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Social na Cidade de
São Paulo
Balanço 2005 / 2007
PREFEITURA DA CIDADE DE
SÃO PAULO
O Desenvolvimento
Social na Cidade de
São Paulo
PREFEITURA DA CIDADE DE
SÃO PAULO
Realização
Gilberto Kassab
Prefeito da Cidade de São Paulo
Floriano Pesaro
Secretário Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
São Paulo
Balanço 2005 / 2007
PREFEITURA DA CIDADE DE
SÃO PAULO
Equipe Editorial
Coordenação
Paula Giuliano Galeano
Equipe Técnica
Camila Iwasaki
Neli Maria Abade Selles
Estagiárias
Mariana Ferreti Lippi
Vivian Satiro de Oliveira
Fotos
Wagner Origenes Nunes
Karime Xavier
As políticas sociais no Brasil têm sua de de São Paulo. Sabe-se que as metrópoles
trajetória marcada por um círculo virtuoso têm potencial para melhorar a qualidade
de transformações e reformas, decisivas de vida das pessoas. Porém, o crescimento
na consolidação de uma nova lógica de urbano sem precedentes traz riscos perma-
combate às desigualdades de oportuni- nentes de concentração de pobreza, na qual
dades entre os cidadãos. A Constituição se combina privações de renda, de trabalho,
de 1988 e a aprovação da Lei Orgânica de de saúde, de habitação, de educação, de
Assistência Social (LOAS), em 1993, são transporte etc.
marcos deste processo de democratização, 0 município mais rico e mais dinâmico
ampliação e universalização dos direitos, do país tem cerca de 1,4 milhões de pessoas
que imprimiu na agenda da política pública vivendo abaixo da linha da pobreza, sendo
a responsabilidade pela proteção social sem que a grande maioria encontra-se nas peri-
contribuição prévia, ampliando o conceito ferias. Nas regiões centrais, existem cerca
de seguridade social; entretanto, um longo de 38 mil pessoas vivendo em cortiços,
caminho vem sendo percorrido para a con- 13 mil adultos em situação de rua e 1840
solidação dos direitos sociais no país. crianças e adolescentes em situação
Mais do que um imperativo constitucio- de rua ou trabalho infantil.
nal, a efetivação do sistema de proteção so- Para enfrentar essas mazelas, a política
cial é um dos pilares da ética da sociedade pública de assistência social passou a
democrática. Ela exige o rompimento com olhar de perto esses grupos populacionais
a centralização e o clientelismo, demanda multifacetados, reconhecendo suas dife-
o aumento dos níveis de participação da renças e necessidades. Ao mesmo tempo,
população e a sedimentação do controle as ações que já estavam dando certo foram
social. E, ainda, impõe a superação da frag- aprimoradas, garantindo a continuidade da
mentação das ações sociais e a aplicação política social para a obtenção de resulta-
dos recursos de maneira transparente, para dos positivos e mais efetivos. Buscou-se,
que os esforços cheguem, efetivamente, a também, romper com as práticas assisten-
quem mais precisa de atendimento. cialistas e clientelistas, dando espaço para
Para alcançar estes objetivos, a Se- o desenvolvimento de ações voltadas à
cretaria de Assistência e Desenvolvimento transformação do beneficiário em cidadão
Social (SMADS) estabeleceu, nos últimos ativo, responsável e independente, e que
anos, uma estratégia bem sucedida de in- seja capaz de escrever a sua própria histó-
tervenção para oferecer oportunidades re- ria de vida.
ais de emancipação e inclusão social. Nesse Pouco se pode esperar de uma polí-
trajeto, várias conquistas foram realizadas, tica social que esteja somente centrada
o que fica claro por meio da análise dos da- na questão monetária. Os programas de
dos e resultados do trabalho reunidos nesta transferência de renda meramente compen-
publicação. Todavia, esse rol de realizações satórios não premiam o esforço que as pes-
não seria possível sem a transposição e su- soas fazem para superar a sua condição de
peração de barreiras e obstáculos. Grandes pobreza, tornando-as reféns do benefício.
mudanças foram operadas, acompanhando 0 Programa Ação Família - viver
o panorama nacional da implantação do Sis- em comunidade é um exemplo de que é
tema Único de Assistência Social (SUAS), possível ir além da transferência de renda,
e que exigiu uma transformação radical e aliando o trabalho socioeducativo à promo-
quebra de paradigmas, conceitos e culturas. ção do acesso aos serviços públicos, tendo
A superação destes desafios parece em vista o fortalecimento e a emancipação
ainda maior em uma cidade com a magnitu- de famílias em situação de alta vulnera-
bilidade social. Vencedor dos prêmios essa parcela da população que precisa se
Práticas Inovadoras na Gestão do Programa tornar livre, inclusive da falsa caridade que
Bolsa Família, em 2006, e São Paulo Cidade a faz cativa da má consciência.
- Inovação da Gestão Pública, em 2007, hoje Ter um apurado diagnóstico desse
55 mil famílias participam do Programa, que problema era fundamental para balizar as
acontece nos locais onde elas residem. Por ações que pudessem trazer resultados efe-
meio das ações realizadas, estimulam-se a tivos ao enfrentamento das questões. Com
convivência familiar, a mobilização comuni- esse objetivo, foi realizado o primeiro Censo
tária e o envolvimento da rede local visando de Crianças e Adolescentes em situação de
a atender às demandas e necessidades rua e de trabalho infantil. Desenvolvido em
individuais e coletivas identificadas pelo 2007, o Censo identificou 538 pontos de con-
Programa. Trata-se de um trabalho em rede, centração e traçou o perfil desse público e
resultado da sinergia da ação integrada de suas famílias.
dos diferentes órgãos do poder público, Os resultados deste estudo contri-
governamentais ou não, da sociedade civil buíram para o aprimoramento das ações
organizada e das comunidades. do Programa São Paulo Protege. Em
O sucesso deste trabalho em rede 2005, eram 4.030 crianças e adolescentes
confirma a premissa de que só é possível morando e trabalhando nas ruas da cida-
fazer a diferença com a articulação e o de. Dessas, cerca de 2 mil foram retiradas
envolvimento de toda a sociedade. Apenas do trabalho infantil urbano e das ruas, e
a ação isolada do Poder Público, com seus colocadas em atividades do pós-escola, no
programas e serviços, não é suficiente para contra-turno escolar. Suas famílias foram ca-
equacionar os problemas. A participação de dastradas e inseridas nos programas sociais.
toda a sociedade é ainda mais necessária Resultado de um trabalho persistente e
quando se trata da questão do combate ao incansável, o Programa São Paulo Prote-
trabalho infantil. A indústria da esmola mo- ge organiza de forma descentralizada os
vimenta cerca de 25 milhões ao ano. Com o serviços de atenção a indivíduos e famílias
envolvimento de todos, o montante poderia (crianças, adolescentes, jovens, adultos e
ser canalizado para projetos sociais sérios, idosos) em alto grau de risco social e pes-
desenvolvidos para garantir os direitos fun- soal. Sua atuação ganhou as ruas por meio
damentais das crianças e dos adolescentes. dos 474 Agentes de Proteção Social. Cir-
Em 2005, dentro do Programa São Paulo culando pela cidade, de forma respeitosa e
Protege, a SMADS lançou a campanha "Dê humana, são eles que realizam a abordagem
mais que esmola. Dê futuro". Seu objetivo é às pessoas em situação de rua e os conse-
alertar para o fato de que quem dá esmolas, qüentes encaminhamentos aos serviços da
ou compra produtos de crianças e adoles- rede de proteção social.
centes nos faróis, colabora com o trabalho Esta linha de atuação pró-ativa dos
infantil e com a perpetuação da pobreza. trabalhadores perpassa toda a estrutura or-
Alterar o hábito de dar esmolas exige, por- ganizacional da SMADS. Os técnicos das 31
tanto, uma mudança de mentalidade Casas da Família - Centros de Referência de
e de cultura de toda a sociedade. Assistência Social (CRAS), localizadas nas
Se todos os cidadãos dispostos Subprefeituras da cidade, também estão
a colaborar tiverem um objetivo comum, nas ruas. Eles realizam visitas domiciliares,
os resultados serão mais efetivos e posi- identificam os problemas, acompanham de
tivos. Os doadores empenhados em sua perto as ações e monitoram os resultados.
tarefa solidária contribuem de fato quando Houve um intenso movimento de fortaleci-
os recursos são destinados ao Fundo Muni- mento da gestão descentralizada em São
cipal da Criança e do Adolescente (FUM- Paulo, sobretudo no modelo de intervenção
CAD). Além de ter o benefício da dedução social dos CRAS, tornando-os mais próxi-
fiscal, o doador terá a certeza de que a sua mos da população, com atendimento mais
ação fará a diferença para o desenvolvi- eficiente e integral, e desenvolvidos em
mento social. parceria com a rede socioassistencial.
Hoje, a campanha "Dê mais que esmo- Contudo, de que valeriam estratégias e
la. Dê futuro" está na mídia, nas ruas, nos concepções metodológicas inovadoras, sem
estabelecimentos comerciais e na frota de o aumento da infra-estrutura e de recursos
táxis da cidade. São mais de 77 parceiros financeiros e humanos? Houve uma amplia-
institucionais, que sinalizam a conquista de ção do orçamento da Assistência Social em
um novo pacto social entre o poder público, São Paulo, que passou de 154,5 milhões em
a sociedade civil, as empresas e as organi- 2005, para 368,3 milhões em 2006, com a
zações sociais. Ao implementar a Campanha transferência do Programa Renda Mínima
e o Programa São Paulo Protege, a SMADS para a SMADS; já em 2007 o valor atingido
objetiva conferir cidadania permanente a foi de 556,7 milhões. A expansão orçamen-
tária, de cerca de 260%, se reflete direta- foram traçados critérios técnicos para a
mente na ampliação da capacidade da rede focalização do atendimento. Paralelamente,
socioassistencial. No mesmo período, foram foi desenvolvida é implementada uma estra-
geradas 51.218 novas vagas na rede de pro- tégia de cadastramento domiciliar. Profissio-
teção social, representando um aumento de nais capacitados batem de porta em porta,
46%. Hoje temos 821 serviços, em parceria nas residências das regiões de alta e muito
com 342 organizações sociais, com capaci- alta vulnerabilidade social, para a coleta de
dade de 162.605 vagas. dados que compõem os cadastros dos pro-
A esses importantes avanços soma-se gramas sociais e de transferência de renda.
a transparência do gasto do dinheiro públi- Dessa forma, é possível identificar, proteger
co, conquistada com a alocação de 100% e beneficiar, de fato, quem mais precisa.
dos recursos para a execução da Rede Ao conhecer a fundo as necessida-
Socioassistencial no Fundo Municipal de des do público-alvo da política pública de
Assistência Social (FMAS). assistência social, nota-se que essa parcela
Durante esse período, aconteceu, da população não está privada apenas de
ainda, outra conquista essencial: a autoriza- renda, de condições dignas de moradia ou
ção para a realização de Concurso Público, dos serviços públicos básicos de saúde e
que não ocorria desde 1988. Serão mais educação. Ela também não tem acesso à
422 Especialistas em Assistência e Desen- cultura, ao lazer e ao esporte, assim como
volvimento Social (Assistente Social), 511 dispõe de poucas (ou quase nenhuma)
Assistentes de Gestão de Políticas Públicas oportunidades para a conquista de uma
(AGPP) e 40 Assistentes de Suporte Técnico posição no mercado de trabalho. Sob essa
(Técnico de Contabilidade), alocados, em perspectiva, e no caminho contrário ao as-
sua maioria, nas Supervisões de Assistên- sistencialismo, a SMADS foi além da tarefa
cia Social, visando a fortalecer a ação das de garantir a proteção social, e apostou em
bases descentralizadas. iniciativas inovadoras como o Ludi-Cidade
Com efeito, a exigência para a implanta- - A r t e , Cultura, Esporte e a Roda da Cidada-
ção do Sistema Único de Assistência Social nia - Rede Social de Comércio Solidário.
