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PROFESSOR: BRUNO ROCIO
Índice Sistematizado da Lei.
Incidência Relativa e Absoluta.
Hipóteses (artigo 2º da Lei 11.101/2005).
3 EXCEÇÕES!
RICARDO NEGRÃO ainda apresenta 3 (três) casos especiais de incidência, com restrições
temporais ou de legitimidade, relacionadas ao pedido de falência com base em impontualidade
(art. 94, inciso I, Lei 11.101/05).
1) Empresário que cessou suas atividades há mais de 02 anos (Art. 96, inc. VIII).
2) Espólio (Art. 96, § 1º) - “Prevê a lei, de forma especial, a decretação da falência de espólio
de pessoa física e, portanto, do empresário individual ou de sócio ilimitadamente responsável, até
um ano após a ocorrência de sua morte (art. 96, § 1º), sendo esse prazo decadencial.
3) Sociedade anônima liquidada que teve seu ativo partilhado (Art. 96, § 1º) – O credor
não pode requerer a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo.
O empresário de fato pode ter sua falência decretada?
Resposta: ?
DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
FASES DA RESCUPERAÇÃO.
PRINCÍPIOS GERAIS DA LEI 11.101/2005 E SEU OBJETIVO
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo,
assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Manter empresas absolutamente inviáveis operando, ainda que sob a titularidade de novos
sujeitos, significa transferir o risco do negócio aos credores, o que é inadmissível.
O Juiz deve conceder a recuperação judicial do devedor cujo plano tenha sido aprovado em
assembleia.
Manter empresas absolutamente inviáveis operando, ainda que sob a titularidade de novos
sujeitos, significa transferir o risco do negócio aos credores, o que é inadmissível.
Finalmente, é importante observar que a própria LFRE possui vários “filtros de viabilidade”,
materializados nos requisitos subjetivos e objetivos previstos nos arts. 48 e 51 da LFRE e
também nas hipóteses de convolação da recuperação judicial em falência, entre as quais se
destacam:
a) a não apresentação do plano no prazo legalmente estipulado (art. 73, II),
b) a rejeição do plano (art. 73, III) e o
c) descumprimento do plano durante a sua execução (art. 73, IV).
Com efeito, entende a lei que, se o devedor não apresenta o plano, se o mesmo não é aprovado
ou não é passível de cumprimento, não existe viabilidade, devendo a empresa quebrar.
Separação do conceito de empresa e empresário.
Empresa não se confunde com o local aonde a atividade é desenvolvida. O local se chama
estabelecimento empresarial.
Não é correto falar “fulano e beltrano abriram uma empresa”, mas “eles contrataram uma
sociedade”.
As características de empresa são:
a) geração de lucro para quem a explora;
b) organizada, isto é, possuí os 04 fatores de produção: capital, mão de obra, insumos e
tecnologia.
Dica 1: O comerciante de perfumes Jequiti que leva ele mesmo até o
local de trabalho ou residência dos consumidores não é empresário
porque não contrata empregado e não organiza mão de obra. Assim,
se faltar qualquer das características acima, não será empresário.
Dica 2: Os profissionais intelectuais (advogado, médico, dentista,
arquiteto, músico, atores, etc.) não são empresários e não estão
sujeitos à falência (art. 966 do CC).
Dica 3: Cooperativas (sociedade simples – Súmula 49 do TJSP), empresas
públicas, sociedade de economia mista, instituição financeira pública ou privada,
cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar,
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
exercente de atividade rural sem registro público de empresas mercantis,
empresário individual (não explora atividade economicamente importante),
sócios de sociedade empresária (não exerce a sociedade em nome próprio),
sociedade de capitalização não estão sujeitos à falência e nem a recuperação
judicial.
Dica 4: Não é a natureza da atividade que define o
empresário, mas a forma pela qual é explorada.
Supermercado x feirante.
* A inscrição do empresário na Junta Comercial não é
requisito para sua caracterização, admitindo-se o exercício
da empresa sem tal providência (Enunciado 198 do CEJ).
Recuperação das sociedades viáveis e liquidação das não
recuperáveis.
E a nova norma estabeleceu a “teoria dos precedentes” (art. 926), estabelecendo o seguinte:
A Lei tenta despertar nos credores maior interesse quanto a situação do devedor (falência ou concordata).
Isto porque a participação dos credores é fundamental para se chegar a um resultado mais eficaz e evitar a
fraude na execução do plano.
Essa maior participação dos credores torna o processo mais democrático, facilitando a tomada de decisões
que influenciarão no destino da empresa.
