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EMPRESARIAL III – ANOTAÇÕES

Direito de recuperação e falência

O Brasil segue um sistema dualista, pois há uma legislação para as pessoas que se enquadram
como empresários, e há outra legislação para pessoas que não são empresárias.

Ex.: superendividamento – CDC / insolvência civil

Inicialmente, em decorrência do descumprimento do pagamento das obrigações da empresa


em processo de falência ou de recuperação, há a proposição de ação pelos credores,
geralmente em ação individualizada, ou medida extrajudicial (negativação, protesto).

Falência – crise econômica empresarial insuperável

Recuperação – crise econômica empresarial superável

A crise empresarial, segundo Coelho pode ocorrer em decorrência de problemas econômicos


(diminuição na demanda de produtos ou serviços), financeiros (falta de recursos para pagar
dívidas) ou patrimoniais (bens inferiores as dividas)

A Lei 6024/1974 não inclui os bancos e empresas públicas e de economia mista no sistema
tradicional de recuperação judicial, em decorrência do risco sistêmico inerente para a entrada
em recuperação do banco

Nesse sentido, o direito deve agir de forma a resguardar o valor produzido a sociedade pela
sua atividade empresarial

Autofalência

Falência à requerimento

Recuperação judicial

A falência pode ser requerida pelos credores, enquanto a recuperação judicial pode ser
concedida apenas mediante o requerimento do empresário

Lei 11.101 Art. 51-A faculta ao juiz a possibilidade de nomear especialista para verificar as
condições de funcionamento da empresa
Características da recuperação e falência

As normas que regulamentam a recuperação judicial e a falência tem caráter processual e


material ao mesmo tempo

A falência não resolve as obrigações contratuais bilaterais e podem ser cumpridos pelo
administrador judicial – art 117

A recuperação relativiza o princípio da relatividade dos contratos

Os credores são tratados de acordo com a classe de credor (trabalhista, quriografário)


devendo que todos da mesma classe estejam submetidos à mesma condição.

Existem as subclasses, na prática, que diferenciam credores de uma mesma classe

A justiça deve homologar o plano de recuperação aprovado em assembleia geral dos credores

Os processos de recuperação e falência são concursais, devendo que os credores do


empresário devem ir ao processo de falência para requerer o seu crédito

Obs.: os prazos do processo de falência correm de acordo com a lei 11.101 – dias corridos –
art. 189, §1°, I

Para que exista a falência ou a recuperação judicial deve haver uma sentença que tenha como
objetivo a instauração de um desses regimes

Categoriais de credores

Concursais

Extraconcursais

Crédito extraconcursal falência – os credores são pagos com precedência em relação aos
créditos concursais

Crédito extraconcursal recuperação judicial – nessa situação o crédito deve ser habilitado no
processo de recuperação, devendo estabelecer se eles são atraídos ou não atraídos pela
recuperação.
CURSO DE EMPRESARIAL ANDRÉ SANTA CRUZ

LEI 11185 – RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O devedor será sempre o empresário ou a sociedade limitada (incluindo a EIRELI)

A recuperação não se aplica a devedores civis

Associações não possuem direito a recuperação judicial previsto em lei

A jurisprudência entende que agentes econômicos sejam sujeitos a recuperação


judicial – RE da UCAN

A recuperação judicial não se aplica as empresas públicas ou sociedade de economia mista

A lei 11101 não se aplica diretamente as instituições financeiras, pois possuem procedimento
especial. No entanto, o art. 197 garante o direito de que o liquidante venha a requerer a
falência da instituição financeira

Cooperativa não pode pedir recuperação

Competência do processamento de falência e recuperação

É competente o juízo do principal local de estabelecimento do devedor

Enunciado 466 – de onde parte as decisões empresariais

Leva em consideração os aspectos econômicos

A intervenção do MP só é obrigatória com previsão em lei, não havendo interesse público em


todos os casos

Não há necessidade de atuação obrigatória, mas caso se analise que tem interesse – é
possível

Aplicação subsidiária do CPC no processo de falência/recuperação

A contagem em dias úteis só se aplicam aos prazos processuais, mas há divergência

Em regra, os prazo serão contados em dias corridos

Cabimento de agravo de instrumento

Entende-se que cabe o agravo contra as decisões interlocutórias


ASPECTOS PROCESSUAIS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A petição inicial da recuperação judicial deve preencher os requisitos do 319 do CPC e do 51 da


lei 11.101

Art 189 da lei – recurros possuem prazo de acordo com o CPC

Cabe agravo nas decisões do processo de recuperação – Tema 1022 STJ

Honorários de sucumbência

Nos casos de habilitação ou divergência dos créditos não há sucumbência

Na impugnação dos valores há sucumbência

A jurisprudência do STJ estabelece que os honorários são arbitrados pelo magistrado,


não sendo levado em consideração o valor debatido

Outro julgado mais recente do STJ estabelece que deve ser seguida a regra do Art. 85
do CPC, com honorário mínimo de 10%

O valor do crédito deve ser uma estimativa do valor que será recebido

O procedimento pode ser acordado entre as partes desde que não viole os princípios
processuais

É possível a intimação direta por dispositivos móveis cadastrados

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