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O plano de recuperação da empresa tem como objetivo reerguer a empresa, ou seja, pagar ou
tentar negociar as dividas.
Temos como exemplo, o pagamento de dividas à segurança social, finanças, entre outros. O
orçamento de estado proibiu a negociação das dividas publicas, ou seja, anteriormente a este
orçamento de estado, era possível negociar a divida e poderendo mesmo haver um perdão de
uma certa percentagem da divida. Com o novo orçamento em vigor isso já não é possível; em
alternativa, foi criado um plano de pagamento em 150 prestações que equivale a mais ou menos
15 anos.
Depois de feita a primeira etapa (pagamentos ao estado), parte-se para o plano de pagamentos
aos credores, e aí pode se sim pedir um perdão de divida que pode ter a duração de 120 meses,
que equivale a 10 anos. As empresas podem conseguir um perdão de divida que até pode ir aos
75%, ou seja, o valor final fica reduzido ao remanescente que sobrou até aos 100%.
Este plano de pagamento a credores com possibilidade de perdão só é aprovado se não violar
normas imperativas, e o juiz amolga e cumpre e mais tarde o processo é arquivado.
Os credores dispõem de um prazo de 30 dias para reclamar os seus créditos após a empresa
ser declarada insolvente. Geralmente o aviso de insolvência é publicitado no CIUTIS, mas em
casos mais específicos podem ser notificados por carta registada.
O plano de pagamentos é um processo concursal, ou seja, os credores concorrem ao
pagamento. Em razão de cada credor é estabelecido créditos, em que o juiz recebe em proposta
de hierarquia feita pelo administrador de insolvência. É o mesmo que faz o controlo dessa lista e
verifica se a mesma está correta ou não. O juiz efetua ainda uma sentença de verificação de
reconhecimento de créditos. Em razão dos créditos e da procedência de cada um, o juiz vai
delegando ao administrador de insolvência quanto é que este pode pagar aos credores.
O artigo 160ºnº2 fala-nos do pedido de uma certidão narrativa, ou seja, a identificação do
insolvente e do processo juntamente com a data de liquidação e a data do despacho em que
ocorreu a liquidação. O tribunal emite uma certidão depois de receber a certidão narrativa de que
a empresa está insolvente.
As certidões podem ser eletrónicas; caso sejam não levam o selo branco da conservatória, mas
são na mesma movida para o CITIUS. Existe ainda o registo interno da empresa, mas para
efeitos de atividade e de finanças a empresa desapareceu.
A empresa seria perspetivada pelo seu ativo ou pelo seu passivo ou pelos dois. A doutrina, vê
apenas a universalidade pelo ativo e o passivo; chama se concursal porque todos vão concorrer
a massa insolvente – existe um acedo patrimonial que se chama massa insolvente. Se existir
apenas um credor, a doutrina diz que é quase impossível existir apenas um credor e a parte
concursal não pode deixar de existir porque quando se abre um processo de insolvência não é
possível saber quem são os credores antes do processo iniciar se. Em conclusão, a concursal é
sempre pela eventual possibilidade de haver outros credores.
A universalidade do processo de insolvência afasta a concursabilidade?
Não porque podemos entender que a universalidade pertence a parte do ativo e a
concursabilidade pertence ao passivo, que dá direito aos credores de virem exercer o seu direito.
Podemos ainda entender que na parte de universalidade temos o passivo também e abrangemos
a parte desses credores.
O processo de insolvência tem a finalidade de satisfazer os credores, ou seja, não faz jus a
satisfação dos créditos apenas. De acordo com o artigo 1º, o que acontece é acentuar o interesse
qualitativo dos credores e não o interesse quantitativo. Se apenas fossem relevados os créditos,
não poderíamos falar nem poderia existir os perdões de divida. Os perdões de divida, são
possibilidades de os credores perdoarem a divida em 50% e ao abaterem essa parte da divida,
têm sempre possibilidade de vir a receber no futuro e no lucro que se vai fazendo da empresa,
que virá a recebê-lo novamente.
Um plano de insolvência pode haver a recuperação da empresa e os credores podem ser
satisfeitos pelo plano apresentado por eles, pelo administrador de insolvência que vai tomar
conhecimento ou pode ser apresentado pelo próprio insolvente.
