação que visam constituir
0 público-alvo do Programa Ação Família são as famílias mais vulneráveis
unidade conceituai e metodológica às ações da cidade. Por essa razão, os profissionais enfrentam demandas concretas no
e estratégias da política de assistência atendimento, como nos cuidados integrais da criança desde a sua gestação
social no município. até os 6 anos de idade. Para suprir essa necessidade, foi firmada uma parceria
entre SMADS, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Instituto
WalIMart para capacitar 1.000 profissionais com a metodologia do Kit Família
Fortalecida, que aborda essas questões.
Capacitação e formação número de pessoas envolvidas com as
continuada e intensiva questões sociais em São Paulo.
0 investimento na gestão do conheci-
Com o objetivo de alavancar a política mento garantiu 14.693 vagas em 136 ações
de assistência social na cidade, a partir de formação, entre cursos, oficinas, pales-
dos programas estratégicos Ação Família tras e seminários, oferecidas entre 2005
- viver em comunidade e São Paulo Protege, e 2007: ferramentas fundamentais para a
implementou-se um processo de capacita- conquista de profissionais mais qualificados
ção intensivo, continuado e crescente, em e competentes, a capacitação e a formação
diversos campos de conhecimento. Esse certamente contribuíram para o êxito das
processo contou com propostas metodoló- ações empreendidas.
gicas inovadoras, visando a atingir o maior

