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Economia Política – Resumo Completo para Provas

Fonte: Universidade Estácio de Sá

A DISCIPLINA:

é a ciência que estuda as relações sociais de produção, circulação e


distribuição de bens materiais que visam atender as necessidades humanas,
identificando as leis que regem tais relações.

NOÇÕES DE ECONOMIA DE MERCADO:

A relação da Economia com o conhecimento jurídico. Importância do estudo da


Economia para o Curso de Direito. Conceituação básica. Sistemas econômicos.
Fatores de Produção. Problemas Econômicos Fundamentais. Abaixo,
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos
professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A relação da
Economia com o conhecimento jurídico. Ao iniciar o estudo do Direito o
discente vê como uma das suas disciplinas Economia Política. Sendo frequente,
no decorrer dos anos, a indagação de: qual a relação que há entre estas duas
áreas?

A estranheza sentida por alguns, não é de todo infundada, mas se deve muito
mais pelos rumos que estas duas áreas das ciências sociais tomaram no
decorrer do tempo do que pelos fundamentos que as sustentam e as fazem
ser tão relevantes para a sociedade. Contudo, tanto o direito, quanto a
economia, se originam do mesmo conjunto de questões, pois são frutos da
tentativa humana de entender como os indivíduos se organizam socialmente e
produtivamente, como se entendem e como formulam o entendimento sobre
o outro. Suas origens estão, portanto, nos primeiros textos filosóficos, sendo o
campo da Filosofia sua origem comum. O objeto de estudo do direito
enquanto área do conhecimento é a relação humana, ou seja, o conjunto de
relações que ocorrem entre os seres humanos que se comunicam (as relações
sociais), pois indivíduos isolados, que não possuem outros seres humanos
para se relacionarem, não travam este conjunto de relações. A valoração
jurídica é relativa à relação humana na medida em que o comportamento de
um indivíduo se defronta com os comportamentos intercomplementares dos
outros indivíduos, sendo esta uma relação intersubjetiva, pois ocorre entre
mais de um.

As leis, como são conhecidas, disciplinam ou buscam disciplinar a relação


humana, ou seja, as formas como os indivíduos travam (ou devem travar) as
suas relações sociais. A análise jurídica destas relações cria uma norma de
dever-ser, regras e regulamentos, que podem ser explícitos ou tácitos.
Estabelecem a forma e o conteúdo através dos quais aquelas relações são
válidas e aceitas, além de estudar o conjunto das normas já criadas. Assim,
estas normas de dever-ser estabelecem de que forma as relações devem ser
travadas entre os indivíduos e de que forma passam a ser aceitas por estes. De
acordo com cada época e/ou lugar a relação jurídica apresenta conteúdos
diferentes, podendo ser interpretada tanto como a representação dos
interesses coletivos, como reflexo dos interesses da classe dominante. No
entanto, tanto de uma como de outra, a relação jurídica vêm acompanhado e,
algumas vezes, buscando condicionar as transformações ocorridas na forma
como os indivíduos se relacionam. Portanto, a Norma Jurídica representa o
conjunto de todos os contextos de relações jurídicas expressas na
manifestação da vontade social, sendo o direito o reflexo do entendimento dos
indivíduos em cada época e em cada local, como o resultado daquilo que é
considerado melhor, mais adequado e mais justo.

É neste contexto de transformações das relações sociais que o direito e a


economia se apresentam de forma inter-relacionada, pois é no bojo das
transformações ocorridas nas relações entre senhores e servos no final da
Idade Média, que a valorização de cada pessoa como dotada de uma
individualidade própria, passa a definir o direito de SER, valorizando cada um
como um indivíduo provido de direitos que são extensivos a todos de forma
igual, formulando a idéia de individualidade, fundamento básico para a criação
de uma nova categoria social, a dos cidadãos, distinta da dicotomia até então
vigente nobreza ou servos. Contudo, estes direitos individuais consagrados nos
primeiros códigos civis, se centralizavam em torno das garantias do direito de
propriedade, o direito de TER, na medida em que tinham como fundamento
básico a garantia das transformações sociais em curso, marcadas pela
decadência econômica e política da nobreza e pela ascensão dos homens livres
por suas atividades comerciais mercantis. Nestes termos, o direito de ser
vinculava-se ao direito de ter, na medida em que somente aqueles dotados de
individualidade e, portanto, de direitos, poderiam ser identificados como
capazes de possuir, isto é, de ter propriedades e estas serem respeitadas.

As ideias contidas na construção deste indivíduo atomizado, criatura única,


possuidora de direitos, podem ser claramente identificadas nos primeiros
textos da economia moderna (pós Idade Média), conhecidos como Liberalismo
Econômico, que pregavam a autonomia do indivíduo em suas atividades
empresariais e a liberdade de realizarem suas transações como bem
entendessem, sem qualquer intervenção. Contudo, o processo de
transformações sociais em curso se deu de forma que os direitos individuais e,
portanto, o indivíduo atomizado, cedesse lugar a ideia do indivíduo como
componente de um coletivo: uma comunidade onde os interesses do todo
(coletivo) passaram a se sobrepor aos interesse s individuais, fazendo com que
indivíduos dotados de direitos fossem também dotados de obrigações.
Passando a regra jurídica a ser um instrumento do desenvolvimento
econômico e não mais a busca da consagração da perfeição das relações
humanas em regras de como deve/ser as relações entre os indivíduos se
transformando num instrumento para alcançar o bem -estar econômico
coletivo, expresso no desenvolvimento econômico, na ampliação da riqueza e
na prosperidade comum. Importância do estudo da Economia para o Curso de
Direito. Economia e Direito A importância do estudo da Economia para o Curso
de Direito é fornecer uma visão das principais questões econômicas de tal
forma que se possa ter uma melhor compreensão da realidade econômica e
suas relações com as Normas Jurídicas. O direito em geral desempenha uma
função importante na organização da atividade econômica. Princípios legais
que estão por trás das medidas de política econômica é parte integrante do
presente estudo, e serão analisados durante as diversas unidades. Como
exemplo, pode-se citar a intervenção por parte do governo em atividades
econômicas como Oligopólios e Monopólios. Conceitos como escolha,
necessidades, recursos, escassez, produção e distribuição fazem parte tanto do
direito como da economia. Como esses termos se relacionam com o campo do
direito?

Qual a sua relevância para o estudo do direito?

Estas são algumas das questões a serem abordadas ao longo do curso. No


entanto, toda decisão de intervenção seja ela política, econômica e/ou jurídica
por parte de qualquer agente da sociedade deve sempre objetivar o bem estar
social. Fatos, Fenômenos e Leis Econômicas. Quando se observa a existência
de fatos ou fenômenos econômicos como a troca, o trabalho, e a moeda, e
quando esses fatos ou fenômenos estão ligados entre si por relações
constantes e conhecidas surgem às leis econômicas.

Registrar fatos e fenômenos econômicos procurando estabelecer entre eles as


relações constantes ou Leis Econômicas é a finalidade própria da economia
política. Entretanto a observação das Leis Econômicas não é perfeita como se
verifica com as Leis do mundo físico. Com relação à constituição dos
fenômenos sociais e jurídicos, vale ressaltar que a função social tem relevância
na seara jurídica, por envolver aspectos políticos, econômicos e sociais. As
desigualdades latentes no convívio em sociedade ao longo da história
passaram a requerer soluções que fossem capazes de reduzir o quadro de
injustiças existentes em cada época, principalmente em virtude da distância
entre o que determinava a lei e o que se verifica na realidade social atual. Daí o
fenômeno jurídico englobar todos os eventos, provenientes da atividade
humana ou decorrente de fatos naturais capazes de ter influência na órbita do
direito por transferir, conservar, modificar ou extinguir as relações jurídicas.

Conceituação básica Definição Economia é uma ciência social que estuda a


produção, a circulação e o consumo de bens e serviços, e como o indivíduo e a
sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção, de
modo a distribuí-lo entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de
satisfazer as necessidades humanas. Economia também pode ser definida
como a administração da escassez dos recursos de produção. Essa definição
contém vários conceitos importantes que são a base e o objeto do estudo da
Ciência Econômica: Escolha, necessidades, recursos, escassez, produção e
distribuição. Em qualquer sociedade, os recursos de produção são escassos;
contudo, as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. O ser
humano não se satisfaz com o que tem, sempre desejando mais coisas. Isso
obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição
dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. A
escassez de recursos humanos e materiais, evidenciados pela existência de
preços, impõe a necessidade de distribuir recursos entre alternativas de uso
presente e futuro. Logo, a escolha é a essência da tomada de decisão
econômica. É necessário avaliar o valor relativo dos diferentes tipos e
quantidades de bens de consumo e serviços (Ex.: pão, automóveis, geladeiras,
apartamentos, escolas, etc.) em relação uns aos outros e em relação à oferta
futura que provavelmente se tornará disponível se esses recursos presentes
forem desviados para a produção de bens de capital (ex.: portos, estradas,
pontes, fábricas).

Necessidades Humanas Ilimitadas (Ato econômico) X Escassez de Recursos =


Problema Solução: “Escolha” / Distribuir (alocar) recursos.

Como esses conceitos e essas definições se relacionam com o Direito?

A Economia é uma ciência social assim como o Direito, que depende das
relações humanas seja na esfera familiar ou mesmo na organização do Estado
e que através de suas normas regem as relações econômicas. Como esses
conceitos e essas definições se relacionam com o Direito?

Quando se define Economia como uma ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos, o direito
também é uma ciência social que através de suas normas regula as relações
econômicas.

Os diversos ramos da ciência jurídica se relacionam com a economia: Direito


Constitucional, Direito Empresarial, Direito Administrativo, Direito Penal,
Direito do Trabalho e o Direito Internacional, entre outros. Pode-se citar como
exemplo a importância do Direito Financeiro que trata da captação e da gestão
dos recursos econômicos para que os órgãos públicos possam cumprir com
suas obrigações. Da mesma forma que qualquer cidadão, o Estado carece de
recursos para satisfazer às suas necessidades de realizar obras e prestar
serviços à sociedade. Daí a importância do Direito Financeiro, cuja autonomia é
implicitamente reconhecido na Constituição Federal do Brasil de 1988, tendo
em vista o disposto nos arts. 145 a 169. Sistemas econômicos Definição Um
sistema econômico pode ser definido como sendo a forma política, social e
econômica pela qual está organizada uma sociedade, para desenvolver as
atividades econômicas de produção, circulação e consumo de bens e serviços.

Os elementos básicos de um sistema econômico são: Fatores de produção: são


os recursos humanos, o capital, os recursos naturais e a
tecnologia/conhecimento. Unidades de produção: são as empresas.
Instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais que constituem na base de
organização da sociedade. Classificação dos Sistemas Econômicos:

a) Sistema Capitalista ou economia de mercado: É aquele regido pelas forças


de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos
fatores de produção. Com relação à livre iniciativa e a propriedade privada,
esses conceitos podem ser visualizados no caput do artigo 170 da Constituição
Federal do Brasil de 1988. Vale ressaltar que pelo menos até o início do século
XX, prevalecia nas economias ocidentais o sistema de livre concorrência
(concorrência pura), em que não havia intervenção do Estado na atividade
econômica. Porém em 1930 passou a predominar o sistema de economia
mista, onde prevalecem as forças de mercado, mas com a atuação e
intervenção do Estado, através das idéias do economista inglês John Maynard
Keynes

b) Sistema Socialista ou economia centralizada: É aquele em que as questões


econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de
planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção,
chamados nessas economias de meios de produção. Os bens de produção são
de controle direto do Estado. É aquele em que as questões econômicas
fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento,
predominando a propriedade pública dos fatores de produção, chamados
nessas economias de meios de produção. Os bens de produção são de
controle direto do Estado.

Fatores de Produção. Todo indivíduo precisa atender às suas necessidades, por


mais elementares que sejam. Se observar bem, verifica-se que tudo que existe
no planeta é finito. Certos bens que são encontrados na natureza com
aparente abundância de reservas (tais como água potável, matas, florestas,
etc.) já se tornam escassos, representando um sério problema para as
sociedades futuras. Nesse sentido, preliminarmente, o estudo da economia
nada mais é do que o estudo de como atender às necessidades humanas
observando-se o fenômeno da escassez dos recursos ou fatores de produção.
Mas, o que se entende por necessidades humanas?

Entende-se por necessidades humanas tudo que o ser humano precisa


(alimentos, vestuário, moradia, saúde, educação, lazer, etc.) e deseja possuir
(brinquedo, reconhecimento profissional, status, etc.) nas várias etapas de sua
vida. É importante notar que essas necessidades humanas possuem duas
características, a saber:

a) são ilimitadas, no sentido de que é próprio de qualquer indivíduo querer


possuir sempre mais coisas do que já tem;

b) são diversificadas, no sentido de que cada indivíduo possui sua escala de


prioridades e desejos; Entende-se por recursos ou fatores de produção a tudo
que, de certa forma, pode ser utilizado para a produção de um bem ou de um
serviço. Esses fatores de produção subdividem-se em:

a) Terra ou Recursos Naturais: o que existe na natureza (florestas, rios,


oceanos, clima, etc.);

b)Trabalho ou Mão de Obra: força de trabalho economicamente ativa;

c) Capital: riquezas acumuladas pela sociedade, utilizadas no processo


produtivo como capital fixo (máquinas, ferramentas, prédios, galpões,
estradas, etc.) e capital monetário (dinheiro);

d) Tecnologia e Conhecimento: habilidade que é utilizada no processo


produtivo na busca de sua contínua melhora e expansão;

Os fatores de produção também possuem duas características bem definidas,


são elas:

a) são escassos e, portanto, tem preço;

b) são versáteis no sentido de que um mesmo fator de produção pode ser


empregado em diversos processos produtivos;

Sendo que, cada um destes fatores recebe uma remuneração específica pela
sua participação no processo produtivo:

a) Terra ou Recursos Naturais = Aluguel;

b) Trabalho ou Mão-de-Obra = Salário;

c) Capital (Fixo e Monetário) = Juro;

d) Tecnologia e Conhecimento = Royalty e Lucro.

Então, pelo que já foi visto, pode-se definir economia como: A Economia é o
estudo da maneira pelo qual os homens utilizam recursos produtivos (fatores
de produção) escassos e versáteis para produzir bens (mercadorias e serviços)
para satisfazer as necessidades ilimitadas e diversificadas dos membros da
sociedade

Problemas Econômicos Fundamentais:

a) O que e quanto produzir? A sociedade deverá escolher dentro das


possibilidades de produção, quais os produtos e quantidades deverão ser
produzidos. O resultado do processo produtivo serão os bens (coisas físicas,
tangíveis, como, por exemplo, a geladeira, o fogão, o sapato, etc.) e os serviços
(coisas intangíveis, como, por exemplo, os serviços de educação, segurança,
hospitalares, etc.). Es ses bens e serviços, por sua vez, poderão ser de consumo
(duráveis e não duráveis) e de capital. Os bens de consumo durável são
aqueles que não acabam no ato de consumo (geladeira, móveis, etc.) enquanto
que os bens de consumo não duráveis são os que terminam no ato de
consumo (alimentos, bebidas, etc.)

b) Como e onde produzir? A sociedade deverá escolher quais os recursos


produtivos serão utilizados considerando o nível tecnológico disponível. Como
e onde se dará se dará o processo produtivo implica em tentar adotar as
melhores técnicas de produção disponíveis que deverão ser utilizadas em três
possíveis cenários (setores da economia), a saber: setor primário, setor
secundário e setor terciário. No setor primário ocorrerão as atividades de
lavouras, extração animal e extração vegetal.

No setor secundário ocorrerão as atividades de extração mineral, da indústria


de transformação, da indústria da construção e de semi-industriais (energia
elétrica, gás encanado, tratamento e distribuição de água, etc.).