A Lei no art. 113 busca evitar a deterioração dos bens do falido. Vejamos:
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além
de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
III – na falência:
j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a
considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do
art. 113 desta Lei;
Nesse sentido, vislumbramos o objetivo de preservar e maximizar os ativos do
falido:
(i) na regra que permite ao administrador judicial fazer ele mesmo a avaliação
dos bens do falido arrecadados, se tiver conhecimento técnico para tanto,
possibilitando, ainda,
(ii) a avaliação dos bens em bloco se isso for possível (art. 108);
(iii) na permissão, em razão dos custos e no interesse da massa falida, de
aquisição ou adjudicação, de imediato, pelos credores, dos bens arrecadados,
pelo valor da avaliação, atendida a regra de classificação e preferência entre
eles, desde que autorizado pelo juiz e ouvido o Comitê, se houver (art. 111);
(iv) na hipótese de venda antecipada dos bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à
considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou
dispendiosa (art. 113); e
(v) na permissão de celebrar contratos para gerar renda a partir dos bens da
massa (art. 114).
(vi) preferência legal pela venda do mais abrangente conjunto de bens possível
(art. 140), iniciando pela venda da empresa em bloco, com todos os seus
estabelecimentos (art. 140, I);
(vii) a alienação da empresa por estabelecimento (art. 140, II);
(viii) a alienação de bens em bloco (art. 140, III);
Desburocratização da recuperação quanto ao micro e
pequeno empresário.
O legislador estabeleceu regras mais simples e menos onerosas para a recuperação das MICRO e
PEQUENAS EMPRESAS.
Essa proteção decorre dos arts. 170, IX e 179, da CF/88, que prevê o tratamento diferenciado às micro
e pequenas empresas.
Nesse sentido, foi projetado o plano especial de recuperação judicial previsto nos arts. 70 ao 72, que
buscou realizar o princípio da simplificação da recuperação das empresas de menor porte.
Poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo
na petição inicial.
Esse tratamento visa incentivar a formalização pela simplificação,
redução de obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e
creditícias.
Lei 9.317/96.
microempresa: receita anual bruta de até R$ 240.000,00.
EPP: receita anual bruta acima de R$ 240mil até R$ 2.400.000,00.
Condições:
Art. 71
I - abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os
decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3 o e 4o do art. 49;
II - preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros
equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, podendo conter ainda a proposta
de abatimento do valor das dívidas;
III – preverá o pagamento da 1a (primeira) parcela no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado
da distribuição do pedido de recuperação judicial;
IV – estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador judicial e o Comitê de
Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados.
Rigor na punição dos crimes.
A Lei atual trouxe inovações que trouxeram mais rigor nas falências
fraudulentas.
Ex.: dispensou a motivação no despacho de recebimento da denúncia (antes de
2005, tem necessidade. Vide Súmula 564 do STF) e excluiu o Inquérito Judicial
(somente aplicável após a Lei 11.101/05).
NATUREZA JURÍDICA DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL (CONTRATUAL).
Conquanto contenha elementos próprios, a recuperação judicial não perde a sua feição
contratual, envolvendo com os credores compromissos de pagamentos a serem satisfeitos na
forma estabelecida no Plano de Recuperação Judicial.
Há três grupos: a teoria contratual, a teoria processual e a teoria da obrigação legal.
Teorias contratualistas. Alguns juristas, imbuídos dos princípios dos direitos das obrigações,
vislumbram na recuperação um contrato, puro e simples, formado entre o devedor e os
credores.
2 – Sociedade de economia mista: o que a caracteriza é que o capital é formado por uma parte de recursos do
poder público, que tem a maior parte das ações, e outra de particulares. Não se sujeita à Lei 11.101/2005 e não
pode em nenhuma hipótese ter a falência decretada.
3 – Instituições financeiras: há um procedimento especial feito pelo banco central. No caso de uma crise, o banco
central pode nomear o interventor ou o liquidante, para tentar segurar a sobrevivência da instituição. Se o
liquidante nomeado pelo banco central, verificar que a instituição financeira não consegue pagar nem metade dos
credores quirografários, ele mesmo pode pedir a falência.
4 – Sociedade de capitalização: intervenção e liquidação também pelo banco central.
1) OS TITULARES DE CRÉDITO DERIVADO DE OBRIGAÇÃO GRATUITA (art. 5º, inc. I) – Visa preservar os
poucos recursos.
2) CREDORES DE DESPESAS PARA TOMAR PARTE NOS FEITOS FALIMENTARES (art. 5º, inc. II) – Exceção à
regra geral da sucumbência (custas e honorários do credor para se habilitar e defender seu crédito).