(SUAS) em todos os municípios impulsionou Essas ações oferecem oportunidades
o reordenamento institucional, técnico diferenciadas de inclusão social aos cida-
e operativo da SMADS. Esse processo dãos usuários. De projeto no início de 2005,
resultou na edição de importante medida o Ludi-Cidade transformou-se em Programa
administrativa com a reorganização institu- Municipal em 2007. Seu objetivo é o de
cional da SMADS, publicada no Decreto n° promover atividades de lazer, esportivas e
48.359/07. culturais aos usuários dos serviços socio-
Nesse processo de reorganização, duas assistenciais. Em três anos, mais de 33 mil
coordenadorias importantes foram criadas, pessoas já freqüentaram diversos espetá-
resultando em melhor qualidade dos servi- culos de teatro, cinemas, circos, etc. Já a
ços prestados. O Observatório de Políticas proposta do Roda da Cidadania - Rede So-
Sociais, responsável pelos processos de cial de Comércio Solidário é a de promover
monitoramento e avaliação; e a Coordena- a inserção produtiva e o comércio solidário
doria de Gestão de Benefícios, criada em para alavancar o desenvolvimento econô-
decorrência da transferência do Programa mico dessas pessoas, por meio de oficinas
Municipal de Renda Mínima da Secretaria e capacitações continuadas. Atualmente,
Municipal do Trabalho para a da Assistência 18 organizações sociais comercializam seus
e Desenvolvimento Social. Esta foi uma de- produtos na Loja-Escola - situada à Rua
cisão acertada, pois potencializou o alcance Libero Badaró, 561, Centro - em feiras e
dos sete programas de transferência de em eventos em todo o país. Algumas já
renda, que atendem a 500 mil pessoas e exportam seus produtos, a partir de
mobilizam 1 bilhão de reais ao ano, tornan- pedidos de empresas do exterior.
do-os mais próximos dos cidadãos usuários Toda essa empreitada proposta pelo
dos serviços socioassistenciais. conjunto de programas, projetos, serviços
Porém, de nada adiantaria otimizar a e benefícios não é uma tarefa de simples
gestão administrativa, evitar o desperdício execução. Demanda profissionais qualifi-
de recursos, romper com a desarticulação cados, atentos às diretrizes, orientações
entre os programas, projetos, serviços e metodológicas e linhas de atuação, que
benefícios, e anular a fragmentação das sejam capazes de debater, elaborar pro-
ações, se o atendimento final não estivesse postas e promover reflexão sobre a política
direcionado à população mais vulnerável de assistência social. Assim, foi primordial
da cidade. Por isso, a partir de indicadores investir na formação continuada dos traba-
como o índice Paulista de Vulnerabilidade lhadores sociais para a prática profissional.
Social (IPVS), e de estudos e pesquisas, Nos últimos três anos, foram oferecidas
14.693 vagas em 136 diferentes ações de sim, na introdução desta publicação estão
capacitação, com destaque para o Curso fundamentadas as orientações conceituais
de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão e as diretrizes que balizaram o ordenamento
Social, dirigido aos servidores públicos da gestão da SMADS. 0 Primeiro Capítulo
municipais. discorre sobre o retrato social da cidade,
Para trilhar esse caminho com suces- ao passo que o Segundo mostra como a
so também é fundamental contar com a política pública de assistência social em
sincronia e a sinergia das demais políticas São Paulo lida com os problemas e com
públicas. Nesse sentido, diversas ações as questões sociais. O Terceiro Capítulo
da SMADS foram potencializadas a partir apresenta as parcerias estabelecidas com
da articulação com as secretarias munici- a sociedade civil, com os conselhos, fóruns,
pais e estaduais, visando a proporcionar o colegiados e com as empresas privadas
atendimento integral ao cidadão. Da mesma para somar esforços em prol de objetivos e
forma, o apoio de renomados organismos metas comuns. No Quarto Capítulo, o leitor
internacionais, como o Banco Interamerica- conhecerá as ações desenvolvidas no âmbi-
no de Desenvolvimento (BID), e o Programa to da gestão e do fomento do conhecimento
de Nações Unidas Para Desenvolvimento na assistência social, processo essencial
(PNUD), legitimam e ajudam a solidificar as para o aprimoramento da qualidade do
bases da assistência social na cidade. atendimento ao cidadão usuário. Por fim,
O BID financia o programa de reqüalificação encerra-se este relato com algumas pala-
urbana, econômica e social Ação Centro, e vras sobre os desafios da política pública de
o PNUD, por meio de um termo de coopera- assistência social para os próximos anos.
ção, incentiva o aprimoramento da gestão. Até aqui uma longa trajetória foi per-
Diante da riqueza dessa experiência, corrida, por vezes linear, por vezes tortuosa,
torna-se imperativa a divulgação do corpo porém com a certeza de que o caminho está
de ações, estratégias, metodologias, resul- no rumo certo. Fica o convite para você,
tados e avanços dos caminhos percorridos, leitor, mergulhar neste universo, e conhecer
das rotas e das escolhas empreendidas. As- um pouco mais sobre este trabalho.
A indústria da esmola
T
rês mil crianças var ao fundo pelo menos R$ o Leve-Leite.
trabalham ven- 200 milhões. O que muda, de região para
dendo quinquilha- Programas semelhantes fo- região da cidade, é o perfil do
rias ou pedem es- ram instalados em cidades co- atendimento prestado pelo go-
molas nos cruza- mo Curitiba que, em dois anos, verno. Estudo semelhante reali-
mentos de ruas de reduziu pela metade o número zado em São Mateus, numa
São Paulo. São exploradas pe- de crianças pedintes nas ruas. das áreas mais carentes da zo-
los pais e pelas máfias dos se- Porto Alegre, que também dis- na leste, mostrou que, das 344
máforos, que arrebanham me- põe de um fundo para assistir crianças avaliadas, 60 são aten-
ninos e meninas na periferia po- as crianças, conseguiu arreca- didas pelo Programa pela Erra-
bre, para distribuí-los na cida- dar R$ 80 milhões neste ano. dicação do Trabalho Infantil,
de, onde a maioria representa Os recursos foram encaminha- que paga R$ 40,00 por mês.
o papel de órfãos miseráveis dos às organizações sociais Apesar de os programas
ou de filhos de desempregados. que mantêm vínculo com a pre- atenderem amplamente as
Chegam em peruas, que trans- feitura local para o atendimen- crianças necessitadas, o que
portam também sacolas cheias to à população carente. elas ganham em um mês por
de balas e outros produtos pre- A tarefa em São Paulo exigi- meio desse tipo de assistência
viamente embalados e rotula- rá esforço ainda maior. Isso é, na maior parte das vezes, me-
dos com mensagens impres- porque está mais do que com- nos do que recebem em um úni-
sas, apelando ao bom coração co dia nos cruzamentos.
dos motoristas. Esse mercado, Assim, mais do que uma no-
conforme levantamento da Pre- va versão de programa assis-
feitura, movimenta mais de R$ UMA CAMPANHA DE R$
tencial é preciso um amplo tra-
20 milhões por ano nas esqui- 200 MILHÕES PARA balho conjunto das Secretarias
nas de São Paulo. A quase tota- TIRAR AS CRIANÇAS Municipais de Assistência So-
lidade fica para esses "empre- cial, Saúde, Educação, assim
sários" dos faróis. Um mínimo DOS SEMÁFOROS
como das Secretarias de Esta-
vai para os pais, e nada para as do da Segurança Pública, Polí-
crianças. provado que as crianças que cias, Conselhos Tutelares da
Para acabar com a explora- trabalham ou pedem esmolas Criança e do Adolescente, Jui-
ção dos meninos e adolescen- nas ruas da capital não estão zado da Infância e do Adoles-
tes e convencer a população de desassistidas: a quase totalida- cente, a classe empresarial e to-
São Paulo de que a esmola só de tem casa, escola e ajuda dos da a sociedade.
faz crescer o número de pedin- programas sociais do governo. Os exploradores devem ser
tes, a Prefeitura de São Paulo Não deixam as ruas porque identificados e punidos. As fa-
lançará, em outubro, a campa- seus ganhos são altos. Cada mílias precisam de assistência,
nha publicitária "Dê mais que es- criança fatura nos faróis, em mas a fiscalização dos quesitos
mola, dê futuro". Além da cam- média, "salários" mensais que que asseguram a transferência
panha, um plano amplo de as- variam de R$ 400,00 a R$ de renda, como a manutenção
sistência às crianças e às suas 600,00. das crianças nas escolas, deve
famílias será colocado em práti- Pesquisa feita pela organiza- ser rigorosa. A escola precisa
ca, garantindo, por exemplo, ção não-governamental Proje- cumprir seu papel, estendendo
prioridade nos programas so- to Travessia, em conjunto com o atendimento ao aluno por
ciais. Em vez de entregar o di- a Prefeitura, nas ruas de Pi- meio do programa Pós-Escola.
nheiro nas mãos das crianças, nheiros, comprovou que ape- Os R$ 20 milhões anuais
os paulistanos serão incentiva- nas 3% de 293 crianças e ado- que os motoristas paulistanos
dos a destinar os recursos ao lescentes entrevistados nunca dão de esmola nos semáforos,
Fundo Municipal da Criança e estudaram ou não estão matri- ou gastam comprando o que as
do Adolescente (Fumcad), que culados na escola. Noventa por crianças lhes oferecem, soma-
recebeu, nos primeiros oito me- cento dos meninos estão inscri- dos aos auxílios das empresas,
ses deste ano, R$ 8 milhões. As tos em programas sociais, dos seriam mais do que suficientes
autoridades municipais acredi- quais 39% recebem o Renda Mí- para afastá-las definitivamente
tam que a campanha poderá le- nima; 20% o Bolsa-Escola; 14%, das ruas.
Introdução -
novos arranjos
Fonte: Processo de Avaliação do Desempenho dos Serviços Socioassistenciais Conveniados com a SMADS -1º, 2° e 3o trimestres de 2007
1.
Retrato da
Cidade de São Paulo
Maior metrópole do Brasil, São positivo (...) nenhum país na era industrial
Paulo tem quase 11 milhões de habitantes, conseguiu atingir um crescimento econô-
representando 6% da população brasileira. mico significativo sem a urbanização". En-
Esse número quase dobra na região metro- tretanto o Relatório pontua que um planeja-
politana, que tem 19,9 milhões de pessoas, mento realista para um crescimento urbano
o que a torna a 6a metrópole mais populosa futuro exige levar em conta, explicitamente,
do mundo. É o município mais rico do país, as necessidades dos pobres. A ampliação
gerando quase 15% do Produto Interno não-planejada no número de habitantes
Bruto (PIB) nacional, segundo a Fundação dos municípios favorece o crescimento
Seade, 2007. desordenado, gerando diversos problemas
A desigualdade é da mesma ordem de sociais, ambientais e econômicos.
grandeza: possui a maior concentração de Na cidade de São Paulo não foi diferen-
vulnerabilidade das Américas, sendo que 3,4 te, muitos indivíduos instalaram-se em resi-
milhões de pessoas vivem com até 1/2 salário dências precárias nas periferias da cidade,
mínimo. Desses, 1,4 milhões são extrema- em loteamentos clandestinos, em áreas de
mente vulneráveis (vivem com até 1/4 de sa- risco e de mananciais, em cortiços. Nos
lário mínimo por pessoa da família). Assim, 14.617 cortiços, concentrados sobretudo
cerca de 13% da população - 337 mil famí- nas regiões da Sé e Mooca, moram 38.512
lias - estão em situação de vulnerabilidade pessoas, de acordo com estudo realizado
social extrema, na sua maioria residentes pela Fundação Seade, 2005, em parceria
nas regiões periféricas da cidade. Desse com a CDHU (Companhia de Desenvolvi-
total, 568.399 são crianças, adolescentes e mento Habitacional e Urbano do Estado de
jovens de 0 a 18 anos, de acordo com dados São Paulo). São várias famílias vivendo sob
da Fundação Seade, 2004. São indivíduos o mesmo teto, em situação de insalubridade
vivendo em péssimas condições de saúde, e com alto grau de periculosidade.
educação, renda e moradia. Esse retrato social salta aos olhos de
Já nas regiões centrais, há uma qualquer cidadão. Qualquer estudo sobre
concentração de pessoas que vivem em si- as desigualdades sociais deve levar em
tuação de vulnerabilidade social e risco pes- conta o conjunto dos problemas, condições
soal nas ruas da cidade: são 13 mil adultos e espaciais e de infra-estrutura, que particu-
pouco mais de 840 crianças e adolescentes. larizam cada região, subprefeitura, distrito,
Existem, ainda cerca de 1.000 de crianças e bairro, rua. As múltiplas causas para a
adolescentes em situação de trabalho infan- geração, manutenção e reprodução das
til pelas ruas da cidade, segundo o Censo situações de vulnerabilidade necessitam de
SMADS/FIPE, 2007. intervenções à altura, que correspondam
As mudanças econômicas vivenciadas operacional e metodologicamente à mesma
nos últimos 40 anos levaram a um rápido complexidade dos casos.