No setor terciário ocorrerão  as atividades do comércio, mercado financeiro,


transporte, comunicação, lazer, saúde, educação, etc. e do governo.

Obs: É importante observar que os bens tangíveis são produzidos nos setores
primário e secundário e os bens intangíveis (serviços) no setor terciário.

c) Para quem produzir? A sociedade deverá escolher como os indivíduos


deverão participar do resultado da produção. Considera-se que a distribuição
de tudo que foi produzido se dará levando-se em conta dois aspectos: – a
quantidade e qualidade dos fatores que o indivíduo empregou no processo
produtivo; e – o preço que conseguiu receber pelo uso desses fatores.

O CONSUMIDOR (DEMANDA) E O PRODUTOR (OFERTA) Microeconomia e


Macroeconomia. Fatores determinantes da demanda, objetivo do consumidor
e lei geral da demanda. Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei
geral da oferta. Tendência de equilíbrio. Abaixo, apresentamos de forma
resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo
da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando
associar aos fatos recentes. Microeconomia e Macroeconomia.

Microeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda a formação de


preços no mercado, ou seja, o funcionamento do mercado de um determinado
produto ou grupo de produtos, analisando o comportamento dos
compradores e vendedores. Consiste na análise mais individualizada dos
agentes econômicos. Mercado é o lugar onde os compradores (demandantes)
de bens ou serviços se encontram com os vendedores (ofertantes) dos
mesmos com o objetivo de concretizar a transação. O estudo da
microeconomia parte do princípio que as pessoas reagem racionalmente. Os
consumidores tentam gastar seu orçamento de forma que lhes dê o máximo
de prazer possível. Como dizem os economistas, eles maximizam a utilidade.
No ponto de vista dos empresários, eles procuram o maior lucro que podem
extrair de suas operações.

Macroeconomia é o segmento da Teoria Econômica que estuda o


funcionamento da economia como um todo, sendo responsável pelo estudo
do relacionamento dos grandes agregados, por exemplo, o mercado externo, o
nível de emprego, o consumo, a poupança e o investimento da economia.
Fatores determinantes da demanda, objetivo do consumidor e lei geral da
demanda. Conceito de Utilidade Um dos fundamentos da análise da demanda
ou procura é o conceito de utilidade. A utilidade é um conceito subjetivo, mas
representa a qualidade e a satisfação que os consumidores atribuem aos bens
e serviços que se pode adquirir no mercado, variando de consumidor para
consumidor.

Demanda de Mercado: A demanda ou procura pode ser definida como a


quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam
e podem adquirir em determinado período de tempo. Existem variáveis que
influenciam a escolha do consumidor, e, consequentemente, sua demanda por
um bem ou serviço. O preço do bem ou serviço, os preços dos bens substitutos
ou complementares, a renda do consumidor e seus hábitos, gostos e
preferências. Para estudar a influência dessas variáveis utiliza -se a hipótese do
coeteris paribus, ou seja, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não
aquelas que estão sendo utilizadas são mantidas constantes. Relação entre
quantidade procurada e o preço do bem: A chamada Lei Geral da Demanda
evidencia uma relação inversamente proporcional entre a quantidade
procurada e o preço do bem, coeteris paribus. Um aumento do preço do
produto resultará na redução de sua demanda. Por sua vez, uma queda do
preço do produto resultará no aumento de sua demanda.

Outras Variáveis que afetam a demanda por um bem:


a) Renda dos consumidores: No caso de um bem normal, se a renda dos
consumidores aumenta a demanda do produto também aumenta.

b) Bens Substitutos: Quando há uma relação direta entre o preço de um bem e


a quantidade de outro, tudo o mais constante. Exemplo: Um aumento do preço
da carne deve elevar a demanda por frango.

c) Bens Complementares: Quando há uma relação inversa entre o preço de um


bem e a demanda de outro. Exemplo: quantidade de automóveis e preço da
gasolina, ou seja, se o preço do automóvel aumentar a quantidade demandada
de gasolina diminuirá.

d) Preferências dos consumidores:Os gastos com publicidade objetivam


aumentar a procura de bens e serviços influenciando as preferências dos
consumidores.

Alguns conceitos de bens:

a) Bem Normal Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do


produto também, tem -se um bem normal.

b) Bem Inferior Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do


produto diminui, tem -se um bem inferior. Exemplo: um automóvel de
segunda linha

c) Bens de consumo Saciado Quando a demanda do bem não é influenciada


pela renda dos consumidores. Exemplo: sal, farinha, etc.

Fatores determinantes da oferta, objetivo da firma e lei geral da oferta. Oferta


de mercado são as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao
mercado em determinado período de tempo. Em relação a Lei da Oferta, a
quantidade ofertada de um produto (ou serviço) é diretamente relacionada
com seu preço, coeteris paribus. Se o preço de um bem aumenta haverá uma
expansão na quantidade ofertada.

Fatores determinantes da oferta. A oferta depende de vários fatores dentre


eles, do preço do bem em questão, dos demais preços, do preço dos fatores de
produção (matérias-primas, salários, preço da terra), das preferências dos
empresários, das alterações tecnológicas; do aumento do número das
empresas no mercado. Vale ressaltar que a relação entre a oferta e os custos
dos fatores de produção é inversamente proporcional. Exemplo: um aumento
nos salários, tudo o mais constante, provoca uma retração da oferta de um
produto. Porém, uma melhoria tecnológica é diretamente proporcional, ou
seja, tudo o mais constante, deve provocar uma expansão da oferta. Objetivo
da firma: Partindo-se de uma análise tradicional, o empresário sempre busca
maximizar o lucro total, otimizando a utilização de todos os recursos que
dispõe.

Tendência de equilíbrio O equilíbrio no mercado é definido como o preço que


iguala as quantidades demandadas pelos compradores com as quantidades
ofertadas pelos vendedores. O mercado regula os interesses de produtores e
consumidores: os produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os
consumidores querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo
são os preços de equilíbrio, ou seja, é o patamar em que os consumidores e os
produtores realizam seus interesses. Numa situação de escassez do produto,
as quantidades demandadas serão maiores que as ofertadas, o que resultará
em elevação de preços e/ou no aumento da quantidade ofertada, até atingir-se
o equilíbrio. Entretanto, numa situação de excedente de produção, o que
resultará numa competição entre os produtores, conduzindo a uma redução
dos preços ou na quantidade ofertada, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Assim sendo, quando há competição tanto dos compradores (demandantes)
quanto dos vendedores (ofertantes), há uma tendência natural no mercado
para se chegar a uma situação de equilíbrio. Os compradores e vendedores
conduzem automaticamente o mercado para um equilíbrio. Uma vez atingido
esse equilíbrio, os compradores e vendedores estão satisfeitos e, portanto, não
há pressão sobre o preço. A rapidez e velocidade destes ajustes variam de
mercado para mercado. Nos mercados de concorrência pura, o excesso e a
escassez são apenas temporários e o ajuste tende a ser mais rápido. É
necessário ponderar que podem ocorrer as imperfeições de mercado, ou seja,
situações nas quais os preços não são determinados isoladamente em cada
mercado.

Políticas de preços: congelamento, preços mínimos e tabelamento.


Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito.
Formas de intervenção do Estado na economia. Abaixo, apresentamos de
forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o
conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas
procurando associar aos fatos recentes. Políticas de preços: congelamento,
preços mínimos e tabelamento. As imperfeições de mercado Consiste na
análise das imperfeições de mercado em que, verificam -se situações nas quais
os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. Interferência
do governo no equilíbrio de mercado O governo intervém na formação de
preços de mercado, a nível microeconômico, quando fixa imposto e subsídio,
estabelece os critérios de reajuste do salário mínimo, fixa preços mínimos para
produtos agrícolas, decreta tabelamentos ou, ainda, congelamento de preços e
salários. Política de preços mínimos na agricultura Consiste numa política
governamental que visa dar uma garantia de preços ao produtor agrícola, com
o objetivo de resguardá-lo contra os riscos eventuais advindos de variação nos
preços de mercado, evitando que uma acentuada queda de preços venha
causar um desestímulo ao produtor e sérios prejuízos à renda e à produção
agrícola. O governo oferece um preço mínimo que ele pagará ao produtor
agrícola após a produção. Se os preços mínimos forem superiores aos preços
de mercado, por ocasião da produção, o produtor deverá vender seu produto
para o governo ao preço mínimo fixado. Com o preço mínimo acima do preço
de equilíbrio de mercado, tem -se um excedente de produto em poder do
governo, que possivelmente, será utilizado como estoque regulador nos
períodos da entressafra. Tabelamento O governo poderá implantar um
tabelamento de preços, visando impedir abusos por parte dos vendedores.
Entretanto, se o governo tabelar o preço num valor inferior ao de equilíbrio,
resultará em escassez do produto, com o surgimento de filas, ágio e no
mercado paralelo.

Importância dos conceitos de Oferta e Demanda para o curso de Direito A


legislação do consumidor amplamente empregada em nossa sociedade tem
uma relação direta com os conceitos de Oferta e Demanda. Por exemplo, a
oferta insuficiente de determinados produtos básicos como os medicamentos
podem causar sérios danos à população dependente desses produtos. Estudar
o mercado desses bens poderá evitar sua escassez através de medidas que
venham a incentivar a produção. Aspectos jurídicos estão presentes nessas
análises e nas formas de incentivo. Analisar a oferta de um determinado
produto permite aos agentes tomarem decisões que venham impedir prejuízos
à sociedade. Uma empresa poderá estar sujeita a insolvência por um
desequilíbrio entre oferta e demanda de seus produtos. O advogado não atua
somente no aspecto jurídico da Recuperação Judicial, mas deverá ser capaz de
participar das discussões sobre as alternativas disponíveis para a empresa. Por
sua vez, a atuação do empresário no mercado deverá ser regulado para
impedir abusos que venham a desequilibrar a relação entre os compradores e
os produtores. Será objeto de análise mais adiante as formas de concentração
excessiva em um único ou poucos produtores e seu impacto no consumidor.
Os tabelamentos de preços ocorridos durante a década de 80 no Brasil
causaram sérios transtornos as pessoas, que se viram privadas de seu direito
básico de consumidor. Essas decisões causaram prejuízos ao Estado que ainda
tem que conviver com inúmeras ações judiciais de reposição das perdas.

O Plano Real que estabilizou os preços foi articulado com a participação de


juristas renomados, fator que contribuiu para o seu sucesso. Situações de
escassez em que a demanda é superior a oferta pode requerer medidas como
o incentivo à importação. Esse procedimento é importante para evitar que a
pressão de demanda venha a impactar os preços do produto. O processo de
importação vai envolver uma série de decisões relativas à legislação aduaneira.

Formas de intervenção do Estado na economia.


Classificação: Podemos definir como formas de intervenção do Estado na
atividade econômica:

a) Absorção: nesse caso o governo atua de forma monopolista na atividade


econômica. O caput e inciso V do art. 177 da Constituição Federal Brasileira de
1988, estabelece que Constituem monopólio da União, a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser
autorizadas sob regime de permissão.

b) Participação: o governo atua em conjunto com a inciativa privada na


realização de determinada atividade econômica. O art. 199 e & 1o. da
Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece que A assistência à saúde é
livre à iniciativa privada. § 1º – As instituições privadas poderão participar de
forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos?. O sistema de atuação
concomitante entre setor público e setor privado também ocorre com a
Educação. Conforme o art. 209 e incisos I e II da Constituição Federal brasileira
de 1988: O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional; II – autorização e
avaliação de qualidade pelo poder público.

c) Direção: nessa situação o Estado atua na economia através a edição de leis


utilizando seu poder de pressão. O art. 174 da Constituição Federal brasileira
de 1988 estabelece que como agente normativo e regulador da atividade
econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado. d) Indução: o governo nesse caso atua na
atividade econômica concedendo benefícios fiscais, oferecendo crédito através
do sistema financeiro ou mesmo estimulando o desenvolvimento através de
instituições oficiais de fomento.

Intervenção Direta e Indireta: O Estado pode atuar de forma direta ou indireta


no domínio econômico. a)Intervenção Direta: a intervenção de forma direta
ocorre através das empresas públicas e como sociedade de economia mista e
de suas subsidiárias, sendo permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo O art. 173 da Constituição
Federal, & 1º e inciso I, prevê que a lei estabelecerá o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre sua função social e formas de
fiscalização pelo Estado e pela sociedade. Artigo 173 da Constituição Federal
brasileira de 1988, caput prevê: Ressalvados os casos previstos nesta
Constituição, a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definido em lei. Na atuação direta, o
Estado atua como empresário comprometido com a geração de atividade
econômica, sendo regido ou por um regime concorrencial (como exemplo a
Caixa Econômica Federal) ou em um regime monopolístico (exemplo da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos monopólio estabelecido no art.
21 , X da Constituição Federal de 1988) .

Através da intervenção direta o Estado passa a concorrer com as empresas


privadas, seja como empresa pública ou como sociedade de economia mista,
atuando na economia como empresário, não podendo gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado. A partir dos anos 60 inicia-se o
questionamento do custo e da eficiência da intervenção direta do estado na
Economia associado a uma depreciação dos serviços públicos oferecidos uma
vez que ocorre um esgotamento da capacidade estatal de investir em novas
tecnologias. A partir de 1985 verifica -se no Brasil, assim como no mundo, o
fenômeno de desregulamentação. Não que o Estado seja eliminado, mas ele
assume novas funções e transfere à iniciativa privada atividades até então
exploradas pelo Estado. O Direito Econômico, como um conjunto de normas
que regem a organização do mercado, cria, aplica e preside as novas regras de
conduta de mercado.

Intervenção Indireta: a intervenção indireta ocorre com o Estado assumindo o


papel de agente normativo e regulador da atividade econômica. O art. 174 da
Constituição Federal de 1988 estabelece que o Estado exercerá, na forma da
lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. Artigo 174 da
Constituição Federal brasileira de 1988: Como agente normativo e regulador
da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado?

A atuação indireta permite ao Estado executar a política econômica,


procurando assegurar o desenvolvimento sustentado da economia, com pleno
emprego dos fatores de produção, estabilidade de preços, e distribuição de
renda. O Estado, na atuação indireta, adota políticas econômicas para
conduzir, estimular e apoiar a atividade econômica empreendida pelos
particulares. Os objetivos principais dessas políticas econômicas são de
assegurar o crescimento sustentável da economia, assegurar o elevado nível
de emprego, relativa estabilidade de preços e garantir o equilíbrio das contas
externas. Para atingir esses objetivos, o Estado adota uma série de medidas
econômicas que são instrumentos para atingir esses objetivos fundamentais. A
adoção de uma política econômica pode levar a um conflito com o objetivo de
outra. Por exemplo, uma adoção de uma política energética pode levar
conflitos com os objetivos da política ambiental.
ESTRUTURAS DE MERCADO E OS ASPECTOS JURÍDICOS:

Conceituação de Estruturas de Mercado Estruturas de Mercado Abuso do


Poder Econômico Preceito constitucional sobre a concorrência Lei Antitruste
Brasileira e a Estrutura de Mercado Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência – SBDC Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos a
serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões
aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos
recentes. Conceituação de Estruturas de Mercado As estruturas de mercado se
dividem inicialmente entre o “mercado de bens e serviços” e o “mercado de
fatores de produção”. Pode-se representar a economia através de um fluxo
circular em que os seus diferentes componentes se complementam,
interagindo como fornecedores e consumidores uns dos outros dependendo
do mercado em que se encontrem. Famílias e empresas, portanto, podem ser
demanda ou oferta dependendo da posição em que se encontrem no
mercado. Assim, as empresas no “mercado de bens e serviços” são os
ofertantes e os membros das famílias são seus demandantes, de forma oposta
no “mercado de fatores de produção” os membros da família são os ofertantes
e as firmas/empresas são seus demandantes. Desta forma, pode-se entender
o mercado como um conjunto de relações que são travadas pelos agentes
econômicos (demanda e oferta) em torno de um dado produto, ou conjunto de
produtos, em certo período de tempo. Sua estrutura irá, portanto, depender
da forma como os agentes econômicos estão organizados. Sendo uma
“estrutura de mercado” dada pela forma como fornecedores e consumidores
estão organizados no mercado para realizar as suas transação de venda e
compra. Assim, ao analisar o mercado pelo lado de como os fornecedores
(oferta) estão organizados frente aos consumidores (demanda), tem-se as
estruturas do mercado de bens e serviços, mas se esta análise privilegiar a
forma como os consumidores estão organizados frente os fornecedores, tem
-se as estruturas do mercado de fatores de produção. Os mercados produtores
estão estruturados de modo diferenciado, podendo ser classificado dos
seguintes modos: concorrência perfeita, monopólio e oligopólio.