* Exceção: TJSP. Contrato de garantia em favor de uma holding, que controlada a recuperanda
quase que completamente.
E) SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO.
Essa suspensão, na maioria das vezes, é definitiva. A execução só volta a tramitar se houver
reforma da sentença de falência.
* Exceções:
a) A principal exceção à regra é a execução fiscal (art. 187 do CTN: O crédito tributário
não participa de concurso de credores).
b) Execução individual com hasta designada. Pode o juiz determinar que não se
suspenda, como medida de economia processual. O produto da hasta é entregue à massa.
O credor deve se habilitar. Se negativa a hasta, suspende-se a execução.
c) Execução individual com hasta já realizada. Nesse caso, se considera satisfeita a
obrigação e o credor levanta o valor do seu crédito. Se há saldo, deve se habilitar. Se
houver saldo, será entregue à massa.
Na recuperação judicial há a suspensão das execuções individuais por 180 (cento e oitenta) dias,
contados do despacho de processamento da recuperação judicial. O fundamento é que se não
houvesse a suspensão, poderia haver a frustração dos objetivos da recuperação judicial.
O credor é considerado retardatário quando perde o prazo de 15 dias da publicação do edital. Todas as
habilitações após este período são tidas como retardatárias.
Se ainda não existe no processo o quadro geral de credores, a habilitação retardatária é tida como
impugnação de credores, mas se já existir o quadro geral de credores a habilitação retardatária deve ser
habilitada com uma ação de retificação do quadro geral de credores.
A habilitação retardatária tem consequências. “A principal consequência, com exceção dos credores
trabalhistas, os credores retardatários perdem definitivamente o direito de voto na Assembleia Geral dos
Credores (AGC) da recuperação judicial. Na falência, o credor retardatário só perde o direito de voto na AGC
enquanto o seu crédito não integrar o Quadro Geral de Credores (QGC)”.
E) POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES ATÉ O ENCERRAMENTO DO PROCESSO (art. 19, LFR)
Além da hipótese do art. 19, o QGC também pode ser alterado no caso de habilitação retardatária e também no
caso de julgamento de agravo de instrumento interpostos.
O art. 19 prevê que o administrador judicial, o comitê de credores, e o representante do Ministério Público
poderão a qualquer tempo pedir a retificação do QGC até o final do processo, em razão de fraude, simulação,
descoberta de novos documentos, erro, falsificação, qualquer problema que fez com que o QCG não seja
apresentado com realidade.
O quadro geral de credores não é absoluto, podendo ser alterado a qualquer momento do processo.
Não cabe mais apelação, mas agravo de instrumento pelo prazo de 10 dias.
M) DA INXIGÊNCIA DE PLURALIDADE DE CREDORES.
Não se exige que haja mais de um credor para o pedido de falência (Súmula 44 do TJSP).
N) LITISCONSÓRCIO ATIVO NA RECUPERAÇÃO.
ADMINISTRADOR
1–
JUDICIAL:
É o responsável pela condução
do processo de falência ou de
recuperação judicial, que não
poderá́ ser substituído sem
autorização do juiz.
1.2 – NOMEAÇÃO (art. 21)
Quem escolhe e nomeia o administrador judicial é o juiz, existindo um processo de
habilitação, em que são apresentadas certidões civis e criminais, currículo, dentre
outras coisas. É nomeado no despacho a que se refere o processamento da
decisão judicial. Mesmo que haja habilitação, o administrador judicial não é
obrigado a aceitar. Indicação para a função: deve ser profissional idôneo, etc.
Os credores ou o Ministério Público não podem interferir na escolha do
administrador judicial.
1.3 – IMPEDIMENTOS PARA EXERCER A FUNÇÃO (art. 30)
1.4 – FUNÇÕES (art. 22)
O art. 22 está dividido em 3 partes. Na primeira parte fala das funções na recuperação judicial e na falência:
No prazo de 40 dias deve-se apresentar as causas da falência, a possibilidade ou não de crime falimentar.
Tanto no processo de falência quanto recuperação:
O administrador judicial administra patrimônio alheio. Portanto, deve prestar contas na recuperação judicial no
prazo de 30 dias do encerramento, enquanto na falência tem o prazo de 30 dias da realização do ativo e
pagamento de credores.
• Os previstos no artigo 965 da Lei n. 10.406/02 (funeral, custas judiciais, luto, doença do falecido, manutenção do falecido e sua família, impostos da
fazenda pública do ano anterior e do corrente, salário de emprega doméstico, outros).
