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Fichamento: OS CRÉDITOS TRABALHISTAS NA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL UMA ANÁLISE DA NOVA LEI N

14.112/2020
Disciplina: – Direito Empresarial
Docente: Mauro Alcides Lopes Vargas

Pablo Diosnel Vera de Maldonado


Carolina Rios

DA COSTA SILVA REIS, stefany. Os créditos trabalhistas na recuperação, extrajudicial


uma análise da nova lei n° 14.112/2020

RESUMO DO TRABALHO

Neste trabalho de conclusão de curso em modelo de artigo científico, analisou-se o


instituto da recuperação judicial e extrajudicial desde a revogação da concordata até a
aplicação da Lei de Recuperação de Empresas nos dias atuais.
A autora realizou uma explicação quanto aos créditos trabalhistas elencados na
atualização da lei no 14.112/2020, mediante a permissão e requisitos para a aplicação destes
créditos na recuperação extrajudicial por meio do sindicato da categoria.
Demonstrou-se que com o advento da recuperação extrajudicial, restou comprovado a
possibilidade de recuperação das empresas em crise, diante da celeridade e viabilidade do
instituto, diferentemente do que acontece na via judicial, o qual trava o intento por meio de
empasses burocráticos e legais.
Nesta diapasão, podemos entender as inovações e revoluções que ocorreram no direito
empresarial, no âmbito da recuperação empresarial, além da consequente motivação do
Estado em fomentar o sistema econômico, objetivando recuperar ao máximo as empresas em
crise, pois quanto maior o número de empresar, maior será o índice de geração de empregos,
além da fomentação no desenvolvimento da economia.
No entanto, apesar da facilidade maior em requerer a recuperação, para receber os
benefícios da recuperação extrajudicial, a empresa deve exercer seu papel na sociedade,
respeitando a sua função social, tendo como base os princípios importantes da Lei
11.101/2005, quais sejam: a igualdade entre credores, a boa-fé objetiva e o princípio da
preservação da empresa.
Quanto ao mais, podemos compreender que o objetivo da lei de recuperação
extrajudicial, é possibilitar benefícios aos empresários para terem a recuperação da empresa
por uma via mais célere e menos burocrática possível.
Como a recuperação extrajudicial busca o acordo entre credores e empresários, resta
então aos devedores administrarem os acordos e cumpri-lo de forma integral, haja vista que
esse cumprimento será fiscalizado pelos credores, e, caso as cláusulas do plano de
recuperação extrajudicial não forem cumpridas, a sentença que homologou o plano poderá ser
executada judicialmente por se tratar de um título executivo judicial.
No teor da obtenção dos benefícios extrajudiciais, verificou-se que a lei elenca os
motivos e pressupostos para requerer a recuperação, além de mostrar quem são os impedidos
de obter tal benefício empresarial.
Quanto a reforma da Lei 14.112/2020, vimos que tal trouxe para o ordenamento
jurídico, especialmente no que diz respeito a inclusão dos créditos trabalhistas na recuperação
extrajudicial. É de se ressaltar que com o novo ordenamento, os créditos trabalhistas
passaram a fazer parte da recuperação extrajudicial, desde que haja a negociação coletiva
com o sindicato da respectiva categoria profissional.
Quanto a inclusão dos créditos trabalhistas é de fundamental relevância para o
procedimento, pois garante ao trabalhador seu direito de receber sua dívida em tempo
razoável, bem como a recuperação da empresa.
A grosso modo, a alteração abarcada pela Lei 14.112/2020 é muito benéfica por
viabilizar a aplicação da recuperação extrajudicial para a classe trabalhadora.
Por derradeiro, mas não menos importante, compreendemos que a lei de recuperação
de empresas destacou o instituto da recuperação extrajudicial, tornando sua adesão mais
viável às empresas que não tenham dívidas estratosféricas, e que desejam manter suas
atividades e preservarem sua função social, por meio de um processo menos burocrático que a
via judicial.

LISTA DE CITAÇÕES E COMENTÁRIOS


Citações Comentários
O instituto da recuperação extrajudicial possibilitar às empresas que passam por uma
crise econômico-financeira, a continuarem
operando sem a necessidade de se chegar à
morosidade da via judicial ou o que seria o
encerramento das atividades, a denominada
falência.
Os créditos trabalhistas na recuperação Os créditos trabalhistas na recuperação
extrajudicial
extrajudicial são de suma importância pois
garante ao trabalhador seu direito de receber
sua dívida em tempo razoável, bem como a
recuperação da empresa.