Capacitação de Agentes
de proteção Social Ação
Família no Espaso
Centro de Conhecimento da
Cooperação Internacional
Assistência Social (CECOAS)
Para contribuir com a atuação do ESPASO, foi firmado um termo de
0 CECOAS é um centro de cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), denominado "Capacitação em Gerência Social". Seus objetivos são
excelência na captação, registro e divul-
implantar um processo de educação permanente; promover estudos e pesqui-
gação do conhecimento socioassistencial
sas que ofereçam subsídios para os processos decisórios da política pública
produzido pelos trabalhadores da SMADS de assistência social da SMADS e que permitam a transformação da realidade
e de organizações sociais parceiras, facili- social; e implantar um processo de avaliação contínuo com relação às
tando seu acesso, utilização, disseminação ações de capacitação.
e preservação. Entre os resultados obtidos com o desenvolvimento dessa parceria,
A biblioteca da SMADS surgiu em merecem destaque as mais de 14 mil vagas em ações de capacitação para
meados da década de 60. Com o passar do profissionais que atuam na área socioassistencial da Prefeitura; e a participa-
tempo, configurou-se como um Centro de ção gratuita a 120 servidores da SMADS e SAS no 1°. Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Gestão de Políticas Públicas Sociais. Em dezembro de 2007,
Documentação, que, além de atender aos
80 alunos já concluíram o curso, com defesas de monografia agendada para
técnicos da própria Secretaria, acabou por
janeiro de 2008. Os demais concluirão no 2o. Semestre de 2008. O projeto está
atrair a atenção dos alunos das academias sendo desenvolvido em parceria com a UNIBAN.
e de outros pesquisadores devido à riqueza Ainda em 2007, uma revisão das bases deste acordo de cooperação re-
e especificidade de seu acervo. Em 2002, foi sultou na ampliação do escopo de trabalho, com a inclusão de atividades para
incorporada à área de Gestão de Pessoas a área de gestão. Assim, com o uso da tecnologia da informação, busca-se
da Secretaria e, no final de fevereiro de o fortalecimento das capacidades estruturais da SMADS para atingir níveis
2004, passou a fazer parte do ESPASO, significativos de excelência. A partir dela, pretende-se: definir processos e
como Centro de Conhecimento da Assistên- papéis na rotina de trabalho da Secretaria; alavancar a eficácia administrativa;
cia Social (CECOAS). possibilitar a implantação de aplicações de alto valor agregado a SMADS; e
criar capacitações que resultem em catalizadores do atendimento aos objeti-
Em 2006, foram adquiridos 164 novos
vos da Secretaria.
títulos, por meio de acordo de cooperação Para concretizar o plano de ação estabelecido em conjunto com o
técnica entre a SMADS e o Programa das PNUD, houve uma evolução dos recursos financeiros previstos para a
Nações Unidas para o Desenvolvimento implementação do Projeto, que passou de R$ 1.371.611,41 em 2004 para
(PNUD). R$ 8.121.652,00 em 2007.
0 acervo atual disponível para a popula-
ção é composto por 10.411 livros, 150 títulos
de periódicos, 6.547 documentos e relató-
rios técnicos, 38.475 imagens (fotografias,
negativos, slides), 377 vídeos, hemeroteca 3) Divulgação de
temática com 2.223 artigos em papel e informações - Assessoria
hemeroteca legislativa com 923 artigos em
papel e 2.754 artigos digitalizados (dados
de Comunicação Social
computados a partir de 2004).
Há uma dura desigualdade social em
São Paulo que vem sendo enfrentada pela
política pública de assistência social, mas
que a população, em sua maioria, desconhe-
ce. Torna-se, portanto, fundamental promo-
ver a divulgação dessas informações.
A partir de janeiro de 2005, a Asses-
soria de Comunicação Social da SMADS
implantou, com sucesso, uma nova política
de comunicação institucional - interna e
externa -, a fim de promover, em pauta diá-
ria dos principais veículos de comunicação
(jornais, rádios, TVs, revistas e internet), as
notícias relacionadas à atuação da pasta.
A Assessoria de Comunicação
Social tem conseguido atrair a atenção
da imprensa para a assistência social do
município. Em três anos foram produzidos
releases e sugestões de pauta a diversos
veículos de comunicação que resultaram
em reportagens.
Além da presença na mídia, foram Família, do Ministério do Desenvolvimento
publicadas pela Secretaria 143 edições da Social e Combate à Fome (MDS), concedi-
Newsletter semanal (boletim eletrônico), o do em 2006; e o Prêmio São Paulo Cidade
Boletim Informativo Aqui Social e o Boletim - Inovação em Gestão Pública, da Secretaria