Estruturas de Mercado:

a) Concorrência Perfeita, ou competição pura, é a estrutura adequada, visando


o funcionamento ideal da economia, servindo como parâmetro em face das
outras estruturas de mercado, daí, ter que ser preenchido os seguintes
requisitos: A existência de um número muito grande de empresas produtoras
e de compradores no mercado, onde nenhum destes possui condições
suficientes de influenciar o mercado; – Os bens, serviços ou produtos são
padronizados, não diferenciados (homogêneos); – As empresas não têm
nenhum tipo de influência em relação aos preços dos produtos, informações
privilegiadas, na realidade, este mercado é transparente; – Não existem
impedimentos, acordos, restrições, barreiras à entrada ou saída de outras
empresas no mercado (mobilidade); A Constituição Federal de 1988, incorpora
a livre iniciativa no Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira – em seu
artigo 170, inciso IV, a saber: Artigo 170 – “A ordem econômica fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios: […] IV-livre concorrência;”

b) Monopólio: O monopólio é a falta, a ausência de concorrência, é uma figura


que se situa em sentido oposto ao da livre concorrência ora preceituada pela
Constituição Federal em seu artigo 170, inciso IV, pois tem o poder de
influenciar o mercado, significando a existência de um único fornecedor,
podendo neste caso, impor o preço que mais lhe provier para suas
mercadorias e ficando, assim, sujeitado ao nível de vendas dele decorrente.
Daí, o monopólio é o modo mais nítido de poder de mercado. Tem como
características básicas: – Existência de única empresa produtora no mercado,
não existindo concorrência na oferta, ou seja, um único vendedor; ou um
vendedor que controla toda oferta do mercado;- Controle sobre a matéria-
prima, produto ou serviço; – Barreiras ao registro de novas patentes, afastando
assim qualquer concorrente; – Não há produtos similares, que podem ser
substitutos; – Situação privilegiada na quantidade produzida e no preço,
maximizando assim o lucro. O monopolista está só e decorrente deste estar só,
é que tem liderança para escolher o preço de suas vendas; É importante
ressaltar que o governo em determinados casos, tem papéis distintos quanto a
esta estrutura de mercado monopolista. Em primeiro lugar de combate, para
evitar o abuso do poder econômico, e em segundo lugar é quando o próprio
governo garante, tornando-o inteiramente apropriados, a exemplo dos
monopólios do governo no controle de determinados setores estratégicos,
criando assim, monopólios legais, garantindo o direito de propriedade, direitos
autorais, patentes, como no Correios, dentre outros monopólios legais.
Concluindo, todo monopolista não se preocupa com concorrentes, pois não o
tem. Quanto ao Monopólio Natural, é uma situação em que temos bens
exclusivos e com quase nenhuma rivalidade. Este tipo de mercado, em sua
maioria, é regulamentado pelo governo, sendo longo o prazo de retorno. Pode-
se citar o gás natural, distribuição de energia elétrica, como exemplos.

c) Oligopólio: O oligopólio é uma situação de concentração de mercado, ou


seja, é um tipo de mercado dominado por um reduzido número de grandes
empresas, com alto grau de concentração local, e estas empresas, influencia
no preço de mercado de maneira ostensiva, o que leva as outras firmas a
reagirem em face ao abuso do poder econômico.As empresas oligopolistas,
que não são em grandes quantidades, promovem o domínio de determinada
oferta de produtos e/ou serviços, que podem ser homogêneos ou
diferenciados, formando barreiras à entrada de potenciais concorrentes,
efetuando gastos de grande monta em tecnologia de ponta, produção em
larga escala, marketing, dentre outros, ou se associando aos grandes grupos
econômicos, inviabilizando a entrada de novas empresas no mercado. Pode-se
dar como exemplo as empresas do ramo de laboratórios farmacêuticos, aço,
alumínio, cimento, aviação, bancos, comunicação. Sendo assim, pode-se
afirmar que a receita operacional destes oligopólios tem significativa influência
no Produto Interno Bruto – PIB dos países. Os oligopólios podem ainda se
apresentar de forma diferenciada (Oligopólio Diferenciado), quando os
produtos destas empresas apresentam diferentes níveis de diferenciação
(características particulares de cada produto) e se estabelece um nível de
concorrência maior entre os participantes do mercado, ou concentrada
(Oligopólio Concentrado), quando o produto das empresas participantes é tão
idêntico (homogêneo) que estas passam a só ter a escala de produção como
forma de competição pelo mercado, fazendo com que apenas empresas de
porte e com alto nível de concentração do mercado, possam existir. Muitas
vezes o grau de concentração é tão alto nestes mercados que apenas duas
empresas atuam, transformando sua estrutura num “Duopólio”, caso extremo
do oligopólio onde há apenas duas grandes empresas controlando a oferta do
mercado. No que se refere ao oligopólio conivente, constituem num grupo de
empresas que de modo tácito colocam o mesmo preço nos seus produtos e/ou
serviços, porém com uma empresa liderando a fixação destes preços.

Cabe ressaltar algumas formas de organização empresarial presentes no


oligopólio: Cartéis, trustes e holding.

CARTEL: No cartel as empresas são legitimamente independentes e, de modo


geral, têm atuação no mesmo ramo, acordando entre si e, promovendo a
dominação de mercado de modo geral, através da combinação de preços, seja
no ramo de produtos ou de serviços. Sendo assim, pode-se identificar a
caracterização de prática abusiva, com vistas ao domínio de mercado,
aumentado expressivamente seus lucros, contrariando, deste modo, a livre
concorrência ora preceituada na Constituição Federal brasileira em seu artigo
170, inciso IV.

TRUSTE: Truste é uma estrutura empresarial em que empresas, em geral, do


mesmo ramo ou setor, e que detêm grande parte do seu mercado, organizam-
se numa nova empresa para em conjunto dominarem este mercado,
fornecendo um produto em comum e, com isso, eliminarem a concorrência e
fixarem um preço único de acordo com seus interesses. Esta é uma associação
que pode se dar pela fusão ou combinação formal de empresas já existentes
no mercado. Caso esta associação se dê por uma combinação formal e não por
uma fusão, as empresas envolvidas podem manter suas estruturas
administrativas e produtivas separadas com intuito de retornarem as suas
condições anteriores caso os resultados obtidos não sejam os esperados.
HOLDING OU SOCIEDADE GESTORA DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS: O holding é
uma situação em que é criada uma empresa para que esta venha a administrar
um conglomerado empresarial. Assim, pode-se vislumbrar uma poderosa
estratégia de gestão, com o objetivo de promover o domínio de determinada
oferta de qualquer tipo de produtos e/ou serviços, visando engrandecer seus
lucros. Para melhor entendimento, pode-se tratar o holding como sendo na
realidade, uma sociedade empresarial juridicamente independente, porém seu
objetivo maior será a de participação no capital de outras sociedades
empresariais. Como exemplo, o verificado no setor bancário, no de seguros,
dentre outros, pelo fato de virem a concentrar o controle de suas diversas
empresas. Essa forma de administração é muito praticada pelas grandes
corporações nesta era de globalização. Concluindo este assunto, as fusões
promovem em sua maioria e cada vez mais frequente, a instalação de grandes
conglomerados empresariais, pois detêm significativos recursos financeiros,
favorecendo, deste modo, o uso de tecnologia de última geração, trabalhando
em economia de escala, diminuindo de modo predatório em sua maioria, a
concorrência, especialmente nos países em desenvolvimento.

Abuso do Poder Econômico: é uma prática abusiva, porém de difícil


identificação, pois não se trata de uma empresa acompanhar o preço da outra,
praticando o uso de preços similares, como acontece na indústria
automobilística, pois isto é competitividade e não conluio. Sendo assim, cada
vez fica mais difícil sua caracterização. O artigo 173, parágrafo 4° da
Constituição Federal reprime o abuso do poder econômico para que não haja a
dominação dos mercados, combatendo a eliminação da concorrência como
também o aumento arbitrário dos lucros. Tal preceito constitucional foi
complementado pela lei antitruste, Lei n° 8884 de 11 de junho de 1994, quase
integralmente revogada pela Lei no. 12.529 de 30 de novembro de 2011,
coibindo assim os atos de concentração, as infrações à ordem econômica,
reprimindo o abuso do poder econômico. Preceito constitucional sobre a
concorrência

A Carta Magna de 1988 enfatiza o livre mercado através de seus princípios


gerais, voltado para políticas públicas direcionadas ao bem estar social.
Enfatizando a importância de erradicar as desigualdades sociais como também
regionais, está voltada para o desenvolvimento econômico, através de ações
do Estado na economia, conforme o artigo 170 e incisos: Artigo 170 – “A ordem
econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa;
tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:

I – soberania nacional;

II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;

IV – livre concorrência;

V – defesa do consumidor;

VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado


conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;

VII – redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII – busca do pleno emprego;

IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas


sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.

Parágrafo Único: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos
casos previstos em lei.” O caput do artigo 170 trata inicialmente da valorização
do trabalho humano, é objeto de luta durante vários séculos, onde de um lado
está o fator trabalho e do outro o fator capital, luta de todas as nações por
uma harmonia, um equilíbrio. Na realidade, o que se objetiva é a criação de
empregos com condições dignas para o trabalho vir a ser realizado e
remunerado de modo justo.

Já a livre iniciativa, está vinculada ao princípio da liberdade, ao liberalismo


clássico, fundamentando a ordem econômica e financeira. Na livre escolha tem
-se a liberdade tanto para produzir os bens quanto para consumi-los, porém
nos limites estabelecidos pela Constituição Federal.

A justiça social está tratada no artigo 3° da Constituição federal, onde toda


sociedade deve ser livre, justa e solidária, com redução das desigualdades
tanto sociais quanto regionais. Quanto aos princípios gerais deflagrados nos
incisos, é focalizada a soberania nacional, presente no inciso I, do artigo 170
como também no inciso I do artigo 1° também da Carta Maior.

A propriedade privada, no inciso II, do artigo 170 da CF, lastreia-se na


liberdade, consubstanciada pelo artigo 5°, caput, da Carta Maior, dos direitos
individuais, visando à proteção da propriedade privada, dos meios de
produção, característica principal do sistema capitalista de livre concorrência.
O direito a propriedade privada individual é um pressuposto da liberdade de
iniciativa. A função social da propriedade permite particularmente a
implantação de uma política agrícola mais ajustada e evita à concentração da
produção nas mãos de alguns poucos. A função social da propriedade, inciso
III, do artigo 170 da CF, primeiramente é tratada no artigo 5°, inciso XXII e XXIII,
da Carta magna onde é garantido o direito de propriedade. Ela abrange tanto a
propriedade urbana quanto da rural. O artigo 182 da Constituição Federal trata
da política de desenvolvimento urbano, bem como o artigo 185 em seu
parágrafo único, cuida da propriedade produtiva rural. Já o artigo 186, trata
dos requisitos para que estas funções sejam atendidas.

Como pode vislumbrar, é um conjunto de regras contratuais necessárias que


formam um conjunto para o desenvolvimento do livre mercado.

A livre concorrência está contida no inciso IV do artigo 170 da CF, e a livre


iniciativa está fundamentada no artigo 1°, inciso IV da CF, ambos os princípios
se complementam na ordem econômica. Já a defesa do consumidor, contida
no inciso V do artigo 170 da CF, tem legislação própria, sendo o Código de
Defesa do Consumidor, Lei n° 8078 de 11/9/1990.

Nesta legislação, existe a preocupação de proteger a parte mais fraca desta


relação que é o consumidor. A base está fundamentada no artigo 5°, inciso
XXXII, da Constituição Federal, onde prevê que “o estado promoverá, na forma
da lei, a defesa do consumidor”. O princípio da defesa do consumidor que
consta da ordem econômica e financeira mostra uma tendência do direito
moderno de proteger o consumidor, o elo talvez mais importante da economia
de mercado. A Organização das Nações Unidas através da Resolução no.
39/248 de 09/04/1985 definiu as condições básicas a serem adotadas pelos
governos na elaboração e o fortalecimento da legislação e as políticas de
proteção ao consumidor. O artigo 4° do Código de Defesa do Consumidor
passa a dar corpo ao princípio da defesa do consumidor previsto na
Constituição Federal, e estabelece os parâmetros da Política Nacional de
Relações de Consumo, que veio a nortear o processo de intervenção do Estado
no mercado de consumo.

A defesa do meio ambiente, preceituada no inciso VI do artigo 170 da CF, tem


por fim assegurar que o meio ambiente seja sustentável, visando à aplicação
da Constituição Federal em seu artigo 225 como também da Lei n° 6.938, de
31/08/1981, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente, quanto das
normas internacionais como a Agenda 21 (Rio-92).

Para que haja a redução das desigualdades regionais e sociais, ora tratada no
inciso VII do artigo 170 da CF, considera-se a educação como elemento
principal através do qual se coloca no combate à pobreza, através da
qualificação da mão-de-obra diminuindo, assim, a quantidade dos que ficam
marginalizados. Em função disso, para cessar as desigualdades ora
mencionadas, objetivam -se fortalecer empreendimentos em regiões menos
privilegiadas como também seu mercado consumidor. Importante ressaltar
através do preceito constitucional mencionado no artigo 173, definindo o papel
do Estado na ordem econômica, à preocupação em impedir tanto a formação
de trustes e cartéis dentre outras ora definidas na lei n° 12.529 de 30 de
novembro de 2011. Passa, assim, o Estado conforme previsto no artigo 174 da
Carta Maior a desempenhar o papel de Agente Normativo e Regulador. Quanto
à busca do pleno emprego, no inciso VIII do artigo 170 da CF, é uma situação
alcançada por uma economia equilibrada de forma a atender aos anseios da
população por um trabalho justo e digno.

O tratamento favorecido para empresas de pequeno porte é objeto do


derradeiro inciso IX do artigo 170 da CF, como também está previsto no artigo
179 da Carta Magna e no artigo 970 do Código Civil., conforme transcritos
abaixo: A Constituição Federal do Brasil, artigo 179 estabelece que A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às
empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico
diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação
destas por meio de lei. O Código Civil, artigo 970 define que “A lei assegurará
tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao
pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes”. O
Estatuto da Microempresa – ME e da Empresa de Pequeno Porte – EPP, Lei n°
9841/1999, deu tratamento jurídico diferenciado a este tipo de empresa,
consubstanciado no preceito constitucional dos artigos 170 e 179 da Carta
Maior. O tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital de
pequeno porte, previsto na Constituição Federal do Brasil de 1988, fortalece a
concorrência. Ao eliminar entraves burocráticos e reduzir encargos sociais e
tributos das pequenas empresas, o legislador permite que pequenos
empreendimentos tenham condições de sobreviver e mesmo de prosperar em
um ambiente extremamente competitivo.O parágrafo único do artigo 170 da
CF prevê o livre exercício de qualquer atividade econômica, desde que ela seja
lícita e observada às formalidades legais como o registro de seus atos de
constituição, dentre outros.

