Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
1
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Isto é, vê-se que a lei possui o objetivo de possibilitar que o devedor contorne as
dificuldades financeiras, de modo que mantenha os empregos e a fonte de produção de
riquezas intacta. Assim, há incentivo à preservação da empresa, fazendo com que esta cumpra
com sua função social, estimulando a atividade econômica e garantindo os valores
constitucionais do trabalho. Ou seja, em poucas palavras, essa legislação prima pela
manutenção da empresa e de seus recursos para produção (OLIVEIRA, 2005).
Segundo a lei em estudo, há a possibilidade de duas espécies de recuperação: a judicial
e extrajudicial. A primeira ocorre no campo jurídico-processual, uma vez que a empresa
ajuíza a ação de recuperação judicial perante o juízo de falência e recuperação. Havendo a
homologação do plano de recuperação, quaisquer execuções em desfavor daquele que devem
ser suspensas pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias (AROCA, 2022).
Além disso, o mero pedido de recuperação judicial já inviabiliza que a parte
requerente aliene os seus bens, com exceção se autorizado pelo Magistrado da recuperação e,
havendo ação de falência em andamento da mesma empresa, esta será suspensa. Sendo
concedido o plano de recuperação, se houver o descumprimento dele e venha a ser decretada
2
a falência da empresa, a novação dos créditos ocorrida será extinta, bem como a empresa
volta a mesma situação de antes (AROCA, 2022).
De outra banda, a recuperação extrajudicial, à luz do que lecionam os arts. 161 a 167
da Lei 11.101/05, objetiva a mera renegociação das dívidas, desta feita, sem intervenção do
Poder Judiciário, ao menos durante o period de renegociação com os credores. Nela, há uma
negociação bilateral entre empresa e credores, na qual negociam direta e incisivamente como
serão renegociados e pagos os créditos. Frise-se, entretanto, que essas informações são
transcritas na forma documental que, posteriormente, também deve ser homologada por um
Magistrado.
Esse tipo de recuperação tem menos burocracia e é menos onerosa à empresa, mas, até
a edição da Lei nº 14.112/2020, que alterou a Lei 11.101/2005, diferentemente da primeira
citada, esta não acolhia os créditos trabalhistas e de natureza acidentária no labor, enquanto
aquela sim, razão pela qual muitas empresas optavam pela primeira. Todavia, com a recente
modificação, passou a possibilitar a inserção de tais créditos. Outro ponto que merece ser
destacado é que, na extrajudicial, se o acordo levado à homologação for rejeitado, a empresa
não decreta a falência, enquanto na judicial sua não aceitação gera, automaticamente, sua
falência (AROCA, 2022).
Sob esse prisma, por corolário lógico, entende-se que a recuperação judicial deve ser
vista como a última alternativa pela empresa com dificuldades, antecedendo a falência,
momento mais grave para a situação econômica da empresa e de medidas mais drásticas. De
acordo com Nascimento (2014, p. 1, apud FONSECA e KÖHLER, 2005, p. 4):
[…] a lei procura facilitar a recuperação de empresas viáveis, buscando,
entretanto, o equilíbrio entre a preservação dos pactos contratuais e o resguardo da
empresa. É por tal razão que a própria legislação falimentar criou uma série de
ferramentas para que a recuperação judicial seja visualizada como o último meio a
ser utilizado por uma empresa em dificuldades.
Gize-se, por derradeiro, que em ambos os casos se a empresa não possui ativos
suficientes para quitar todas as dívidas, a possibilidade da recuperação não existe mais, em
analogia ao art. 97 da Lei 11.101/2005. De mais a mais, sob a égide do referido artigo,
verdade é que, em ambos os casos, os credores são colocados nos processos decisivos, assim
como os terceiros que possam ter interesse na recuperação como o cônjuge do devedor, seu
herdeiro ou o inventariante, cotista ou acionista.
3
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou que não é crível discordar que a existência da atual lei
falimentar, que inegavelmente é extremamente eficiente, é vital para a economia, porquanto
criou institutos como a recuperação judicial e extrajudicial e colocou os credores também nos
processos decisivos.
Percebe-se que a referida legislação é preocupada em efetivamente manter a empresa
existindo, sobretudo com celeridade no processo falimentar, salvaguardando o trabalhador e
galgando aumentar os ativos da empresa envolvida, independentemente da modalidade
escolhida por empresa e credores, se judicial ou extradudicial.
REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Nova Lei de Falências: principais alterações. Disponível em:
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=517. Acesso em: 27 de abr. de
2022.