do Ação Família - viver em comunidade; Municipal de Gestão, em 2007.
duas edições da Revista Ação Família e De acordo com o MDS, o objetivo do
uma edição da Revista Institucional SMA- Prêmio Práticas Inovadoras na Gestão do
DS. 0 site da Secretaria, hospedado na pá- Programa Bolsa Família foi reconhecer o
gina da Prefeitura na internet, é permanen- esforço dos governos estaduais e munici-
temente atualizado. Há, também, folders, pais na melhoria das condições das famílias
cartilhas e outros materiais que mostram beneficiárias Bolsa Família e disseminar
as ações realizadas. experiências que trouxeram bons resul-
Todas essas publicações e iniciativas tados na política de inclusão social. As
proporcionam, ao público em geral, informa- 16 experiências premiadas, dentre as 400
ções sobre os programas, projetos, serviços práticas municipais e 14 estaduais inscri-
e benefícios desenvolvidos, seus impactos e tas, passaram a integrar o Observatório de
resultados. Boas Práticas do Bolsa Família, e ganharam
uma viagem ao México para conhecerem o
Programa Oportunidades.
4) Prêmios, intercâmbios Também em 2007, o Ação Família - viver
e eventos externos em comunidade foi um dos oito vencedores
do prêmio de melhores práticas de ges-
tão, em concurso inédito promovido pela
Prêmios Secretaria Municipal de Gestão da Prefei-
tura de São Paulo. Outras três iniciativas da
Em reconhecimento à sua metodologia SMADS - Observatório de Políticas Sociais,
e estratégia inovadoras, o Ação Família - São Paulo Protege suas Crianças e Proje-
viver em comunidade recebeu dois prêmios to Inclusão Social Urbana Nós do Centro
de extrema importância. 0 Prêmio Práticas - ficaram entre os finalistas e receberam
Inovadoras na Gestão do Programa Bolsa certificado.
Intercâmbios - Cooperação Participação em
Nacional e Internacional eventos externos
Tantos êxitos suscitaram o interesse de Por dois anos consecutivos, a SMADS
outras cidades, estados e países, provocan- organizou duas mesas em congressos inter-
do troca de conhecimentos e ampliação das nacionais do Centro Latinoamericano de Ia
possibilidades de atuação. Administración para el Desarollo (CLAD),
A Prefeitura de São Paulo assinou um organismo público internacional de caráter
termo de cooperação com o governo do intergovernamental apoiado pela Organiza-
Chile, onde se desenvolve uma experiência ção das Nações Unidas (ONU).
interessante, o Chile Solidário - Puente, A primeira mesa ocorreu em 2006,
que, a exemplo do Programa Oportunidades, na Guatemala, com o tema: "Desafios e
do México, serviu de base para a constru- estratégias no combate à exclusão social
ção do Programa Ação Família -viver em na cidade de São Paulo". Foram apresen-
comunidade. tados os seguintes trabalhos: "Diagnóstico
Os técnicos da Secretaria também visi- da Cidade de São Paulo e a estratégia para
taram o Chile, o México e a Argentina para combater a vulnerabilidade social: Progra-
trocarem experiências referentes a metodo- ma Ação Família - viver em comunidade e
logias inovadoras de trabalho com famílias e SP Protege"; e "0 processo de construção
e combate ao trabalho infantil. Em outubro do conhecimento da SMADS - a experiên-
e novembro de 2007, foram conhecidas as cia do Programa Ação Família -viver em
experiências de Nova Iorque no trato com comunidade e SP Protege".
pessoas em situação de rua, por meio de Em 2007, o evento foi na República
visitas guiadas pelo Comissário do Departa- Dominicana, com a mesa "A Política Pública
mento de Serviços de Moradores de Rua da de Assistência Social no Brasil e a Constru-
Prefeitura de Nova Iorque, Dr. Robert Hess. ção e Implantação do Modelo de Gestão na
No âmbito nacional, houve intenso Secretaria Municipal de Assistência e De-
intercâmbio de experiências com Florianó- senvolvimento Social de São Paulo". Foram
»lis, Curitiba, Belo Horizonte, Maceió e Rio apresentados os trabalhos: "A Implantação
e Janeiro, dentre outras. do Sistema Único de Assistência Social
na cidade de São Paulo: inovações, con-
quistas e desafios"; "Inovação de gestão
em Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social: por uma adminis-
tração pública gerencial"; "Contribuições
para o gerenciamento de projetos sociais
com base em indicadores de desempenho";
e "A política de gestão de pessoas no con-
texto da implantação do Sistema Único de
Assistência Social: a experiência da cidade
de São Paulo".
0 produto final apresentado nos dois
anos demonstrou uma interação virtuosa
entre lógica técnica, inovação política e
modernização gerencial.
Palavras finais