Lei Antitruste Brasileira e a Estrutura de Mercado A Lei Antitruste Brasileira, Lei


no. 12.529 de 30/11/2011, tem o intuito de restaurar o processo de
concorrência no mercado e reprimir os abusos praticados no mercado de
consumo. Art. 1° Esta Lei estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência – SBDC e dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações
contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de
liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa
dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. […] Art. 4° O
Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se
constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e
foro no Distrito Federal, e competências previstas nesta Lei. Art. 36.
Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os
atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam
produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:

I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a


livre iniciativa;

II – dominar mercado relevante de bens ou serviços;

III – aumentar arbitrariamente os lucros; e

IV – exercer de forma abusiva posição dominante.

[…] § 3° As seguintes condutas, além de outras, na medida em que configurem


hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam infração da
ordem econômica:

I – acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer


forma:

a) os preços de bens ou serviços ofertados individualmente;

b) a produção ou a comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de


bens ou a prestação de um número, volume ou frequência restrita ou limitada
de serviços;

c) a divisão de partes ou segmentos de um mercado atual ou potencial de bens


ou serviços, mediante, dentre outros, a distribuição de clientes, fornecedores,
regiões ou períodos;

d) preços, condições, vantagens ou abstenção em licitação pública;

II – promover, obter ou influenciar a adoção de conduta comercial uniforme ou


concertada entre concorrentes;

III – limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;

IV – criar dificuldades à constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento


de empresa concorrente ou de fornecedor, adquirente ou financiador de bens
ou serviços;

[…] XV – vender mercadoria ou prestar serviços injustificadamente abaixo do


preço de custo;

[…] XVIII – subordinar a venda de um bem à aquisição de outro ou à utilização


de um serviço, ou subordinar a prestação de um serviço à utilização de outro
ou à aquisição de um bem; e
XIX – exercer ou explorar abusivamente direitos de propriedade industrial,
intelectual, tecnologia ou marca.

Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC O governo brasileiro vem


atuando nos últimos anos no sentido de combater os abusos no mercado de
consumo e a concentração excessiva no processo produtivo. Anos atrás,
ocorreram discussões no âmbito do CADE sobre a fusão da Brahma e da
Antártica, dando origem a criação da AMBEV. Posteriormente, foi submetida ao
CADE o processo de aquisição da Garoto pela Nestlé, o que poderia ocasionar
uma concentração excessiva no processo de fabricação de chocolates. O
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é formado pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica = CADE, pela Secretaria de
Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda = SEAE e pela
Secretaria de Direito Econômico = SDE.

O SEAE e a SDE têm função analítica e investigativa, atuando na instrução dos


processos, enquanto que o CADE atua como um tribunal administrativo. As
decisões do CADE não cabem recursos na esfera do Poder Executivo, podendo
apenas sofrer revisão no Poder Judiciário. Destaca-se o papel preventivo do
CADE, pois na realidade o que é feito é a análise dos atos de concentração, tais
como nas fusões, nas incorporações e nas associações empresariais. Por fim, o
SEAE é um órgão consultivo, de assessoramento técnico ao CADE, vinculado ao
Ministério da Fazenda, que atua na emissão de pareceres técnicos para
subsidiar as decisões do CADE. É um órgão do Poder Executivo, que
acompanha a formação de preços da economia, reajustes de tarifas públicas e
analisa atos de concentração excessiva em determinado segmento da
economia. Atua em sintonia com as Agências Reguladoras Federais no sentido
de combater regulamentações impróprias, estimulando a concorrência nos
mercados.

O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO:  Atividade Financeira do Estado Conceito de


Dívida Pública Interna Princípios orçamentários Abaixo, apresentamos de
forma resumida os aspectos a serem abordados pelos professores sobre o
conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas
procurando associar aos fatos recentes. A Atividade Financeira do Estado No
sistema capitalista de produção, em que se inclui o modelo brasileiro, o
governo se engaja na economia, modificando o perfil da sociedade, através da
transferência de renda, impostos, incentivos, subsídios, fornecimento de bens
públicos, entre outros. O desenvolvimento da atividade do governo na área
fiscal envolve as seguintes funções:

a) Função distributiva, quando o governo afeta a distribuição de renda através


do sistema tributário ou através de programas governamentais. Ajustes
distributivos tornam-se necessários ao observar-se injustiça na distribuição da
renda e da riqueza, e o governo implementa medidas fiscais (impostos e
transferências) visando reduzir a desigualdade de renda. No Brasil, o sistema
de tributação progressiva do imposto de renda pessoal e programas sociais se
enquadram neste modelo. Como categoria de função distributiva, observa-se,
em primeiro lugar, os programas de assistência pública, em que o governo
atua no sentido de prover condições mínimas de subsistência às famílias
necessitadas. Em determinadas situações, torna-se imprescindível esta ajuda,
em face das conseqüências negativas que a pobreza poderá causar à
economia e ao meio-ambiente. Em segundo lugar, observam-se os programas
de seguro social, em que o governo assiste aos indivíduos que necessitam
deste auxílio em função de alguma fragilidade frente à sociedade. A
aposentadoria por idade ao trabalhador agrícola e o seguro desemprego são
exemplos de programas de seguro social;

b) Função estabilizadora, quando o governo interfere na economia procurando


alcançar um elevado nível de emprego, estabilidade de preços e um alto nível
de crescimento econômico. O sistema de mercado impede que seja alcançado
automaticamente o pleno emprego e a estabilidade de preços, tornando-se
necessária a atuação do governo no desenvolvimento da função estabilizadora
da política fiscal. A irredutibilidade salarial existente em nossa legislação não
permite um rápido ajuste quando se verifica um desequilíbrio no mercado de
trabalho. Por sua vez, um desequilíbrio entre os níveis de demanda e oferta na
economia, poderá gerar um processo inflacionário, com danos ao sistema de
mercado. Em ambos os casos, tornam-se necessário a intervenção do governo
para restaurar o equilíbrio no mercado. Para obter um elevado nível de
crescimento econômico, o governo poderá atuar no fornecimento de infra –
estrutura básica (estradas, portos, etc.) ou na concessão de incentivos à
produção e no financiamento de recursos de longo prazo ao setor privado. c)
Função alocativa, quando o governo fornece bens e serviços públicos que não
são oferecidos pelo setor privado ou são oferecidos em quantidade
insuficiente. O bem ou serviço público puro tem como característica a
impossibilidade de excluir seu acesso por qualquer indivíduo e a ausência de
custos pelo acesso de outro indivíduo aos seus benefícios. Portanto, o princípio
da exclusão não se aplicaria ao bem ou serviço público puro, pois a
participação de outro indivíduo não implicaria em redução do uso pelos
demais. Como exemplos, incluem-se as praças públicas e o sistema de
iluminação pública das rodovias. A Constituição Federal brasileira de 1988
atribuiu responsabilidade adicional ao governo para fornecer educação e
saúde à população, seja porque o setor privado não é capaz de atender toda a
população, seja porque pelo princípio da exclusão parcela significativa da
população poderia ser excluída de seu acesso pela incapacidade de arcar com
os custos dos serviços. A impossibilidade de parcela da população em financiar
o ensino de seus filhos em uma instituição particular, exige a atuação do
governo no fornecimento de ensino público. O mesmo processo ocorre no que
tange à saúde, em que o setor privado é incapaz de fornecer este serviço a
toda população, e parcela da sociedade não dispõe de recursos para usufruir
da rede privada de atendimento.

Conceito de Dívida Pública Interna: consiste na dívida realizada pelo governo


com pessoas da sociedade para financiar os seus gastos que não são cobertos
pela arrecadação de tributos ou quando o governo tem como objetivo exercer
sua função estabilizadora na economia. Os bancos que desenvolvem
atividades no mercado financeiro, mantém em suas carteiras uma parte
significativa desta dívida, ao deterem títulos da Dívida Pública que lastreiam,
basicamente, o endividamento do governo federal. Particulares ou empresas
podem adquirir estes títulos da Dívida Pública, mas costumam comprar títulos
nos bancos (títulos de renda fixa, etc.) que dão suporte a estes títulos da dívida
interna.

O Orçamento da União, dos estados e dos municípios é formado por receitas


(arrecadação de tributos) e despesas (gastos do governo). O Superávit primário
surge quando o montante de arrecadação de tributos excede o montante de
gastos do governo. O inverso corresponde ao déficit primário. O déficit
nominal ou total corresponde à necessidade de financiamento do setor público
em seus diversos níveis: União, estado, município, empresas estatais e
Previdência Social. O déficit operacional corresponde ao resultado primário
acrescido dos juros (dívida passada). Se o resultado primário focaliza as
receitas e despesas num determinado período, no entanto, o resultado
operacional leva em consideração também os débitos passados que precisam
ser financiados através de juros. O elevado nível da taxa de juros Selic no
Brasil, em certos períodos, tem transformado os esforços do governo em gerar
um superávit primário (receitas de tributos maiores que os gastos do governo)
em déficit operacional ao incluir os juros referentes às dívidas passadas.
Princípios orçamentários No capítulo referente às finanças públicas na
Constituição Federal de 1988, arts. 165 a 169, estão previstas as condições
orçamentárias. Os incisos I, II e III art. 165 prevêem que as Leis de iniciativa do
Poder executivo estabelecerão,

I- o plano plurianual;

II- as diretrizes orçamentárias

III- os orçamentos anuais.

No parágrafo 4o. do mesmo art. prevê os planos e programas nacionais ,


regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em
consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
Por sua vez, a Lei no. 4.320 de 17/03/64 (Lei do Orçamento) estabeleceu
normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos
e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei do
Orçamento contém a discriminação da receita e despesa evidenciando a
política econômica financeira do governo. Os princípios orçamentários
previstos na Constituição Federal brasileira, na Lei do Orçamento e nas Leis de
Diretrizes Orçamentárias (LDOs) são os seguintes: – Unidade na qual cada
esfera de governo deve possuir apenas um orçamento baseado numa única
política orçamentária. O art. 2º. da Lei no. 4.320/64 diz que A Lei do Orçamento
conterá a discriminação da receita e da despesa, de forma a evidenciar a
política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo,
obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade?. –
Universalidade em que a Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e
despesas, sendo que, não deve ser excluída nenhuma instituição pública. O art.
3º. da Lei 4.320/64 determina que a lei do Orçamento compreenderá todas as
receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei?. – Anualidade
em que é determinado um período de tempo para o orçamento, geralmente
um ano. O & 5º. do art. 165 da Constituição Federal brasileira determina que A
lei orçamentária anual compreenderá […]. – Legalidade em que o orçamento é
objeto de uma lei específica. A base para este princípio encontra-se no art. 166
da Constituição Federal brasileira de 1988 em que os projetos de lei relativos
ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional,
na forma do regimento comum?. – Exclusividade na qual a lei orçamentária
deverá conter apenas questões orçamentárias e financeiras, não sendo
incluídas normas pertencentes a outros campos jurídicos. O & 8º. do art. 165
da Constituição Federal brasileira determina que ?A Lei orçamentária anual
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa
[…]. – Especificação, especialização ou discriminação em que a autorização
legislativa se restrinja as despesas específicas e não a autorizações globais. O
art. 5º. da Lei 4.320/64 define A Lei de Orçamento não consignará dotações
globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal,
material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras […].

– Publicidade em que o orçamento deve ser divulgado ao ser aprovado e


transformado em lei. O art. 37 da Constituição Federal brasileira de 1988 diz
que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
[…].

– Equilíbrio em que as receitas e despesas que fazem parte do orçamento


devem manter uma paridade, sem apresentar déficits ou superávits
excessivos. O inciso III do art. 167 da Constituição Federal brasileira de 1988
veda a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta.

– Orçamento-Bruto em que as receitas e despesas que fazem parte do


orçamento devem aparecer pelo valor bruto sem quaisquer deduções. O art.
6º. Da Lei no. 4.320/64 determina que todas as receitas e despesas constarão
da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.

– Não-vinculação das receitas em que estas não devem estar vinculadas a


determinadas despesas, para que possam ser alocadas racionalmente
segundo o interesse da sociedade. O inciso IV do art. 167 da Constituição
Federal brasileira de 1988 veda a vinculação de receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa […]. A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no.
101 de 04/05/2000) obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios a uma ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e
corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante
o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração
de despesas com pessoal, da seguridade social entre outras.

– O SETOR PÚBLICO E TRIBUTAÇÃO:

Classificação dos Tributos Princípios Gerais de Tributação A legislação


tributária o Direito Constitucional O Sistema Tributário Brasileiro Abaixo,
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos
professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Classificação dos
Tributos Os tributos, em primeiro lugar, podem ser classificados em direto e
indireto.

a) Tributos diretos são aqueles que incidem sobre a renda e a riqueza. Como
exemplos, o Imposto sobre a renda pessoal que constitui num tributo que
incide sobre a renda, e o imposto sobre a propriedade (IPTU, ITR, entre outros)
que incide sobre a riqueza.

b) Tributos indiretos são aqueles que incidem sobre a circulação de


mercadorias ou prestação de serviços. O Imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços (ICMS) de competência estadual e o Imposto sobre
serviços (ISS) de competência municipal são exemplos de tributos indiretos.

Numa segunda classificação os tributos podem ser classificados em


progressivos, fixos ou regressivos.

a) Tributos progressivos são aqueles em que a alíquota se torna progressiva à


medida que aumenta a renda. O Imposto de renda pessoa física caracteriza-se
pela progressividade apresentando alíquotas maiores à medida que rendas
maiores são tributadas. Para que o tributo seja justo, é importante que o
sistema de tributação seja progressivo, permitindo que os indivíduos de
maiores rendas contribuam com maior parcela para os programas
governamentais.

b) Tributos fixos são aqueles em que a alíquota se mantém fixa independente


da variação da renda. Para evitar sonegação em razão da aplicação de
alíquotas elevadas, alguns países desenvolvidos vêm optando por alíquotas
fixas, estimulando a contribuição regular pelos indivíduos de renda elevada.

c) Tributos regressivos são aqueles em que o peso do tributo na renda dos


indivíduos se torna menor à medida que a renda aumenta. O Imposto sobre a
circulação de mercadorias e serviços (ICMS) consiste em um tributo regressivo,
em face de sua incidência não acompanhar o crescimento da renda na mesma
proporção. O peso de uma cesta básica de alimentos na renda de um indivíduo
se torna menor à medida que ocorre o crescimento de sua renda.

Princípios Gerais de Tributação:

a) Equidade Pelo Princípio da Equidade, o tributo deve ser justo, ou seja, os


indivíduos devem contribuir com uma parcela justa para arcar com o custo do
governo. A dificuldade em definir justiça na questão tributária resultou na
coexistência de duas correntes de pensamento que resumem este conceito em
Princípio do Benefício e Princípio da Capacidade de Pagamento. No Princípio
do Benefício cada indivíduo deve contribuir na proporção dos serviços públicos
recebidos do governo. No caso do sistema tributário brasileiro, as taxas
poderiam ser aplicadas a este princípio. Como exemplo, o indivíduo
contribuiria com a taxa de lixo no montante despendido pelo governo para
realizar a coleta de seu lixo. A má distribuição de renda em determinadas
regiões pode comprometer a equidade quando são aplicados valores
semelhantes a indivíduos com rendas variadas. No Princípio da Capacidade de
Pagamento cada indivíduo deve contribuir segundo sua capacidade
contributiva. Neste conceito seria aplicada a progressividade dos tributos, ou
seja, aqueles com maiores rendas seriam tributados com alíquotas maiores do
que aqueles com menores rendas. O sistema tributário brasileiro apresenta o
Imposto de Renda Pessoa Física, em que as rendas acima de um determinado
limite são tributadas com alíquota de imposto progressiva.

b) Neutralidade O tributo para ser ideal não deve afetar os preços relativos
praticados no mercado. A decisão de um investidor em alocar seu
investimento em determinada região não deve ser baseada em vantagens
tributárias e sim por fatores competitivos que venham atrair o capital. Os
incentivos fiscais concedidos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando
promover o desenvolvimento industrial da região e reduzir a desigualdade de
renda, vêm resultando no esvaziamento econômico em outras áreas, gerando
os problemas sociais e econômicos advindos desse processo. No entanto, a
aplicação de alíquotas de imposto diferenciadas sobre o consumo de
determinados bens (bebidas alcoólicas, cigarros, etc.) poderá reduzir gastos
governamentais em saúde ou melhorar a produtividade do trabalho, na
medida em que aumenta os preços e reduz o consumo de bens que podem vir
a causar danos à saúde. Alguns especialistas consideram também o conceito
da Simplicidade, em que o tributo deve ser de fácil operacionalização, simples
o suficiente para a população entender o seu funcionamento e conhecer o
montante de tributos despendido por cada contribuinte. A vasta gama de
tributos existente no sistema tributário brasileiro, seja federal, estadual ou
municipal, acaba confundindo o contribuinte que tem dificuldade de perceber
o tamanho da carga tributária além de encarecer em demasia o processo de
cobrança e fiscalização.

