Você está na página 1de 3

Aula 4

Direito Empresarial - 02/03/2023 - CC 2° e 3° / Adm. 2° e 3° períodos

Tutora Cida

Monitora: Melissa

Tema: Falência, Recuperação Judicial e Extrajudicial e Desconsideração Jurídica

Falência – Lei 11.101/2005

Natureza jurídica da falência é processual e material. A falência é uma execução coletiva que
tem por finalidade liquida o passivo (dívidas) a partir da realização (venda) do patrimônio da
empresa, respeitando-se a “par conditio creditorium” (princípios da igualdade entre credores).
É necessário demonstrar a insolvência jurídica: a impontualidade injustificada, execução
frustrada e a prática de atos de falência.

Termo: Insolvência: é um estado em que o devedor tem prestações a cumprir superiores dos
rendimentos que recebe.

Quem não sofre falência são quem exerce atividade não empresarial como os profissionais
intelectuais, os que exercem atividade literária, artística ou cientifica, advogados, dentista,
contadora etc.

No direito empresarial a falência é um processo legal que ocorre quando existe


impossibilidade no pagamento das dívidas de uma empresa ou pessoa.

Quais os procedimentos para a falência:

A falência é destinada a empresários e sociedade empresariais, que entram com uma petição
inicial comprovando a impossibilidade de continuar o negócio, conhecida como fase inicial ou
declaratório. A falência pode ser solicitada também por credores da empresa, cotistas de
sociedades limitadas, acionistas de sociedades anônimas ou cônjuge do empresário.

Após a fase de declaração, o processo passa pela sindicância, onde deve ser apurado os
motivos da falência, bem como analisar os ativos e passivos do negócio. Na terceira fase,
acontece a liquidação, onde os ativos vendidos pagam as dívidas, finalizando o processo de
falência. O processo de falência pode acontecer durante o período que a empresa também é
regulada pela Lei da Falência.

Termo Sindicância: significa inquérito administrativo que tem a finalidade de apurar a


verdade dos fatos apresentados.

Recuperação Judicial:

É reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa feita com a


intermediação da justiça para evitar sua falência. A negociação de um plano de recuperação
interna não apenas ao devedor que deseja evitar a falência, mas também às partes com as
quais a empresa está em dívida. Isso porque, a recuperação é uma forma de garantir os
interesses dos credores e dos empregados, graças a possibilidade de recuperação dos créditos
e da manutenção dos empregos.
As empresas que precisam passar por um processo de recuperação costumam reunir uma ou
mais das características a seguir:

Estado de insolvência já instalado;

Desordem administrativa;

Funcionários desmotivados;

Problemas tributários e fiscais e incapacidade de gerar valor.

No Brasil, alguns exemplos de empresas de capital aberto (cotados na B3) que pediram
recuperação judicial: Oi, Saraiva, Refinaria de Manguinhos, já a Avianca Brasil foi um dos casos
em que a recuperação foi convertida em falência.

Termos: B3: é a bolsa de valores brasileira, sediada em São Paulo, funciona de forma
autorreguladora sob a supervisão de comissão de valores imobiliários e seu indicador de
referência é o IBOVESPA (índice da bolsa de valores de São Paulo).

Termo: IBOVESPA: se caracteriza como a carteira teórica das ações mais negociadas na B3,
nela é que possibilita acompanhar as cotações das ações que o compõem.

Fases da Recuperação Judicial:

Fase 1: Postulatória: é quando o devedor entra com a ação pedindo sua recuperação judicial,
deverá apresentar as razões de sua crise, a contabilidade dos últimos 3 anos, as dívidas que
possui, a relação dos bens particulares da empresa, dentre outros, para que o pedido seja
aceito pelo juiz, o empresário deve cumprir estes requisitos:

Exercer sua atividade de pelo menos a dois anos;

Não estar falido;

Não ter passado por outro processo de recuperação judicial nos últimos cinco anos;

Não ter obtido, nos últimos 8 anos, a concessão de plano especial de recuperação judicial;

Não ter sido condenado por nenhum crime previsto na Lei de Falências.

Fase 2: Deliberativa: é a etapa que será decidido se a empresa poderá ter direito à
recuperação judicial ou não.

Fase 3: Execução: se houve o aval da assembleia de credores, terá início a fase de execução.

Plano de recuperação:

É a proposta apresentada pelo empresário devedor aos seus credores para sair da crise. Esse
plano deve atacar a causa do problema, que são falhas que fizeram com que a empresa se
endividasse.

Recuperação Extrajudicial:

A recuperação extrajudicial não vale para todas as formas de endividamento. Dívidas


tributárias e trabalhistas, por exemplo, não podem ser negociadas em processo de
recuperação extrajudicial. No entanto, esse recurso pode ser vantajoso em casos de dívidas
bancárias, fornecedores ou outras empresas privadas. A Recuperação extrajudicial é menos
burocrática, mais barata e rápida, isso a torna mais acessível às empresas menores ou de
pequeno porte.

Para fechar um acordo de recuperação extrajudicial, basta que 3/5 dos credores concordem
com o plano. Se isso ocorrer, seu cumprimento será obrigatório para todos.

Desconsideração da Personalidade Jurídica: Artigo 50 do Código Civil de 2002:

A desconsideração da personalidade jurídica nasceu na verdade para corroborar o instituto do


princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, evitando-se que haja fraude ou abuso
de direito.

A confusão patrimonial entre controlador e sociedade controlada, é portanto, o critério


fundamental para a desconsideração da personalidade jurídica.

Termo: Confusão Patrimonial: é a confusão de patrimônios, ou seja, a não separação entre os


negócios dos sócios e os negócios da pessoa jurídica.

Você também pode gostar