• Os previstos no parágrafo único do art. 67 da Lei 11.101/05 (obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial - extraconcursais);
• Os assim definidos em outras Leis Civil e Comercial:
vii. Créditos subordinados ou subquirografário (a) pertencente aos sócios ou administradores, ou seja, o pro labore (retirada) ou à parte dos lucros que
lhes cabe nos resultados da em presa falida ou b) crédito por debêntures subordinadas emitidas pela sociedade anônima falida (LSA, art. 58, parágrafo 4º).
O instituto jurídico da recuperação de empresas substituiu a concordata no direito falimentar brasileiro sendo reconhecida como um gênero que se divide
nas seguintes espécies:
RECUPERAÇÃO JUDICIAL E
EXTRAJUDICIAL
(i) Recuperação Judicial, que consiste em ação judicial, de iniciativa do devedor, com a intenção
de amenizar a crise econômico/financeira pela qual o devedor vem atravessando; e
(a) homologável: acordo celebrado entre credores e devedor com a mesma finalidade descrita
no item (i) acima e homologado pelo Poder Judiciário; e
(b) não homologável: acordos privados entre o devedor e seus credores, sem a necessidade de
homologação pelo Poder Judiciário.
1 – FINALIDADE DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL (art. 47, LFR).
A manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores
para prevenção da empresa, função social e estímulo à atividade econômica.
“A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa,
sua função social e o estímulo à atividade econômica”.
2 – LEGITIMIDADE ATIVA
I) Exercer regularmente atividade econômica, isto é, cumprir todas as obrigações previstas em lei mais 2 anos e
preencher demais condições na Junta, Escrituração Regular e Demonstração periódica contábeis (artigos. 967 e
1159 do CC);
OBS: APONTA FÁBIO ULHOA COELHO QUE A COMPROVAÇÃO PODE SER EFETIVDA POR MEIO DE EXIBIÇÃO DE DIPJ-
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica, declaração de origem tributária que tem o
objetivo de informar os rendimentos da empresa à Receita Federal, TEMPESTIVAMENTE ENTREGUE COMO DITA O
PRÁGRAFO §2º ACRESCIDO PELA LEI Nº 12.873/2013
II) Não ser falido e se o foi ter obrigações declaradas extintas por sentença transitada em julgado (art. 158, LFR);
III) Não ter obtida a Recuperação Judicial a menos de 5 anos;
V) Não ter sido condenado ou não ter sócio administrativo ou controlador por crime
falimentar (facilmente manipulado; crítica: pena passa da pessoa para a sociedade).
Requisitos para requerimento da recuperação judicial (Art. 48 L11105/05)
2 - Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as
responsabilidades daí decorrentes;
4 - Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial
de que trata a Seção V deste Capítulo;
5 - Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por
qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Cônjuges sobreviventes, herdeiros,
inventariantes e sócios
OBS: COMO APONTA FÁBIO ULHOA COELHO COMENTANDO A LEI ORA EM ESTUDO pode,
ainda, postular a recuperação judicial o cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariante ou sócio remanescente.
Requisitos = forma cumulativa e não alternadamente.
Isso significa que, não observado um desses requisitos, NÃO HÁ A RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
3.1. Requisitos Objetivos:
Art. 163, §1º “in fine” Somente os créditos até a data da homologação (uma vez homologado,
obriga a todos os credores das espécies por ele abrangidas, exclusivamente em relação aos
créditos constituídos até a data do pedido de homologação).
Art. 163, §4º Venda de bens somente com a concordância do credor com garantia real (Na
alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente
serão admitidas mediante a aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia).
Art. 163, §5º Câmbio estrangeiro Mudança (os créditos em moeda estrangeira, a variação
cambial só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente
previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial).
4 – CRÉDITOS SUJEITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
4.1 – REGRA =“TODOS” OS CRÉDITOS EXISTENTES NA DATA DO PEDIDO (art. 49, caput).
Conforme art. 49, caput, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do
pedido, ainda que não vencidos.
Exceções ao art. 49 :
Conforme art. 57, LFR há uma positivação política, mas os Tribunais não tem exigido certidão
negativa dos créditos tributários até lei específica de parcelamento da dívida para quem esteja
em Recuperação Judicial.