A legislação tributária e o Direito Constitucional A Constituição Federal de 1988


e a legislação complementar tratam sobre a questão da tributação e do
orçamento.

a) dos princípios gerais de tributação O parágrafo 1o. do art. 145 da


Constituição Federal de 1988 enfatiza a importância da progressividade dos
tributos como princípio da equidade, privilegiando a capacidade de
pagamento, como se segue: sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei , o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

A neutralidade e equidade na questão tributária estão presentes na


Constituição Federal de 1988, no inciso II do art. 150, que veda à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual
entre contribuintes que se encontre em situação equivalente; ou no inciso I do
art. 151 que veda à União instituir tributo que não seja uniforme em todo
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. b) da
natureza dos tributos

A definição de tributo está contida no art. 3º do Código Tributário Nacional –


Lei no. 5.172/66 como Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. O tributo é uma prestação de caráter obrigatório,
realizada em moeda, deve estar instituído em lei, não se constituindo em
sanção de ato ilícito, devendo ser cobrada em atividade vinculada pelo Estado
ou por entidades não estatais que tenham como objetivo o interesse público.
Os tributos admitidos em lei na Constituição federal brasileira são os impostos,
taxas, contribuição de melhoria, contribuições sociais e empréstimos
compulsórios. – Impostos são tributos não-vinculado à atuação do Estado. O
art. 16 do Código Tributário Nacional define Imposto é o tributo cuja obrigação
tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte. Como exemplo, o imposto estadual sobre a
propriedade de veículos automotores (IPVA) não está vinculado a uma
contraprestação ao contribuinte, podendo o Estado utilizar os recursos
provenientes deste tributo com o objetivo de realizar pagamentos de salários
dos funcionários públicos ou como instrumento de política monetária (redução
do meio circulante).

– Taxas são tributos instituídos em razão do exercício do poder de polícia pela


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Como exemplo,
observa-se a taxa de lixo, que é cobrada mediante a prestação do serviço
público de coleta de lixo, ou mesmo a taxa de incêndio, que deve estar
vinculada ao serviço de combate ao incêndio pelo corpo de bombeiro. –
Contribuições de melhoria são tributos arrecadados dos proprietários de
imóveis beneficiados por obras públicas. Uma vez concluída a obra pública, é
fundamental que esta venha a causar uma valorização dos imóveis
beneficiados. O valor a ser cobrado de cada beneficiário não poderá exceder à
vantagem que sobreveio para o contribuinte com a obra pública. –
Contribuições sociais são tributos de competência da União, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas. – Empréstimos
compulsórios incluídos no sistema tributário nacional, de competência da
União, se destinam atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. O
art. 149-A da Constituição Federal brasileira, incluído pela emenda
Constitucional no. 39 de 2002 concedem poder aos Municípios e ao Distrito
Federal instituir contribuição para custeio do serviço de iluminação pública. O
Sistema Tributário Brasileiro A descentralização tributária que vinha tomando
forma desde os finais dos anos 70, foi consolidada na Constituição Federal
brasileira de 1988. A redução dos recursos da União no bolo tributário,
mediante um aumento das transferências de tributos, e as restrições ao poder
da União em conceder isenções nos impostos estaduais e municipais,
promoveram, uma maior participação e autonomia tributária dos demais entes
da federação na esfera tributária. Entretanto, o governo federal incorporou
outras funções na sociedade, de natureza social e trabalhista, ao mesmo
tempo em que vinha perdendo participação na arrecadação tributária. Com
isso, o governo federal provocou um aumento dos tributos não transferíveis
como às contribuições sociais, ao mesmo tempo em que os estados e
municípios aumentaram o imposto sobre determinados bens e serviços como
forma de fazer frente ao aumento de seus gastos.

– POLÍTICA MONETÁRIA E LEGISLAÇÃO APLICADA

A ordem monetária na Constituição Federal brasileira Sistema Financeiro


Nacional (SFN) – Autoridades Monetárias Instrumentos de Política Monetária
Regulamentação dos Bancos comerciais Títulos de Crédito Abaixo,
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos
professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A ordem monetária
na Constituição Federal brasileira: Na questão da moeda na Constituição
Federal brasileira, observa-se o art. 48 XIII e XIV que prevê: Cabe ao Congresso
Nacional , com a sanção do Presidente da República , […], dispor sobre todas as
matérias de competência da União , especialmente sobre: […] XIII – matéria
financeira , cambial e monetária , instituições financeiras e suas operações; XIV
-moeda , seus limites de emissão , e montante da dívida mobiliária federal”. O
art. 164 da Constituição Federal diz “A competência da União para emitir
moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central. &1º é vedado ao
banco central conceder, direta ou indiretamente , empréstimos ao tesouro
nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. &
2º o banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro
Nacional , com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. & 3º
as disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as
dos Estados , do Distrito Federal , dos Municípios e dos órgãos ou entidades do
Poder Público e das empresas por ele controladas , em instituições financeiras
oficiais , ressalvados os casos previstos em lei”. Sistema Financeiro Nacional
(SFN) – Autoridades Monetárias a) Conselho Monetário Nacional O Conselho
Monetário Nacional (CMN): órgão colegiado ao Ministério da Fazenda – é o
órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete:
estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia;
regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das
instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária. A
lei no. 4595/64 em seu art. 3º estabelece que “A política do Conselho Monetário
Nacional objetivará:

I – Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da


economia nacional e seu processo de desenvolvimento;

II – Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os


surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as
depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos
conjunturais;
III – Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento
do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda
estrangeira;

IV – Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer


públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do
País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia
nacional;

V – Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos


financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de
mobilização de recursos;

VI – Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

VII – Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da


dívida pública, interna e externa”.

A atual composição do Conselho Monetário Nacional CMN é constituída pelo


Ministro da Fazenda, como Presidente do Conselho; o Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão; e o Presidente do Banco Central do Brasil.
Sendo, portanto, o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional.
Dentre as suas atribuições destacamos:

a) a autorização de emissão de papel moeda;

b) a fixação dos coeficientes dos encaixes obrigatórios dos Depósitos à Vista e


Depósitos a Prazo;

c) a regulamentação das operações de redesconto;

d) o estabelecimento de diretrizes do Banco Central para operações com


títulos públicos;

e) a regulamentação das operações de câmbio e a política cambial;

f) a aprovação do orçamento monetário elaborado pelo Banco Central.

O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro


Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595/64. Antes
da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era
desempenhado pela Superintendência da Moeda e do Crédito – SUMOC, pelo
Banco do Brasil – BB e pelo Tesouro Nacional.A SUMOC, criada em 1945 com a
finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um
banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas
obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência
financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários. Além
disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política
cambial e representava o País junto a organismos internacionais. O Banco do
Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle
das operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos
compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e a execução de operações
de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo
com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola,
Comercial e Industrial. O Tesouro Nacional era, até então, o órgão responsável
pela emissão de papel-moeda. Após a criação do Banco Central buscou-se
dotar a instituição de mecanismos voltados para o desempenho do papel de
“bancos dos bancos”. Em 1985 foi promovido o reordenamento financeiro
governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central,
Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a conta movimento e o
fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco do Brasil passou a ser
claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando os
suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central. O
processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988,
quando as funções de autoridade monetária foram transferidas
progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, enquanto as
atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao
fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o
Tesouro Nacional.

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a


atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se o exercício exclusivo
da competência da União para emitir moeda e a exigência de aprovação prévia
pelo Senado Federal, em votação secreta, após arguição pública, dos nomes
indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e
diretores da instituição. Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta
ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional. Sendo, portanto, o órgão
executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e
fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no país. Entre
as suas atribuições, destacam-se:

a) a emissão de moeda;

b) o recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos


depósitos voluntários das instituições financeiras em geral;

c) realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo;

d) operações de mercado aberto (open market);

e) controle do crédito e das taxas de juros;


f) a fiscalização das instituições financeiras e a concessão da autorização para
seu funcionamento;

g) a administração das reservas cambiais do país.

Instrumentos de Política Monetária Refere-se à atuação do governo sobre a


quantidade de moeda e títulos públicos.

a) Emissões – o Banco Central controla o montante de moeda na economia,


decidindo sobre as necessidades de novas emissões e respectivos volumes;

b) Depósitos compulsórios – os bancos comerciais são obrigados a depositar


no Banco Central um percentual determinado sobre os depósitos à vista. Caso
o governo queira restringir a oferta monetária, poderá aumentar a
porcentagem dos depósitos á vista que os bancos comerciais são obrigados a
depositar no Banco Central;

c) Operações com mercado aberto (open market) – consistem na compra e


venda, pelo Banco Central, de títulos da dívida pública;

d) Operações de redesconto – correspondem à liberação de recursos pelo


Banco Central aos bancos comerciais, que podem ser classificados como
empréstimos ou redesconto de títulos. Se o Banco Central elevar a taxa
aplicada às operações de redesconto, poderá desestimular o sistema bancário
em recorrer a este tipo de socorro financeiro. O Banco Central poderá também
afetar o fluxo de moeda pela regulamentação da moeda e do crédito, por
exemplo, restringindo o crédito, fixando taxa de juros, prazos para o crédito ao
consumidor etc. Se o objetivo é o controle da inflação, a medida apropriada de
política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (por
exemplo, aumento dos depósitos compulsórios, ou captação de recursos
através do open market). Se a meta é o crescimento econômico, a medida
adotada seria o aumento do estoque monetário.

Regulamentação dos Bancos comerciais: A Lei no. 4.595/64, trata e


regulamenta a matéria. Art. 17 – “Consideram-se instituições financeiras, para
os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que
tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou
aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional
ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros […]”. Art. 18 –
“As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante
prévia autorização do Banco Central da República do Brasil ou decreto do
Poder Executivo quando forem estrangeiras”. Art. 25 – “As instituições
financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão
unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu
capital com direito a voto ser representado por ações nominativas”.Art. 29 –
“As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de preferência, não
menos de 50% ( cinqüenta por cento ) dos depósitos do público que
recolherem, na respectiva Unidade Federada ou território”. Art. 30 – “As
instituições financeiras de direito privado, exceto as de investimento, só
poderão participar de capital de quaisquer sociedades com prévia autorização
do Banco Central da República do Brasil […]”. Banco do Brasil tem função
precípua de agente financeiro do Tesouro Nacional, podendo nesta atribuição,
receber a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes de
arrecadação de tributos e o produto das operações de crédito da União por
antecipação da receita orçamentária; realizar pagamentos e suprimentos
necessários à execução do orçamento geral da União; conceder aval, fiança e
outras garantias, consoante expressa autorização legal ; adquirir e financiar
estoques de produção exportável; ser agente pagador e recebedor fora do
país; executar os serviços bancários de interesse do Governo federal; executar
os serviços de compensação de cheques e de outros papéis; entre outros.
Títulos de Crédito Pode-se dividir os títulos de crédito em duas grandes classes

a) títulos públicos;

b) títulos particulares ou comerciais.

O Código Civil, Lei 10.406/2002, trata nos arts. 887 a 926 sobre os títulos de
crédito, classificando estes títulos como ao portador, à ordem (endosso) ou
nominativo. Os títulos de crédito ao portador são aqueles que não indicam o
nome do beneficiário e se transferem por simples entrega manual. Os títulos
de crédito à ordem são aqueles emitidos a uma pessoa determinada mediante
endosso, que pode ser lançada no verso e no anverso do título de crédito. Os
títulos de crédito nominativos são aqueles que trazem inscrito o nome de seu
proprietário e somente se opera a sua transferência através de termo de
transferência lavrado em livro próprio e cujo nome conste no registro do
emitente assinado pelo proprietário e pelo adquirente, tais como as ações
nominativas das sociedades anônimas.

São títulos públicos aqueles emitidos pelo Poder Público, onde se destaca os
Títulos da Dívida pública. São títulos particulares ou comerciais, entre outros:

a) Ações emitidas pelas sociedades comerciais – é a unidade de capital das


sociedades anônimas.

b) Debêntures – são títulos de crédito de emissão das sociedades por ações,


representando empréstimos contraídos por estas sociedades junto aos
particulares.
c) Nota promissória – é o título de crédito pelo qual alguém promete pagar a
outrem certa quantia em determinado prazo. Trata-se de uma promessa de
pagamento, exigindo na sua constituição, um emitente, que é o devedor que a
assina, e um beneficiário ou portador, que é o credor.

d) Duplicata mercantil – é um título de crédito de emissão nas vendas


mercantis a prazo, realizadas entre comerciantes residentes no país.

e) Cheque – é a ordem de pagamento à vista emitido em favor próprio ou de


terceiro, sem prazo ou vencimento, sacada por uma pessoa contra instituição
financeira autorizada. Emissor ou emitente é a pessoa que emite o cheque.
Sacado é o banco que tem fundos à disposição do emitente.

– POLÍTICA MONETÁRIA E LEGISLAÇÃO APLICADA:

Natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic. Limitação das taxas de juros. Os


tipos e impactos da Inflação. Abaixo, apresentamos de forma resumida os
aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As
questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar
aos fatos recentes. Natureza jurídica e finalidade da Taxa Selic. A taxa SELIC
surge em 15 de junho de 1986, por meio da Resolução n.º 1.124, passando ela
a traduzir um referencial aos rendimentos do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia. Para calculá-la, utilizou-se a taxa média ajustada nos financiamentos
apurados no seu sistema, com o objetivo de remunerar os títulos do Banco
Central do Brasil. A taxa SELIC passou a ter a finalidade de analisar as variações
das operações do sistema, e, ao mesmo tempo, impor aos títulos um
rendimento pelo investimento feito pelos tomadores das letras da dívida
pública. A definição que melhor se enquadra à taxa em debate é a constante
da Circular Bacen n.º 2.868/99, repetida na Circular Bacen n.º 2.900/99, “Define-
se Taxa Selic como a taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados
no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais.”
Limitação das taxas de juros. No caso do direito tributário, tal limite está claro
em face do teor do art. 161 do Código Tributário Nacional (Lei no. 5172/66),
que assim dispõe: “Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é
acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem
prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer
medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º. Se a lei não
dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de 1% (um
por cento) ao mês. § 2º. O disposto neste artigo não se aplica na pendência de
consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do
crédito.” Segundo o antigo Código Civil, de 1916: “Art. 1062. A taxa dos juros
moratórios, quando não convencionados (artigo 1.262), será de seis por cento
ao ano.
” O novo Código Civil, Lei no. 10.406/2002, entretanto, mudou tal realidade,
estabelecendo o seguinte: “Art. 406. Quando os juros moratórios não forem
convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de
determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a
mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.” Atualmente, a
taxa a que se refere o art. 406 Atualmente, a taxa a que se refere o art. 406 do
Código Civil vigente é a denominada SELIC. Os impactos da Inflação Na questão
monetária é fundamental que estudemos a inflação que apresenta impactos
significativos sobre a vida da população. A Política monetária deve ser utilizada
para conter uma elevação dos preços praticados na economia. A inflação é
definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos preços da
economia. A alta de preços deve ser persistente, não podendo ser confundida
com altas esporádicas de preços ocasionadas por flutuações sazonais.