O legislador intelectualmente sabia que a recuperação da empresa seria como uma miragem e
são pouquíssimos os casos em que as empresas se conseguem recuperar; existe sempre um
estigma social relativamente as empresas que não se conseguem recuperar e não querem
investir.
Exceções:
- Art.2ºnº2:
- As seguradoras de créditos têm uma decisão muito importante. Existe uma legislação especial
para as seguradoras
SITUAÇÃO DE INSOLVÊNCIA
Exemplo: Empresa A precisa de 500.000€ para efeitos de tesouraria. Recorre à empresa B pra
pedir esse dinheiro. Em suma, a empresa A não se encontra logo insolvente, apenas procura
outras soluções antes de ser declarada em situação
Compra (07/03) da
matéria prima -
PAGAMENTO A
120 DIAS
Venda e
fabricação da
matéria prima
comprada
Pagamento da
matéria prima ao fim
de 120 dias com o
lucro da venda do
produto
- Obrigações vencidas não querem dizer que sejam precisas várias obrigações para a pessoa se
tornar insolvente.
- Art.3ºnº2: as pessoas coletivas e os patrimónios autónomos cujas dividas nenhuma pessoa
singular responda pessoal e ilimitadamente, por forma direta ou indireta, são também
considerados insolventes quando o seu passivo seja manifestamente superior ao ativo avaliados
segundo as normas contabilísticas aplicáveis.
! o artigo 3ºnº1 aplica se a toda a gente no geral, enquanto o artigo 3ºnº2 define quem esta em
situação de insolvência!
O apelo a regra contabilística vem ao apelo do rigor porque o estado não quer mercados
paralelos em que não há a contabilização.
SUPRIMENTOS
O mais comum é o empréstimo do sócio há sociedade tem que se verificar o índice de caráter
de permanência (1 ano) (art.243ºCSC).
O ano é decisivo para os credores demonstrarem que apesar de não ter decorrido um ano é de
facto um suprimento, ou depois de ter decorrido um ano o socio demonstrar que o que investiu
não era um suprimento.
Exemplo: foi deliberado entregar, mas por vicissitudes da empresa não entregou; alguém é
credor da empresa e o sócio vai e adquire esse crédito.
- Pelo credor de suprimentos não puder requerer a insolvência da empresa. Se um sócio for
credor da sociedade por via de suprimentos não pode ser requerer a insolvência da empresa
(art.245ºnº2CSC). Quase todos os planos de insolvência (os sócios deixam de ser credores) já
contemplam que todos os suprimentos valem 0.
- Se acontece desta forma, não puder recorrer a insolvência e os créditos sendo reduzidos a 0,
porque os créditos de suprimentos devem contabilizar para dimensão do passivo? Quando o
dinheiro entre na empresa entre como divida, em termos contabilísticos vai figurar como passivo
e podemos ter um passivo maior que o ativo, mas para efeitos de estado insolvência para
apurarmos se a empresa está insolvente ou não, o legislador manda ignorar. Ignora se também
os montantes emprestados das empresas mãe as sucursais. A capacidade de a pessoa coletiva
gerar montante aquele que necessita para se gerir quotidiariamente.
Se estivermos numa situação de paridade, desde que não se tenha lucro, não se pode receber.
Por isso, quando se pergunta se todo o passivo é relevante para o estado de insolvência a
resposta é não, porque não se conta o passivo com os suprimentos, obrigações naturais e
empréstimos das sociedades mães, prestações acessórias etc.
- Os movimentos económicos são cíclicos o que significa que ora uma empresa está no auge ou
no fundo. Tende a diminuir e depois pode ocorrer fenómenos que tendem a aumentar. Estas
zonas são conjunturais, em vez de estruturais (Exemplo: problemas estruturais do têxtil que vive
da mão de obra mais barata e depois não teremos competitividade porque a mão de obra de
leste é mais barata ainda.)
A contabilidade da empresa torna se falaciosa porque prejudica a empresa em termos numéricos.
- Art.3ºnº3 CIRE;
Exclusão da rubrica do trespasse: para empancar os processos de insolvência, apareciam
“investidores” que tinham interesse e o processo parava logo. O trespasse foi removido do
processo de insolvência para que os processos fossem mais justos.
O código é prodigo a definir coisas nele próprio, e, portanto, pode ser necessário identificar a
data de declaração e necessariamente a hora, que geralmente é sempre ao meio-dia.
Abrange o início do processo (2 anos) da propositura anterior e posterior. Não são 2 anos a
contar da declaração.