5 – MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL (art. 50, LFR)
Elenco exemplificativo:
II – Cisão (dívida em outra), Incorporação (se unem), Fusão (2 ou mais se unem, formam uma
nova e respondem pelas dívidas anteriores), Transformação de Sociedade Limitada em Anônima,
de Empresário individual em Eirele, Constituição de subsidiária integral;
Alteração do controle societário;
· Atribuição aos credores direito de participar da eleição de administradores;
· Aumento de capital social pela contribuição do próprio sócio ou de terceiro;
· Trespasse: contrato de compra e venda do estabelecimento, de filiais (se previsto no plano
judicial, a venda é limpa, sem encargos);
· Sacrifício imposto aos empregados (redução salário e redução de jornada);
· Dação em pagamento (entrega bem para pagamento da dívida), Novação (nova dívida para
pagar);
· Sociedade com os credores para explorar atividade do devedor;
· Venda parcial dos bens (antes do plano, é preciso autorização do juiz, se aprovado no plano, não é
preciso);
· Equalização de encargos financeiros (equilibrar juros, correção monetária, afastar multa, pagar só
principal);
· Usufruto;
· Administração compartilhada;
· Emissão de valores mobiliários (lança novas ações com preço baixo, porque está em recuperação);
· Constituição social com propósito específico (nada mais é que uma dação através da sociedade).
. Conversão de dívida em capital social (ingresso dos credores como sócios na empresa).
- venda integral da devedora.
Restrições ao plano (art. 50, LFR)
§1º - Venda antecipada de bem com garantia real ou substituição da garantia: somente com a
concordância expressa do credor titular (Súmula 61 do TJSP).
§2º - Bens de moeda estrangeira para afastar a correção com base estrangeira (mudança da
variação cambial): concordância expressa do credor.
PROCESSO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
6.1 – FASES DO PROCESSO
É importantíssima a apresentação dos livros contáveis pelo devedor, porque é através deles que o perito
contador analisará a identificação de créditos, até mesmo de credores que não foram relacionados pelo
devedor.
O juiz pode determinar que o devedor apresente os livros contábeis em juízo para que sejam analisados no
procedimento de verificação de crédito.
Os documentos tem por objetivo dar ao juízo, ao Administrador e ao MP, um panorama da situação. Da
análise conjunta dos documentos e dos fundamentos da ação é que o juízo formará a sua convicção. Súmula
56 do TJSP (documentos faltantes).
6.3 – DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EFEITOS (art. 52, LRF)
Estando em termos a documentação exigida no art. 51, o juiz defere o processamento da recuperação judicial e,
no mesmo ato:
I – nomeia o administrador judicial;
II – determina a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades,
exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios;
III – ordena a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor;
IV – determina ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a
recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores;
V – ordena a intimação do MP e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados
e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento.
A decisão que deferiu a recuperação será publicada via edital, para que atinja o maior número de pessoas possíveis
que devem participar do processo de recuperação. No edital terá o resumo do pedido e íntegra da decisão, bem
como o prazo de 15 dias para habilitação ou impugnação do plano.
Deferido o processamento, também surge a possibilidade dos credores solicitarem a instauração do comitê de
credores (art. 27)
OBS: O caput do art. 6º ,§ 4º da lei estabelece o deferimento do processamento suspende o curso da prescrição e
de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário,
sendo certo que tal suspensão não excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias.
OBS: O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento,
salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores (§ 4º do art. 52 e art. 35, inc. I, alínea d).
PLANO E DEFERIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL .
Qualquer meio que o devedor escolha, ele deve vir esmiuçado de forma criteriosa, indicando como o plano reconduzirá
a empresa à estabilidade financeira.
7.3 – AVISO AOS CREDORES SOBRE A APRESENTAÇÃO DO PLANO (art. 53, parágrafo único,
LFR)
Prevê o artigo que uma vez apresentado plano, o juiz deve publicar um edital, avisando os
credores sobre a apresentação deste plano. A publicação do edital tem uma finalidade de abrir
prazo para a apresentação das impugnações (objeções ao plano).
A contagem do prazo para objeção do plano (30 dias) inicia da publicação desse edital ou da
publicação da relação de credores elaborada pelo administrador judicial, devendo ser
considerada a última das duas publicações para fins de contagem do prazo.
7.4 – OBJEÇÕES AO PLANO (art. 55 e 56, LFR)
Devem trazer fundamentos jurídicos ou aspecto econômico-financeiro, referente a dados apresentados pela devedora. As objeções
devem ser FUNDAMENTADAS!
a) Legitimidade: qualquer credor pode apresentar impugnações/ objeções ao plano. Podem apresentar objeções, desse modo, TODOS
os credores do devedor.
b) Prazo: é de 30 dias o prazo para apresentar objeções ao plano, contados da publicação do edital contendo a relação de credores do
administrador judicial (art. 7º, §2º).
A lei também prevê que o prazo pode ser de 30 dias da publicação do edital de aviso aos credores sobre o recebimento do plano, pelo
juiz.
c) Processamento: a lei prevê que a apresentação das objeções ao plano gera efeitos. Quem irá analisar as
objeções são os próprios credores. Desse modo, há a convocação da Assembleia Geral de Credores (art.