As fontes de inflação costumam diferir em função das condições de cada país,


como por exemplo:

a) Tipo de estrutura de mercado (oligopolista ou monopolista), que permitem


aumentos autônomos das margens de lucros das empresas além de facilitar o
repasse do aumento de custo ao preço do produto. b) Grau de abertura da
economia ao comércio exterior: uma economia aberta ao comércio
internacional, poderá permitir uma competição do produto fabricado
internamente com o produto importado, resultando em menores os preços
dos produtos.

c) Estrutura das organizações sindicais: os setores que possuem uma estrutura


sindical mais forte poderão obter reajustes de salários acima dos índices de
produtividade e da inflação, gerando maior pressão sobre os preços.

d) Desequilíbrio do Setor Público: desequilíbrios do Setor Público levam ao


déficit constante nas contas públicas.

Se o Governo optar pela emissão de moeda esse desequilíbrio gerará inflação.


Tipos de Inflação:

a) Inflação de Demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada de


mercadorias e serviços, tanto de consumo como de produção, em relação à
oferta dessas mercadorias e serviços. A economia quando está produzindo
perto do pleno emprego de recursos está mais sujeita ao processo
inflacionário. O aumento da demanda agregada pode ser ocasionada por
aumento dos investimentos, aumento dos gastos do governo, aumento das
exportações, redução dos tributos, redução das importações, e aumento da
oferta da moeda. As medidas de combate ao processo inflacionário devem se
basear em instrumentos que provoquem uma redução da demanda por
mercadorias e serviços ? redução dos gastos governamentais, aumento da
carga tributária, controle sobre salários, restrição ao crédito e elevação da taxa
de juros.

b) Inflação de Custos: A inflação de custos está associada a uma elevação dos


custos de produção. O nível da demanda permanece constante, mas os custos
de certos fatores produção aumentam. Com isso, as empresas repassam o
aumento de custo para o preço final do produto. As causas mais comuns dos
aumentos dos custos de produção são os aumentos salariais, aumentos do
custo de matérias primas ou estrutura monopolista ou oligopolista de
mercado.

Teorias de inflação:

Na teoria tradicional, a causa clássica da inflação decorre da Teoria


Quantitativa da Moeda, proveniente da escola monetarista, na qual o aumento
do meio circulante provoca o aumento geral dos preços. Ou seja, o valor ou o
poder aquisitivo da moeda seria inversamente proporcional ao montante da
moeda em circulação. A inflação, portanto, seria provocada pelo aumento da
oferta de moeda no mercado. Caso a emissão de moeda for intensa é natural
que os preços subam visto que, quanto maior for a quantidade de moeda em
poder do público, maior a demanda e essa elevação da demanda acaba
resultando no processo inflacionário. A crítica feita à teoria monetarista situa-
se na sua pretensão de querer elaborar uma teoria geral de inflação que seja
aplicada a quaisquer realidades sem distinção. Estas escolas são consideradas
ortodoxas, pois se contrapõe as teorias que procuram a origem dos processos
inflacionários em outras variáveis observadas nas chamadas economias em
processo de desenvolvimento.

A mais tradicional teoria heterodoxa refere-se à concepção estruturalista de


teóricos da CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina – que atribui a
origem real da inflação aos problemas estruturais de tais países. Para teóricos
como Osvaldo Sunkel, Aníbal Pinto e Ignácio Rangel, as pressões inflacionárias
seriam originada pela rigidez do mercado que não seria capaz de atender à
demanda da sociedade, de problemas exógenos ao sistema ou pela
realimentação do próprio processo inflacionário tornando a inflação sempre
crescente e acumulativa. A saída se encontraria na redistribuição de renda que
permitiria dar um novo dimensionamento à economia e poria fim aos conflitos
de interesses existentes na sociedade.

Conseqüências do processo inflacionário:

a) Redução do poder aquisitivo – os assalariados e os rendimentos de aluguel


são diretamente afetados; b) Desequilíbrio nas contas externas –
encarecimento do produto nacional em relação ao produzido no exterior,
provocando um estímulo às importações e um desestímulo às exportações;
c) Redução da arrecadação tributária – a inflação tende a reduzir o valor da
arrecadação dos tributos pelo governo, pela defasagem existente entre o fato
gerador e o recolhimento efetivo do imposto, ocasionando menor arrecadação
real pelo governo;

d) Desestímulo a aplicação no setor produtivo – desestímulo à aplicação de


recursos no mercado financeiro, estímulo à compra de imóveis e de moeda
estrangeira.

– POLÍTICA EXTERNA E O DIREITO INTERNACIONAL:

A origem do estudo sobre o comércio internacional O Câmbio Políticas


cambiais e o câmbio como instrumento de regulação comercial Abaixo,
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos
professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. A origem do estudo
sobre a economia internacional Ao longo das últimas décadas, os países
intensificaram seus relacionamentos econômicos criando uma
interdependência de natureza comercial. Portanto, a globalização aprofundou
essas relações a nível internacional, seja por fluxos comerciais, seja por fluxos
financeiros. Com isso, a Economia Internacional, como um ramo específico da
teoria econômica, passa a se destacar, e será analisada em seus aspectos mais
relevantes.

O comércio internacional resulta de uma aplicação da divisão do trabalho em


sentido mais amplo na economia internacional. Fundamentada pela teoria das
vantagens comparativas, cada país se especializa em produzir os bens ou
oferecer os serviços em que possui melhores condições naturais e técnicas
profissionais. Cada país utiliza seus fatores de produção na produção de bens
e na prestação de serviços, buscando menores custos, baseado nas melhores
condições de seu solo, seu clima e de seu desenvolvimento tecnológico. A
teoria das vantagens comparativas foi formulada por David Ricardo em 1817,
considerado um dos grandes nomes do pensamento econômico. David
Ricardo analisa o comércio internacional, mostrando por que os países
negociam entre si e os benefícios obtidos com a especialização em produtos
que possuam vantagem comparativa, comercializando-os no mercado
internacional. A base da teoria das vantagens comparativas fornece uma
definição para as trocas de mercadorias no comércio internacional, a partir da
formação dos custos de produção. Os países se especializarão na produção
dos bens cujo custo for comparativamente menor em relação ao verificado em
outros países exportadores. A conseqüência natural será aquela de que cada
país irá buscar explorar as produções menos onerosas em termos de recursos
empregados.As críticas quanto à teoria das vantagens comparativas se
fundamentam quanto à sua rigidez, ao não considerar as estruturas da oferta
e da demanda existentes em cada país, assim como das relações de preços à
medida que se observa o crescimento do nível de renda a nível mundial.
Utilizando o exemplo formulado por David Ricardo, Portugal deveria se
especializar na produção de vinho e a Inglaterra na de tecido, entretanto, à
medida que ocorresse o crescimento da renda da população e o volume do
comércio internacional, a demanda por tecidos cresceria mais que
proporcionalmente à demanda por vinho, e ocorreria uma tendência à
deterioração da relação de trocas entre Portugal e Inglaterra, em benefício da
Inglaterra.

Câmbio. Conceito: A taxa de câmbio pode ser definida como a medida de


conversão da moeda nacional em moeda de outros países. Representa o preço
da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional. Pode -se afirmar,
por exemplo, que 1 dólar vale 3,50 reais, ou 1 euro vale 1,35 dólar. Regimes
cambiais: fixo e flutuante. A taxa de câmbio é denominada fixa quando seu
valor é fixado pela autoridade econômica do país (Banco Central), que se
obriga a comprar e vender qualquer quantidade de moeda estrangeira (divisa)
àquela taxa fixada. Portanto, ao fixar sua taxa de câmbio, o país se obriga a
disponibilizar suas reservas para o mercado quando requisitadas pelos
exportadores, turistas ou pelos investidores. As taxas de câmbio são flutuantes
ou flexíveis quando seu valor é determinado pelo funcionamento do mercado
de moeda estrangeira (divisa), através do movimento de compra e venda de
moeda estrangeira (divisa). Ao contrário do regime cambial fixo, o Banco
Central não é obrigado a disponibilizar suas reservas cambiais. Regimes ou
Sistema de bandas cambiais.: No regime de câmbio fixo, a autoridade
monetária pode adotar o sistema de bandas cambiais. O Banco Central fixa os
limites superior e inferior (bandas) no qual a taxa de câmbio pode variar. O
Banco Central é obrigado a disponibilizar suas reservas cambiais, quando
requisitadas pelos exportadores, turistas ou investidores. A demanda de
moeda estrangeira (divisa) é constituída pelos importadores de bens e
serviços, que desejam pagar suas compras no exterior, ou por outras pessoas
que necessitam remeter recursos para o exterior (turistas, investidores, etc.). A
oferta de moeda estrangeira (divisa) é realizada pelos exportadores de bens e
serviços, que recebe divisa por suas vendas no exterior, ou por outras pessoas
que tiverem recebido recursos no exterior (turistas do exterior, capitais
financeiros internacionais, etc.). A moeda estrangeira (divisa) necessita ser
convertida em real, pois não pode ser utilizada no pagamento de despesas
correntes no Brasil. Quando a taxa de câmbio aumenta de valor, significa que
houve desvalorização da moeda nacional (depreciação), ou seja, ela perdeu
valor em relação à moeda estrangeira (divisa). Assim, a desvalorização cambial
indica que será necessário um maior número de reais para cada unidade de
moeda estrangeira. Por exemplo, a moeda nacional é desvalorizada em relação
ao dólar. A valorização cambial (apreciação), por sua vez, significa que a moeda
nacional se fortaleceu em relação à moeda estrangeira (divisa), e que será
necessário um menor número de reais para cada unidade de moeda
estrangeira. A taxa de câmbio influencia diretamente o resultado das contas
externas do país. Se a moeda nacional estiver desvalorizada, estimulará as
exportações, pois os exportadores receberão mais reais pela mesma
quantidade de moeda estrangeira (divisa), aumentando, consequentemente o
volume de moeda estrangeira (divisa) disponível no país. No caso da
desvalorização da moeda nacional, o custo do bem produzido no país torna-se
mais competitivo em relação à produção externa. Por outro lado, se a moeda
nacional estiver valorizada, há um estímulo às importações e um desestímulo
às exportações, pois os exportadores receberão menos reais pela mesma
quantidade de moeda estrangeira (divisa), reduzindo-se a oferta de moeda
estrangeira (divisa) internamente.

Políticas cambiais e o câmbio como instrumento de regulação Comercial O


governo interfere na área internacional, seja por meio da política cambial ou
da política Comercial. A política cambial se refere a sua atuação na questão da
taxa de câmbio, enquanto que a política Comercial refere-se a sua interferência
no movimento de mercadorias e Serviços. O Brasil adotou o regime de câmbio
fixo quando era necessário combater a elevada taxa de inflação que
permanecia por anos no país. Como o produto importado tem seu valor fixado
em moeda estrangeira, o preço dos produtos importados não é afetado pelas
variações cambiais. Com isso, o governo pode combater a elevação interna de
preços através do aumento das importações, impedindo desabastecimentos e
estimulando a competição interna. A desvantagem do regime de câmbio fixo é
o fato de que as reservas cambiais ficam mais sujeitas à especulação e cria
maior dependência do capital externo de curto prazo necessário para o país
manter suas reservas internacionais. No regime de taxa de câmbio fixa,
quando ocorre esse ataque especulativo, o governo costuma manter elevadas
as taxas de juros, para atrair o capital financeiro internacional de curto prazo. A
vantagem do regime de câmbio flutuante é quando o governo precisa manter
o nível de reservas cambiais. Como o mercado determina a taxa de câmbio
pelo movimento de oferta e demanda de divisas, o governo não se vê obrigado
a dispor de suas reservas cambiais. Caso ocorra um ataque especulativo, a
moeda nacional vai se desvalorizar até encontrar um novo ponto de equilíbrio.
No entanto, podem ocorrer elevadas desvalorizações cambiais, que afetam os
preços dos insumos importados e o nível de preços internos. No Brasil, o
Banco Central vem interferindo indiretamente no nível de taxa de câmbio,
através da compra e venda de divisas no mercado, mantendo-o dentro do
patamar que considera desejável para manutenção de sua política econômica.
Quando a moeda nacional atinge nível de valorização indesejável, podendo
afetar o nível de exportações do país, o Banco Central adquire moeda
estrangeira (divisa) no mercado nacional, evitando uma apreciação excessiva
da moeda. Pode-se chamar este tipo de regime cambial em que a taxa de
câmbio é determinada pelo mercado, mas que o Banco Central interfere no
mercado comprando e vendendo moeda estrangeira (divisa), como flutuante
sujo.

– POLÍTICA EXTERNA E O DIREITO INTERNACIONAL

Economia Internacional e a Legislação Brasileira Organismos internacionais:


FMI, OMC E BIRD e o Direito Internacional Econômico Integração Econômica no
processo de globalização Abaixo, apresentamos de forma resumida os
aspectos a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As
questões aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar
aos fatos recentes. Economia Internacional e a Legislação Brasileira O
segmento do direito que rege as relações econômicas internacionais é
denominado Direito Econômico Internacional. É o ramo do direito
internacional que regula a mobilização dos fatores de produção pelos diversos
estados e as transações internacionais relativas a bens, serviços e capitais. A
Constituição Federal de 1988 contém as disposições fundamentais relativas às
relações econômicas internacionais, ou seja, as relações de ordem econômica
que a União, os Estados, os Municípios, os indivíduos e as empresas mantém
com o exterior. Compete à União manter relações com Estados estrangeiros e
participar de organismos internacionais (inciso I do art. 21 da C. F. de 1988).
Portanto, a competência para regular o comércio exterior, de importação ou
exportação, cabe com exclusividade à União Federal. A União tem competência
para instituir impostos sobre a importação de produtos estrangeiros ou sobre
a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (incisos
I e II do art. 1 53 da C. F. de 1988). Compete privativamente ao Senado Federal
autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,
dos Estados, do distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios (inciso V do
art. 52 da C. F. de 1988).

A Lei no. 4131 de 1962 que disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as


remessas de valores para o exterior, e legislação complementar sobre a
matéria, determinam que:

a) são capitais estrangeiros, os bens, máquinas e equipamentos, entrados no


Brasil, destinados à produção de bens ou serviços, bem como os recursos
financeiros ou monetários, introduzidos no país, para aplicação em atividades
econômicas, desde que, em ambas as hipóteses, pertençam a pessoas físicas
ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no exterior;

b) ao capital estrangeiro que investir no País, será dispensado tratamento


jurídico idêntico ao concedido ao capital nacional, sendo vedadas quaisquer
discriminações;
c) o Banco Central do Brasil é responsável por manter um registro de capitais
estrangeiros, qualquer que seja sua forma de ingresso no País, bem como de
operações financeiras com o exterior;

d) as pessoas físicas são obrigadas na forma, limites e condições estabelecidas


pelo Conselho Monetário Nacional, a declarar ao Banco Central do Brasil, os
bens e valores que possuírem no exterior, podendo ser exigida a justificação
dos recursos empregados na sua aquisição;

e) as operações cambiais serão efetuadas através de estabelecimentos


autorizados a operar em câmbio; entre outras determinações contidas na
legislação.