Noção de empresa:
Considera se empresa, toda a organização de capital e de trabalho destinado ao exercício de
qualquer atividade económica.
Art.7ºCIRE: Tribunal competente: faz sentido por uma questão de economia e de valor de
transporte, as pessoas compram perto do estabelecimento comercial etc.; por tanto os
comerciantes para diminuir os custos de transporte, o legislador para confluir os interesses dos
devedores e os credores, determinou que o tribunal competente será aquele que corresponde
há sede da empresa ou ao domicílio do devedor ou do autor da herança.
Criou se ainda o administrador de insolvência, e este deveria estar perto da sede da empresa;
contudo, todos eles têm escritório e estão registados nas relações todas.
O nº3 é importante, porque a pessoa coletiva se formos para liquidação vai desaparecer, por isso
tudo enquanto disser a essa pessoa temos que resolver. Se assim é quem resolve isso é um juiz
que decide todos os termos como todos os incidentes.
Art.8ºCIRE: Suspensão da instância: o juiz por força da lei é sempre tentado a fazer uma
reconciliação. Suspende se quando por exemplo: já temos metade do valor para pagar e
precisamos de mais um tempo para pagar o resto. O código processo civil é aplicado de modo
subsidiário, por isso aplica se a conservação da empresa, nomeadamente os seus ativos e por
isso é suspensa a instância.
Art.9ºCIRE: Carater de urgente do processo de insolvência: quem está inquinado, o
devedor, o certo é que cria se o efeito bola de neve, e por isso se formos para o processo de
liquidação, por isso criou se o caráter de urgência para que a coisa não seja vendida depois de
ser desvalorizada.
Exemplo: um carro num processo de insolvência, que pertencia ao devedor. Parte se para
liquidação. O carro é um bem móvel e não se consegue dividir. Procedesse ao caráter de
urgência da venda do automóvel para que este não perca desvalorização e não seja vendido por
um preço menor, ou tenha avarias por estar demasiado tempo parado.
A publicação dos atos é via CITIUS, mas raras exceções é que são enviadas por carta registada.
Exemplo: juiz deteta que um documento traz factos novos, ou uma testemunha diz algo
relevante. É necessário alterar o documento e notificar.
Art.18ºCIRE;
O devedor deve requerer a declaração da sua insolvência dentro dos 30 dias seguintes à data
do conhecimento da situação de insolvência.
O próprio devedor sabe se pode converter ou não há insolvência.
Quando existe um fornecedor que é dos poucos no mundo não significa que estou insolvente,
mas se existir 3 e dos três, dois já foram queimados e o terceiro se recusar a fornecer,
obrigatoriamente está insolvente.
O legislador decidiu estabelecer um critério mais objetivo: se uma empresa conhecer a sua
situação e decorridos três meses (dividas tributárias, segurança social, trabalhadores, hipoteca,
rendas, prestações relativas aos imoveis), a empresa encontra se insolvente.
O dinheiro que é canalizado para o estado é perspetivado e criminalizado. O não pagamento
constitui um crime. O legislador atribuiu a quota de 3 meses, para que as empresas tenham
noção de que estão insolventes e não conseguem gerar rendimento para pagar ao estado.
O devedor conhecesse a empresa e a situação concreta de si próprio.
Muitas vezes as empresas encontram se em dificuldade, e negociam com os
trabalhadores com créditos laborais. Contudo se já está em incumprimento, muitas vezes
nem as medidas de fracionamento conseguem salvar.
Rendas: bens imoveis: ocorre o despejo, a empresa não tem capacidade para pagar as
rendas; bens moveis: se os equipamentos estiverem em leasing e falha o pagamento
durante o período de 3 meses, fica sem o equipamento e encontra se insolvente. Se for
uma pessoa singular e não pagar o empréstimo hipotecário, o banco vai executar a
hipoteca.
Quando um gerente convocar uma assembleia para os sócios deliberarem uma solução para a
empresa ou deliberar a empresa há insolvência, e os mesmos não querem e o gerente entende
que não existe mais nada. Quid Iuris?
Ainda existe tempo para vir alguém, um investidor é que consegui fazer uma injeção de capital?
Se sim, o gerente renuncia a gerência. Se o gerente vir que não há hipótese, apresenta a
empresa à insolvência.