Multas conquistas Na medida em que a política pública de


assistência social em São Paulo é realizada
e desafios futuros em parceria com as organizações sociais,
torna-se fundamental o traçado de estra-
Muitas coisas foram realizadas tégias permanentes de fomento para o
nesses últimos anos. Histórias e mais fortalecimento do terceiro setor. Apenas
histórias de vida foram transformadas pela com a qualificação e pactuação democráti-
ação dedicada dos servidores públicos, cas das ações a serem realizadas é que os
técnicos, gestores, trabalhadores sociais, princípios de atenção integral à família e de
agentes de proteção social, conselheiros valorização da convivência familiar e comu-
e estagiários engajados no cumprimento nitária serão sedimentados, em detrimento
do seu dever. Por trás de cada programa, de visões retrógradas que preconizam a
projeto, serviço ou benefício que a SMA- institucionalização como processo de efeti-
DS oferece, milhares de pessoas recebem vidade para a inclusão social.
atenção, proteção e têm os seus direitos
Para trilharem esse caminho, os pro-
garantidos. No entanto, a dura realidade
fissionais precisam estar aptos a promover
de São Paulo e a evolução constante
debates, incentivar a troca de experiên-
dos cenários sociais mostram que ainda
cias, estimular a participação e a reflexão
existem muitos desafios a serem superados.
conjuntas, fornecer informações e apoio
Há muito por fazer. 0 desafio central técnico, indicar prioridades e estabelecer
para a consolidação do SUAS em São rumos para o enfrentamento dos problemas
Paulo está em construir formas avançadas sociais. Por isso, impera também o desafio
de proteção às famílias e indivíduos mais da consolidação da política de recursos
vulneráveis da sociedade, que operem de humanos para a assistência social que dê
maneira articulada com as ações de outras continuidade às ações de capacitação e
políticas públicas. A resolução da proble- formação pessoal, ao esforço em agregar
mática social não cabe apenas ao gover- e manter profissionais competentes, à va-
no municipal - que, inegavelmente, tem lorização e ao reconhecimento do trabalho
fundamental responsabilidade - mas exige de todos que se tornaram peças fundamen-
- a ação integrada dos municípios vizinhos, tais à execução da Política de Assistência
das diferentes secretarias, das três esferas Social na cidade.
de governo, das outras instâncias do poder
Por fim, encerra-se esse relato com
público, como Ministério Público, Justiça
a certeza de que a Administração Pública
e Parlamentos. A participação da sociedade
municipal está percorrendo o caminho certo
civil e de suas organizações, de empresas
no que diz respeito à solução dos proble-
privadas, de universidades e de comunida-
mas sociais de São Paulo. Por meio dessa
des locais também é fundamental.
publicação pretendeu-se cumprir um ato
Essa composição remete, portanto,
de respeito à sociedade, ã quem é sempre
a um trabalho em parceria, em rede.
devida a informação oportuna, fidedigna e
Porém, construir um trabalho em rede, transparente, pois uma sociedade devida-
na prática, é um grande desafio. É preci- mente instruída e informada é o principal
so que fluxos, procedimentos, papéis e parceiro na tarefa de potencializar a gestão
responsabilidades estejam pré-definidos; para o bem público.
que existam ações pactuadas e protocolos
firmados; e que o objetivo final de promoção
do interesse público seja o mesmo para
todos os integrantes da rede.
Bibliografia