56). Se não houver objeções ao plano, significa que concordaram com o mesmo e o juiz já poderá deferi-lo.
Segundo Adalberto Simão Filho, se as objeções forem manifestamente inconsistentes não teriam o efeito
de convocar a AGC.
Outro ponto levantado por ele, é que se as objeções são facilmente solucionadas, não há necessidade de
convocar a AGC, o que demanda gastos. Hoje, o entendimento que prevalece é que a apresentação de
objeção, ainda que inconsistente, gera a necessidade de convocar a AGC (art. 56).
O prazo da AGC é de 150 dias contados do deferimento da recuperação (não há punição na prática).
d) Efeito: convocação da Assembleia Geral de Credores, pelo prazo de 150 dias, mesmo que haja uma única
impugnação.
7.5 – PLANOS ALTERNATIVOS
Verificando-se que o plano apresentado é inconsistente, qualquer credor, o Comitê de
Credores e o Administrador judicial, tem legitimidade para a apresentação de planos
alternativos. Contudo, para que o plano alternativo vincule ao devedor, é preciso que o mesmo
o aprove. O próprio devedor também pode apresentar outro plano.
· Qualquer credor
· Comitê de credores
· Administrador Judicial
Hipóteses de aprovação do plano, mesmo com a
rejeição em assembléia (§ 1º do art. 58).
I – voto favorável de credores que represente mais da metade de todos os créditos.
II – aprovação de 2 classes de credores;
III – na classe que houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 dos credores.
Condição: Não haver tratamento diferenciado entre os credores da mesma classe (§ 2º).
Princípio pars condictio creditorium.
7.6 – RESTRIÇÕES LEGAIS AO PLANO
Art. 54 – a primeira restrição legal refere-se aos créditos trabalhistas e decorrentes de acidente
de trabalho, em que, de acordo com o art. 54, o pagamento destes créditos não podem superar
o prazo de 1 ano.
Art. 50, §§1º e 2º - O crédito que tem garantia real. Os créditos em moeda estrangeira, de
acordo com o art. 38, são convertidos em moeda nacional.
7.7 – AFASTAMENTO DA SUCESSÃO EMPRESARIAL (art. 60, LFR)
Não haverá qualquer ônus ao arrematante, inclusive de natureza tributária, trabalhista ou acidente
de trabalho.
b) “Cram down” (art. 58, §1º, LFR): a tradução é “enfiar guela abaixo”. Há o “cram down”, quando os credores que
aprovaram possuem mais da metade dos créditos favoráveis. Das 3 classes, 2 devem ter aprovado, de acordo com
o art. 45. Na classe que houver rejeitado o plano, deve haver o voto favorável por parte dos credores que possuem mais
de 1/3 dos créditos.
c) Aprovação tácita do plano (art. 57 e 58, LFR): a aprovação tácita do plano quer dizer que, não havendo objeções ao
plano, haverá o deferimento do mesmo pelo juiz. O art. 57 hoje não vem sendo aplicado.
8.2 – EFEITOS
a) Vinculação do devedor e de todos os credores sujeitos ao plano (art. 59, LFR): a partir do
momento em que o plano é aprovado há a vinculação do devedor e de todos os credores sujeitos ao
plano. Se houve aprovação do plano, este vincula todos os credores sujeitos a ele.
b) Decisão: Título executivo judicial (art. 59, §1º LFR): esta decisão que homologa a aprovação do
plano tem natureza de título de execução judicial.
c) Período de observação judicial por 2 anos (art. 61, LFR): a partir do momento em que é deferida a
recuperação judicial, durante 2 anos o devedor fica sob observação do cumprimento do plano.
9 – DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PREVISTA NO PLANO APÓS O ENCERRAMENTO DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL (art. 62, LFR)
A lei não prevê que o prazo de observação do cumprimento do plano (de 2 anos) seja estendido.
O art. 62 prevê 2 hipóteses possíveis, que o devedor teve uma obrigação descumprida: execução e
falência, após o ato de falência (art. 54, III, “g”).
11 – RECLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS SURGIDOS DURANTE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM CASO DE FALÊNCIA DO DEVEDOR
(art. 67, LFR)
Existe na lei esta previsão para incentivar os credores a trabalhar para o devedor que está em crise. Em caso de falência do
devedor, os créditos dos credores quirografários terá natureza de crédito extraconcursal, portanto, irão receber com
preferencia aos credores do art. 83.