aumento do êxodo de pessoas do campo Assim, é de fundamental importância
para as grandes cidades - o Censo IBGE de promover o mapeamento dos territórios,
1970 foi o primeiro a registrar maior concen- diagnosticar e identificar a rede local, traçar
tração populacional urbana em relação à um quadro de todos os serviços públicos
rural, revelando a tendência para o cresci- existentes, realizar uma caracterização dos
mento urbano no país. Segundo o Relatório diferentes grupos - crianças, adolescentes
da Situação da População Mundial do Fundo e adultos em situação de rua, idosos em
de População das Nações Unidas, publicado situação de vulnerabilidade, pessoas expos-
em 2007, "o aumento da parcela urbana tas a risco pessoal etc. Definir prioridades,
na população total é inevitável e pode ser estabelecer metodologias e focalizar o aten-
dimento para quem realmente necessita são te e com ganho de
ações essenciais e estratégicas em meio a qualidade para os cidadãos.
tantas demandas. Por essas razões, optou-se por
Mas por onde começar? Pela população estabelecer critérios técnicos para balizar
segmentada por grupos: criança, jovem, as escolhas e ações. Instrumento adequado
adulto, idoso? Ou por fragilidades: falta de para subsidiar a formulação de políticas e a
estudo, falta de trabalho e de renda, falta definição de prioridades, o Índice Paulista
de moradia, abandono, situações de rua, de Vulnerabilidade Social (IPVS) foi escolhi-
violência, abuso e exploração sexual, ex- do para identificar as áreas onde deve haver
ploração do trabalho infantil, maus-tratos, maior investimento. O IPVS é resultado da
ameaças de morte? O que é mais urgente? identificação de setores censitários com
Pensando nas peculiaridades dos perfis semelhantes em termos de condições
diferentes grupos existentes na cidade, socioeconômicas e de ciclo de vida familiar,
a Secretaria Municipal de Assistência e que gerou uma tipologia com seis grupos
Desenvolvimento Social (SMADS) desen- distintos. Essa escala identifica setores
volveu uma estratégia de atuação escorada que agregam populações com diferentes
níveis
em dois programas estratégicos e comple-mentares: de carências
o Ação socioeconômicas
Família -viver em co- e
munidade e o São Paulo Protege. As ações estrutura etária.
realizadas na periferia e no centro são dife- Para atender às pessoas que mais
renciadas, assim como as políticas destina- necessitam dos seus serviços, a ação da
das a crianças, jovens, adultos, idosos e até SMADS tem como alvo a população resi-
famílias inteiras. São medidas complexas dente nos setores censitários de IPVS 5 e 6:
voltadas para a busca de soluções e para o • Grupo 5 - Vulnerabilidade alta:
combate à situação de vulnerabilidade e de concentração de famílias mais velhas, com
risco social a que a parcela da população adultos e pessoas idosas, com menor pre-
está submetida. Desse modo, é possível sença de crianças pequenas, com chefes de
promover uma política pública mais eficien- família apresentando, em média, os níveis
mais baixos de renda e escolaridade.
Fonte: SMADS, Gabinete; SMADS, CGA - Convênios, dez 2007. PRODAM - Geolog 2.1.2, 2001
2.
Mãos à obra -
dinamismo e inovação
Um não ao desperdício
- continuidade aprimorada
Responsabilidade com os recursos
públicos, compromisso com os avanços e
preocupação com a continuidade e a pre¬
seração do conhecimento adquirido. Essas
são características importantes da gestão
da SMADS nos últimos três anos.
Houve uma revisão do que era feito,
uma ampliação do que era importante
e a preocupação em não interromper o
que já estava dando certo. Priorizou-se a
continuidade aprimorada dos serviços, a
partir de uma reorganização administrati-
va e estrutural. Os diversos programas e
serviços existentes foram reorganizados e Família é pilar do
agrupados em: combate à pobreza
• Programa Ação Família -
viver em comunidade Articulação é a palavra-chave do Pro-
• Programa São Paulo Protege grama Ação Família - viver em comunidade.
Articulação em todas as áreas: assistência
Além de serem transversais a toda e social, saúde, educação, habitação, cultu-
qualquer ação da SMADS, estes dois pro- ra, lazer, esporte, trabalho, articulação da
gramas sintetizam a lógica do atendimento família e com a sua comunidade, a fim de
ao cidadão e têm o objetivo final de eman- promover o acesso à rede de serviços.
cipar, promover autonomia e a auto-estima 0 Ação Família - viver em comunida-
daqueles que necessitam dos serviços de é um dos pilares da política pública de
prestados. combate à pobreza adotada pela Prefeitura
O Ação Família - viver em comunidade de São Paulo. É uma experiência inédita,
tem como foco o trabalho com famílias, na não só por sua amplitude como também
comunidade, por meio de ações articuladas por sua complexidade. Vencedor do prêmio
pelas redes sociais e em parceria com ou- Práticas Inovadoras na Gestão do Programa
tros serviços, de órgãos públicos governa- Bolsa Família, promovido pelo Ministério do
-entais ou não. Já o São Paulo Protege tem Desenvolvimento Social (MDS), e do prêmio
a função de proteger e resgatar pessoas em São Paulo Cidade - Inovação em Gestão Pú-
alto grau de risco social e pessoal, ou com blica, promovido pela Secretaria Municipal
direitos violados. de Gestão da Prefeitura de São Paulo, ele
inova em vários aspectos constituindo-se
numa intervenção cujo centro das ações é o
núcleo familiar, aliando o benefício finan-
ceiro ao cumprimento de contrapartidas.
Por meio da articulação com programas de
transferência de renda, garante o aten-
dimento domiciliar e o acompanhamento
socioeducativo, tendo a intersetorialidade
- união de todas as áreas de assistência que vivem nos bairros periféricos.
- como base para a sua sustentabilidade e o A concepção do Ação Família teve
controle social do Programa. como base as experiências do Programa
O Decreto 47.124 de 24 de março de Fortalecendo a Família (PFF) e do Programa
2006 instituiu o Ação Família -viver em de Assistência Social às Famílias (PROASF),
comunidade e a Comissão Intersecretarial dando continuidade à política pública de
de Articulação do Programa: operado pela atenção às famílias vulneráveis na cidade
Secretaria Municipal de Assistência e De- de São Paulo. Além disso, experiências
senvolvimento Social - SMADS, é resultado como o Programa Puente, do Chile, e o
do esforço de 12 secretarias municipais par- Programa Oportunidades, do México, foram
ceiras para tirarem do isolamento geográfi- estudadas para a construção do Programa.
co e socioeconômico as famílias vulneráveis Para auxiliar as famílias a enfrentar
os desafios em seu cotidiano, o Programa
sustenta-se em três dimensões:
• Vida em Família - fortalece o capi-
tal humano, as próprias pessoas e suas
famílias, considerando as potencialidades e
habilidades de cada um, por meio do acesso
às informações e conhecimentos.
• Família na Comunidade - centra
sua atenção no capital social, fortalecido
na família e na comunidade por meio da
promoção de relações de confiança e da
articulação de redes de apoio, com o obje-
tivo de estimular a resolução de conflitos,
problemas, necessidades e inquietudes
de forma participativa.
• Vida de Direitos e Deveres -
trabalha o fortalecimento dos direitos e
dos deveres, viabilizando a inclusão social e
a cidadania ativa. Espera-se que as famí-
lias consigam alcançar melhorias nas suas
Família Beneficiária do
Programa Ação Família condições de documentação, saúde
viver em comunidade e educação, dentre outros.
Cuidando das
famílias vulneráveis
O Programa prioriza o atendimento às
famílias concentradas nos setores censi-
tários classificados como de Alta Vulne-
rabilidade e Muito Alta Vulnerabilidade
Social, grupos 5 e 6 do Indice Paulista de
Vulnerabilidade Social (IPVS), Fundação
SEADE, 2004. Há que se levar em conta que
a grande concentração de famílias com
essas características num mesmo território
Família
A Norma Operacional Básica (NOB) de 2005, para a implantação do
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) define a família como o "núcleo
social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonis-
mo social. Núcleo afetivo, com vínculos por laços consangüíneos, de aliança
ou afinidade, com obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de
relações de geração e de gênero".
as tornam ainda mais vulneráveis, contri- assistência social nestes territórios, para
buindo para a continuidade dos padrões identificar as regiões com maior concentra-
de desigualdade social e reprodução da ção desses serviços e, assim, otimizar o uso
pobreza. Nesse sentido, paralelamente à dos recursos e equipamentos já existentes
identificação das regiões mais vulneráveis no atendimento a essas famílias. Com base
da cidade, realizou-se o mapeamento dos nestes critérios foram determinadas as
serviços públicos de educação, saúde e áreas de abrangência do Programa.
Fonte: SMADS, Observatório de Política Social, out. 2005; GT - Ação Família, jan. 2006; Secretaria Municipal de Educação, 2005;
Secretaria Municipal de Saúde, 2005; Secretaria Municipal de Esportes, 2005; Fundação SEADE, 2004; IBGE - Censo Demográfico 2000.
2006 2007
Distritos 13 39
Famílias atendidas 30 mil 55 mil
Autora autografa
exemplar do Caderno
"Quem Somos Fatos e
Relatos" no lançamento
que aconteceu no Museu
da Língua Portuguesa
vívio, alimentação e atividades socioeduca-
O Ação Família e a Rede
tivas, atendendo a crianças, adolescentes
de Proteção Social Básica e a jovens em situação de vulnerabilidade e
risco social e pessoal, bem como a crianças
0 Programa Ação Família - viver recém-saídas do trabalho infantil urbano.
em comunidade articula todos os serviços Muito foi investido no aperfeiçoamento
considerados de Proteção Social Básica, desses Centros e no fortalecimento da me-
levando-se em consideração os fatores todologia de trabalho socioeducativo. Duas
que ameaçam as famílias e as tornam mil e noventa vagas foram ampliadas e os
vulneráveis: Centros foram implantados nos territórios
• a própria composição familiar onde o serviço não era oferecido, como em
• as condições de saúde e o Parelheiros. Há, também, um esforço cons-
acesso a serviços médicos tante e permanente para incluir as famílias
das crianças, adolescentes e jovens em
• o acesso e a qualidade do
programas de transferência de renda.
sistema educacional
Um importante estudo, denominado
• a possibilidade de obter trabalho com
"Serviços em Foco - Centros para Crianças
qualidade e remuneração adequada
e Adolescentes", foi realizado pelo Obser-
A informação das pessoas sobre vatório de Políticas Sociais. A publicação
a rede de serviços públicos básicos e conta sobre a história, discute as concep-
de como ter acesso a eles é fundamental ções, e mostra, por meio de estatísticas,
nesse processo, pois se abrem as os impactos do trabalho desses Centros,
oportunidades de emancipação. nos últimos anos.
Outro ganho foi a elaboração dos "Pa-
râmetros Socioeducativos: proteção social
Crianças, Adolescentes e para crianças, adolescentes e jovens: igual-
Jovens têm atenção especial dade como direito, diferença como riqueza",
por meio de uma parceria entre SMADS,
A estratégia de proteção social em São Fundação Itaú Social e Centro de Estudos
Paulo dedica atenção especial à infância e e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
adolescência, reconhecendo seu direito à Comunitária (CENPEC). Essa publicação
educação e ao desenvolvimento integral, in inédita foi fruto de um intenso debate entre
cluindo o direito de brincar, de crescer com a rede socioassistencial conveniada, os
saúde física, mental e psicológica, direito órgãos públicos e a sociedade civil organi-
ao acesso a espaços e direito à convivência zada, que lidam com a questão dos direitos
familiar e comunitária. da criança e do adolescente. Representa um
0 principal serviço direcionado a esse marco na área da assistência social, por ser
público são os 462 Centros para Crianças, um guia que indicará caminhos e uma refe-
Adolescentes e Juventude, que oferecem rência que aprimora a proposta sociopolíti-
atendimento socioeducativo no contra-tur- co-pedagógica das organizações, valoriza e
no escolar, ou seja, atividades no horário respeita a diversidade de grupos e fortalece
inverso ao horário de aula. São 57.997 vagas a autonomia dos agentes educadores.
nesses serviços que têm espaços para con-
De São Paulo a Milão:
"Experiência única", diz aluna selecionada para curso em Milão
o poder da capacitação
de jovens "Essa é uma oportunidade única. Sem falar na experiência de vida, de
aprender outra língua e de conhecer uma cultura diferente". Assim Cibelle Mo-
reira de Andrade, ex-aluna do Restaurante-Escola São Paulo, definiu a oportu-
Outra linha de atuação da assistên-
nidade de fazer um curso de gastronomia em Milão, na Itália. "Quis conhecer a
cia social é o investimento na formação amplitude da gastronomia", disse ela, que trocou um emprego de recepcionista
e capacitação de jovens, visando a pro- em uma auto-escola para fazer o curso. Vinda de família grande com renda
porcionar habilidades para o mundo do pequena, Cibelle morava na época com os pais e 3 irmãos no bairro Cidade
trabalho. Aproveitando a tendência para a Nova, em São Miguel Paulista, na zona Leste da cidade. Na volta de Milão, ela
área gastronômica da cidade de São Paulo começou a trabalhar em um restaurante de um hotel 5 estrelas de São Paulo.
foram implantados os Restaurante-Esco-
la e a Lanchonete-Escola, que oferecem
cursos de gastronomia com ensino teórico e
prático para 240 jovens, entre 17 e 20 anos.
