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Actividade 1- Ficha de

Ângela Esteves Isabel Teixeira


Ana Rodrigues Magda Marques

Avaliação Andrea Oliveira


Cláudia Martins
Paulo Evangelista
Silvina Gonçalves

UFCD 10361_Processo de Trabalho


1- Defina direito do trabalho ou laboral

Esta é uma questão bastante abrangente, devido a ser objeto de alterações e consequentes melhorias,
no sentido de proporcionar mais transparência entre as duas partes, efetivamente. O Direito do
Trabalho, tem fontes de direito específicas, previstas no Artigo 1.º do Código de Trabalho, aprovado
pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, alterada por legislação posterior, sendo que a última foi
alterada pela Lei n.º 93/2019, de 4 de setembro. Direito do Trabalho, é, portanto, pertença do ramo
jurídico que estuda as relações de trabalho. É composto por conjuntos de normas, princípios e outras
fontes jurídicas, que têm como propósito, a regulamentação da condição jurídica dos trabalhadores.

Não se pode declarar que é apenas o conjunto de leis, mas sim, de normas jurídicas, onde se incluem
os contratos coletivos. O Direito do Trabalho surge durante a Revolução Industrial, e inicialmente tinha
o propósito de proteger as crianças, mulheres e restantes trabalhadores, de excessos cometidos pelos
empregadores. Como á data não existiam leis que tutelassem os deveres e obrigações entre as duas
partes, os empregadores “aplicavam o que mais jeito lhes dava”.

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1- Defina direito do trabalho ou laboral

Neste contexto criam-se as primeiras legislações do trabalho, que eram denominadas de legislação
industrial. Passa a existir o propósito de proteger o menor e a mulher, e limitar a duração da jornada
de trabalho. A primeira legislação, (Lei de Peel), salvaguardava as crianças, limitando o horário de
trabalho em 12 horas. Esta Lei revelou-se ineficaz, e cria-se uma segunda lei com o mesmo
propósito, proibindo o trabalho a menores de nove anos, restringindo simultaneamente o horário
de trabalho dos adolescentes de 16 anos ou menos, a 12 horas diárias. Em 1833, surgem leis que
proíbem o trabalho de menores de nove anos e limitou a jornada de menores de treze anos a nove
horas. Os adolescentes de menos de dezoito anos passam a poder trabalhar doze horas, e o
trabalho noturno passa a ser proibido.
França foi o primeiro país a tutelar o trabalho dos adultos e em 1813, proibiu o trabalho dos
menores em minas. Em 1814, o trabalho aos domingos e feriados foi proibido também, e em 1841 o
emprego dos menores de oito anos é fixado em oito horas diárias, bem como para os menores de
doze anos. Relativamente aos menores de dezasseis anos, a jornada é fixa em doze horas. Só no
decorrente ano de 1848, foi estabelecido o prazo máximo geral de doze horas. A partir desta data,
foram sendo criadas legislações, quase todas sobre jornada diária, intervalos, mulheres e menores.

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1- Defina direito do trabalho ou laboral

Não obstante, as legislações eram vagas, e não permitiam a formação de um ramo jurídico
especializado. Por este motivo não era possível a existência de um conjunto sistemático de normas que
tutelasse o trabalho, mas reconheciam-se as más condições e o objetivo que era, impedir a violência e
os excessos sobre mulheres e menores de idade.
Devido a uma reestruturação social provocada pelo desenvolvimento da indústria, comunicações e
novas profissões, a legislação passa a estar incluída noutras áreas, ficando o direito do trabalho
institucionalizado.
O Artigo 427º do Tratado de Versailles não admite que o trabalho seja tratado como mercadoria. Por
este motivo, determina que a jornada diária se estipule em 8 horas, o salário seja igual e tabelado, o
repouso seja semanal e o trabalho feminino e do menor de idade tenham algumas dispensas. Para
além destas determinações passa a poder recorrer-se ao direito sindical.
O maior princípio do Direito do Trabalho é o de proteger o trabalhador, devido à inferioridade em se
encontra no contrato de trabalho perante a posição económica de dependência e a subordinação às
ordens de serviço. O Direito do Trabalho permite o equilíbrio entre os sujeitos do contrato de trabalho.

