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UFCD 10341 - Magistratura Judicial e Ministério Público

Magistratura Judicial

UFCD 10341 – Magistratura Judicial e Ministério Público o, que foi lecionada pela
formadora Anabela Azenha, com duração de 25 horas.

Objetivos:
 Identificar a composição, função e características da Magistratura Judicial.
 Identificar a composição e competência Conselho Superior da Magistratura e os
Serviços de Inspeção.
 Identificar a definição, competência e representação do Ministério Público.
 Interpretar o Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Estatuto do Ministério
Público.

Introdução: Nesta UFCD foi introduzido os Ministérios que existem contemplados


nos nossos órgãos de Soberania do ramo da justiça. Só existem dois e um compreende a
parte judicial e o outro a parte referente ao Ministério Público. Foram abordados só os
aspetos mais importantes de ambos os Ministérios.
O tema da Magistratura Judicial está contemplado na Lei n.º 21 de 1985, de 30 de
julho. De seguida será feito um breve sumário dos vários tópicos abordados em sala.

 Composição, funções e características (art.º 2.º a art.º 6º- B)


De acordo com a legislação, a Magistratura Judicial tem três tipos na sua
composição. São juízes dos três tipos de Tribunais Judiciais, nomeadamente dos
tribunais de primeira e segunda instância e são complementados pelos juízes do
Supremo Tribunal. As suas funções são as de administrar justiça a todos sem
favorecer ninguém, adicionalmente amenizam os conflitos entre interesses
públicos e privados. Não lhes é possível recusar a administração da lei por esta
ser ambígua, ou não haver uma que seja especifica para o caso a analisar.
As características que este estatuto segue, são a da independência,
irresponsabilidade, inamovibilidade e a proibição de se afiliar a uma atividade
política. Estes atributos servem para garantir o melhor desempenho destes
funcionários, pois estes não podem ser responsabilizados pelas decisões que
fazem (irresponsabilidade), não precisam de temer serem despedidos por terem
tomado uma decisão num caso (inamovibilidade), julgam apenas com recurso da
Lei a da Constituição e não são obrigados a acatar instruções ou ordens
(independência), e por fim têm a garantia de que têm à sua disposição todas as
ferramentas para o exercício das suas funções, como por exemplo acesso à
formação
 Conselho Superior de Magistratura (art.º 136.º)
Nos termos definidos na Lei nº 21/85, de 30 de julho refere que “o
Conselho Superior da Magistratura é o órgão superior de gestão e disciplina da
magistratura judicial.”

 Composição, funções e características (art.º 136 – A, a art.º 149.º)


O Conselho Superior de Magistratura é constituído por um Presidente do
Supremo Tribunal de Justiça, por um Vice-Presidente e por quinze vogais. Os
quinze vogais são selecionados pelo Presidente da República (dois) e eleitos pela
Assembleia da República (sete) e pelos Magistrados Judiciais (seis). Estes
últimos são eleitos por sufrágio secreto e universal. São criadas listas onde existe
sempre um que é Juiz do Supremo Tribunal de Justiça, que tomará a posição de
Vice-Presidente, dois Juízes da segunda instância e quatro da primeira instância.
Estes cargos são exercidos por um período de quatro anos. Este órgão é dotado
de autonomia administrativa e orçamental.
https://www.csm.org.pt/vogais/
As funções deste conselho são variadas, seguidamente vou expor algumas a
título de exemplo. São responsáveis de gerir (nomear; promover; transferir; etc.) os
magistrados judiciais; determinar e acompanhar os objetivos de desempenho dos
tribunais; podem definir novos valores processuais, para não subcarregar os demais
tribunais, e têm ao seu cargo as inspeções dos serviços judiciais.

 Serviços de Inspeção (art.º 160.º a art.º 162.º)


Este serviço de inspeção é responsável por controlar todos os setores do
Ministério da Justiça, com o objetivo de melhorar a prestação dos serviços de justiça
ao cidadão. A sua composição é feita por inspetores judiciais e por secretários de
inspeção que são fixados pelo Conselho Superior da Magistratura.
Como competências são responsáveis por gerir o funcionamento dos demais
tribunais. Para serem capazes de desempenhar a gestão anteriormente descrita, têm
algumas funções que podem executar, como a de participar nos procedimentos
disciplinares com avaliações, averiguações, inquéritos e propostas de suspensões.
São os responsáveis por comunicarem ao Conselho Superior da Magistratura
qualquer necessidade de melhoria nos serviços, e em conjunto transmitem todos os
elementos necessários para o seu aprimoramento e uniformização.
Magistratura do Ministério Público

Introdução: Este tema está contemplado na Lei n.º 68 de 2019, de 27 de agosto. De


seguida farei um breve sumário dos vários tópicos abordados em sala.