Organismos internacionais: FMI, OMC E BIRD e o Direito Internacional


Econômico Organismos internacionais: FMI, OMC E BIRD: O objetivo de criar
um Sistema Monetário Internacional foi o de viabilizar as transações entre p
aíses, estabelecendo regras e convenções que regulassem as relações
monetárias e financeiras e não gerassem entraves ao desenvolvimento
mundial.

A ONU (Organização das Nações Unidas), em 1944, realizou em Bretton Woods


(New Hampshire, a Conferência de Bretton Woods, em que foram criados o
Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial; como os organismos
econômicos internacionais que iriam regular o Sistema Monetário
Internacional. Pouco depois da Conferência de Bretton Woods foi criado o
GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), que se transformou em abril
de 1994 na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Fundo Monetário Internacional (FMI): O Fundo Monetário Internacional (FMI),


que começou a funcionar em 1º de março de 1947, tem a finalidade de auxiliar
os países que apresentam déficits e desequilíbrios ocasionais nas contas
externas, causados por conjunturas internacionais adversas, e incentivar a livre
circulação internacional de bens e serviços. O FMI procura também promover a
cooperação monetária internacional, a expansão do comércio de modo
harmônico, visando, o pleno emprego em níveis elevados, e ainda, promove a
estabilidade cambial contribuindo para constituição de um sistema multilateral
de pagamentos, supervisionando, por fim, a dívida externa. O capital do fundo
é formado por contribuições dos países-membros, na razão da importância
econômica de cada contribuinte. Ao invés de tomar um empréstimo, o país em
dificuldade nas contas externas pode realizar um convênio stand-by, em que
apesar de disponível apenas utiliza o recurso quando efetivamente necessita.

Banco Mundial ou BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e


Desenvolvimento): Conhecido também por BIRD (Banco Internacional de
Reconstrução e Desenvolvimento), o Banco Mundial iniciou suas operações em
27 de dezembro de 1945 com a finalidade de auxiliar a reconstrução dos
países destruídos pela guerra, particularmente a Alemanha e o Japão. O
fortalecimento das economias européias e o Japão redirecionaram a atuação
do Banco Mundial para o financiamento de projetos de recuperação e
construção da infra-estrutura necessária ao crescimento dos países em
desenvolvimento. O Banco Mundial tem seu capital subscrito pelos países na
proporção de sua importância econômica no cenário internacional. As
operações de empréstimo são realizadas a taxas de juros mais reduzidas
direcionadas a países em desenvolvimento, com a finalidade de promover
projetos economicamente viáveis, especialmente de infra-estrutura,
importante para o desenvolvimento desses países. Desse modo, a função do
BIRD é a de financiar empréstimos como também dar assistência aos países
em desenvolvimento investindo em saúde, educação, proteção ao meio
ambiente, redução da pobreza.

Organização Mundial do Comércio (OMC): Ao findar a segunda grande guerra,


em 1946, 23 países decidiram estabelecer o processo de regulação das
relações econômicas internacionais, visando impulsionar a liberalização
comercial e combater práticas protecionistas adotadas internacionalmente.
Posteriormente, os países denominados fundadores, iniciaram negociações
tarifárias (primeira rodada) e o conjunto de normas e concessões proveniente
do acordo passou a ser chamado Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio –
GATT. O GATT desempenhou papel importante nas sucessivas rodadas de
negociações entre os países envolvidos no comércio internacional e conseguiu
reduzir o protecionismo ao comércio internacional, estabeleceu a
compensação aos países atingidos por elevação de tarifas alfandegárias, e
produziu a arbitragem dos conflitos de natureza comercial. Com o acordo de
Marrakesh, em abril de 1994, o GATT transformou-se na Organização Mundial
do Comércio (OMC).

O GATT é um tratado multilateral de tarifa aduaneira e comércio internacional,


que visa:

a) a não discriminação entre os países – membros sejam países desenvolvidos,


em desenvolvimento ou subdesenvolvimento;

b) gradativa redução das barreiras tarifárias (aduaneiras) e não-tarifárias


(cambiais ou de outra natureza);

c) elaboração de normas de intercâmbio que garantam livre fluxo das


mercadorias no comércio internacional;

d) contribuição das partes integrantes para a permanente elevação do padrão


de vida dos povos. No que refere à propriedade intelectual, os países-
membros da OMC estão obrigados a proteger os direitos às patentes, assim
como aos segredos profissionais e ao registro de marcas. Com isso, procura –
se combater a pirataria e desestimular práticas desleais que afetam o
investimento de companhias como as do setor farmacêutico e as do setor de
vestuário/calçado.

No Brasil, o Decreto Legislativo no. 30 de 15/12/94 aprovou e o decreto no.


1.355, de 30/12/94 ? DOU 31/12/94 promulgou o texto na íntegra da
mencionada Ata Final, que contém, além do Acordo Constitutivo da
Organização Mundial do Comércio (OMC), vários acordos que nortearão as
regras que serão aplicadas no comércio internacional nos próximos anos. Os
Acordos Anti-Dumping (Dumping é a introdução no mercado de outro país de
um produto a preço inferior ao seu valor normal ou custo de fabricação) e
sobre Subsídios (Subsídio é o auxílio financeiro, fiscal e comercial concedido
pelo governo ou entidade pública localizada no país de exportação) e Medidas
Compensatórias (compensação sobre o dano causado ao país exportador por
práticas contrárias ao comércio exterior como o subsídio), também foram
incorporadas à Ata final. Pode-se, assim concluir, que a OMC tem como
finalidade precípua, combater o abuso do poder econômico, relativo às
desigualdades comerciais entre as nações membros. Integração Econômica no
processo de globalização

O processo de integração econômica pode ser definido como o acordo de


natureza econômico -político entre governos nacionais e soberanos com a
finalidade de redução das barreiras tarifárias e não -tarifárias que restringem o
comércio entre os respectivos países signatários.

a) União Européia A União Européia tem como objetivo fazer a integração


econômica entre os países pertencentes ao bloco europeu signatários do
acordo, através da eliminação total dos impostos de importação e exportação,
promovendo a livre circulação de pessoas, bens e serviços. Discutido desde o
findar da segunda grande guerra, após cumprir diversas etapas, surge em 07
de fevereiro de 1992, o Tratado da União Européia que estabelece a integração
européia a través da formação das Comunidades Européias. A uniformização
da política econômica conta nos títulos VI e VII , art. 102 – A “Os Estados-
Membros conduzirão as suas políticas econômicas no sentido de contribuir
para a realização dos objetivos da Comunidade, […] Os Estados-Membros e a
Comunidade atuarão de acordo com o princípio de uma economia de mercado
aberto e de livre concorrência, favorecendo uma repartição eficaz dos recursos
[…]”.

b) MERCOSUL O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi concluído em


26/03/91, entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, para a constituição do
MERCOSUL, tendo entrado em vigor em 29 de novembro do mesmo ano.
O objetivo do acordo é criar um mercado comum entre os países integrantes,
por meio de:

a) livre circulação de bens, serviços e fatores de produção;

b) eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio entre os


países membros;

c) adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC) – em função da TEC todos os


produtos importados de países não-participantes do MERCOSUL, estão sujeitos
à mesma alíquota de importação ao serem internalizados em qualquer dos
Estados – Partes;

d) coordenação das políticas macroeconômicas entre os países membros


dentro do MERCOSUL. Através de decisão no. 23/94 do Conselho do Mercado
Comum foi estipulado requisitos específicos de origem, onde para obter o
Certificado de Origem o produto deverá ter pelo menos 60% (sessenta por
cento) de componentes produzidos na região. Portanto, para fazer parte do
MERCOSUL, o produto originário dos Estados – Partes deverá ter no mínimo
60% (sessenta por cento) de componentes produzidos internamente.O
protocolo de Fortaleza, de 17 de dezembro de 1996, o MERCOSUL estabeleceu
um mecanismo de defesa da concorrência que muito se parece à legislação
antitruste brasileira (Lei no. 884/94 quase integralmente revogada pela Lei no.
12.529/11). Combate os atos praticados por pessoas físicas e jurídicas, de
direito público ou privado, que venham a afetar o processo de concorrência no
âmbito do MERCOSUL. O art. 4º do anexo ao protocolo estabelece que
“Constituem infração às normas do presente Protocolo, independentemente
de culpa, os atos, individuais ou concertados, sob qualquer forma
manifestados, que tenham por objeto ou efeito limitar, restringir, falsear ou
distorcer a concorrência ou o acesso ao mercado ou que constituam abuso de
posição dominante no mercado relevante de bens e serviços no âmbito do
Mercosul e que afetem o comércio entre os Estados – Partes”. O processo de
defesa comercial do Mercosul incorpora uma política comum de salvaguardas,
bem como a defesa contra a importação de produtos em que fique
caracterizado um Dumping ou preços subsidiados, que venham a prejudicar à
produção interna do MERCOSUL.

c) NAFTA O Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) tem como


participantes os Estados Unidos, México e Canadá. Sua finalidade é constituir
uma zona de livre comércio visando à eliminação de barreiras tarifárias e não-
tarifárias sobre as transações de bens, serviços e capitais. A questão a ser
resolvida na implantação plena deste acordo é a grande diferença
socioeconômica do México em relação aos outros membros do bloco. Por sua
vez, os Estados Unidos e o Canadá receiam em perder suas indústrias para um
país com mão-de-obra muito mais barata, apesar de serem bem mais
competitivas comparadas com a indústria mexicana.

POLÍTICA ECONÔMICA-SOCIAL:

Políticas de Segurança, Educação e Saúde Distribuição da Renda – o Coeficiente


de Gini Setores Formais (tributáveis) e informais (não-tributáveis) da economia
Características do Setor Informal Preceitos constitucionais de proteção ao
trabalhador formal Legislação Trabalhista, encargos e informalidade Abaixo,
apresentamos de forma resumida os aspectos a serem abordados pelos
professores sobre o conteúdo da aula. As questões aqui colocadas deverão ser
contextualizadas procurando associar aos fatos recentes. Introdução De um
modo geral, os Estados Modernos, independentemente do regime político
vigente e da condição econômica, têm desempenhado um papel relevante nas
questões sociais. O alcance e a intensidade das ações do Estado variam
conforme as características de cada formação social, podendo estas ações ir
desde a adoção de políticas públicas com foco nos segmentos sociais mais
vulneráveis até modelos amplos de ampla inclusão baseados no chamado
bem-estar social. A implantação das políticas sociais se dá por meio de ações
estatais diretas e indiretas. As primeiras, as ações estatais diretas, ocorrem por
meio da aplicação de medidas regulatórias, desenvolvendo -se políticas
públicas de transferência de renda, de incentivos fiscais e da provisão de bens
e serviços. As ações estatais indiretas se dão por meio de parcerias com
instituições privadas, com ou sem finalidade lucrativa. O desenvolvimento
econômico está diretamente relacionado ao atendimento das questões sociais,
permitindo que o trabalhador possa desempenhar bem suas funções e
obtenha constantes aumentos de produtividade e crescimento profissional.
Por sua vez, o produtor poderá investir em seu negócio buscando a
sustentabilidade e o retorno desejado.

A segurança constitui como bem público que têm como característica principal
a indivisibilidade do consumo. Como não se pode avaliar a quantidade de
serviços consumida pelos diferentes indivíduos, a determinação do preço por
meio de mecanismos de mercado torna-se, senão impossível, pelo menos
muito difícil. Por este motivo, a intervenção do governo se faz indispensável
para o atendimento das necessidades coletivas, utilizando-se a tributação para
a obtenção compulsória de recursos necessários ao financiamento desses
serviços. Para as pessoas e para o país, a segurança constitui em um bem
fundamental, consistindo em uma das obrigações do Estado para com o
cidadão. Para que a vida em sociedade possa se desenvolver de maneira
adequada, necessário se faz que cada indivíduo tenha um mínimo de
segurança que lhe permita trabalhar, estudar, consumir, aprimorar-se, divertir-
se, estar em casa ou na rua sem que esteja sob o risco de qualquer violência. A
educação representa um requisito fundamental para uma adequada inserção
do indivíduo na sociedade. A melhoria do desempenho em qualquer profissão
demanda um crescente grau de conhecimento, tanto específico (as técnicas
próprias de cada atividade), como geral e diversificado, ao mesmo tempo em
que o crescimento do indivíduo requer cada vez mais capacidade de absorver
informações acerca dos problemas da sociedade e do Estado. Os arts. 22, 23 e
24 e respectivos incisos da Constituição Federal brasileira determina sobre a
competência legal dos entes da federação sobre a questão da educação: Art.
22. Compete privativamente à União legislar sobre: […] XXIV – diretrizes e bases
da educação nacional; […] Art. 23. É competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: […] V – à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; […] Art. 24. Compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: […] IX –
educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,
desenvolvimento e inovação; […] O Art. 205 da Constituição Federal brasileira
determina que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.

A saúde pode ser considerada como um investimento e não como uma


despesa de consumo. O investimento ineficiente na saúde pode causar sérios
desequilíbrios sócio-econômicos, tendo impactos significativos no
desenvolvimento econômico. O investimento em saúde está associado a uma
melhora do nível de produtividade na economia. O planejamento dos gastos
em saúde segundo o desenvolvimento econômico de cada região é importante
para reduzir as desigualdades pessoais e regionais observadas no país. O art.
196 da Constituição Federal brasileira determina a saúde como um direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação. As questões sociais são fundamentais para a sustentabilidade da
economia. O país ainda apresenta problemas sociais que afetam os
investimentos empresariais e exigem cada vez mais recursos públicos. A
segurança é importante para que a população alcance o bem -estar tendo a
tranqüilidade de realizar suas tarefas sem estar preocupado em relação aos
riscos advindos da violência. A educação é fundamental para que se possa ter
uma mão de obra capaz de enfrentar os novos desafios oferecidos pelas novas
tecnologias e o processo de globalização da economia. A saúde, por sua vez, é
um fator que afeta a produtividade do trabalhador e exige constantes gastos
por conta do setor público.

Distribuição da Renda – o Coeficiente de Gini. A medida mais conhecida do


nível de desigualdade de renda de um país é conhecida como Coeficiente de
Gini. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa
igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à
completa desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais não
têm nada). A desigualdade de renda no Brasil se observa na formação do
mercado de trabalho. A rigidez do mercado de trabalho, o excesso de
burocracia e a elevada carga tributária, resultaram num crescimento do
trabalho informal, em que o trabalhador não recebe as garantias de natureza
social e trabalhista. A renda dos trabalhadores informais se distancia dos
trabalhadores formais, protegidos pela legislação, criando uma desigualdade
no próprio mercado de trabalho.Na esfera regional existe um distanciamento
entre a remuneração do trabalho em determinadas regiões (Norte, Nordeste e
Centro-Oeste) em relação às outras (Sul e Sudeste). A remuneração mais
elevada percebida em determinadas regiões, gera desigualdade entre as
categorias de trabalhadores e aprofunda o distanciamento existente no país.
Uma política governamental de fortalecimento do salário mínimo poderá ser
um instrumento para reduzir as disparidades, fortalecendo o poder aquisitivo
dos trabalhadores nas regiões mais desfavorecidas. Deve ser ressaltada a
contribuição da legislação constitucional no sentido de reduzir as
desigualdades regionais e pessoais. O art. 21 da Constituição Federal diz que
compete à União: […] IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; […] XX –
instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; […]. Posteriormente no art. 43 e
parágrafo 2º e 3º da Constituição Federal afirma que para efeitos
administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais. […] § 2º – Os incentivos regionais compreenderão,
além de outros, na forma da lei: I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e
outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; II – juros
favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; III – isenções,
reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas
físicas ou jurídicas; IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa
renda, sujeitas a secas periódicas. § 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a
União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os
pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

As oportunidades desiguais no sistema educacional brasileiro acentuam as


disparidades de renda entre as diversas classes sociais. O acesso ao mercado
de trabalho cada vez mais seletivo, distingue a mão-de-obra qualificada e a
não-qualificada, aumentando, consequentemente, a desigualdade de renda.
No mercado globalizado em que o comércio internacional torna-se
fundamental para a consolidação das economias em desenvolvimento, o
investimento em educação passa a ser o divisor entre o desenvolvimento
sustentado e a perpetuação do nível de pobreza. O próprio art. 170 da
Constituição Federal brasileira determina que a ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios: […] VII – redução das desigualdades regionais e sociais;
[…] Apesar da diminuição da desigualdade de renda no Brasil verificada nos
últimos tempos, esta ainda permanece bastante elevada. A parte da renda nas
mãos da população mais rica é muito superior daquela detida pelos mais
pobres. Comparando com outros países, o Brasil continua ocupando uma
lamentável posição de destaque, caracterizando-se como detentor de um dos
mais elevados graus de desigualdade no mundo. A igualdade é uma meta a ser
alcançada. Na medida em que esse objetivo é compartilhado por muitos
brasileiros, justifica por si só que a política e a economia do país estejam
voltadas para tornar sustentável essa queda da desigualdade. Não obstante,
reduções na desigualdade são também instrumentos valiosos para combater a
pobreza e principalmente a extrema pobreza. Estas últimas são reduzidas
quando a renda dos mais pobres cresce.