O artigo 35ºCSC, quando fala da empresa que perde metade do capital, obriga que o gerente
convoque a insolvência. Conjuga se esse artigo com o 19ºCIRE, porque se for possível
compatibilizar e ainda está dentro do prazo de 30 dias ou 3 meses, nesse caso convocasse a
assembleia por ter tempo, porque a não apresentação faz incorrer o gerente como culpado da
insolvência – qualificação culposa da insolvência. Uma das consequências obrigatórias é
responder pessoal e inevitavelmente por todas as dividas da empresa, porque entende se que
agravou a insolvência e fica responsável por todas as dividas. O legislador quis assim para que
as coisas não ocorrem em má-fé.
Se não houver tempo, o gerente tem de apresentar a empresa a insolvência para que não fique
penalizado pela qualificação culposa de insolvência.
OUTROS LEGITIMADOS
Pode ser o próprio devedor ou outras pessoas a quem a lei confere legitimidade – qualquer
credor.
Se a situação de insolvência for recorrente e a pessoa está em situação de impossibilidade de
incumprimento, vai haver necessariamente um credor da obrigação, não necessita de ser um
credor de dinheiro.
Mesmo que o crédito seja condicional, o credor das obrigações pode requer a insolvência, pelo
Ministério Público (representa a fazenda pública), um incapaz que seja credor do património
autónomo (herança).
Além dos administradores temos os outros legitimados: credores e Ministério Publico, e outras
pessoas legalmente responsáveis pela divida.
O próprio gerente pode requerer a insolvência mesmo que não seja gerente da empresa.
A liquidação apressada não significa que a empresa queira desaparecer com as coisas,
mas sim com a dificuldade económica o individuo vende as coisas para arranjar dinheiro.
Exemplo 3: Muitas empresas, têm uma linha de produção para fazer uns “desenrasque”. O
cliente de 5.000€ pode no futuro ser de 50.000€. Quando necessita de dinheiro, doseia a linha
de produção que pode ser imprescindível. Pode vender todas as máquinas não necessárias para
injetar dinheiro na empresa.
A propósito do artigo 1º, deve se sempre tentar recuperar a empresa, e apresentar um plano de
pagamentos ou um plano de insolvência de recuperação para pessoa coletiva. Se for aprovado
pelos credores vai ao juiz e se as normas imperativas não forem violadas e cumpridas o processo
é amolgado e arquivado. Isso não aconteceria se tivesse a fiscalização do administrador de
insolvência. Pode ocorrer o incumprimento do plano, e o juiz responde sempre que o poder
jurisdicional cessou com o arquivamento. Então intenta se um novo processo.
O artigo 20º, todos estes factos são alegados por outro legitimados que não o devedor. O outro
legitimado não está dentro da empresa.
Tem o propósito de pedirem a insolvência da empresa sem cair em pedido infundado. Se por
exemplo requerer a insolvência de uma empresa por maldade, incorre em responsabilidade civil.
Estes factos, dizem que se acontecer pelo menos está salvaguardado. Se a empresa tiver um
passivo superior ao ativo, para quem não está dentro da empresa é um sinal de que a empresa
está insolvente, é indiciário.
O artigo 22º fala do pedido de insolvência infundado, os stak holders não estão a margem do
conhecimento completo da empresa para avaliarem a mesma.
Se for os outros legitimados tem que alegar os fundamentos do artigo 20º; se for o próprio tem
de remeter para o artigo 3º e apresentar se insolvente. Tem de alegar factos.
Existe uma exposição escrita, onde fundamenta quando a empresa foi constituída, quem são os
sócios, os gerentes, remeter para a certidão de registo comercial, a atividade que pratica, as
atividades que desenvolveu durante a sua atividade; tem de explicar as razoes da sua
insolvência, ou iminente ou existente. Explicar a situação financeira em causa, não consegue
pagar as despesas correntes, e a impossibilidade de ultrapassar a questão, dizer
designadamente que já não tem financiamento bancário, porque a obrigação financeira (CRC
Banco Portugal) vai determinar o risco e a capacidade de contrair novos créditos. O
financiamento comercial, ou seja, quando os clientes dão crédito para pagar (60 dias por
exemplo).
Faz se o pedido. Se tiver capacidade de cobrar, pessoalmente apresenta o plano de insolvência.
Se não conseguir pede se um tempo para negociar com os credores e até por indicação do
administrador de insolvência, isto é, o administrador vê que o plano não era viável e apresenta
uma alternativa.