Os alunos têm direito a uma bolsa mensal
e auxílio-transporte no valor de R$ 200,00
pagos pela Secretaria do Trabalho. Esses
serviços foram aprimorados por várias
ações desencadeadas ao longo de 2006
e 2007, em conjunto com as organizações
sociais parceiras.
• Os resultados já demonstram o
sucesso dessa iniciativa: 745 jovens já
se formaram nos cursos oferecidos, e os
próprios bares, restaurantes e lanchonetes
procuram esses profissionais para compo-
rem seu quadro de funcionários.
Visando a aprimorar a formação dos
que se destacaram na primeira turma do
curso de gastronomia do Restaurante-Esco-
c
la, foi viabilizado, por meio de um termo de
ooperação entre a Prefeitura de São Paulo
Aluna Cibelle
a Prefeitura de Milão, intercâmbio de qua¬
que foi para Milão
tro jovens, para que eles permanecessem
nove meses na Itália, onde freqüentaram o
curso de gastronomia da Escola Cario Porta, Outro programa desenvolvido em São
de setembro de 2005 a junho de 2006; ao Paulo é o ProJovem, do Governo Federal,
voltarem ao Brasil, todos foram empregados que visa a proporcionar a formação integral
e participam de encontros periódicos de do jovem de 18 a 24 anos, elevando sua
ex-alunos. escolaridade e qualificação profissional,
Buscando desenvolver ações que capacitando-o para atuar em diversas áreas
incentivem a cidadania e proporcionem como Telemática, Administração, Esporte e
experiências práticas que preparem para Lazer e Saúde. 0 programa paga uma bolsa
futuras inserções no mercado de trabalho, mensal de R$ 100 por um período de 12
há também o programa Agente Jovem, do meses aos alunos que obtiverem bons resul-
Governo Federal, destinado a jovens de 15 a tados e freqüentarem pelo menos 75% das
17 anos, em situação de risco e de vulne- aulas. No município de São Paulo, o ProJo-
rabilidade social. Os participantes devem vem está sob coordenação da SMADS, em
permanecer na escola e freqüentar, durante gestão compartilhada com as secretarias
12 meses, atividades de capacitação comu- municipal de Educação, do Trabalho e de
nitária. Hoje são 4.325 jovens que desenvol- Participação e Parceria, por meio da Coor-
vem ações integradas diretamente nas suas denadoria da Juventude. Em três anos de
comunidades, visando ao desenvolvimento gestão, foram matriculados 17.162 alunos.
local. Cada um recebe uma bolsa mensal 0 ProJovem mantém hoje 7 Estações
de R$65,00. Juventudes e 49 Núcleos de
Ação Comunitária.
Terceira Idade ganha novo de trabalho para qualificar profissionais dos
serviços de atendimento a pessoas idosas,
olhar e atendimento
realizado em 2006.
São Paulo acompanha o cenário nacio- Outro marco importante foi a publi-
nal de aumento da expectativa de vida da cação, em parceria com o Banco Real, da
população, que é em média de 71 anos de "Cartilha do Idoso, Mitos e Verdades sobre
idade. Essa mudança no perfil populacional a Velhice", em 2005, que agrega informa-
deve provocar profundas transformações ções a respeito dos direitos da pessoa
econômicas e sociais, que demandam aten- idosa, das políticas nacional e municipal de
ção especial. assistência ao idoso, das opções de lazer,
além de informações acerca do processo de
Um grande avanço para assegurar os
envelhecimento.
direitos dessa população foi a consolidação
do Estatuto do Idoso e das Políticas Nacio- Dentre as ações destinadas a
nal e Municipal do Idoso. Com base nessas este público, destaca-se a ampliação em
diretrizes, muito se investiu nos grupos 22,4% da capacidade de atendimento dos
de convivência e de discussão de idosos Núcleos de Convivência de Idosos. Esses
e nos representantes do Grande Conselho serviços oferecem espaço de estar e de
Municipal do Idoso (GCMI) visando ao apri- convívio e, trabalho socioeducativo, favo-
moramento da política de assistência social recendo um processo de envelhecimento
destinada a esta população. Esses novos ativo e saudável e a motivação para novos
conceitos e princípios também precisavam projetos de vida. Na mesma linha, visando
ser disseminados entre os profissionais da combater o isolamento e a estimular que
rede socioassistencial, dos representantes o idoso se mantenha autônomo durante
dos Fóruns Regionais e do Grande Conselho o maior tempo possível, houve também a
do Idoso, por isso, foram desenvolvidas di- ampliação do número de oficinas itineran-
versas ações de capacitação com o objetivo tes, que passaram a ocorrer em mais 15
de instrumentalizá-los técnica e operacio- serviços da rede socioassistencial, dispo-
nalmente. Um exemplo foi o seminário ge- nibilizando atividades de ginástica, dança,
rontológico "Velhice Singular - resignifican- teatro, artesanato, literatura, ioga, moda,
do esta etapa da vida", seguido de oficinas dentre outras.
Idosa em aula
de decoupagem
de embalagem
no CRECI@
é uma vida e uma história e é através da
aproximação e do conhecimento da história
dessas pessoas que serão estimuladas a
construção de um plano de vida e a sua
saída das ruas.
O São Paulo Protege oferece acolhi-
mento, proteção e encaminhamento. 0
objetivo final é a promoção da autonomia, a
reintegração na família e a recuperação de
sua plena capacidade, de forma produtiva.
A parte mais visível de sua atuação é o ser-
viço Presença Social nas Ruas, coordenado
pela Central de Atendimento Permanente e
de Emergência (CAPE). Com ele, a SMADS
promove atendimento sistemático, ininter-
rupto e respeitoso às pessoas em situação
Construindo novas vidas de rua, sejam elas usuárias ou não dos
equipamentos da rede de proteção social.
O Programa São Paulo Protege Com empenho e persistência, os
promove a inclusão social de crianças, Agentes de Proteção Social (APS) fazem
adolescentes, adultos e idosos em situação um trabalho de abordagem na tentativa de
de vulnerabilidade social e de risco pessoal, construir uma relação de confiança com
especialmente crianças e adolescentes em quem está vivendo em situação de rua,
trabalho infantil, vítimas de abuso e explo- a fim de convencê-los a ser encaminha-
ração sexual, que vivem nas ruas, e adultos dos para um dos serviços. Eles exercem
em situação de rua e indivíduos com permanente vigilância socioassistencial nos
direitos violados. territórios que concentram maior número
Esses são os atores centrais de uma de pessoas em situação de rua e de risco
triste realidade, agravada por uma série de social e pessoal. 0 trabalho de abordagem
fenômenos sociais, resultantes da própria vem dando certo: em três anos, retirou das
urbanização desordenada, da migração da ruas cerca de 2.600 adultos em situação de
população rural, do déficit habitacional, do rua e mais de 2 mil crianças em situação de
desemprego, dentre outros. São pessoas rua trabalho infantil.
que estão em alto grau de risco social e 0 Programa São Paulo Protege está
pessoal, em razão da ausência de trabalho organizado em duas intervenções integra-
e de renda, da perda de vínculos familiares, das e complementares:
do alcoolismo, da drogadição ou do aban- • São Paulo Protege suas Crianças
dono. Cada caso é um caso, cada pessoa • São Paulo Protege Adultos
Fonte: SMADS, GABINETE, CGA - Convênios, dez. 2007. PRODAM. Geolog 2.1.2, 2001
Humanização norteia o atendimento
Vítimas de violência
contam com abrigo
A metodologia de trabalho da rede socioassistencial para adultos em
situação de rua também foi aprimorada, sendo estabelecidos os seguintes Os processos de reordenamento e
princípios norteadores do processo de atendimento ao cidadão usuário:
aprimoramento dos serviços também foca-
1) Reconhecimento como sujeito - A pessoa atendida é incentivada
ram o atendimento às mulheres em situação
a assumir o papel de sujeito do processo de sua recuperação; assim,
ela contribui, executa e se responsabiliza pelos resultados. de rua e vítimas de violência. Os quatro
2) Respeito à individualidade - Valorização do potencial criativo Núcleos de Defesa da Mulher passaram
de cada pessoa e das qualificações já adquiridas em outras experiências a contar com profissionais diferenciados,
sociais e profissionais. que oferecem não só acolhida e atendimen-
3) Eqüidade - Pessoas diferentes requerem diferentes níveis to, mas também oficinas socioeducativas.
de atenção além de recursos técnicos, profissionais e institucionais. Além disso, todas as mulheres usuárias
4) Caráter processual das intervenções - A requalificação das foram cadastradas nos programas de
relações sociais do sujeito será resultado do encadeamento de transferência de renda.
diferentes intervenções articuladas entre si.
Em 2007, foi implantado um Abrigo Es-
5) Integralidade da ação - As intervenções devem considerar
aspectos econômicos, sociais, emocionais e da saúde do sujeito. pecial para Mulheres Vítimas de Violência,
com capacidade para atender a cerca de 20
mulheres. Elas recebem assistência médica
e psicológica, e auxílio para encontrarem
Operação Frentes Frias; as abordagens à empregos e para matricularem seus filhos
população em situação de rua são intensi- em creches e escolas. Acontecem também
vas e há um aumento do número de vagas. oficinas de geração de renda e cidadania
Na Operação Frentes Frias em 2007, 1.250 que auxiliam ao máximo sua inserção
vagas emergenciais foram abertas para na sociedade.
acolherem à população em situação de rua
na cidade, e o número de abordagens pas-
sou de 5.430 no mês de maio para 12.843 no Novas ações agilizam o
mês de julho.
Alexandre, de 23 anos, que dormia
atendimento à população de rua
no Largo do Arouche numa noite fria de
A Prefeitura instituiu um Grupo de
julho de 2007, concordou em ir para um Cen-
Trabalho Intersecretarial criado para pro-
tro de Acolhida, depois de ser abordado por
por às diretrizes da Política Municipal de
uma dupla de Agentes da CAPE. "Não gosto
Atenção às Pessoas em Situação de Rua,
de dormir na rua, não. Com esse frio, é muito
que agrega, além da SMADS, as secretarias
melhor dormir num albergue. Nossa,
municipais de Governo; Coordenação das
não tem nem comparação".
Subprefeituras; Serviços; Especial para
Biblioteca para os idosos
em Centro de Acolhida Participação e Parceria; Especial da Pessoa
com Deficiência e Mobilidade Reduzida;
Habitação; Trabalho; Educação; Saúde; e
Comissão Municipal de Direitos Humanos.
Dentre as boas práticas de gestão Interse-
cretarial, geradas pela ação do Grupo de
Trabalho, merece destaque a Capacitação
Proteção Social e Saúde, voltada para os
Agentes de Proteção Social, responsáveis
pelas abordagens à população em situação
de rua, do Programa São Paulo Protege.
Essa capacitação teve como objetivo
instrumentalizar os Agentes de Proteção
Social para atuarem em rede, realizando os
encaminhamentos apropriados de pessoas
em situação de rua aos serviços e/ou equi-
pamentos de saúde. Outra ação interse-
Bibliotecas nos Centros de Acolhida: das ruas para os livros cretarial foi a parceria com as Secretarias
Estadual e Municipal de Trabalho para
A SMADS, em parceria com o Programa São Paulo - Um Estado de Leito-
encaminhamento de 1.890 usuários da rede
res, da Secretaria de Estado da Cultura e organizações sociais conveniadas,
investiu em bibliotecas e salas de leituras em Centros de Acolhida. 0 feito é de proteção social especial para Frentes de
inovador e visa aproximar a população em situação de rua do mundo dos livros. Trabalho, nas mais diversas áreas: jardina-
0 incentivo é para que os cidadãos usuários reconstituam, através da leitura, gem, construção civil, pintura, marcenaria,
da escrita ou da fala, a sua memória, história de vida e identidade. dentre outras.