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social, 1993.

Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Relatório da Situação de População


Mundial 2007. São Paulo, 2007.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de

Assistência Social. PNAS - Plano Nacional de Assistência Social, Brasília, 2004.

NOB/SUAS - Norma Operacional Básica do SUAS, Brasília, 2005.

Guia de Orientação Técnica do CRAS, Brasília, 2006.

NOB/SUAS/RH - Norma Operacional de Recursos Humanos, Brasília, 2007;

OIT- Organização Internacional do Trabalho. Combatendo o trabalho infantil: Guia para


Educadores/IPEC, Brasília, 2001.
Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS). Inovações em
Gestão Social. Convênio Único e Plano Municipal de Assistência Social.
São Paulo, 2006.

Inovações em Gestão Social. Uma Visão Geral. São Paulo, 2006.

Relatório de Gestão 2000 / 2006 - Benefício de Prestação Continuada - BPC.


São Paulo, 2006.
Organizações Sociais -
Rede socioassistencial conveniada

1. A Casa de Assistência Filadélfia 59. Associação Cultural Corrente Libertadora


2. A Mão Cooperadora-Obras Sociais e 60. Associação Cultural e Desportiva Bandeirantes
Educacionais 61. Associação das Damas de Caridade de São
3. Ação Beneficente Santa Luzia Vicente de Paulo da Cidade de São Paulo
4. Ação Comunitária-Todos Irmãos 62. Associação das Obras Sociais de Santa Cruz
5. Ação Comunitária Paroquial do Jardim Colonial 63. Associação de Amigos Bárbara Apriero
6. Ação Comunitária Paroquial Itaim Paulista 64. Associação de Apoio às Meninas e
7. Ação Comunitária São Benedito Meninos da Região da Sé
8. Ação Comunitária Senhor Santo Cristo 65. Associação de Auxílio Mútuo da Zona Leste
9. Ação Comunitária Tiradentes -APOIO
10. Ação Social Capela da Santa Cruz 66. Associação de Moradores do Jardim Kagohara
11. Ação Social Comunitária do 67. Associação de Moradores do
Lajeado Joilson de Jesus Jardim Santa Cecília
12. Ação Social Ermelino Matarazzo-ASEM .68. Associação de Moradores do Jardim Santa
13. Ação Social Largo Treze Lúcia e Adjacências
14. Ação Social Padre Paschoal Bianco da 69. Associação de Mulheres Amigas de Jova Rural
Paróquia Nossa Senhora das Graças 70. Associação de Mulheres Batalhadoras
15. Ação Social São Mateus Jardim Lourdes
16. Aldeia do Futuro -Associação Para a 71. Associação de Proteção à Maternidade a
Melhoria da Condição da População Carente Infância e Adolescência
17. AME 72. Associação de Transformação
18. Arco Associação Beneficente Social Cristo Jesus
19. Arrastão - Movimento de Promoção Humana 73. Associação do Abrigo Nossa Senhora Rainha
20. Assistência Comunitária de Ação Social de da Paz do Jardim Fim de Semana
São Miguel Paulista-ACAS 74. Associação dos Cavaleiros da Soberana
21. Assistência Comunitária de Ação Social de Ordem Militar de Malta de São Paulo e Brasil
São Miguel Paulista-ACAS Meridional
22. Assistência Social a Colméia 75. Associação dos Excepcionais
23. Assistência Social Lar Ditoso São Domingos Sávio
24. Associação Aliança de Misericórdia 76. Associação dos Moradores de Vila Arco-íris
25. Associação Amigos do Jardim Reimberg 77. Associação Educacional e Assistencial
26. Associação Barão de Souza Queiroz de Casa do Zezinho
Proteção à Infância e Juventude. 78. Associação Educacional e Beneficente
27. Associação Bem Aventurada Imelda Vale da Benção
28. Associação Beneficente Betsáida 79. Associação Educadora Beneficente
29. Associação Beneficente Caminho da Luz Providência Azul
-ABECAL 80. Associação Evangélica Beneficente-AEB
30. Associação Beneficente Coração de Jesus 81. Associação Evangélica Projeto Raízes
31. Associação Beneficente da Infância, 82. Associação Faá Di Bruno-FADIB
Adolescência e Terceira Idade — ABIATI 83. Associação Fala Mulher
32. Associação Beneficente Grupo da Caridade 84. Associação Feminina Comunitária do Conjunto
33. Associação Beneficente Guainumbi Habitacional Brigadeiro Eduardo Gomes
34. Associação Beneficente Imaculada Conceição 85. Associação Feminina de Vila Alpina
-ABIC Parque São Lucas
35. Associação Beneficente Irmã lldefranca 86. Associação Grupo de Mães Novo Amanhecer
36. Associação Beneficente Nossa Senhora do 87. Associação Idade Dourada de Pinheiros
Bom Conselho e São Luiz Gonzaga 88. Associação Instrutora da Juventude Feminina
37. Associação Beneficente o Semeador - Instituto Sedes Sapientiae
38. Associação Beneficente Santa Fé 89. Associação Lar da Criança de São Pedro