Pede se ao juiz para declarar a insolvência, que é obrigatório mesmo que seja para recuperação,
sugere se o cargo para administrador de insolvência, indica se a prova testemunhal, pericial ou
documental;
Art.24º
Cada vez mais se atribuiu uma relevância relativamente há contabilidade da empresa, porque
são esses que vão expressar o que aconteceu realmente à sociedade. Portanto os elementos
contabilísticos, vão ser necessários para juntar ao processo de insolvência.
A contabilidade organizada é fundamental para a organização da empresa.
Quando se apresenta um plano de recuperação, a contabilidade é essencial para os credores
verem as contas e a organização financeira da empresa. Quando se apresenta um plano e já
decorreram 8 meses desde as últimas contas, a contabilidade realiza um plano para ambos
coincidirem – fecho provisório.
O mapa de pessoal é importante por diversas razoes:
Plano recuperação: para ver quantos funcionários são e para ver a massa que se vai
gastar e se vale a pena ou não recuperar a empresa.
Liquidação: o trabalhador dispõe de privilégio imobiliário especial e um privilégio
mobiliário geral. Absorvem uma boa quantidade do dinheiro resultante do produto da
venda da empresa.
Qualquer trabalhador recebe logo do fundo de garantia salarial para impedir de os trabalhadores
entrarem numa situação complexa.
Art.25º
O representante legal também pode declarar a insolvência do devedor principal, se isto acontecer
este pode responder solidariamente pelas dividas do principal uma vez que administra os seus
bens e é uma situação muito difícil de acontecer pois pode o representante não saber da situação
verdadeira da empresa.
O artigo 25º determina que o requerente deve justificar o requerimento:
Origem;
Montante; Do crédito
Natureza
Um credor externo não consegue aceder à responsabilidade de crédito através do banco de
Portugal.
Nº2: em princípio deve se oferecer todos os bens ficando obrigado apresentar testemunhas. No
dia das diligencias, se houver necessidade de incluir testemunhas, estas são apresentadas. As
testemunhas a notificar são por correio postal.
O artigo 26º não faz muito sentido, porque ninguém se apresenta sozinho há insolvência, mas
sim através do advogado que remete eletronicamente e não junta duplicados. Quem deve
duplicar é a secretária.
APRECIAÇÃO LIMINAR
Art.27º
Quase sempre as peças processuais não são remetidas ao juiz. Ocorre contestação,
reconvenção no prazo de 30 dias, e só depois é que vai para o juiz. Tem uma apreciação liminar,
até ao 3ºdia a contar da distribuição.
Indefere o pedido quando for manifestamente improcedente.
O juiz indefere a petição inicial se não forem juntos os documentos. O juiz deveria considerar por
falta de colaboração com o tribunal e poderia julgar a insolvência de forma culposa. Como tem
um relevo social, há que proteger a realidade e o juiz ordena.
Art.30º
Sempre que se alegue algo ao processo e carece de ser demonstrado por prova, tem de se dizer
logo a prova.
Na citação do devedor pessoa singular é citado de forma a requerer a exoneração do passivo
restante.
Junta oposição com os cinco maiores credores com a exclusão do requerente para que, indique
o valor do mesmo, isto pode ter interesse de modo que a oposição só se baseia na inexistência
da situação de insolvência – impugna o fundamento do pedido.
Exemplo 1: se o valor venal for maior do que o fisco tem de se pedir uma perícia, arrolamento
de testemunhas;
Sobrevalorização: tem um parque industrial, fez uma amortização, pode retirar o critério em vez
de ser 10% passa a 5% a amortização, cativação de reservas maiores do que aquelas que devia
ter feito.
Exemplo 2: credor de alguém, intenta uma ação, contesta e podendo haver o risco de
desaparecer com os bens, pede se ao juiz a apreensão dos bens e se o juiz ficar convencido de
desaparecer os bens o juiz apreende. No processo de insolvência é mais complicado porque há
vontade de fazer desaparecer os bens, e nesse caso conserva se uma situação que não
prejudique o ativo da empresa. Fundamenta se em “perigo na demora” de um determinado
processo pode colocar em perigo o direito subjetivo que se quer valer.
