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RECUPERAÇÃO JUDICIAL

ESPECIAL
NOÇÕES GERAIS
• para os empresários que se enquadrem como microempresa ou empresa de pequeno porte e
para o produtor rural pessoa física, desde que para este último o valor dos créditos
abrangidos pelo plano não exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais),
nos termos do art. 70-A da Lei n. 11.101/2005.
• Naquilo em que não houver regra específica para a recuperação especial, ela seguirá o
regime geral da recuperação judicial.
SUJEITOS
• Tendo em vista o objetivo de simplificação do procedimento e redução dos custos, a
recuperação especial deverá se aplicar a empresários com menores condições financeiras.
Nessa linha de entendimento, só poderão lançar mão da recuperação especial os devedores
empresários ou sociedades empresárias que se enquadrem como microempresa ou empresa
de pequeno porte. Não se dispensa a qualidade de empresário ou sociedade empresária e
exige-se também o enquadramento específico.
• Foi equiparado a esse devedor ME/EPP, para fins da recuperação com plano especial, o
produtor rural pessoa física, desde que o valor dos créditos abrangidos pelo plano não
exceda R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). Exige-se, porém, que seja
um produtor registrado na junta comercial e que tenha pelo menos 2 anos de regularidade
fiscal.
CRÉDITOS ABRANGIDOS
• Abrangidos na recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que
não vencidos, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os
previstos nos §§ 3º e 4º do art. 49. Abrangem-se praticamente todos os créditos, excetuados
apenas os créditos fiscais, os decorrentes de repasse de recursos oficiais e os chamados
credores proprietários previstos nos §§ 3º e 4º do art. 49.
PEDIDO E PROCESSAMENTO
• Assim como no regime geral da recuperação judicial, a recuperação especial envolve um
acordo a ser firmado em juízo. Para que esse acordo se concretize é essencial o ajuizamento
de uma ação perante o juízo do principal estabelecimento do devedor. Tal ação normalmente
é ajuizada diretamente pelo devedor (empresário individual, sociedade empresária,
cooperativa médica ou clube de futebol), mas nada impede que seja ajuizada pelo sócio
remanescente, pelo inventariante, pelo cônjuge ou pelos herdeiros (Lei n. 11.101/2005).
PEDIDO E PROCESSAMENTO
• Esse ajuizamento será feito por meio de uma petição inicial, que representa o instrumento
necessário para a constituição de desenvolvimento do processo, bem como para a
delimitação da extensão em que se efetivará o poder de julgar do magistrado. Como toda
petição inicial, a exordial da recuperação especial precisa atender aos requisitos formais e
estruturais impostos pela legislação processual. A única peculiaridade é a necessidade de a
própria inicial indicar a opção pelo regime da recuperação especial, ou seja, no silêncio
presume-se a opção pela recuperação judicial comum
PEDIDO E PROCESSAMENTO
• Além de cumprir todos os requisitos gerais, a petição inicial da recuperação deverá ser
acompanhada dos documentos essenciais à propositura da ação. No caso da recuperação
judicial, além daqueles documentos gerais para todas as ações (procuração, custas...), é
essencial que a inicial da recuperação seja instruída com os documentos do art. 51 da Lei n.
11.101/2005.
PEDIDO E PROCESSAMENTO
• Estando em termos a petição inicial e a documentação juntada, o juiz deverá deferir o
processamento da recuperação judicial, nos termos do art. 52 da Lei n. 11.101/2005. Tal
decisão de processamento, contudo, terá seus efeitos limitados aos créditos abrangidos na
recuperação especial, ou seja, não haverá a suspensão do curso da prescrição nem das
execuções por créditos não abrangidos pela recuperação especial. Se eles não são atingidos
pela recuperação especial, não há motivo para que seus direitos sejam afetados pela
suspensão quer da prescrição, quer das ações desses credores.

• Tal decisão será publicada juntamente com a lista de credores apresentada pelo devedor,
dando início ao procedimento de verificação de créditos. Pelas razões já expostas, os
credores não abrangidos sequer precisam participar do procedimento de verificação de
créditos.
PLANO ESPECIAL DE
RECUPERAÇÃO
• o plano preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas,
acrescidas de juros equivalentes à Taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia –
SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas. Altera-se a taxa
de juros para a Taxa SELIC, mantendo-se como impositivo o parcelamento. Mantém-se
também a carência de 180 dias para o primeiro pagamento e admite-se o pedido de
abatimento do valor das dívidas, que pode ser muito útil para o devedor reerguer e recuperar
a sua atividade.
PLANO ESPECIAL DE
RECUPERAÇÃO
• Em complemento aos meios de recuperação, o plano estabelecerá a necessidade de
autorização do juiz, depois de ouvido o administrador judicial e o Comitê de Credores, se
houver, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados. Controla-se de forma
bem rígida a atuação do devedor nesse caso, a fim de que o prazo que lhe é dado seja
suficiente para a superação da crise. Aumentos de gastos e contratações de empregados são
possíveis, mas deverão ser autorizados pelo juiz, ouvidos o administrador judicial e o comitê
de credores, se houver. Deve-se, porém, fazer uma interpretação teleológica dispensando a
autorização judicial, se a contratação do empregado for apenas parar suprir uma lacuna, sem
representar acréscimo de despesas
PROCEDIMENTO
• Apresentado o plano dentro do prazo legal, o juiz determinará a publicação de um edital de
aviso aos credores sobre a existência do plano, dando-lhes a oportunidade de manifestação
no prazo de 30 dias, contados da publicação desse edital ou da publicação da relação de
credores. Como na recuperação comum, os credores poderão aprovar o plano de recuperação
judicial tacitamente ou apresentar oposições justificadas.

• Não havendo qualquer objeção dos credores, considera-se o plano tacitamente aprovado. De
outro lado, havendo objeção, não haverá a convocação da assembleia de credores.
PROCEDIMENTO
• O juiz decretará a falência, automaticamente, se houver objeção de credores que representam
mais da metade de qualquer uma das classes dos créditos abrangidos (Lei n. 11.101/2005 –
art. 72, parágrafo único).
• De outro lado, se a objeção for apresentada por credores que representem até a metade dos
créditos, presume-se que os demais credores concordaram com o plano especial e, por isso,
ele será considerando aprovado. Nesse caso, cabe ao juiz conceder a recuperação se
atendidas as demais condições legais para tanto.

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