Setores Formais (tributáveis) e informais (não-tributáveis) da economia A


economia informal é um tema que vem sendo objeto de grande preocupação e
discussão a nível internacional desde o final do século passado. O crescimento
das atividades informais, proveniente do maior número de atividades
econômicas que atuam à margem da economia oficial (formal tributável), traz à
discussão, o aspecto social, o processo de fiscalização e de arrecadação
tributária, o sistema de saúde e de benefícios da previdência, e o fato de que
estão sendo produzidas riquezas que não são registradas nas estatísticas
oficiais. Além disso, o comércio informal é o mecanismo pelo qual a pirataria
passa a distribuir seus produtos ameaçando, inclusive, a própria sobrevivência
das atividades econômicas formais. A importância das questões sociais que
acompanham a redução das vagas no setor formal da economia, causado
entre outros motivos pela maior produtividade das empresas modernas,
resulta numa maior tolerância por parte do Estado para existência das
atividades econômica informais, preservando -as como uma alternativa para
absorver uma mão-de-obra que na ausência da economia informal ficaria
dependente mais fortemente dos serviços de natureza pública. No entanto,
devem ser ressaltados os riscos advindos do crescimento da economia
informal que desmoraliza do sistema de arrecadação tributária do Estado ou
estimula a falta de interesse dos indivíduos em realizar investimentos no setor
formal da economia em face da concorrência desleal. O crescimento do
mercado informal pode ser considerado uma característica inerente das
economias desajustadas. A pouca eficiência do sistema estatal, os elevados
impostos, a burocracia e a corrupção, faz com que seja difícil a permanência na
formalidade, estimulando-se o surgimento do setor informal, que à margem da
lei, garantem ao menos a sobrevivência de seus integrantes, evitando crises de
natureza social. Características do Setor Informal A informalidade surge como
um fenômeno mundial em face da redução do poder aquisitivo, da
marginalização de parcela da população e pelo crescimento do desemprego
nas economias modernas. No Brasil, as práticas informais no mercado
nacional de produção e trabalho se multiplicam, associadas ao crescente
desemprego, a uma elevada burocracia e a uma carga tributária excessiva
mesmo se comparada a padrões internacionais. Como caracterização, a
informalidade pode estar associada a uma relação econômica ou trabalhista
que foge ao amparo da lei, constituída por empresas que não estão legalizadas
e escapam ao pagamento de impostos, e trabalhadores sem carteira assinada.
Existe uma relação entre informalidade nas empresas e informalidade no
mercado de trabalho, fato que motivou em medidas do governo brasileiro para
incentivar a criação de micro e pequenas empresas (Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas – Lei Complementar 123/2006) com a redução de tributos
e de burocracia. De acordo com o Art. 1o e incisos I, II e III dessa Lei
Complementar; são estabelecidas normas gerais relativas ao tratamento
diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de
pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I – à apuração e
recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive
obrigações acessórias; II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e
previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; III – ao acesso a crédito e ao
mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços
pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.
Cabe ressaltar ainda a legislação constitucional brasileira em proteção das
pequenas empresas: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, […] IX – tratamento favorecido
para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sua sede e administração no País.Art. 179. A União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas
de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado,
visando a incentivá – las pela simplificação de suas obrigações administrativas,
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas
por meio de lei. Entretanto, as pequenas e microempresas respondem por
uma restrita parcela dos empregos formais. As pequenas empresas e
microempresas constituem nas principais responsáveis pelo emprego
informal, sendo, ao mesmo tempo, a mais prejudicada pelo excesso de
burocracia e pela elevada tributação. Uma economia com os problemas
estruturais como a brasileira depende da pequena empresa para reduzir as
tensões sociais, criando uma informalidade que ameaça a própria
sobrevivência do setor formal. O mercado informal é composto por
trabalhadores por conta-própria, empregados que trabalham por tarefa
(agricultura, construção civil, etc.), ambulantes, profissionais qualificados entre
outros. A informalidade desprotege o trabalhador, que fica sem direito à
seguridade social, não dispondo de benefícios como aposentadoria, auxílio-
doença, etc. A informalidade é uma situação de mercado que deve ser
combatida, seja através de uma fiscalização mais efetiva, seja através da
simplificação da legislação, uma menor rigidez na legislação trabalhista,
redução da carga tributária e uma menor burocracia. Preceitos constitucionais
de proteção ao trabalhador formal A Constituição Federal brasileira de 1988
prevê uma série de direitos aos trabalhadores dentro da estrutura formal. O
recurso a informalidade faz com que o trabalhador venha a perder esses
direitos Estão destacados alguns incisos do art. 7º. Da Constituição Federal
brasileira – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social: I – relação de emprego protegida
contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III –
fundo de garantia do tempo de serviço; IV – salário mínimo, fixado em lei,
nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e
às de sua família […] VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo; […] VIII – décimo terceiro salário com base na
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do
trabalho noturno superior à do diurno; […] XVI – remuneração do serviço
extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII
– gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos
termos fixados em lei; […] XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da
lei; XXIV – aposentadoria; […] XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das
relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho; […] Legislação Trabalhista, encargos e informalidade A
legislação brasileira praticamente restringe numa única forma de contratação
de empregados: o contrato de trabalho regido pela CLT – Consolidação das
Leis do Trabalho. Com isso, processos alternativos de contratação de
empregados, como a terceirização e a prestação de serviços através de
pessoas jurídicas, exigirão um tratamento especial considerando a opção mais
simples que é a informalidade. Na legislação trabalhista não existe diferença
entre a pequena e a grande empresa. O crescimento econômico deve se
basear no fortalecimento da pequena empresa, no qual mais se verifica a
informalidade. Assim, deve-se discutir na legislação que regula as relações de
trabalho a possibilidade de maior negociação entre capital e trabalho, no
tocante aos pequenos empreendimentos. Os aspectos trabalhistas estão
estabelecidos na Constituição Federal, em que se destaca inicialmente o art. 7º.
que se refere aos direitos dos trabalhadores. Este artigo concede aos
trabalhadores uma série de direitos que são comuns aos trabalhadores das
grandes empresas e da micro e pequena empresa. A incapacidade, muito das
vezes, para à micro e pequena empresa em conceder os benefícios citados,
resulta em acordos particulares característicos dos contratos informais. A
fiscalização deficiente em regiões remotas serve para agravar ainda mais a
situação do trabalho informal. As contribuições e encargos existentes na
legislação trabalhista estimulam esse crescimento anormal do mercado de
trabalho informal que gera uma concorrência desleal entre empresas e a
queda de arrecadação previdenciária. O aumento dos encargos trabalhistas
(FGTS, previdência social, entre outros), gera uma elevação no custo para as
empresas. Com isso, existe uma redução na oferta de emprego formal, e um
investimento em segmentos de alta tecnologia, pouco intensivo em mão -de-
obra. A Constituição Federal, em seu art. 8º, define a atuação da entidade
sindical no âmbito das relações trabalhistas: “Art. 8º É livre a associação
profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir
autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção
na organização sindical; […]; III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais
ou administrativas; […]; VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas
negociações coletivas de trabalho; […]”. O art. 114 da Constituição Federal que
estabelece o papel da justiça do trabalho nos dissídios individuais e coletivos,
no entanto, tem sido discutida a possibilidade de incremento à arbitragem ou
aos acordos firmados pelas entidades particulares. “Art. 114. Compete à Justiça
do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho,
abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II
as ações que envolvam exercício do direito de greve; III as ações sobre
representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores; […] V os conflitos de competência entre
órgãos com jurisdição trabalhista, […] VI as ações de indenização por dano
moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII as ações relativas
às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho; […]”.

– INFRA-ESTRUTURA ECONÔMICA E REGULAÇÃO DE MERCADO O Estado


brasileiro e a infra-estrutura econômica Parcerias Público-Privadas “PPPs”
Políticas de Transporte Abaixo, apresentamos de forma resumida os aspectos
a serem abordados pelos professores sobre o conteúdo da aula. As questões
aqui colocadas deverão ser contextualizadas procurando associar aos fatos
recentes. O Estado brasileiro e a infra-estrutura econômica A característica
exportadora de nossa economia, baseada em produtos provenientes dos
setores agrícolas e extrativistas, permitiu desenvolver nas últimas décadas do
século XIX e durante as primeiras décadas do século XX uma malha ferroviária
destinada a ligar as regiões produtoras, por exemplo, de café, ao porto
exportador de Santos. A infra-estrutura implantada estava baseada no perfil
agroexportador da economia brasileira. A presença do Estado se limitava
fundamentalmente a oferecer justiça e segurança, atuando pouco implantação
da infra-estrutura no país. Entre a segunda metade dos anos 40 e o início dos
anos 80, a economia brasileira experimentou períodos de considerável
crescimento econômico impulsionado pelo Estado, baseadas em iniciativas
oriundas do planejamento governamental, como o Plano SALTE (saúde,
alimentação, transporte e energia) do governo Dutra (1946-1950), o Plano de
Metas do governo de Juscelino Kubitschek (1956- 1961), as Reformas de Base
do Governo de João Goulart, e o período do “milagre econômico” de meados
dos anos 60 e início dos anos 70. No setor elétrico, da década de 1950 ao início
dos 80, o Brasil implantou um sistema hidrelétrico a nível nacional, com ênfase
nas fontes renováveis da matriz energética, da mesma maneira em que
incrementou a profissionalização de quadros técnicos especializados e
promoveu o controle e aperfeiçoamento das tecnologias constituintes de sua
base técnica. Em função do papel estratégico do investimento em infra-
estrutura para o desenvolvimento econômico, a intervenção do Estado se
mostrou imprescindível para o planejamento dos diversos setores da infra-
estrutura econômica. A partir da década de 1980, especialmente ao se verificar
o esgotamento do padrão de financiamento, houve a redução significativa dos
níveis de investimento nos diversos setores da infra-estrutura e a perda da
qualidade da prestação dos serviços, trazendo como conseqüências graves
problemas a competitividade dos setores industriais. Assim, após a metade da
década de 90, instaurou-se no Brasil o Estado “regulador” através da presença
das agências reguladoras, do fortalecimento do Sistema Brasileiro de Defesa
da Concorrência e da formação de marcos regulatórios setoriais no sentido de
reduzir os preços para o consumidor, melhorar a qualidade dos serviços e
realizar as normatizações necessárias para evitar problemas na infra-estrutura
operante no país. Parcerias Público-Privadas – PPPs A lei no. 11.079, de 30 de
dezembro de 2004, instituiu normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública. Parceria público-
privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada
ou administrativa. Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos
ou de obras públicas, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos
usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a
concessão de serviços públicos ou de obras públicas, quando não envolver
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. É um
contrato de prestação de serviços de médio e longo prazo (de 5 a 35 anos)
firmado pela Administração Pública, para implantação da infra-estrutura
necessária, e dependerá de iniciativas de financiamento do setor privado. A
remuneração do particular será fixada com base em padrões de desempenho
e será devida somente quando o serviço estiver à disposição do Estado ou dos
usuários. O art. 4o da Lei 11.079/04 determina que na contratação de parceria
público-privada devam ser observadas as seguintes diretrizes:

a) eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos


recursos da sociedade;

b) respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos entes
privados incumbidos da sua execução;

c) indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício do


poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;

d) responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;

e) transparência dos procedimentos e das decisões;

f) repartição objetiva de riscos entre as partes;

) sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos projetos de


parceria.

Com as PPPs esperava-se que houvesse um aumento da carteira de projetos


em infra-estrutura economicamente viáveis que permitissem a superação dos
gargalos, estimulando outros investimentos. Ao mesmo tempo, esperava-se
que fosse possível, através das PPPs, construir infraestrutura com menor custo
e promover a oferta de serviços públicos de qualidade e em menor prazo.
Dificuldades de implementação nos campos jurídico-econômico vem
retardando sua efetiva implementação.

Políticas de Transporte:

São objetivos de Política de Transportes no Brasil:

a) Elevar a escala dos investimentos em infra-estrutura de transporte, dotando


o país de uma rede ampla, moderna e com tarifas competitivas.

b) Reforçar a capacidade de planejamento do Estado e promover a integração


entre rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos em articulação com as
cadeias produtivas.

c) Criar as bases para o crescimento sustentável do Brasil, dando início a um


processo contínuo de planejamento e desenvolvimento de sua infra-estrutura
logística.
d) Reduzir custos e ampliar a capacidade de transporte do País, resultando na
promoção da eficiência e elevação da competitividade.

Informações importantes para entender o sistema de transporte nacional:

a) Transporte Rodoviário – é o mais representativo entre todas as modalidades


de transporte no Brasil. É adequado para curtas e médias distâncias; apresenta
baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso; tem maior
flexibilidade mas é muito poluente com forte impacto ambiental.

b) Transporte Ferroviário – é o realizado sobre linhas férreas para transportar


pessoas e mercadorias. As mercadorias transportadas nesta modalidade são
de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: minério, produtos
agrícolas, fertilizantes, etc. Apresenta baixa flexibilidade com pequena
extensão da malha; é adequado para grandes distâncias e consiste numa
modalidade de transporte p ouco poluente.

c) Transporte Aquaviário – é o realizado em hidrovias, que através dela


consegue-se transportar grandes quantidades de mercadoria a grandes
distâncias. Nelas são transportados produtos como: minérios, cascalhos, areia,
carvão, ferro, grãos e outros produtos não perecíveis. As hidrovias de interior
podem ser rios, lagos e lagoas navegáveis para que um determinado tipo de
embarcação possa trafegar com segurança. Têm como características o
transporte de grande capacidade de carga; e apresentam baixa flexibilidade e
são influenciados pelas condições climáticas.

d) Transporte Dutoviário – é aquele realizado por meio de Dutovias, ou seja, de


tubulações. É utilizado para transportar óleos, gases e produtos químicos
através da gravidade ou da pressão. Apresentam poucos roubos e furtos de
produtos, considerando que a maioria dos tubos estão imersos no solo; são
econômicos com baixo custo operacional de transporte e de energia.

e)Transporte Intermodal e Multimodal – O transporte intermodal trata da


utilização conjunta de mais de uma modalidade de transporte (Rodoviário e
Ferroviário, por exemplo), onde são usados documentos fiscais individuais
para cada tipo de modal. No transporte multimodal, a responsabilidade da
carga, perante o cliente, desde a origem até o destino, é de apenas um
operador. Existe um gerenciamento integrado das modalidades de transporte
utilizadas, com a aplicação de um único documento de controle.

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