12 – PLANO ESPECIAL PARA MICROEMPRESA - ME E EMPRESA DE PEQUENO PORTE – EPP (arts. 70 a 72, LFR)
12.1 – OPÇÃO PELO PLANO ESPECIAL (art. 70, LFR)
A lei, buscando beneficiar os credores, criou a possibilidade de quem se enquadrar como ME ou EPP, optar pelo
plano especial.
12.2 – ESPECIFICADOS DO PLANO ESPECIAL (art. 71, LFR)
a) Somente credores quirografários: excluídos, ainda, aqueles previstos no art. 49, §§3º e 4º.
b) Parcelamento no máximo em 36 parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e juros
de 12% ao ano (ou 1% ao mês)
c) Pagamento 1ª parcela em 180 dias da distribuição do pedido
d) Autorização judicial para devedor aumentar despesas ou controlar empregados
12.3 – NÃO HÁ SUSPENSÃO DAS AÇÕES (art. 71, parágrafo único, LFR)
As ações continuam correndo normalmente.
É um acordo realizado extrajudicialmente que não abrange todos os credores e deve respeitar
certas formalidades.
Sem chancela do judicial: grande liberdade e há homologação judicial para atender certas
formalidades.
2 – REQUISITOS LEGAIS PARA REQUERER A HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL DO PLANO (art. 161,
caput e §3º, LFR)
pagamento antecipado de dívidas (não pode prever, pois prejudicaria demais os credores,
pagamento de forma dilatada);
tratamento diferenciado para credores não abrangidos pelo plano
abrange somente créditos constituídos até a distribuição do pedido
créditos com garantia real (art. 50, §2º - alienação, supressão, substituição só com autorização
expressa do credor)
créditos em moeda estrangeira (concordância expressa do credor)
5 – HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL.
Homologação total de cada crédito, assim, a homologação é facultativa, pois já vincula demais credores.
Quando todos os credores abrangidos pelo plano aderem a ele. Justificativa: atribui formalidade ao ato,
para chamar atenção dos credores para obrigação assumida.
Permite a venda judicial de filial ou unidade produtiva do devedor
Decisão constitui título executivo judicial.
5.2 – HOMOLAÇÃO OBRIGATÓRIA (art. 163, LFR)
Para vincular todos os credores. Balanço patrimonial: mínimo 30 dias antes do pedido que tem que ser o
balanço.
O devedor deve se manifestar em 5 dias, o juiz decidir em 5 dias: não homologa o pedido se verificar que no objeto restrito das
impugnações não há risco de falência, não obrigando os credores que não concordarem. Cabe apelação só com efeito
devolutivo se os credores não concordarem com a sentença.
7.6 – POSSIBILIDADE DE REPRESENTAÇÃO DO PEDIDO
Cabe apelação.
I–
Impontualidade II – Execução III – Prática de
jurídica (créditos frustrada atos
superiores a 40 (qualquer valor). falimentares.
salários).
2. Legitimidade processual
2.1. Legitimidade ativa:
DOS RITOS.
Quando o pedido for realizado pelo próprio devedor: O rito
a ser seguido é o previsto nos artigos 105 a 107 da Lei de
Recuperação e Falência.
Inabilitação do empresário
Falência do sócio de sociedade para o exercício de atividades
Perda do direito de
com responsabilidade Arrecadação de todos os bens empresariais desde a
administrar ou vender bens.
ilimitada, inclusive a sócio pelo administrador. decretação da falência até a
(continua)
retirante. sentença de extinção das
obrigações.
O afastamento do devedor de suas
atividades – Objetivo do legislador.
preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e
dos recursos produtivos, inclusive os intangíveis;
Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou
deles dispor.
O falido poderá, contudo, fiscalizar a administração da falência, requerer as providencias necessárias para
a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida
seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
OUTROS EFEITOS.
Obrigação de não se
SUSPENDE o exercício do
ausentar do lugar onde se
direito de retirada ou de REVOGAÇÃO das CONSEQUÊNCIA: CRIME DE
processa a falência sem
recebimento do valor de procurações. DESOBENDIÊNCIA.
motivo justo e comunicação
suas quotas ou ações.
expressa ao juiz
OUTROS EFEITOS.
Liquidação das
Extinção de
Encerramento das quotas sociais de Afastamento de
condomínio
contas correntes. empresas que o JUROS.
indivisíveis.
devedor for sócio.
pedir
“A Fazenda Pública não possui legitimidade ou interesse de agir
falência? para requerer a falência do devedor empresário”
3 Legitimidade passiva
ART. 1 º => falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente
como devedor.
Quem exerce atividade empresarial:
Empresário individual: responde com os seus bens pessoais, não havendo um limite para exploração
do seu patrimônio decorrente da atividade empresarial.