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1- Defina direito do trabalho ou laboral

O Estado cria normas jurídicas, através do poder legislativo e executivo. Este expede atos que
influenciam o direito trabalhista. O Código do Trabalho é um documento jurídico, devidamente
publicado no Diário da República Portuguesa. Nele estão definidas todas as relações e leis
trabalhistas entre o empregador e o empregado.
As principais áreas abordadas neste documento são contratos, remunerações, gestão de férias,
acidentes de trabalho, vistos, licenças, despedimentos, entre outros. É um documento que está em
constante revisão por parte do Governo português. 
Devido a existirem alterações comuns e constantes, podem surgir dúvidas por parte das entidades
empregadoras. Para permitir uma melhor gestão dos colaboradores de qualquer empresa, é
imperativo entender cada lei presente no Código do Trabalho.

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3- Indique duas entidades responsáveis pelo apoio aos
trabalhadores em situações de crise, litígio ou conflito laborais
São diversas as motivações que podem levar um trabalhador a encetar uma “batalha” contra o
empregador :
• salário ;
• protecção na parentalidade;
• a assistência no desemprego;
• a justa reparação enquanto vítima de acidente de trabalho, entre outros conforme mencionado
no art.59.º da CRP.
É nesse contexto que algumas entidades prestam, ou apoio ou intervêm diretamente na resolução
da ação e na difícil tarefa de proteger e fazer valer os direitos do trabalhador, quando este se
encontra numa situação de litígio com a entidade patronal.
Exemplo disso mesmo é a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), um serviço do Estado
que tem por missão a promoção da melhoria das condições de trabalho, através do controlo do
cumprimento das normas em matéria laboral, no âmbito das relações laborais privadas, bem como
a promoção de políticas de prevenção de riscos profissionais. 
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3- Indique duas entidades responsáveis pelo apoio aos
trabalhadores em situações de crise, litígio ou conflito laborais

Compete-lhe, igualmente, o controlo do cumprimento da legislação relativa à segurança e saúde no


trabalho em todos os setores de atividade e nos serviços e organismos da administração pública
central, direta e indireta, e local, incluindo os institutos públicos, nas modalidades de serviços
personalizados ou de fundos públicos.
Se por um lado a ACT permite aferir o cumprimento ou não de normas, do outro temos a entidade
competente por excelência no que concerne a resolução de conflitos entre trabalhadores e
patronato: o Tribunal de Trabalho.
A opção pela via judicial permite por exemplo, salvo nas situações em que tal não seja possível, que
o trabalhador dentro do território nacional e dentro das competências do tribunal (art.37.º a 44.º
do LOSJ), escolha em que juízo se dará inicio ao processo: se no juízo do seu local de trabalho, se no
da sua residência ou no da sede da empresa.  
Sempre que a necessidade de intentar uma ação contra a entidade patronal por via do Tribunal de
Trabalho se justifique ,dever-se-á considerar o apoio jurídico junto do Sindicato ou através do MP de
forma a minimizar o impacto financeiro que uma ação deste tipo terá junto do trabalhador.

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5- Defina contrato de trabalho. Distinga de outras figuras
contratuais

Conforme consta no artigo 11.º do Código do Trabalho, um “contrato de trabalho é aquele pelo qual
uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras
pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas.”

Este documento formaliza o vínculo entre a entidade empregadora e o trabalhador, estipulando as


condições sob as quais o mesmo vai desempenhar as suas funções. Este contrato define o local de
trabalho, o horário laboral, o direito a férias, a remuneração, bem como respetivos bónus e
subsídios, entre outros direitos do trabalhador e condições para a execução da atividade
profissional. O contrato de trabalho tem de ser assinado por ambas as partes sendo que, a partir
desse momento, o vínculo entre os intervenientes é obrigatoriamente regido nos termos neste
descritos. Os contratos de trabalho não são todos iguais, sendo que as condições estipuladas
podem variar consoante a empresa ou a natureza da atividade profissional que vai desempenhar.

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5- Defina contrato de trabalho. Distinga de outras figuras
contratuais

Há normas sobre contratos típicos que têm uma força expansiva grande, não regulam apenas o tipo
a que diretamente se destinam, mas regulam tendencialmente alguns contratos atípicos. Outro
artigo semelhante é o artigo 1156º, que estende aos contratos de prestação de serviço em geral a
regulamentação do mandato. Isto para dizer que a regulação dos contratos típicos não tem toda a
mesma importância, mas depois há estes que são tão importantes que até se aplicam a outros.
Regula não apenas pelas normas gerais sobre contratos, mas também, na medida do necessário,
pelas normas especiais dos contratos mais próximos. Isto pode ter base na regra de colmatação de
lacunas, mas também pode basear-se nestas disposições que conferem força expansiva a certos
contratos típicos. 

