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NOÇÕES GERAIS
NATUREZA PROCESSUAL
• pretensão posta em juízo (ajuizada) – no exercício do direito de ação,
portanto – de natureza privatística empresarial, cujo objetivo é atingir,
extraordinariamente, a extinção das obrigações, com a superação da crise
econômico-financeira, cabendo ao Estado entregar a prestação
jurisdicional, que consiste, em caso de procedência do pedido, no
estabelecimento do estado de recuperação empresarial, ou em caso de
improcedência, no eventual estabelecimento do estado de falido.
CONCEITO
• uma série de atos praticados sob supervisão judicial e destinados a
reestruturar e manter em funcionamento a empresa em dificuldades
econômico-financeiras temporárias.
ELEMENTOS ESSENCIAIS
• (a) série de atos;
• (b) consentimento dos credores;
• (c) concessão judicial;
• (d) superação da crise;
• (e) manutenção das empresas viáveis
SÉRIE DE ATOS
• As medidas de reestruturação podem ser as mais diversas, daí se falar em
uma série de atos na recuperação e não apenas em um ato específico. As
crises que justificam a adoção da recuperação judicial dificilmente serão
superadas por um ato qualquer. Normalmente, são necessários diversos atos
para possibilitar a recuperação, como mudanças nas relações com os
credores (novação das obrigações), até a alteração do padrão para a
gestão interna da atividade.
CONSENTIMENTO DOS CREDORES
• O conjunto de atos a ser praticado pelo devedor na recuperação judicial
não depende exclusivamente da sua vontade. Para que ele possa praticar
tais atos, há a necessidade do consentimento dos credores. Não se exige o
consentimento de todos os credores, mas uma manifestação
suficientemente representativa (Lei n. 11.101/2005 – arts. 45 e 58) para
vincular a massa de credores como um todo. O conjunto de credores é
tratado como uma comunhão para todos os efeitos, na recuperação
judicial.
CONCESSÃO JUDICIAL
• Mesmo com o consentimento dos credores, é essencial a concessão judicial
para a prática dos atos da recuperação. Diz-se que ela é judicial
justamente porque só pode ser concedida judicialmente e, para tanto, ela
pressupõe o exercício do direito de ação. Exercido o direito de ação e
atendidos os requisitos impostos pela Lei n. 11.101/2005, o Poder Judiciário
irá conceder a recuperação, permitindo a prática dos atos necessários à
superação da crise. A intervenção do Poder Judiciário é essencial para
realizar o controle formal da recuperação.
CONCESSÃO JUDICIAL
• Apesar da importância da sua intervenção, não é o Poder Judiciário que irá
recuperar a empresa, ele apenas irá verificar o cumprimento das condições
legalmente estabelecidas. Não cabe a ele proceder diretamente à
reestruturação da empresa, mas apenas supervisionar as medidas de
reestruturação146. Mesmo após a concessão da recuperação, o Poder
Judiciário manterá apenas uma supervisão do devedor, a qual será mais
próxima apenas por um período determinado de tempo, chamado período
de observação.
SUPERAÇÃO DA CRISE
• A concessão da recuperação judicial permitirá a prática de uma série de
atos, os quais terão por objetivo primordial a superação das crises,
reestruturando e mantendo a empresa em funcionamento. A superação da
crise deve permitir que a atividade continue, de modo a não prejudicar os
interesses que circundam a empresa.
VIABILIDADE
• Em tese, a viabilidade significa que a recuperação será capaz de
restabelecer o curso normal das coisas, retornando o risco da atividade ao
seu titular. Se mesmo com a recuperação não for possível restabelecer essa
normalidade, fica claro que a empresa não se mostra mais viável, devendo
ser promovida a sua liquidação. Portanto, a viabilidade deve ser
demonstrada no processo para que se possa conceder a recuperação
judicial.
VIABILIDADE ECONÔMICA
• vetores para apurar a viabilidade econômica da empresa, a saber: (a) a
importância social; (b) mão de obra e tecnologia empregada; (c) volume
do ativo e passivo; (d) idade da empresa; e (e) porte econômico.
• 2. Não ser falido ou, se falido, que suas obrigações já tenham sido extintas.
• 4. Não ter obtido recuperação judicial, com base em plano especial, há menos de
5 anos.
• 5. Não ter sido condenado por crime falimentar, nem ter como sócio controlador
ou administrador pessoa condenada por crime falimentar.
LEGITIMIDADE ATIVA
• DEVEDOR;
• EMPRESÁRIO;
• GRUPOS SOCIETÁRIOS;
• HERDEIROS;
• CÔNJUGES;
• INVENTARIANTES;
• SÓCIO REMANESCENTE;
CRÉDITOS ABRANGIDOS
• Os legitimados acima indicados poderão ingressar com o pedido de
recuperação. Tal pedido, embora seja uma ação, não se enquadra
confortavelmente na estrutura do processo tradicional. Há um autor, um
juízo competente, mas não há propriamente réus, não havendo que se
cogitar sequer da citação.