39. Associação Beneficente União por um Mundo Apóstolo
Melhor-ABUMN 90. Associação Madre Cabrini das Irmãs
40. Associação Beneficente Vivenda da Criança Missionárias do Sagrado Coração de Jesus
41. Associação Brasileira de Educação e Cultura 91. Associação Mãos Amigas da Reconciliação
-ABEC -AMAR
42. Associação Casa dos Deficientes de Ermelino 92. Associação Maria Auxiliadora-AMA
Matarazzo 93. Associação Marly Cury
43. Associação Cedro do Líbano de Proteção à 94. Associação Menino Deus
Infância 95. Associação Meninos do Morumbi.
44. Associação Central dos Moradores de 96. Associação Metodista de Ação Social -
Heliópolis Artur Alvin
45. Associação Cívica Feminina 97. Associação Metodista de Ação Social -
46. Associação Civil Gaudium Et Spes - AGES Campo Belo
47. Associação Comunitária Auri Verde 98. Associação Metodista de Ação Social -
48. Associação Comunitária Beneficente do Jardim Jabaquara
São Carlos 99. Associação Metodista de Ação Social -
49. Associação Comunitária das Mulheres do Liberdade
Movimento Sem Terra de Ermelino Matarazzo 100. Associação Metodista de Ação Social-
50. Associação Comunitária Despertar Pinheiros
51. Associação Comunitária do Parque Mandy 101. Associação Metodista de Ação Social -
52. Associação Comunitária e Beneficente Padre Tucuruvi
José Augusto Machado Moreira 102. Associação Metodista de Ação Social -
53. Associação Comunitária Jardim Nazaré II Vila Formosa
54. Associação Comunitária Monte Azul 103. Associação Metodista de Ação Social -
55. Associação Comunitária São José Operário Vila Mariana
56. Associação Criança Brasil 104. Associação Metodista de Ação Social -
57. Associação Cristã de Moços de São Paulo Vila Medeiros
-ACM 105. Associação Metodista de Ação Social -
58. Associação Cristã Luis Carlos - Elo de Amor Vila Nivi
-Casa de Crianças
106. Associação Metodista de Ação Social - 164. Centro de Obras Sociais Nossa Senhora das
Água Fria. Graças da Capela do Socorro-CONOSCO
107. Associação Mutirão do Pobre 165. Centro de Orientação à Família -COR
108. Associação Novolhar 166. Centro de Promoção Humana e Assistência
109. Associação Obrado Berço Social da Paróquia Santana - CEPHAS
110. Associação Para Desenvolvimento, Educação e 167. Centro de Promoção Humana Nossa Senhora
Recuperação do Excepcional -ADERE Aparecida
111. Associação pela Família 168. Centro de Promoção Humana São Joaquim
112. Associação Pró-Brasil Sant'ana
113. Associação Promocional do Coração Imaculado 169. Centro de Promoção Social Bororé
de Maria 170. Centro de Promoção Social Carmem Mendes
114. Associação Reciclazáro Conceição
115. Associação Rede Rua 171. Centro de Promoção Social São Caetano de
116. Associação Reivindicativa e Assistencial de Thiene
Vila Medeiros-ASSORAVIM- 172. Centro Educacional Comunitário da Criança e
117. Associação Santo Agostinho-ASA do Adolescente Ademir Almeida Lemos
118. Associação Solidariedade e Esperança - ASES 173. Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
119. Associação União da Juta 174. Centro Integrado de Promoção Social
120. AVIB - Associação de Voluntários Integrados • 175. Centro Popular de Defesa dos Direitos
no Brasil Humanos Frei Tito de Alencar Lima
121. Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo 176. Centro Social Bom Jesus de Cangaíba
122. Cáritas Diocesana de Campo Limpo 177. Centro Social Brooklin Paulista
123. Casa da Criança Paulo de Tarso 178. Centro Social Comunitário Jardim Primavera
124. Casa da Terceira Idade Tereza Bugolim 179. Centro Social Coração de Maria
125. Casa de Isabel Centro de Apoio a Mulher, 180. Centro Social da Paróquia Santa Luzia
a Criança e as Adolescentes Vitimas de 181 - Centro Social e Comunitário Padre José
Violência Doméstica. 182. Centro Social Evangélico do Sacomã
126. Casa de Saúde Santa Marcelina 183. Centro Social Fé e Alegria
127. Casado Cristo Redentor 184. Centro Social LeãoXIII-Paróquia São
128. Casa dos Meninos Francisco de Assis
129. Casa Jesus, Amor e Caridade. 185. Centro Social Leme do Prado
130. Casa José Coltro 186. Centro Social Nossa Senhora da Penha -
131. Centro Comunitário Beneficente Conjunto CENHA
Habitacional Castro Alves e Adjacentes 187. Centro Social Nossa Senhorado Bom Parto
132. Centro Comunitário Católico e Obras Sociais 188. Centro Social Padre Batista
Oscar Romero 189. Centro Social Padre Cícero Romão
133. Centro Comunitário da Criança e do 190. Centro Social Paroquial de São Geraldo das
Adolescente-CCCA Perdizes