 Definição, competência e representação (art.º 2º, art.º 4º e art.º


8º)
O Ministério Público representa o Estado, e como tal defende os interesses que a
lei determinar, participa na execução da política criminal, pode exercer a ação penal e
defende a legalidade democrática.
As competências da Magistratura do Ministério Público são, defender a
legalidade democrática, representar vários indivíduos jurídicos (como os incertos ou
autarquias), dirigir investigações, assumir a defesa dos interesses coletivos, entre outras.
O Ministério Público é representado pelo Procurador-Geral da República nos
seguintes tribunais: Tribunal Constitucional, no Supremo Tribunal de Justiça, no
Supremo Tribunal Administrativo e no Tribunal de Contas. Os Procuradores-Gerais
Adjuntos podem representar os restantes tribunais, no entanto estão usualmente afetos
aos Tribunais da Relação e nos Tribunais Centrais Administrativos.

 Tribunais judiciais, os seus órgãos e agentes (alínea c), n.º 1 do


art.º 8º, art.º 12º e art.º 13º)
Os Tribunais de primeira instância têm como representantes os procuradores da
República e os Procuradores-Gerais Adjuntos. Os órgãos que o Ministério Público tem
ao seu dispor são a Procuradoria-Geral da República; as Procuradorias-Gerais regionais;
as procuradorias da República de comarca e as Procuradorias da República
administrativas e fiscais. A seguinte lista representa todos os magistrados do Ministério
Público:
a) O Procurador-Geral da República;
b) O Vice-Procurador-Geral da República;
c) Os procuradores-gerais-adjuntos;
d) Os procuradores da República;
e) Os magistrados do Ministério Público na qualidade de procuradores europeus
delegados, e
f) Os magistrados do Ministério Público representante de Portugal na EUROJUST
e respetivos adjunto e assistente.

 Conselho Superior do Ministério Público (art.º 21º; art.º 33 n.ºs


1e2 e art.º 34 n.ºs 1e2)
É através do Conselho Superior do Ministério Público que a Procuradoria-Geral
da República vai exercer a sua competência disciplinar e gestão dos quadros do
Ministério Público, como tal este conselho tem inúmeros encargos. De uma forma
sucinta, tem pleno poder na gestão dos recursos humanos, até o disciplinar e apreciações
de mérito; aprova os regulamentos e orçamentos previstos na Lei em estudo, e é
responsável pela gestão dos procedimentos, com aprovações ou modificações aos
procedimentos existentes, com o objetivo de melhoria e celeridade nos procedimentos.
Este conselho pode funcionar em plenário, onde todos são incluídos, ou por secções.
Existem três secções, uma permanente, outra para avaliação do mérito e por fim uma
disciplinar. A secção permanente tem atribuídas as competências delegadas pelo
plenário, ou que não se incluam nas outras secções.

 Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (art.º


43º, 44º e 45º)
Este conselho é composto pelo Procurador-Geral da República e por um
constante número de vogais, e é o meio que a Procuradoria-Geral da República exerce
as suas funções consultivas. Ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da
República estão designadas as seguintes aptidões, emitir pareceres em relação à matéria
da legalidade, pronunciar-se sobre a legalidade dos contratos celebrados com o Estado,
aprovar o regimento interno, e informar o Governo de quaisquer obscuridades ou
deficiências nos textos legais. Este conselho só pode funcionar se tiver mais de metade
dos seus membros presentes e a distribuição dos pareceres a realizar é, em norma, feito
pela ordem de antiguidade.

 Serviço de Inspeção e os Departamentos de Investigação e Ação


Penal (DIAP´S) (art.º 39º, art.º 40º, art.º 57º, art.º 70º, art.º 85º e
art.º 86º)
Os Serviços de Inspeção trabalham em conjunto com o Conselho Superior do
Ministério Público, onde é a secção que efetivamente avalia, audita e inspeciona o
funcionamento dos demais órgãos do Ministério Público. As competências deste
departamento são vastas, no entanto estão todas correlacionadas com as três funções
anteriormente referidas. No entanto existem algumas funções um pouco mais
específicas, como por exemplo, propor suspensões, identificar medidas de gestão
melhoradas e de facultar informações sobre o funcionamento do Ministério Público.
Para a criminalidade violenta, económico-financeira, altamente organizada ou de
especial complexidade, existem departamentos de investigação especiais. Onde temos
um central (DCIAP) que gere os regionais (DIAP). Os departamentos regionais têm
como dirigente um Procurador-Geral-Adjunto e podem também exercer funções os
Procuradores da República. Estes departamentos não existem em todas as comarcas,
apenas naquelas em que o volume de processos o justifique. A sua principal função é a
de dirigir inquéritos e exercer ação penal nos crimes afetos à sua circunscrição.

 Estatuto dos Magistrados Judiciais e Estatuto do Ministério


Público. (n.º 1, art.º 96.º; art.º 97º e art.º 94º)
As duas Magistraturas são paralelas, no entanto a Magistratura do Ministério
Público é independente da Judicial. Por fim os Magistrados do Ministério Público têm a
responsabilidade de executarem o seu trabalho de acordo com as instruções que
receberam, têm uma estrutura hierárquica definida que é regulada e determina a
intervenção nos casos entregues.

Imagem original

https://www.ministeriopublico.pt/organogramapgr

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