Programa São Paulo
Protege suas Crianças
Crianças e adolescentes
são eleitos prioridades
Toda criança ou adolescente tem o
direito à convivência familiar e comunitária,
prioritariamente em família de origem: esse
é o pressuposto que norteia as ações do
Programa São Paulo Protege suas Crianças,
que busca superar uma cultura que ainda
prioriza a institucionalização.
Direcionando as ações ao público in-
fanto-juvenil, o Programa define estratégias
de atuação diferenciadas considerando a
natureza da vulnerabilidade e do risco social Abordagem
a que esse público está exposto. Na atual a permanência nas ruas relaciona-se à pos-
gestão a SMADS elegeu como uma de suas sibilidade de ganhos financeiros oriundos
prioridades a atenção às crianças e ado- da exploração sexual, delinqüência de modo
lescentes em situação de rua, em especial, geral ou, particularmente, de pequenos
àquelas que se encontram na situação de assaltos, furtos e participação no tráfico
trabalho informal nas ruas, desenvolvendo de drogas. Nessa luta pela sobrevivência,
ações de apoio sócio-familiar, associadas à crianças e adolescentes estão expostos
inserção em programas de transferência de a riscos potencializados, entre outros,
renda, reconhecendo seu direito à educa- por precária e insuficiente escolarização,
ção e ao desenvolvimento integral. precário acesso às políticas públicas, e por
várias oportunidades de ganhos oferecidas
por meios ilegais.
Combate ao trabalho De moeda em moeda, a sociedade aca-
infantil: a principal bandeira ba contribuindo para a manutenção deste
social de São Paulo grave quadro social. Quem dá esmolas e
compra produtos colabora com uma indús-
Hoje, como na Europa Pré-Revolução tria que movimenta cerca de 25 milhões
Industrial, crianças e adolescentes vindos de reais ao ano, e prejudica diretamente o
dos bairros periféricos ou de outras cidades desenvolvimento dessas crianças e adoles-
33 Região Metropolitana, em sua maioria centes.
morando com a família ou freqüentando a 0 enfrentamento das situações decor-
Escola, trabalham nos cruzamentos das ruas rentes do trabalho infantil exige uma abor-
de maior trânsito dos grandes distritos da dagem que aponte não só para soluções
cidade de São Paulo realizando pequenos econômicas e sociais, mas também para a
números artísticos com malabares, venden- necessidade de mudanças mais significati-
do balas, flores e outros produtos, vas, tanto da sociedade como das famílias.
ou esmolando. Muitos mitos ainda justificam a idéia de
Essas atividades informais, adotadas trabalho infantil; perversos em seu resulta-
como estratégia de sobrevivência própria e do, valorizam o trabalho em vez da escola,
de geração de renda para as suas famílias como forma de moldar e fortalecer o caráter
- que muitas vezes colaboram e incentivam da criança.
a prática - são geralmente "coordenadas" Para entender melhor essa realidade,
por um adulto: pai, mãe, parente ou, ainda, identificar e diagnosticar as condições
um terceiro. Esse aliciador muitas vezes a que estão submetidas as crianças em
se encarrega de levar as crianças para os situação de rua e de trabalho infantil, foi re-
cruzamentos, fornece-lhes produtos ou alizado, em parceria com a FIPE e no âmbito
instrumentos de trabalho", no caso dos do Programa Ação Centro BID, o primeiro
malabares, em troca da maior parte do Censo de Crianças e Adolescentes em situ-
rendimento auferido pelo grupo de trabalha- ação de rua e de trabalho infantil.
dores mirins.
Sofrendo dos malefícios de jornadas
prolongadas, essas crianças são ainda sub-
metidas a um trabalho insalubre e penoso.
Outro fator que atua como reforçador para
A pesquisa identificou 538 pontos de
Alegações usuais para "justificar" o trabalho infantil: concentração de criança e adolescentes
"Crianças e jovens (pobres) devem trabalhar para ajudar em 28 subprefeituras, com forte presença
a família a sobreviver" de crianças e adolescentes nos distritos
É a família que deve amparar a criança, e não o contrário centrais, Subprefeitura da Sé, estendendo-
"Criança que trabalha fica mais esperta, aprende a lutar pela vida se pelos distritos das Subprefeituras de Pi-
e tem condições de vencer profissionalmente quando adulta" nheiros, Vila Maria, Santo Amaro, Santana,
O trabalho precoce não qualifica e, portanto, é inútil como Lapa e Mooca.
mecanismo de promoção social.
Cruzamentos e semáforos são locais
"O trabalho enobrece a criança. Antes trabalhar que roubar".
Expressa a mentalidade segundo a qual, para crianças e adolescentes preferidos pelas crianças e adolescentes
pobres, o trabalho é disciplinador: seria a "solução" contra a desordem moral que vendem produtos, fazem malabares e
e social a que essa população estaria exposta. 0 argumento que refuta esse pedem esmola. Praças e baixos de viadutos
é, "antes crescer saudável que trabalhar". 0 trabalho infantil marginaliza a acolhem, com maior freqüência, os meninos
criança pobre das oportunidades que são oferecidas às outras. e meninas que já se tornaram moradores
"0 trabalho é um bom substituto para a educação de rua, pois são locais mais propícios para
Usado principalmente no caso de crianças com dificuldades no desempe- dormir, cheirar cola ou brincar. Nos demais
nho escolar. Algumas famílias, sem vislumbrar outras possibilidades, incorpo- distritos da cidade (com exceção de Cidade
ram a idéia de que é melhor encaminhar seus filhos ao trabalho.
Ademar, Cidade Tiradentes e Perus), tam-
Efeitos perversos do trabalho infantil bém foram identificados locais de perma-
O trabalho precoce de crianças e adolescentes interfere nência das crianças.
diretamente em seu desenvolvimento:
• físico - porque ficam expostas a riscos de lesões, deformidades físicas e
doenças, muitas vezes superiores às possibilidades de defesa de seus corpos; Comemoração:
• emocional - podem apresentar, ao longo da vida, dificuldades São Paulo reduz número
para estabelecer vínculos afetivos em razão das condições de exploração de crianças na rua
a que estiveram expostas e dos maus-tratos que receberam
de patrões e empregadores;
O aprimoramento constante do trabalho
• social - antes mesmo de atingir a idade adulta realizam se traduz de maneira expressiva e em núme-
trabalho que requer maturidade de adulto, afastando-as do convívio
ros. Em 2005, a cidade de São Paulo contava
social com pessoas de sua idade.
4.030 crianças e adolescentes vivendo e/ou
0 trabalho precoce interfere negativamente na escolarização das crian-
trabalhando em suas ruas e praças, viadu-
ças, seja provocando múltiplas repetências, seja empurrando-as para fora
tos e ruelas; em 2007, o Censo apontou uma
da escola -fenômeno diretamente relacionado à renda familiar. Crianças e
adolescentes oriundas de famílias de baixa renda tendem a trabalhar mais e boa diminuição nesse número, com queda
estudar menos, comprometendo, dessa forma, suas possibilidades de vida para 1.842 crianças e adolescentes nessa
digna. O trabalho infantil constitui assim obstáculo ao desenvolvimento das condição (1.000 em trabalho infantil e 842
crianças, resultando em redução de suas expectativas futuras. em situação de rua).
(OIT - Organização Internacional do Trabalho. Combatendo o trabalho infantil
Guia para Educadores/IPEC, Brasília, 2001)
Pontos de Concentração do Trabalho Infantil
F
onte: FIPE/SMADS, Censo de Criança e Adolescente em Situação
de Rua e Trabalho Infantil na Cidade de São Paulo, dez 2006; CEM/CEBRAP, 2003;
Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, 2005; PRODAM- Geolog 2.1.2, 2001.
Campanha "Dê mais
que esmola. Dê futuro"
As famílias expostas às carências, in-
certezas, apelos da sociedade de consumo
e vitimadas pelo difícil acesso às políticas
I públicas - em especial educação, saúde,
trabalho, habitação - buscam sobreviver
pelo trabalho de todos os seus membros,
incluindo os menores de 16 anos.
Grande parte das crianças e dos
adolescentes envolvidos com o trabalho
infantil mora com a família ou com algum
adulto nos bairros periféricos e na região
metropolitana. Todos os dias, eles migram
para as regiões centrais, onde conseguem
arrecadar dinheiro. As vítimas do trabalho
e
infantil estão longe de casa e dos bancos
scolares, expostas à violência sexual,
moral e física, contrariando a Constituição
Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do
a
Adolescente (ECA).
Em sua cruzada de sensibilização e
mobilização da sociedade, a SMADS lançou
em 2005 a campanha "Dê mais que esmola.
Dê futuro", com o objetivo de esclarecer a
população sobre os direitos da criança e do Outra parceria de sucesso foi com o
adolescente, e de promover sua adesão às Conselho Regional de Contabilidade do
ações de erradicação do trabalho infantil Estado de São Paulo (CRC-SP), que lançou
nas ruas da cidade. a cartilha "Uma Ação que Vale um Milhão",
A média de ganho de cada criança por com informações sobre como doar parte do
dia trabalhando nos faróis é de R$ 30,00; por imposto de renda devido para associações
no, esse montante chega a R$ 10.800,00 assistenciais e para o Fundo da Criança e
por criança. Assim, o trabalho infantil resul- do Adolescente (FUMCAD). A campanha e a
ta em uma renda maior do que a oferecida cartilha ajudam a desmistificar a dificuldade
pelos programas sociais. No entanto, o de se fazer doação ao FUMCAD ou a outros
hábito de dar esmolas é uma ação paliativa, Fundos. No Estado de São Paulo, existem
dispersa, que não ajuda a reverter a grave 110 mil contabilistas, sendo 50 mil só no Táxi colaborador da
condição social a que essas crianças estão município de São Paulo. Campanha "Dê m
submetidas. Sugere-se, como alternativa, esmola. Dê futuro"
que as doações sejam canalizadas para o
Fundo Municipal da Criança e do Adoles-
cente (FUMCAD), que mantém mais de 500
projetos voltados à criança e ao adolescen-
te. Em 2007, o Fundo beneficiou 130 mil jo-
vens por meio de 171 projetos conveniados.
A Campanha "Dê mais que esmola. Dê
futuro" é um sucesso, pois a sociedade en-
tendeu e encampou a idéia. Hoje conta com
77 parceiros de peso, que deram apoio por
meio de doações, de divulgação e estrutura
técnica. Além disso, todo o material publi-
citário da campanha foi produzido pelos
parceiros, assim como as veiculações em
rádio e TV foram gratuitas.
Um dos destaques foi a parceria com
o Sindicato dos Taxistas Autônomos de
São Paulo e com a Secretaria Municipal de
Transportes, que levou o selo da campanha
a 33 mil veículos da frota de táxis autôno-
mos que circulam pela cidade. É a campa-
nha rodando as ruas da capital.
Como doar para o Fundo Municipal da
Escola, família e
Criança e do Adolescente - FUMCAD
geração de renda:
a receita para a erradicação
Pessoas físicas ou jurídicas podem contribuir com a campanha
"Dê mais que esmola. Dê futuro", fazendo doações para o FUMCAD:
do trabalho infantil
Banco do Brasil: agência 1897-x - C/C 5738-x - com abatimento do Im-
posto de Renda devido de 1% para pessoa jurídica e de 6% para pessoa física, Em cumprimento à legislação e às
direcionando em qual organização social ou iniciativa deseja investir. convenções internacionais da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) das quais
o Brasil é signatário, o Governo Federal
criou e implementou em 2001 o Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)
Campanha ganha filme contra o trabalho infantil que enfatiza a importância da gestão
0 Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro produziu intergovernamental, do caráter intersetorial
um documentário sobre o trabalho infantil na cidade de São Paulo, abordando e da participação da sociedade nas ações
o cotidiano de crianças e adolescentes em situação de trabalho nas ruas. do Programa. 0 PETI combina freqüência
0 filme ainda mostra entrevistas com familiares, professores, especialistas, à escola a ações de complementação da
autoridades e assistentes sociais, que lutam pela recuperação desses jovens jornada escolar, inclusão em programas e
por meio de políticas públicas e de ações práticas. Dirigido por Alexandre Ra- serviços de proteção social, fortalecimento
thsam, com argumento de Floriano Pesaro,o filme "Crianças - o trabalho infantil
da família e geração de renda familiar, por
nas ruas de São Paulo "foi lançado em outubro de 2006 e exibido em sessões
meio do pagamento de subsídio financeiro
exclusivas para parceiros da campanha, organizações conveniadas e profissio-
nais da rede de proteção social da Secretaria. mensal, ações socioeducativas e de qua-
lificação profissional, avaliados de forma
positiva pelos organismos internacionais.