Existem vários tipos de contrato de trabalho previstos na legislação portuguesa, estando


abaixo enumerados os sete mais comuns:

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5- Defina contrato de trabalho. Distinga de outras figuras
contratuais

• Contrato sem termo; este contrato que define a efetividade do colaborador numa empresa,
sendo que não estipula nenhuma data para cessação do vínculo entre as partes. Um contrato sem
termo normalmente é celebrado quando é excedido o prazo de duração de um contrato a termo
ou o número de renovações permitidas por lei, sendo este o momento que marca a passagem do
colaborador a efetivo na empresa.

• Contrato de trabalho a termo certo: Conforme consta no n. 2º do artigo 140º do Código do


Trabalho, são consideradas necessidades temporárias da empresa. De acordo com o no 1 do
artigo 148º do Código do Trabalho, “a duração do contrato de trabalho a termo certo não pode
ser superior a dois anos”, não podendo ter duração inferior a seis meses, salvo algumas exceções
previstas na lei.

• Contrato a tempo parcial; consta no n.1 do artigo 150º do Código do Trabalho

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5- Defina contrato de trabalho. Distinga de outras figuras
contratuais

• Contrato de trabalho a termo incerto; consta no n. 5º do artigo 148º do Código do Trabalho,

•  Trabalho temporário; consta no artigo 172º do Código do Trabalho,

•  Contrato de muita curta duração; consta no n. 1º do artigo 142º do Código do Trabalho,

• Prestação de serviços; consta no artigo 1154º do Código Civil,

As grandes diferenças entre estes sete tipos de contrato prendem-se, sobretudo, com a duração,
período experimental e caducidade.

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6- Indique, caracterizando, as partes de um contrato de trabalho

Em primeiro lugar para caracterizar as partes de um contrato de trabalho, é de todo conveniente


explicar o que se entende por “Contrato de Trabalho”. Contrato de Trabalho é “aquele pelo qual
uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras
pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas, conforme a definição constante do
artigo 11.º do Código do Trabalho (CT).
Exceto em casos especiais, dos quais se destaca o contrato de trabalho celebrado com trabalhador
estrangeiro ou apátrida (cfr. artigo 5.º do CT) e o contrato de trabalho a termo resolutivo (cfr. artigo
141.º do CT), inexiste a obrigatoriedade de redução do contrato de trabalho a escrito.
O Código do Trabalho presume a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a
pessoa que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem algumas das
seguintes características (cfr. art.º 12.º CT):
a) A atividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele determinado;
b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao beneficiário da atividade;

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6- Indique, caracterizando, as partes de um contrato de trabalho

c) O prestador de atividade observe horas de início e de termo da prestação, determinadas pelo


beneficiário da mesma;
d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de atividade, como
contrapartida da mesma;
e) O prestador de atividade desempenhe funções de direção ou chefia na estrutura orgânica da
empresa.” (https://dre.pt)
Assim sendo, para a celebração de um Contrato de Trabalho, é necessário que se estabeleça uma relação
laboral, a qual deverá ser redigida a escrito, em duplicado, datado e assinado por ambas as partes,
apesar de a lei não obrigar a tal. Essa relação laboral, é efectuada e assumida, por ambas as partes, de
livre vontade e voluntária, ou seja o “Trabalhador” e o “Empregador”.
Nesse Contrato de Trabalho, devem ficar expressamente mencionadas as seguintes informações:
1. Tipo de Contrato de Trabalho, o qual se encontra logo identificado no título do mesmo (sem termo, a
termo incerto, curta duração, muita curta duração, part-time, pluralidade de empregadores,
teletrabalho, etc);

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6- Indique, caracterizando, as partes de um contrato de trabalho

2. Identificação completa do trabalhador (nome completo, residência, número do cartão de


cidadão, número fiscal);
3. Identificação completa da entidade empregadora (nome completo/ou abreviado, número de
identificação fiscal, morada da sede, nome da pessoa que irá assinar o CT e em que qualidade);
4. Deverá ainda estar expressamente identificado a categoria profissional, o salário, o horário e o
local de trabalho e, caso se aplique, a duração prevista para o contrato;
 5. Bem como, a cláusula de experiência, o designado período experimental, que se traduz na
fixação de um período probatório, em que o trabalhador e empregador avaliam se a relação laboral
corresponde aos seus interesses. Durante este período, aplicado a todos os contratos, salvo
exclusão por acordo escrito, as partes podem denunciar o contrato de trabalho sem aviso prévio e
sem direito a indemnização.
6. Deve ainda estar mencionado, prazo para denunciar o referido contrato, meio válido para o
efectuar e em caso de litígio, qual o tribunal competente para dirimir o mesmo.