134. Centro Comunitário do Jardim Ipanema 191. Centro Social Santa Cruz de Vila Ré
135. Centro Comunitário do Jardim Japão 192. Centro Social Santo Dias
136. Centro Comunitário e Creche Sinhazinha 193. Centro Social Santo Estevão
Meirelles 194. Centro Social São José
137. Centro Comunitário e Paroquial do Jd. Brasil 195. Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila
138. Centro Comunitário e Recreativo do Jd. Prudente
Macedônia 196. Circulo Social São Camilo
139. Centro Comunitário Jardim Autódromo 197. Clube da Amizade Terceira Idade de Ermelino
140. Centro Comunitário João Paulo I Matarazzo - CATIEM
141. Centro Comunitário Nossa Senhora Aparecida 198. Clube de Mães do Parque Santa Rita
142. Centro Comunitário Santa Inês-CECOSI 199. Colméia Recreativa Cultural e Social
143. Centro de Ação Cristã 200. Comunidade Cantinho da Paz
144. Centro de Ação Social Espaço Livre 201. Comunidade Educacional de Base Sítio
145. Centro de Apoio ao Aprendizado Profissional do Pinheirinho-CEBASP
Ipiranga - CAAP 202. Comunidade Kolping São Francisco de
146. Centro de Apoio Comunitário de Perus - CAP Guaianazes
147. Centro de Apoio e Desenvolvimento Social 203. Congregação das Franciscanas Filhas da
-CADES Divina Providência
148. Centro de Aprendizado e Apoio ao Primeiro" 204. Congregação das Irmãs Carmelitas
Emprego de Vila Maria - CAAPE Missionárias de Santa Tereza do Menino Jesus
149. Centro de Assistência e Promoção Social 205. Congregação das Irmãzinhas Imaculada
Nosso Lar Conceição
150. Centro de Assistência Social - 206. Congregação de Santa Cruz
Por um Mundo Novo 207. Conjunto Assistencial Nossa Senhora da
151. Centro de Assistência Social de Vila Dionísia Conceição Aparecida
-CASVIDIO 208. Coordenação Regional das Obras de Promoção
152. Centro de Assistência Social do Jardim Peri Humana -CROPH
153. Centro de Assistência Social e Promoção de 209. Corporação Evangélica Beneficente.
Vila Alpina-CASP 210. Creche Arquinha
154. Centro de Assistência Social Nossa Senhora da 211. Creche Imaculado Coração de Maria do Jardim
Piedade-CASPIEDADE Princesa
155. Centro de Assistência Social Reino da Criança 212. Creche Maria Thereza de Mello Müroró
156. Centro de Assistência Social Santa Terezinha 213. Creche Nova Esperança Amigos de Pianoro
-CASST 214. Cruzada Brasileira de Assistência e Educação
157. Centro de Assistência Social Santo Agnelo -CBAE
-CASSA 215. Cruzada Pró Infância
158. Centro de Assistência Social São Vicente de 216. Entidade de Promoção e Assistência Social-
Paulo Espaço Aberto
159. Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do 217. Escola Especial Para Educação de Excepcionais
Adolescente- CEDECA Interlagos 4-E
160. Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do 218. Espaço Infantil Recreativo e Educacional
Adolescente- CEDECA Paulo Freire Quadrangular Projeto Vida
161. Centro de Educação Popular da Comunidade 219. Fundação Comunidade da Graça
Nossa Senhora Aparecida 220. Fundação Dorina Nowill Para Cegos
162. Centro de Estudos Paulista de Psiquiatria 221. Fundação Francisca Franco
163. Centro de Habilitação Filosofia e Cultura 222. Fundação Jovem Profissional
223. Fundação Julita 291. Obras Sociais do Jardim Clímax
224. Fundação Lar de São Bento 292. Obras Sociais Nossa Senhora Achiropita
225. Fundação São Paulo 293. Obras Sociais São Bonifácio
226. GAIA -Grupo de Assistência ao Idoso, 294. Obras Sociais São Mateus
à Infância e à Adolescência 295. Organização de Auxílio Fraterno - O A F
227. GAOS - Grupo Assistencial os Samaritanos 296. OSSE-Obra Social Santa Edwiges
228. General Federation of Woman's Club - GFWC 297. Programa Comunitário da Reconciliação
-Crê-Ser 298. Programa Social Gotas de Flor com Amor
229. Grupo Assistencial e Promocional São Januário 299. Promoções Humanas Eugênio de Mazenod
230. Grupo Assistencial Luiz Sérgio 300. Promove Ação Sócio-Cultural
231. Grupo de Organização dos Trabalhadores 301. Província Carmelitana de Santo Elias
Independentes-GOTI 302. Província Franciscana da
232. Grupo Espírita Batuíra Imaculada Conceição do Brasil
233. Grupo Itápolis - Ação e Reintegração Social 303. Rede Criança de Combate à Violência Doméstica
234. Igreja Batista em Vila Pompéia ' 304. S A M 0 S I - S o c i e d a d e Amigos e
235. I H D I - Instituto Humanização e Desenvolvimento Moradores da Vila Santa Inês
Integral Instituto Lygia Jardim 305. São Paulo Woman's Club