0 PETI é um eixo estratégico do Pro-
grama São Paulo Protege, fundamental para
a mudança das condições das crianças e
adolescentes que trabalham nas ruas. Em
dezembro de 2004, a Prefeitura pagava
2.907 bolsas do PETI; em dezembro de 2007,
o número de bolsas subiu para 4.590- um
aumento de 58%.
Projeto Cata-Vento
Em parceria com a Organização In-
ternacional do Trabalho (OIT), a Fundação
Orsa e o Fórum Paulista de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil, o Projeto
Cata-Vento é um esforço para retirar das
ruas crianças em situação de trabalho in-
fantil na região de São Mateus. Em um ano,
522 crianças foram retiradas do trabalho
informal urbano e inseridas no PETI e em
17 Centros para Criança, Adolescente e
Juventude, e 243 famílias foram atendidas
em oficinas diversas, como bordado, pintura
em tecido e corte e costura..
Denúncias de exploração
do trabalho infantil podem
ser feitas pelo telefone
0800-111616, do Ministério
Público do Trabalho / Procu-
radoria Regional do Traba-
lho da 2a Região.
Novo modelo de atendimento: atendimento ininterrupto, 24 horas, todos
os dias. Neles, é possível obter referência
os Centros de Referência de
e acesso a serviços, programas e benefí-
Crianças e Adolescentes cios socioassistenciais e demais políticas
públicas destinadas a esse segmento social.
Implantando um modelo inovador de
Há atendimento social, psicológico, apoio
atendimento, por meio de um novo concei-
e defesa de direitos a vítimas de violência,
to de prestação de serviço, que garante
abuso e exploração, inclusive pelo trabalho
espaços menores, com capacidade para até
infantil.
20 crianças e adolescentes, mais aconche-
A metodologia de trabalho visa a agili-
gantes e acolhedores que os anteriores,
zar os encaminhamentos dessas crianças e
foram instalados 15 Centros de Referência
adolescentes ao convívio familiar e à rede
de Crianças e Adolescentes (CRECAs), de
socioassistencial da cidade. De janeiro de
base territorial descentralizada, localizados
2006 a novembro de 2007 foram atendidos CRECAS
próximos às Varas da Infância e da Juventu-
7.621 crianças e adolescentes; desses, 1.156 Moinho do Bixiga
de, e que atuam de maneira articulada com
foram encaminhados às suas famílias, 964
os Conselhos Tutelares. Adolescentes
foram encaminhados para abrigos e 525
Os CRECAs oferecem ainda acolhida grafitam parede
retornaram para seus municípios de origem.
e orientação a crianças e adolescentes,
Participante das
bem como a suas famílias, em regime de super férias
perspectiva de retorno ao convívio Outra alternativa ao abrigamento é
junto aos pais ou responsáveis. o projeto Família Acolhedora, executado
Com base nessa pesquisa, e com em parceria com a Agência Regional para
o objetivo principal de evitar o rompimento Adoções Internacionais (ARAI) - Região
dos laços parentais, algumas ações foram Piemonte, que visa a promover a guarda
desenvolvidas, somando esforços para familiar temporária de crianças e adoles-
garantir a proteção social às crianças e centes afastados de suas famílias, mas com
aos adolescentes em situação de prognóstico de retorno. Inicialmente, são 16
risco socialI e pessoal. vagas. Cada família acolhedora recebe, no
O
s dados obtidos permitiram um apri- máximo, duas crianças ou adolescentes por
moramento dos processos de trabalho com período de guarda, e um subsídio de um sa-
as famílias, definindo parâmetros técnicos lário mínimo por mês por criança acolhida.
e requalificando o quadro de recursos
humanos dos serviços, com o incremen-
to de profissionais especializados nessa Medidas Socioeducativas
problemática. Foram definidas parcerias em Meio Aberto - PSC e LA
com Universidades para o atendimento às
famílias nas áreas de educação e saúde, As Medidas Socioeducativas em Meio
visando agregar conhecimento e a oferecer Aberto - Prestação de Serviços à Comu-
ações voltadas ao atendimento integral nidade (PSC) e Liberdade Assistida (LA)
das crianças e adolescentes. -têm como dimensão a responsabilização
Considerando que a baixa renda é socioeducativa do adolescente pelo ato
um dos motivos que leva ao abrigamento, infrator, por meio da oferta de alternativas
promoveram-se ações para a inclusão das que estimulam sua presença na sociedade
famílias nos programas de transferência de de forma criativa e construtiva. As políticas
renda, sendo o objetivo dessas inserções de forte caráter de reinserção social em
ampliar as oportunidades de condições âmbito local e comunitário têm se mostrado
para o processo de reintegração familiar. o caminho adequado para tornar o adoles-
O número total de crianças e/ou adoles- cente sujeito de direito e de deveres e em
centes beneficiados pela inclusão de suas desenvolvimento.
famílias nos programas de transferência Visando a fortalecer o contato desses
d
e renda é de 350, com perspectivas de adolescentes com a comunidade e a família,
retorno familiar. em detrimento das medidas de internação,
desde 2004 opera-se
Ainda sob a ótica de promover a quali-ficação das relações familiares ume processo
de evitar de muni-
abrigamentos desnecessários, a SMADS cipalização deste sistema.
iniciou o Projeto Piloto PAIS, em São No início desta gestão, o modelo até
Mateus, integrando seus dois programas então vigente para atendimento a adoles-
estratégicos, São Paulo Protege e Ação centes em cumprimento de medidas socioe-
Família - viver em comunidade. Este projeto ducativas em meio aberto foi acompanhado
conta com ações de apoio às famílias que e avaliado. A partir dessa avaliação, a
estão na iminência de rompimento dós SMADS implantou os Núcleos de Proteção
vínculos familiares e comunitários. 0 PAIS Psicossocial Especial, com um novo modelo
tem tido uma atuação efetiva e positiva para técnico. Além disso, investiu-se no proces-
80% das famílias nele incluídas. so de municipalização completa desse ser-
viço, aproximando-o da população, visando
Criança participante do
Programa Ludi-Cidade em
visita ao Circo Spacial
Campeões do III Campeonato
Futsal solidário organizado
pelo Programa Ludi-Cidade
Crianças participantes
do Programa Ludi-Cidade:
no Play Center
na Mini Fazendinha
na Estação Ciência
Idosos assistem
Programa de TV
Crianças participantes
do Programa Ludi-Cidade:
no Wet'n Wild
no Zôo
RODA DA CIDADANIA
Rede de Comércio Solidário da Cidade de São Paulo
NÓS
da articulação intersecretarial de fato. Além
da SMADS, envolve as secretarias munici-
pais do Trabalho, de Participação e Parce-
ria, de Relações Internacionais e da Cultura,
operando por meio de quatro componentes:
1 - Grupos Vulneráveis dos bairros centrais
incluídos socialmente; 2 - Centro de Capa-
DO CENTRO
INCLUSÃO SOCIAL URBANA
citação Profissional e Fomento ao Empre-
endedorismo; 3 - Capacitação de agentes
de eqüidade e gênero; e 4 - Gestão social e
São Paulo e União Européia: esta produção do conhecimento.
parceria mantém o Projeto Inclusão Social Desde a sua implantação, foram inau-
Urbana - Nós do Centro, que visa à inclusão gurados dois Escritórios de Inclusão Social
social, econômica e cultural dos grupos (EIS), um no Glicério e outro na Bela Vista.
mais vulneráveis da região central da cida- No total, serão 10 Escritórios de Inclusão
de. O Projeto está alinhado com as metas Social instalados na região central: Glicério,
gerais de cooperação da Comissão Européia Bela Vista, Pari, Belém (2), Bom Retiro, San-
para a coesão social na economia mundial e ta Cecília, Sé, Brás e Mooca, que benefi-
Curso de zeladoria urbana redução da pobreza. Com duração prevista ciarão cerca de 80 mil pessoas por mês. Em
para quatro anos, a prioridade é atender à 2007, também foi inaugurado um Centro da
Referência da Mulher na região da Sé.
Cada EIS atende, em média, 8 mil
EIS Glicério - Curso de Paisagismo e Jardinagem pessoas por mês (1.050 famílias e comu-nidade). N
Fórum de Desenvolvimento dos Moradores,
Os temas abordados nos cursos de capacitação são escolhidos além de possuir telecentros, espaços para
por sua relevância dentro do contexto da região central e têm como base
crianças, biblioteca, atendimento à comu-
o conceito de que a sociedade é parceira na conservação, no cuidado
nidade e eventos culturais. Funciona como
e na beleza do lugar em que se vive.
Participantes do curso de Paisagismo e Jardinagem nos EIS CRAF uma espécie de Poupatempo Social, onde
Glicério, por meio do Projeto Nós do Centro, as gêmeas Alline e Allana do é possível receber informações sobre os
Nascimento garantem que aprenderam a olhar a cidade de "outra maneira". benefícios sociais e participar de uma série
"O curso nos deu uma perspectiva de vida", diz Allana. "Fez a gente sair do de atividades, reuniões socioeducativas,
nosso mundinho", completa Alline, que pensa em fazer faculdade de cursos e oficinas profissionalizantes. A idéia
Arquitetura (antes do curso, ela pensava em ser corretora de imóveis). é trabalhar a autonomia, melhorar a auto-
Ambas moram na região do Glicério há 13 anos. estima, fortalecer laços afetivos e comu-
"Terminamos o curso com a certeza de que podemos fazer mais pelo nitários, informar sobre direitos e deveres,
nosso bairro e mudar a realidade do Glicério", ressalta Indiara Flores Pacífico,
orientar para o acesso à rede de serviços
que também freqüentou o curso, em fevereiro de 2007.
socioassistenciais e potencializar habilida-
des para o mundo do trabalho.
Controle Social
Em um cenário de tão graves e enrai-
zadas desigualdades sociais, a SMADS
concluiu que iniciativas e inovações apenas
no plano do desenho institucional e da
convergência de programas não seriam
suficientes. Era preciso estabelecer um
novo diálogo com a sociedade, franco e
direto, capaz de orquestrar consensos que
ampliassem o potencial da rede de proteção
social na cidade com qualidade. Em face
dessa perspectiva, novos padrões de articu-
lação com a sociedade civil organizada
foram fortalecidos. ramento e avaliação da gestão, analisando
A construção de uma rede de proteção seus objetivos, processos e resultados da
social de qualidade se faz por meio da coo- mesma. Além disso, a sociedade civil orga-
peração efetiva entre governo e sociedade nizada, por meio do Conselho Municipal de
civil. As dimensões da pobreza e da vulne- Assistência Social, é parceira na avaliação
rabilidade exigem uma gestão democrática, da qualidade dos serviços, na transparência
com foco no cidadão usuário, que combine da utilização dos recursos, e na implica-
as diretrizes e os recursos financeiros que ção dos resultados das ações na vida dos
o poder público destina para o atendimento usuários.
em escala, visando à atingir o maior número Além do COMAS, o Conselho Municipal
de pessoas, à experiência e dedicação das dos Direitos da Criança e do Adolescente
organizações da sociedade civil, desen- (CMDCA) é um importante parceiro da
volvidas com profundo conhecimento da SMADS, principalmente na questão do com-
realidade local de sua comunidade e com bate ao trabalho infantil. É responsabilidade
alta qualidade. do CMDCA assegurar que os direitos previs-
Em 1993, a LOAS fixou o controle social tos no Estatuto da Criança e do Adolescente
por meio da atuação dos Conselhos. Eles (ECA) sejam postos em prática no muni-
são um dos pilares da assistência social. cípio, além de acompanhar e fiscalizar as
Em São Paulo, o Conselho Municipal de As- Políticas Públicas em defesa das crianças e
sistência Social (COMAS - Lei 12.524/1997) adolescentes. Além disso, controla o Fundo
é constituído de forma paritária por mem- Municipal da Criança e do Adolescente
bros da sociedade civil e do poder público. (FUMCAD), que recebe os recursos doados
0 COMAS possui as atribuições de contro- pelos parceiros da "Campanha Dê Mais que
lar e fiscalizar os serviços prestados, apro- Esmola. Dê Futuro". Todos os anos, diversas
var os programas e projetos da Secretaria e ações da assistência social dirigidas à defe-
articular ações da sociedade civil. Reúne-se sa dos direitos da criança e do adolescente
quinzenalmente, e as plenárias são abertas são realizadas por meio do financiamento do
à participação da população. FUMCAD.