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

Do n° 2 do art.º 630º CPC extrai-se a seguinte regra: todas as decisões judiciais relativas à
simplificação ou agilização processual, ou à adequação formal, ou às regras gerais da nulidade dos
atos processuais admitem recurso quando contendam quer com os princípios da igualdade ou do
contraditório, quer com a aquisição processual de factos, quer com a admissibilidade de meios
probatórios. 
A decisão proferida no uso legal de um poder discricionário não é recorrível com fundamento de que
tal decisão não representa a melhor forma de prosseguir o fim que a lei pretende seja atingido. Mas já
o será quando, como na situação sub judice, a avaliação do imóvel se enquadra na prova pericial,
estando na presença de um meio de prova, admissível de recurso, nos termos do art.º 630º, n° 2 CPC,
tanto assim que emerge do disposto no art.º 644º, n.°2, aIínea d) do CPC a consagração expressa de
ser admissível recurso de apelação de despacho de rejeição de um meio de prova.
Nulidades do processo «são quaisquer desvios do formalismo processual prescrito na lei e a que esta
faça corresponder, embora não de modo expresso, uma invalidade mais ou menos extensa de atos
processuais».

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

Estes desvios de carácter formal podem revelar-se seja através da prática de um acto proibido, seja
na omissão de um acto prescrito na lei, seja ainda na realização de um acto imposto ou permitido
por lei, mas sem o formalismo requerido.
O art.º 411º CPC, consagrador do princípio do inquisitório determina incumbir ao juiz realizar ou
ordenar, mesmo oficiosamente, todas as diligências necessárias ao apuramento da verdade e à justa
composição do litígio, quanto aos factos de que lhe é licito conhecer. O juiz, ao não ordenar a
diligência, viola o exercício de um autónomo poder-dever de indagação oficiosa, tem de ser arguida
a nulidade de tal omissão.
Garantindo somente o direito de propriedade, a Constituição (art.º 62º) não reconhece diretamente
outros direitos patrimoniais, previstos e regulados na lei civil e comercial (direito de usufruto, por
exemplo). Mas isso não quer dizer que os negue; simplesmente deixou a sua proteção e o seu
regime para a lei (art.º 16º, nº1) e para a sua liberdade de conformação, não se justificando as
tentativas feitas no sentido de os subsumir num conceito amplo, descaracterizado e fragmentado
do direito de propriedade.

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho
Dos princípios processuais aplicáveis ao direito processual do trabalho, serão apresentados
4 desses princípios, que são os seguintes:
O princípio da aquisição processual indicia que a atividade instrutória realizada no processo visa,
essencialmente, determinar quais os factos que estão provados, independentemente da distribuição
de ónus da prova entre as partes. A utilização de princípios pelo direito processual assegura a
dimensão sistemática da interpretação jurídica, permitindo que a solução dos casos concretos tenha
em conta a unidade do sistema processual.
O princípio da aquisição processual indicia que a atividade instrutória realizada no processo visa,
essencialmente, determinar quais os factos que estão provados, independentemente da distribuição
de ónus da prova entre as partes.
Assim, o tribunal, no julgamento da matéria de facto, deve ter em consideração todas as provas
produzidas no processo, ainda que existam divergências entre a parte que alegou o facto e a parte
que produziu a prova. No mesmo sentido, os tribunais superiores têm entendido que as questões a
provar por uma parte no âmbito dos autos podem beneficiar do depoimento de testemunhas
indicadas por outra parte.

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

Tendo em conta o direito processual em vigor, é possível ligar o princípio da aquisição processual ao
disposto no artigo 413.º do Código de Processo Civil: «O tribunal deve tomar em consideração todas
as provas produzidas, tenham ou não emanado da parte que devia produzi-las, sem prejuízo das
disposições que declarem irrelevante a alegação de um facto, quando não seja feita por certo
interessado».
O princípio da oralidade tem o condão de simplificar o procedimento laboral, com a prevalência da
palavra falada sobre a escrita, com a concentração dos atos processuais em audiência, tendo como
principal consequência, justamente oferecer maior efetividade à jurisdição.
O princípio da oralidade significa que os atos processuais do processo penal devem ser praticados
oralmente na presença dos participantes processuais (art.º 96º, nº 1, e art.º 298º, nº 1 e do art.º
348º ao art.º 350º do Código do Processo Penal - CPP), em especial no que respeita à produção de
prova em sede de audiência de discussão e julgamento (art.º 96º, nº 1 do CPP).