236. Inspetoria Salesiana de São Paulo 306. Seara Bendita Instituição Espírita
237. Instituição Beneficente Ação UniVida 307. Serviço Assistencial Camille Flammarion
238. Instituição Beneficente Israelita Ten Yad 308. Serviço Promocional e Social da
239. Instituição Cidadania Ativo Paróquia de Santa Cecília
240. Instituição de Assistência Social do Jardim 309. Serviço Social Bom Jesus
Princesa 310. Serviço Social e Promocional São Paulo da Cruz
241. Instituto Beneficente Cultural José Kenteríich 311. Serviço Social Perseverança
242. Instituto Beneficente Nosso Lar 312. S 0 B E I - Sociedade Beneficente
243. Instituto de Cidadania Empresarial Equilíbrio de Interlagos
244. Instituto de Integração à Cidadania 313. Sociedade Amiga e Esportiva do
Começar de Novo Jardim Copacabana
245. Instituto de Juventude Iniciação, Formação e 314. Sociedade Amigos de Bairro de
Capacitação Profissional Daniel Comboni Vila Progresso e Adjacências
246. Instituto de Terapia Familiar de São Paulo 315. Sociedade Amigos de Ponte Rasa
247. Instituto Dom Bosco - 316. Sociedade Amigos de Vila A l p i n a - S A V A L P
248. Instituto Gabrielle Barreto Sogari - GABI 317. Sociedade Amigos de Vila Industrial
249. Instituto Mensageiros 318. Sociedade Amigos de Vila M a r a ,
250. Instituto Rogacionista Aníbal Difrância Jardim Maia e Vilas Adjacentes.
251. Jardins Unidos num Trabalho de Obras Sociais 319. Sociedade Amigos do bairro do Conjunto sV
-JUNTOS Habitacional Jardim Sapopemba
252. LACE-Núcleo de Ações 320. Sociedade Amigos do Bairro
Para a Cidadania na Diversidade Siciliano Anglo Brasileiro •"~
253. Lar Batista de Crianças 321. Sociedade Amigos do Jardim Coimbra,
254. Lar Criança Feliz Parque Amélia e Jardim São Carlos.
255. Lar das Crianças Casa do Caminho 322. Sociedade Amigos do Jardim Lapenna
256. Lar do A l v o r e c e r Cristão 323. Sociedade Amigos e Moradores
257. Lar Dona Cotinha da Favela Heliópolis
258. Lar Escola Recanto Cristão 324. Sociedade Assistencial Espírita
259. Lar Sírio Pró-lnfância 325. Sociedade Beneficente
260. Legião Mirim de Vila Prudente Caminhando para o Futuro . ,
261. Liceu Coração de Jesus 326. Sociedade Beneficente Centro de
262. Liga das Senhoras Católicas de São Paulo Cultura Afro-Brasileira Asé Ylê do Hozooane
263. Limiar Associação de Apoio à Criança 327. Sociedade Beneficente Santo Expedito
e Família Substituta 328. Sociedade Beneficente São Camilo
264. LUMEN - Associação de Assistência ao 329. Sociedade Benfeitora Jaguaré
Deficiente N e u r o M o t o r ou M e n t a l 330. Sociedade de Amparo Fraterno Casa do Caminho
265. Moradia Associação Civil 331. Sociedade de Ensino Profissional e
266. Mosteiro São Geraldo de São Paulo Assistência Social - SEPAS
267. Movimento Comunitário Cristo Libertador 332. Sociedade Instrução e Socorros
268. Movimento Comunitário de Promoção Humana 333. Sociedade Santos M á r t i r e s
do Jardim Miriah 334. Turma da Touca Associação Cultural,
269. Movimento Comunitário Estrela Nova Recreativa e Social
270. Movimento Comunitário São Joaquim 335. União Brasileira Israelita do
271. Movimento Comunitário Vila Remo Bem Estar Social - U N I B E S
272. Movimento de Apoio e Integração Social - M A I S 336. União Cidade Líder Pró-Melhoramentos
273. Movimento de Orientação à Criança do Bairro
e ao Adolescente - MOCA ,337. União de Moradores da
274. Movimento P r ó - l d o s o s - M O P I Comunidade Sete de Setembro
275. N A I A Núcleo Assistencial Irmão Alfredo * 338. União de Núcleos, Associações e
276. NASCE- Núcleo de Apoio Social ao Caminho da Sociedade de Moradores de Heliópolis
Esperança e São João Clímaco - UNAS
277. Núcleo Assistencial Fraternidade 339. União dos Amigos das
278. Núcleo Comunitário de Vila Terezinha Vilas Mathias Real e Cruzeiro
279. Núcleo Coração M a t e r n o 340. União dos Moradores da
280. Núcleo Social Paulistano Comunidade Sete de Setembro
281. Obra Assistencial Nossa Senhora do Ó 341. União dos Moradores do
282. Obra de Promoção Humana São Sebastião Parque Anhanguera - UMPA
-0PHUSS 342. União Popular de Mulheres de
283. Obra Filantrópica e Missionária - Campo Limpo e Adjacências
Novo Lar Betânia
284. Obra Social da Paróquia São Mateus Apóstolo
285. Obra Social Dom Bosco
286. Obra Social Santa Rita de Cássia
287. Obra Social São Benedito
288. Obras Educacionais e Sociais Frei Luiz Amigo
289. Obras Promocionais de Cristo Ressuscitado
290. Obras Sociais de Vista Alegre

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