Participação do sindicato no procedimento A Lei 11.101/2005, conferiu o direito da


inserção do crédito trabalhista e o decorrente
de acidente de trabalho na recuperação
extrajudicial, representados pelo respectivo
sindicato, encontra amparo legal tanto na
Constituição Federal como na Consolidação
das Leis do Trabalho.
Procedimento Abarca um procedimento mais simplificado
em comparação com a morosidade judicial.
Nas negociações, a empresa devedora
propõe a seus credores a quitação da dívida
através da remissão parcial do débito ou
dilação do prazo de pagamento.

PESQUISA AMPLIADA
Procedimento da recuperação extrajudicial:
A empresa devedora apresentará o pedido de homologação do plano de recuperação
extrajudicial através de petição que deverá ser acompanhada do plano subscrito por todos os
credores sujeitos (art. 162) ou por credores titulares de mais de 3/5 dos créditos sujeitos ao
plano (art. 163).
A petição deverá fazer a exposição da situação patrimonial do devedor e estar
acompanhada das demonstrações contábeis relativa ao último exercício social e as levantadas
especialmente para instruir o pedido na forma do art. 51, II, da Lei 11.101/2005.
Tendo em vista que a homologação do plano gera a novação das dívidas a ele sujeitas,
a petição também deve estar acompanhada de documentos que comprovem os poderes dos
subscritores para novar ou transigir.
A petição deve ser acompanhada da relação nominal de credores com a indicação
completa de endereços, natureza, classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando
sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de
cada transação pendente.
Recebido o pedido de homologação do plano extrajudicial, o juiz determinará a
publicação de edital no Diário Oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das
localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para
apresentação de impugnação ao plano.
Deverá a devedora comprovar, ainda, o envio de carta para cada um dos credores
sujeitos ao plano e domiciliados no Brasil, com informação sobre o prazo de impugnação e as
condições do plano.
Os credores terão o prazo de 30 dias para apresentar impugnação ao plano.
Os credores somente podem alegar:
(i)o não preenchimento do percentual mínimo de 3/5 dos créditos;
(ii)a prática de atos de falência previstos no art. 94, III, da Lei 11.101/2005 ou a
prática de fraude contra credores; ou
(iii)o descumprimento de qualquer outra exigência legal.
Nota-se, portanto, que não será objeto de impugnação o mérito do plano. Vale dizer, a
discordância do credor com os termos do plano é irrelevante, na medida em que sua
homologação pressupõe o atingimento do quórum legal, vinculando também a minoria
dissidente.
Poderá haver discussão, todavia, sobre o valor ou natureza do crédito incluído no
plano. Isso porque tais questões poderão interferir no cálculo do quórum legal de aprovação.
Se for apresentada impugnação, o devedor poderá se manifestar sobre ela no prazo de
5 dias. Na sequência, os autos vão conclusos ao juiz para decisão sobre as impugnações e
sobre a homologação judicial do plano.
O plano não será homologado se houve prova de simulação de créditos ou vício de
representação dos credores que subscreveram o plano.
Se o plano não for homologado, o processo é extinto sem resolução do mérito e a
devedora poderá, cumpridas as formalidades legais, apresentar novo plano de recuperação
extrajudicial.
O processo de recuperação extrajudicial é sempre julgado por sentença, que homologa
o plano ou rejeita o plano e extingue o processo sem resolução do mérito.
O recurso cabível contra a sentença que homologa ou rejeita o plano será sempre a
apelação, nos termos do art. 164, § 7º, da Lei 11.101/2005.
CONSIDERAÇÕES
Demonstrou-se que com a aplicação da recuperação extrajudicial, restou comprovado
a possibilidade de recuperação das empresas em crise, diante da celeridade e viabilidade do
instituto, diferentemente do que acontece na via judicial, o qual trava o intento por meio de
empasses burocráticos e legais.
Com a possibilidade de inclusão do passivo trabalhista, a recuperação extrajudicial ganha
notoriedade como uma importante ferramenta para a recuperação das empresas em crise.
Quanto a inclusão dos créditos trabalhistas é de fundamental relevância para o
procedimento, pois garante ao trabalhador seu direito de receber sua dívida em tempo
razoável, bem como a recuperação da empresa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA CARNIO, Daniel. Recuperação Extrajudicial. Enciclopédia Jurídica da PUC/SP,


Disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/212/edicao-1/recuperacao-
extrajudicial#:~:text=7.-,Procedimento,163). >. Acesso em: 14/10/2022.

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