No município de São Paulo, a sociedade 0 Controle Social também é exercido
civil assume o papel de co-responsável pela para além das deliberações do COMAS, por
Política Pública de Assistência Social. Parti- meio de reuniões, fóruns e conferências que
cipa dos processos de formulação, monito- mobilizam a sociedade.
Outros Órgãos de Controle Social que a SMADS integra ou possui parceria:
• Colegiado Estadual de Gestores Municipais de As- • Comissão Intergestora Bipartite (CIB/SP) - é uma
sistência Social (COEGEMAS/SP) - instância consultiva de instância de pactuação entre os municípios e o governo es-
articulação e mobilização da Política de Assistência Social, tadual, que se caracteriza como um espaço de diálogo entre
composta por gestores municipais que se reúnem na esfera os gestores estaduais e municipais. Pactua procedimentos de
estadual, indica membros para o CONGEMAS, CONSEAS e gestão com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços
para o CIB, de Assistência Social.
• Colegiado Nacional dos Gestores Municipais de Assis- • Comissão Intersecretarial de Avaliação do Programa
tência Social (CONGEMAS) - é o representante dos muni- VAI (Valorização de Iniciativas Culturais) - o VAI possui por
cípios brasileiros junto ao governo federal, primordialmente finalidade o subsídio financeiro a atividades artístico-cultu-
junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à rais. O incentivo é dado primordialmente aos jovens de baixa
Fome (MDS) e à CIT. É responsável pela defesa da Assistên- renda e residentes dos setores mais vulneráveis do municí-
cia Social como Política de Seguridade, pela manutenção da pio. A comissão é responsável por selecionar as propostas de
perspectiva municipalista da Política de Assistência Social projetos e avaliar o resultado dos selecionados.
e pela contribuição na formulação da Política Nacional de
• Comissão Intersecretarial de Monitoramento e Gestão
Assistência Social (PNAS),
da Diversidade (CIM-Diversidade) - promove a integração
• Conselho de Monitoramento da Política de Direitos das secretarias municipais e demais órgãos da cidade, acres-
das Pessoas em Situação de Rua - assim como o COMAS, é centando os temas relacionados à igualdade de gênero, raça,
vinculado à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento So- cor, etnia e não-discriminação em todas as políticas públicas
cial. Trata-se de um conselho consultivo que objetiva garantir desenvolvidas em São Paulo.
os direitos e a dignidade da população em situação de rua e
• Comissão Intersecretarial do Programa Ação Família
melhoria na qualidade de vida desses indivíduos.
- articula e integra estratégias Intersetoriais que objetivam
• Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência melhorar o acesso aos serviços públicos.
(CMPD) - é responsável por encaminhar e acompanhar a
• Comissão Municipal de Apoio e Controle Social Pro-
implementação de Políticas Públicas de interesse do indi-
grama de Garantia de Renda Mínima Familiar - é respon-
víduo portador de deficiência, por promover atividades que
sável pelo contínuo monitoramento/avaliação e proposição
integrem e estimulem a emancipação desses indivíduos,
de melhorias para o Programa de Garantia de Renda Mínima
além de realizar e receber denúncias de discriminação.
Familiar.
• Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvi-
• Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência,
mento Sustentável (CADES) - é uma instância consultiva e
Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes
deliberativa que trata de assuntos relacionados à preserva-
- contribui para o desenvolvimento e aperfeiçoamento das
ção, conservação e melhoria do meio ambiente.
Políticas Públicas com foco no combate à exploração sexual
• Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU) -tem de crianças e adolescentes; e monitora as ações já desenvol-
como principais competências o debate da política urbana vidas.
da cidade de São Paulo, a análise e o acompanhamento das
• Comissão Municipal do Programa de Erradicação
questões relacionadas à implementação do Plano Diretor
do Trabalho Infantil -tem a finalidade de contribuir e sensibi-
Estratégico e dos Planos Regionais, e a efetivação de planos,
lizar a sociedade e os órgãos governamentais para a mobiliza-
programas e projetos relativos ao desenvolvimento urbano e
ção e o combate ao trabalho infantil.
ambiental da cidade.
• Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) - coor-
• Conselho Municipal de Políticas Públicas de
dena ações nas diversas secretarias da cidade, com o objeti-
Droga e Álcool (COMUDA) - é constituído por integrantes de
vo de acabar com as "barreiras" encontradas por portadores
diversas Secretarias da cidade, dentre elas a SMADS. Possui
de deficiência ou de mobilidade reduzida.
como funções primordiais o combate e a prevenção do uso de
substâncias tóxico-dependentes e estimula, além da recupe- • Fórum Municipal de Assistência Social (FMAS) - com-
ração, a reinserção social. posto exclusivamente por representantes da sociedade civil
organizada, busca trazer para o município os direitos sociais
• Conselho Municipal de Segurança Alimentar e
assegurados pela Lei Orgânica da Assistência Social.
Nutricional (COMUSAN) - é responsável pela formulação e
regulação da Política Municipal de Segurança Alimentar e • Fórum Municipal de Defesa dos Direitos da Criança
Nutricional, atuando nos setores público e privado. e do Adolescente (FMDDCA/SP) - composto apenas por
membros da sociedade civil, atua na efetivação dos direitos
• Grande Conselho Municipal do Idoso (GCMI) - exerce
da criança e do adolescente segundo os princípios do ECA.
a coordenação e articulação da Política de Atendimento à
Terceira Idade em São Paulo, atuando primordialmente na • Grupo Permanente de Gestão de Áreas de Risco
preservação e afirmação da identidade do idoso. - institui o programa estratégico de intervenção em áreas de
risco, como escorregamentos de encostas e solapamentos de
• Comissão de Intervenção e Recuperação de Cortiços
margens de córrego.
(CIRC) - responsável por fiscalizar e averiguar irregularida-
des nos cortiços do município e determinar as melhorias que
devem ser executadas.
A SMADS também participa de rações representaram as demandas de
outros fóruns e comissões, como a Comis- toda a sociedade, pois dos 1.224 delegados,
são Municipal de Medidas Socioeducativas 610 eram representantes de organizações
em meio aberto, a Comissão Municipal da sociedade civil, 232 do setor público,
do Programa Agente Jovem, o Fórum de 241 do setor privado e 141 eram usuários
Defesa das Pessoas em Situação de Rua dos serviços socioassistenciais. Nessa
e o Fórum Estadual pela Erradicação do Conferência, realizou-se um balanço do
Trabalho Infantil. modelo de gestão do SUAS adotado em
São Paulo, listando-se seus desafios e
dificuldades, e reavaliando-se as metas
Conferências Regionais estabelecidas para os próximos 8 anos.
Esse processo, amplo e democráti-
e a Conferência Municipal co, realizado nessas duas Conferências,
de Assistência Social proporcionou não apenas a sensibilização
dos participantes, mas também o debate e
As Conferências são espaços de o diagnóstico da situação da Assistência
discussão para que os atores envolvidos na Social no município nos últimos anos.
Política de Assistência Social do Municí- Os delegados de São Paulo partici-
pio - sociedade civil, governo, entidades param da V e VI Conferência Nacional de
parceiras, dentre outros - possam avaliar e, Assistência Social, nos anos de 2005 e 2007,
propor rumos para a concretização da Po- representando as demandas da cidade no
lítica Pública de Assistência Social. Neste debate nacional.
período, o COMAS organizou duas confe-
rências, em 2005 e em 2007.
Em 2005, aconteceram 9 Conferências
Outros eventos -
Regionais nas macro-regiões da cidade. promoção do
Os resultados desses encontros foram debate social
discutidos na VI Conferência Municipal
de Assistência Social, que contou com a Entre os dias 23 e 25 de abril de
presença de representantes das organiza- 2007 foi realizada a Reunião Descentrali-
ções sociais, do poder público e de usu- zada e Ampliada do Conselho Nacional de
ários. 0 tema deliberado foi "Estratégias Assistência Social - CNAS em São Paulo.
para Implementação da Política Municipal A temática do encontro foi "Compromissos
de Assistência Social - SUAS/Plano 10". e Responsabilidades para Assegurar
As pautas foram de extrema importância. Proteção Social pelo Sistema Único da
Foram estabelecidas metas a curto, médio e Assistência Social (SUAS)". O CNAS
longo prazo para o processo de implantação apresentou aos Municípios orientações
do Sistema Único de Assistência Social. para a realização das Conferências
Sob a orientação do Conselho Nacional Municipais de Assistência Social.
de Assistência Social (CNAS), que definiu Em 2007, ocorreu também o IX
o tema "Compromissos e Responsabilida- Encontro Nacional do CONGEMAS, em
des apontando para Assegurar Proteção Salvador, que contou com a apresentação
Social pelo Sistema Único da Assistência de dois painéis selecionados das seguintes Abertura da 146 Reunião
Descentralizada do CNAS
Social - SUAS", aconteceram as 9 Con- iniciativas da SMADS: Ação Família -viver
ferências Regionais em São Paulo, com em comunidade; Capacitação Continuada
ampla e irrestrita participação da socie- - Processo de Construção do Conhecimen-
dade, fruto da articulação do COMAS, do to: Conquistas e Desafios da Política de
Fórum de Assistência Social, da SMADS e Capacitação da SMADS.
da Secretaria Municipal de Coordenação Ludi-Cidade - Arte, Cultura, Esporte
das Subprefeituras (SMSP), por meio das e Roda da Cidadania foram apresentados
Supervisões de Assistência Social (SAS) e em formato de pôster. A outra participação,
da sociedade civil. Cerca de 3.700 pessoas no encontro da região Sudeste do Colegiado
estiveram presentes. As Conferências Re- Nacional de Gestores Municipais de Assis-
gionais foram organizadas pela primeira vez tência Social (CONGEMAS), em São Paulo,
de forma padronizada, uniformizada e com foi coordenada pela própria SMADS,
material técnico para consulta de todos os em 26 de abril de 2007.
participantes, seguindo sempre as orienta-
ções dos Conselhos Estadual e Nacional de
Assistência Social.
Todo esse esforço culminou na
VII Conferência Municipal de Assistência
Social, realizada em abril de 2007. As delibe-
Parcerias comprometidas bradas nos diferentes programas e projetos
é significativo, e corrobora a premissa
com resultados sociais de que o poder público, aliado à força da
sociedade, será capaz de atender melhor
Para a SMADS, todos aqueles que às graves demandas e às urgências sociais
colaboram de alguma forma e têm compro- que se apresentam dia-a-dia. É gratificante
misso com os avanços sociais são conside- notar o crescente envolvimento de todos
rados parceiros. Nestes três anos, houve os setores em torno de um objetivo comum,
um grande crescimento da disponibilidade para atingir os melhores resultados que são
e do envolvimento de pessoas, empresas, de interesse geral.
entidades de classe, fundações e institui- A esses parceiros, é devida a gratidão
ções de assistência social, órgãos públicos e o reconhecimento por todo o esforço e
e privados. Assim, o rol de parcerias cele- dedicação despendidos nos últimos anos.
Além dos parceiros represen-
tados pela exibição de seus
logos, a SMADS também
contou com o apoio e com a
parceria dos seguintes: Espaço
Unibanco, Cine Olido, Biblio-
tecas Municipais, Museus
Municipais, Criando Alternati-
vas, Cia. Vip de Teatro.
Editorial "O Estado de São Paulo", 13/9/2007
H
á 1.842 crian- aos usuários de drogas. O Equi- cio-Educativos.
ças e adolescen- líbrio sustenta a reinserção fa- Conforme dados da Se-
tes trabalhan- miliar, a retomada dos estudos cretaria, por meio dos Cre-
do ou vivendo e a participação em cursos pro- cas 1.399 crianças foram en-
n a s r u a s de fissionalizantes e estágios. O caminhadas. às suas famí-
São Paulo, in- Família Acolhedora promove a lias, 972 para abrigos e 524
forma pesquisa realizada pela guarda familiar temporária. para suas cidades de ori-
Fundação Instituto de Pesqui- Para os que precisam, há ain- gem. Desde outubro de
sas Econômicas (Fipe), por en- da o Programa de Proteção à 2005, a Secretaria atendeu
comenda da Prefeitura. O nú- Criança e ao Adolescente nos Crecas mais de 10 mil
mero surpreende, rompe com Ameaçado de Morte. crianças e adolescentes.
antigas crenças e serve para O trabalho é articulado e se As Casas de Acolhida,
que a Prefeitura avalie os re- inicia com o convencimento da por sua vez, recebem crian-
sultados alcançados pelos pro- criança para ingressar num ças que não podem retornar
gramas em desenvolvimento e dos Centros de Referência. Ca- imediatamente às suas famí-
redimensione investimentos. da centro recebe entre 20 e 25 lias e proporcionam condi-
Durante décadas, muito dinhei- meninos, que ,ali permanecem ções para que a equipe técni-
ro público foi entregue a enti- pelo prazo máximo de dois me- ca, num trabalho junto aos
dades que prometiam tirar ses. Nesse período, educado- meninos e seus parentes, en-
crianças das ruas, sem apre- contre as soluções mais ade-
sentar resultados significati- quadas para cada caso. Nos
vos. A última estimativa feita abrigos é dado atendimento
pelo governo municipal, em Programa social da especializado a meninos en-
2005, indicava um número to- Prefeitura está caminhados pela Justiça.
tal de meninos mais de duas ve- produzindo bons Nessas unidades há, atual-
zes maior do que o atual: mente, 1,8 mil crianças.