Pode se pedir ao juiz o bloqueamento das contas bancarias, o arresto de uma licença, suspensão
da atividade. Por exemplo, uma corretora de seguro, se suspender a atividade corre se menos
riscos relativamente ao investimento. O juiz fixa um conjunto de atos que o devedor não pode
praticar sem o consentimento do administrador judicial provisório. É o mesmo que um
administrador porque a medida é cautelar e pode ser intentada antes da citação do devedor.
Os administradores de insolvência são nomeados pelo juiz, na maioria numa portaria e ordena a
seleção por via eletrónica. Há ainda juízes que selecionam pela proximidade.
É difícil demonstrar um procedimento cautelar, porque alegadamente o devedor deve e tem de
se demonstrar o bom fundo de direito. Tem faturas por exemplo que correspondem a notas de
encomenda, carta para pagar e o devedor não pagou.
O administrador judicial provisório pode ter acesso a tudo.
O dever de colaboração pode traduzir em atos:
Materiais;
E se um dia faltar?
Se for o requerente, significa que desistiu da ação, porque se ele afirma uma coisa na base das
presunções do artigo 20º, o devedor fundamenta na oposição e depois não vem defender a sua
petição inicial, já não acredita que seja verdade ou quer discutir ação numa ação declarativa.
Se for o devedor, considera se os factos provados porque desiste da ação. O legislador considera
que desiste da oposição.
Se não aparecerem os dois – devedor e credor – considera se que há confissão dos factos e
considera se insolvente. Entende se que se o requerente afirma e não há oposição e o requerido
não aparece para se defender, mantem se a regra geral, e ou seja, há confissão dos factos e
mantem se a insolvência.
Se aparecerem os dois, o juiz dá seguimento ao processo. O legislador definiu o tema da
prova, que é tirado de um conjunto de factos para não haver repetições.
O juiz pode ditar logo pra ata, ou não, e aproveita se esse prazo para negociar com os credores.
Art.37º- notificação da sentença e citação. Alguns são citados para poderem reclamar créditos,
o ministério publico é dada notificação e o resto é citado via CITIUS, ou seja, notificação pública.
Alguns credores são citados por edital. Há editais que são aplicados na porta do devedor.
O processo de insolvência é um processo muito complexo, porque tem questões muito técnicas,
designadamente advogados e administradores de insolvência, que terão um conjunto de atos
muito complexos, nomeadamente, dispor de assembleia, apreensão de bens, liquidação,
publicidade, leilão eletrónico etc.
O legislador pensou no caso de não haver bens suficientes para pagar todas as despesas, não
se faz nada. Quando há uma insuficiência da massa (composta por todos os bens ou bens que
o devedor venha adquirir depois da sua declaração de insolvência, passa a pertencer a esta
massa, conjunto de bens e direitos com valor patrimonial) e não dá para pagar ao administrador
de insolvência, o legislador optou pela cifra de 5.000€. O juiz pode logo declarar a insolvência
com carater limitado caso seja um valor inferior a 5.000€. A parte de apreensão de bens não
acontece; não vale a pena os credores reclamarem créditos, e a atividade do administrador reduz
se e apenas se pronuncia no incidente de qualificação.
O agente de execução pode resolver contratos anteriores a insolvência para que o bem possa
voltar novamente para a esfera jurídica da empresa.
Imagine que a empresa tem uma licença raríssima. A tem interesse com que a insolvência
prosseguia, para depois apresentar um plano de recuperação e ficar com ela. Desde que A pague
5.000€, a insolvência deixa de ter um carater limitado e passa a ter um carater pleno.
O processo de insolvência é uma unidade orgânica separada dos seus próprios apensos. O
apenso do incidente de qualificação não tem interesse para o processo de insolvência; se não
for revertida por recurso ou embargo, transita em julgado e passa para o processo executivo –
apreensão dos bens/penhora – liquidação dos bens/venda – o dinheiro da venda é depositado
numa conta especifica – o processo findo: pode ser encerrado e continuar com outros apensos.
O relatório do artigo 155º só faz sentido quando a empresa prossegue.
Pode requerer novamente a insolvência da empresa, mas tem de se pagar. Se continuar a
faturar, e os credores repararem que está a faturar poderiam requerer a insolvência, mas
tinham de pagar 5.000€ - seria outro novo processo.
IMPUGNAÇÃO DA SENTENÇA
RECURSO – ART.42º
São reduzidos apenas ao prazo de 15 dias, mas se for demonstrar a impugnação de um facto
acresce o prazo de mais 10 dias (art.14º).