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

O princípio da oralidade não impede (e até aconselha) que os atos praticados oralmente fiquem
documentados ou registados (através do respetivo auto e registo áudio ou audiovisual – art.º 99º
do CPP), de modo a permitir um controlo de prova, o que se revela importante para efeitos de uma
eventual interposição de recurso.
O princípio da oralidade tem vantagens e inconvenientes. Quanto às vantagens, para além da
celeridade, aponta-se sobretudo a descoberta da verdade (a inquirição, o diálogo e a perceção da
reação dos depoentes permite ou ajuda na realização de tal tarefa), embora se possam apontar
como desvantagens a subjetividade e perenidade decorrentes da oralidade e a eventual falta de
registo (mas esta desvantagem já não pode ser apresentada enquanto tal, devido à documentação
dos atos praticados oralmente, que anteriormente referimos).
O princípio da cooperação traduz-se na imposição de deveres deontológicos aos sujeitos
processuais, com o intuito de tornar mais ético o âmbito processual, assim como já o é, há algum
tempo, o campo do direito material pela adoção de cláusulas gerais como a da boa-fé e a do abuso
de direito.

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

Não se pretende esconder a existência de um conflito de interesses entre as partes, sendo


inquestionável a presença de um litígio ou uma controvérsia entre elas. Apenas não mais se admite
que as partes se utilizem de quaisquer meios para alcançar seus interesses e/ou que a todo o custo
procurem obstaculizar que o processo alcance o seu fim de compor, de forma justa e célere, a lide.
A cooperação e a boa-fé processual são deveres que impendem sobre os magistrados, os
mandatários judiciais e as próprias partes ao nível da condução e da intervenção no processo
judicial. Nos termos deste princípio, todos devem cooperar entre si, concorrendo para se obter, com
brevidade e eficácia, a justa composição do litígio. Quanto ao juiz, este dever permite-lhe,
oficiosamente e em qualquer altura do processo, ouvir as partes, seus representantes ou
mandatários judiciais, convidando-os a fornecer os esclarecimentos sobre a matéria de facto ou de
direito que se afigurem pertinentes. Sempre que para isso forem notificadas, as pessoas em causa
são obrigadas a comparecer e a prestar os esclarecimentos que lhes forem pedidos. Os resultados
das diligências promovidas pelo juiz devem ser levados ao conhecimento da outra parte. Quanto às
partes, este dever obriga-as a abster-se de requerer a realização de diligências inúteis e de adotar
expedientes dilatórios.

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

As entidades públicas têm especiais deveres de cooperação nos processos decorrentes nos tribunais
administrativos. Têm o dever de remeter ao tribunal o processo administrativo e demais
documentos respeitantes à matéria do litígio. Têm também o dever de dar conhecimento, ao longo
do processo, de superveniências resultantes da sua atuação (tal como, a prática de novos atos ou a
celebração de contrato), para que a respetiva existência seja comunicada aos demais intervenientes
processuais.
Ademais, todas as entidades públicas ou privadas têm o dever de colaborar com Ministério Público
(MP), fornecendo-lhe os elementos e a colaboração necessária à preparação ou condução de “ações
públicas”. Em caso de recusa, o MP pode solicitar ao tribunal competente para o julgamento da
ação proposta ou a propor a aplicação das sanções previstas na lei processual civil para as situações
de recusa ilegítima de colaboração para a descoberta da verdade (art.º 7º e art.º 8º do Código de
Processo Civil e art.º 8º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos). (LEXIONÁRIO DA
DRE)

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12- Indique quatro princípios processuais aplicáveis ao direito
processual do trabalho

O princípio da adequação formal, consagrado no art.º 547º CPC, não transforma o juiz em
legislador, ou seja, o ritualismo processual não é apenas aplicável quando aquele não decida, a seu
belo prazer, adaptar o conteúdo e a forma dos atos processuais, sob a invocação de, desse modo,
assegurar um processo equitativo. Os juízes continuam obrigados a julgar segundo a lei vigente e a
respeitar os juízos de valor legais, mesmo quando se trate de resolver hipóteses não especialmente
previstas (art.º 4º, nº. 2 da Lei n.º 21/85, de 30.7), e, daí, que o poder-dever que lhes confere o
preceito em causa deva ser usado tão somente quando o modelo legal se mostre de todo
inadequado ás  especificidades da causa, e, em decorrência, colida frontalmente com o atingir de
um processo equitativo. Trata-se de uma válvula de escape, e não de um instrumento de utilização
corrente, sob pena de subverter os princípios essenciais da certeza e da segurança jurídica.

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Fontes
• https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/decreto-a
provacao-constituicao/1976-34520775-49442875
• https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/lei/2009-
34546475
• https://eportugal.gov.pt/entidades/autoridade-para
-as-condicoes-do-trabalho
• https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/lei/2013-
34581275-52961675
• https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/decret
o-lei/1966-34509075

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