4.030. resultados Pelos dados da pesquisa
De lá para cá, a Secretaria da Fipe, o programa munici-
Municipal de Assistência e De- res, psicólogos e assistentes so- pal de assistência aos meni-
senvolvimento Social investiu ciais reconstroem a história da nos de rua vem dando bons
no Programa São Paulo Prote- criança, com o objetivo de rein- resultados. O secretário de
ge Suas Crianças, que inclui 14 tegrá-la à sua família. As unida- Assistência e Desenvolvi-
Centros de Referência da des do Creca foram espalha- mento Social, Floriano Pesa-
Criança e do Adolescente (Cre- das pela cidade porque a maior ro, lembra, no entanto, que,
ca), 50 abrigos, 4 Casas de Aco- parte das crianças está na re- se não houver uma política
lhida e 401 Núcleos Sócio-Edu- gião central, mas seus paren- integrada em toda a região
cativos (NSE). Até 2005, São tes vivem em outros bairros. metropolitana, São Paulo
Paulo contava com 6 peruas e O mais novo dos Crecas, ins- não conseguirá resolver o
28 agentes para abordagem talado no Bexiga, é uma repro- problema. Na Praça Char-
dos meninos nas ruas. Hoje, dução do Castelo Ra-Tim- les Miller, no Pacaembu,
são 300 agentes e 44 veículos. Bum, cenário de um programa por exemplo, todos os dias
O programa controla a fre- infantil da TV Cultura. Preten- pode ser encontrado um
qüência escolar e desenvolve deu-se com isso atrair as crian- grupo de crianças de Itape-
ações educativas e de prote- ças com atividades lúdicas e vi. Nos municípios menos
ção familiar, além de transfe- assistência integral. Elas não populosos da Grande São
rir renda e promover meios de são trancafiadas, mas conven- Paulo, a reprodução do pro-
geração de renda familiar. cidas a freqüentar as oficinas grama adotado em São Pau-
A Secretaria desenvolve e a participar de passeios a lo - com transferência de
também os Projetos Quixote, renda, atendimento à saú-
parques e teatros. Quando re-
Equilíbrio e Família Acolhedo- de, reinserção familiar e as-
tornam às suas casas, o Creca sistência pedagógica - pode
ra, que prestam atendimento cuida da matrícula na escola e
integral às crianças e suas fa- dar bons resultados em me-
assegura atividades no perío- nos tempo.
mílias. O Quixote é dedicado do pós-escola, nos Núcleos Só-
4.
Democratização
do conhecimento
Capacitação de Agentes
de proteção Social Ação
Família no Espaso
Centro de Conhecimento da
Cooperação Internacional
Assistência Social (CECOAS)
Para contribuir com a atuação do ESPASO, foi firmado um termo de
0 CECOAS é um centro de cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), denominado "Capacitação em Gerência Social". Seus objetivos são
excelência na captação, registro e divul-
implantar um processo de educação permanente; promover estudos e pesqui-
gação do conhecimento socioassistencial
sas que ofereçam subsídios para os processos decisórios da política pública
produzido pelos trabalhadores da SMADS de assistência social da SMADS e que permitam a transformação da realidade
e de organizações sociais parceiras, facili- social; e implantar um processo de avaliação contínuo com relação às
tando seu acesso, utilização, disseminação ações de capacitação.
e preservação. Entre os resultados obtidos com o desenvolvimento dessa parceria,
A biblioteca da SMADS surgiu em merecem destaque as mais de 14 mil vagas em ações de capacitação para
meados da década de 60. Com o passar do profissionais que atuam na área socioassistencial da Prefeitura; e a participa-
tempo, configurou-se como um Centro de ção gratuita a 120 servidores da SMADS e SAS no 1°. Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Gestão de Políticas Públicas Sociais. Em dezembro de 2007,
Documentação, que, além de atender aos
80 alunos já concluíram o curso, com defesas de monografia agendada para
técnicos da própria Secretaria, acabou por
janeiro de 2008. Os demais concluirão no 2o. Semestre de 2008. O projeto está
atrair a atenção dos alunos das academias sendo desenvolvido em parceria com a UNIBAN.
e de outros pesquisadores devido à riqueza Ainda em 2007, uma revisão das bases deste acordo de cooperação re-
e especificidade de seu acervo. Em 2002, foi sultou na ampliação do escopo de trabalho, com a inclusão de atividades para
incorporada à área de Gestão de Pessoas a área de gestão. Assim, com o uso da tecnologia da informação, busca-se
da Secretaria e, no final de fevereiro de o fortalecimento das capacidades estruturais da SMADS para atingir níveis
2004, passou a fazer parte do ESPASO, significativos de excelência. A partir dela, pretende-se: definir processos e
como Centro de Conhecimento da Assistên- papéis na rotina de trabalho da Secretaria; alavancar a eficácia administrativa;
cia Social (CECOAS). possibilitar a implantação de aplicações de alto valor agregado a SMADS; e
criar capacitações que resultem em catalizadores do atendimento aos objeti-
Em 2006, foram adquiridos 164 novos
vos da Secretaria.
títulos, por meio de acordo de cooperação Para concretizar o plano de ação estabelecido em conjunto com o
técnica entre a SMADS e o Programa das PNUD, houve uma evolução dos recursos financeiros previstos para a
Nações Unidas para o Desenvolvimento implementação do Projeto, que passou de R$ 1.371.611,41 em 2004 para
(PNUD). R$ 8.121.652,00 em 2007.
0 acervo atual disponível para a popula-
ção é composto por 10.411 livros, 150 títulos
de periódicos, 6.547 documentos e relató-
rios técnicos, 38.475 imagens (fotografias,
negativos, slides), 377 vídeos, hemeroteca 3) Divulgação de
temática com 2.223 artigos em papel e informações - Assessoria
hemeroteca legislativa com 923 artigos em
papel e 2.754 artigos digitalizados (dados
de Comunicação Social
computados a partir de 2004).
Há uma dura desigualdade social em
São Paulo que vem sendo enfrentada pela
política pública de assistência social, mas
que a população, em sua maioria, desconhe-
ce. Torna-se, portanto, fundamental promo-
ver a divulgação dessas informações.
A partir de janeiro de 2005, a Asses-
soria de Comunicação Social da SMADS
implantou, com sucesso, uma nova política
de comunicação institucional - interna e
externa -, a fim de promover, em pauta diá-
ria dos principais veículos de comunicação
(jornais, rádios, TVs, revistas e internet), as
notícias relacionadas à atuação da pasta.
A Assessoria de Comunicação
Social tem conseguido atrair a atenção
da imprensa para a assistência social do
município. Em três anos foram produzidos
releases e sugestões de pauta a diversos
veículos de comunicação que resultaram
em reportagens.
Além da presença na mídia, foram Família, do Ministério do Desenvolvimento
publicadas pela Secretaria 143 edições da Social e Combate à Fome (MDS), concedi-
Newsletter semanal (boletim eletrônico), o do em 2006; e o Prêmio São Paulo Cidade
Boletim Informativo Aqui Social e o Boletim - Inovação em Gestão Pública, da Secretaria
do Ação Família - viver em comunidade; Municipal de Gestão, em 2007.
duas edições da Revista Ação Família e De acordo com o MDS, o objetivo do
uma edição da Revista Institucional SMA- Prêmio Práticas Inovadoras na Gestão do
DS. 0 site da Secretaria, hospedado na pá- Programa Bolsa Família foi reconhecer o
gina da Prefeitura na internet, é permanen- esforço dos governos estaduais e munici-
temente atualizado. Há, também, folders, pais na melhoria das condições das famílias
cartilhas e outros materiais que mostram beneficiárias Bolsa Família e disseminar
as ações realizadas. experiências que trouxeram bons resul-
Todas essas publicações e iniciativas tados na política de inclusão social. As
proporcionam, ao público em geral, informa- 16 experiências premiadas, dentre as 400
ções sobre os programas, projetos, serviços práticas municipais e 14 estaduais inscri-
e benefícios desenvolvidos, seus impactos e tas, passaram a integrar o Observatório de
resultados. Boas Práticas do Bolsa Família, e ganharam
uma viagem ao México para conhecerem o
Programa Oportunidades.
4) Prêmios, intercâmbios Também em 2007, o Ação Família - viver
e eventos externos em comunidade foi um dos oito vencedores
do prêmio de melhores práticas de ges-
tão, em concurso inédito promovido pela
Prêmios Secretaria Municipal de Gestão da Prefei-
tura de São Paulo. Outras três iniciativas da
Em reconhecimento à sua metodologia SMADS - Observatório de Políticas Sociais,
e estratégia inovadoras, o Ação Família - São Paulo Protege suas Crianças e Proje-
viver em comunidade recebeu dois prêmios to Inclusão Social Urbana Nós do Centro
de extrema importância. 0 Prêmio Práticas - ficaram entre os finalistas e receberam
Inovadoras na Gestão do Programa Bolsa certificado.
Intercâmbios - Cooperação Participação em
Nacional e Internacional eventos externos
Tantos êxitos suscitaram o interesse de Por dois anos consecutivos, a SMADS
outras cidades, estados e países, provocan- organizou duas mesas em congressos inter-
do troca de conhecimentos e ampliação das nacionais do Centro Latinoamericano de Ia
possibilidades de atuação. Administración para el Desarollo (CLAD),
A Prefeitura de São Paulo assinou um organismo público internacional de caráter
termo de cooperação com o governo do intergovernamental apoiado pela Organiza-
Chile, onde se desenvolve uma experiência ção das Nações Unidas (ONU).
interessante, o Chile Solidário - Puente, A primeira mesa ocorreu em 2006,
que, a exemplo do Programa Oportunidades, na Guatemala, com o tema: "Desafios e
do México, serviu de base para a constru- estratégias no combate à exclusão social
ção do Programa Ação Família -viver em na cidade de São Paulo". Foram apresen-
comunidade. tados os seguintes trabalhos: "Diagnóstico
Os técnicos da Secretaria também visi- da Cidade de São Paulo e a estratégia para
taram o Chile, o México e a Argentina para combater a vulnerabilidade social: Progra-
trocarem experiências referentes a metodo- ma Ação Família - viver em comunidade e
logias inovadoras de trabalho com famílias e SP Protege"; e "0 processo de construção
e combate ao trabalho infantil. Em outubro do conhecimento da SMADS - a experiên-
e novembro de 2007, foram conhecidas as cia do Programa Ação Família -viver em
experiências de Nova Iorque no trato com comunidade e SP Protege".
pessoas em situação de rua, por meio de Em 2007, o evento foi na República
visitas guiadas pelo Comissário do Departa- Dominicana, com a mesa "A Política Pública
mento de Serviços de Moradores de Rua da de Assistência Social no Brasil e a Constru-
Prefeitura de Nova Iorque, Dr. Robert Hess. ção e Implantação do Modelo de Gestão na
No âmbito nacional, houve intenso Secretaria Municipal de Assistência e De-
intercâmbio de experiências com Florianó- senvolvimento Social de São Paulo". Foram
»lis, Curitiba, Belo Horizonte, Maceió e Rio apresentados os trabalhos: "A Implantação
e Janeiro, dentre outras. do Sistema Único de Assistência Social
na cidade de São Paulo: inovações, con-
quistas e desafios"; "Inovação de gestão
em Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social: por uma adminis-
tração pública gerencial"; "Contribuições
para o gerenciamento de projetos sociais
com base em indicadores de desempenho";
e "A política de gestão de pessoas no con-
texto da implantação do Sistema Único de
Assistência Social: a experiência da cidade
de São Paulo".
0 produto final apresentado nos dois
anos demonstrou uma interação virtuosa
entre lógica técnica, inovação política e
modernização gerencial.
Palavras finais