Se for devedor, mas não tiver revelia absoluta, não pode deduzir por embargos, mas sim de
recurso.
No nº2 tem de se ler “expressa e voluntariamente”. A impenhoralidade pode ser absoluta ou não.
Exemplo: Garantido
Um bem que seja vendido a 100.000€. A hipoteca é de 120.000€.
O crédito é garantido até 100.000€.
Sai 20% para pagamento de custas do processo e em primeiro lugar recebe 80.000€. Mantém
ainda um crédito de 40.000€ que deixa de ser garantido e passa a ser comum, que são todos os
demais.
Se existisse uma hipoteca legal de alimentos no valor de 20.000€ iria ter um crédito de 60.000€
e não de 40.000€.
Exemplo: Subordinados
Empresário em nome individual e o filho é funcionário. A lei entende que o filho é titular e
alegadamente subordinado, mas como funcionário tem um privilégio creditório, desaparece dos
subordinados e passa para os privilegiados.
O legislador entende que quase todos os contratos de trabalho de uma sociedade comercial, são
cessados pelo A.I. e ainda da uma declaração para receber do fundo de garantia salarial. Ora, o
A.I. pode ter interesse de continuar com todos os funcionários ou só alguns, caso a empresa
continue a laborar, ou todos continuam a trabalhar e o plano seja reprovado.
Imagine que o A.I. cessa todos os contratos, mas mantem em benefício da massa insolvente
dois vigilantes. Esta divida é da massa insolvente, interesse daquela porção de bens
(personalidade judiciária).
(não é necessário saber ao pormenor)
Exemplo:
Existem 100 trabalhadores. Decidiu pedir o empréstimo para comprar um imóvel a troco de o
bem ser hipotecado. Incorre em insolvência. De acordo com a lei os trabalhadores vão receber
primeiro do que o banco, por causa do privilégio dos trabalhadores.
Superioriza se o crédito ao fisco e ao IMI. Imagine que não pagou o IMI no valor de 40.000€. Os
trabalhadores recebem primeiro do que o Estado e do que o Fisco.
Exemplo:
Bem vendido por 120.000€, mas já se venderam 30.000€ de juros. Se pagarem 120.000€
(110.000€ + 10.000€ - são garantidos) temos 30.000€ de juros que não foram pagos. Os 30.000€
são passados a juros subordinados e só são pagos se existirem e sobrarem bens.
Nas classes existe o princípio de igualdade dos credores, ou seja, de modo geral o credor te
direito a sua parte de modo subordinado. Depois de não haver mais bens, passa a ser um credor
comum e passa a ser pago de igual forma como os demais credores.
Todos os créditos de juros são subordinados? Falso, porque todos os juros de garantia real são
uma exceção e mantêm se na qualidade de negócio principal enquanto ao valor do bem que
cobrir os juros.
Os investimentos de risco, o credor corre o risco de o investimento não resultar, e por vezes
investem em empresas que já estão quase em risco de declaração de insolvência e para não
rotular de “credor predador” eles subordinam os seus créditos, para de alguma forma virem
receber se a empresa tiver com que pagar. Muitas das vezes há empresas que têm licenças que
possivelmente outras não poderão ter, e por isso investem porque os benefícios que iram ter
serão superiores ao retorno.
A sua execução bem formada, prejudica a massa insolvente, porque se o A.I. não este na
formação do contrato nunca poderia existir uma anulabilidade do contrato, mas sim uma
resolução. Se ele resolve, o terceiro de má-fé prestou até determinado valor, pagou o preço e
depois de o negócio resolvido este valor passa a subordinado como prevenção geral.
Há credores que não têm como saber o estado real da empresa. Os sócios sabem o estado real
da empresa, e investir na mesma com suprimentos, e sabendo o potencial ou não, naturalmente
está numa situação mais privilegiada para saber o risco ao não que os fornecedores, por isso os
créditos passam a ser subordinados.
Se for pessoa singular, como por exemplo, familiares próximos, e pessoas divorciadas só pode
ocorrer dois anos antes da declaração de insolvência; o há vontade de quem empresta terá de
se inteirar na situação por isso passa também a crédito subordinado.
As pessoas coletivas, temos os sócios, os membros que tenham adquirido esse estatuto nos
dois anos anteriores à declaração de insolvência.