Sociedade empresária: são 5 - sociedade em coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade
em comandita por ações, sociedade anônima (S/A) e sociedade limitada; sendo as mais vistas
atualmente, a sociedade anônima e a limitada, não estando excluídas as demais do Código Civil e do
novo projeto de Código Comercial.
SLU - Sociedades Limitadas Unipessoais (antiga EIRELI): empresa individual de responsabilidade limitada.
SÚMULA 248 STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a
duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para
instruir pedido de falência.
Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o
Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor, no
endereço fornecido pelo apresentante do título ou
documento, considerando-se cumprida quando
comprovada a sua entrega no mesmo endereço.
IDENTIFICAÇÃO NO PROTESTO
PARA FINS FALIMENTARES .
OBRIGATORIEDADE?
Compete ao administrador judicial a verificação dos créditos, que a realizará com base nos livros contábeis e
documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo
contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
Confeccionada a relação inicial de credores, ocorrerá a publicação de tal relação na imprensa oficial, iniciando-se um
prazo de 15 dias para que os credores verifiquem seus nomes na lista e, na falta, requeiram sua habilitação ou
apresentem, se for o caso, suas impugnações.
O administrador judicial, nos 45 dias seguintes, fará publicar novo edital contendo a nova relação de credores.
A contar dessa publicação, os credores, o devedor, seus sócios ou o representante do Ministério Público têm um prazo de
dez dias para apresentar impugnações aos créditos apresentados, quanto à classificação ou à falta de legitimidade, por
exemplo.
Da decisão judicial sobre a impugnação caberá o recurso de agravo de instrumento!
A ação revocatória, de que trata o art. 130 da lei de falências, deverá ser proposta pelo administrador
judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação
da falência.
5 - CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS
A classificação
dos créditos na a) aqueles não previstos nos demais incisos deste
falência artigo;
obedecem à
seguinte b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto
da alienação dos bens vinculados ao seu
ordem: pagamento; e
seguinte
práticas de mercado;
ordem:
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124
desta Lei.
CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS
as remunerações devidas ao
administrador judicial e aos seus
auxiliares, aos reembolsos devidos a
as obrigações resultantes de atos
membros do Comitê̂ de Credores, e aos as quantias fornecidas à massa falida
jurídicos válidos praticados durante a
créditos derivados da legislação pelos credores
recuperação judicial
trabalhista ou decorrentes de acidentes
de trabalho relativos a serviços prestados
após a decretação da falência;
CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS
as despesas com
arrecadação, administração, as custas judiciais relativas
aos tributos relativos a fatos
realização do ativo, às ações e às execuções em
geradores ocorridos após a
distribuição do seu produto que a massa falida tenha
decretação da falência
e custas do processo de sido vencida
falência
6 - ALIENAÇÃO DOS ATIVOS E PAGAMENTO DOS CREDORES
O juiz proferirá a sentença de extinção das obrigações se presente uma das seguintes hipóteses:
- o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos
créditos quirografários, facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a
referida porcentagem se para isso não tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo;
- o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, ressalvada a utilização
dos bens arrecadados anteriormente, que serão destinados à liquidação para a satisfação dos
credores habilitados ou com pedido de reserva realizado;
DEFESAS DO
FALIDO
Contestação
Poderá o devedor adentrar nas questões de mérito, na qual arguirá matéria relevante e que, se
provada, evitará a decretação da falência.
O artigo 96 da Lei 11.101/05 diz que não será decretada a falência requerida com base na impontualidade
injustificada do devedor que, não tendo pago, no vencimento, obrigação líquida fundada em título(s)
executivo(s) protestado(s), cuja soma ultrapasse o quantum de 40 (quarenta) salários mínimos na data do
pedido da falência, se o requerido provar:
I – falsidade do título;
II – prescrição;
III – Nulidade de obrigação ou de título;
IV – Pagamento da dívida;
V – Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
VI – Vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – Apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observador os requisitos
próprios, especificados no art. 51 da LRE;
VIII – Cessação das atividades empresariais por mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada
por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contraprova de exercício
posterior ao ato registrado.
O rol é exemplificativo, pois o inciso V do artigo 96 permite a arguição de outro fato não
extintivo ou suspensivo da obrigação ou não legitimante na cobrança de título.
A falsidade do título, pode ser total, integralidade do instrumento creditício, ou parcial, parcela
do título.
A falsidade caracteriza-se em material ou intelectual.
A) Material: criação de um documento particular falso, seja na sua integralidade ou na alteração
de documento particular já existente, ao passo
B) Intelectual: omissão de declaração que deva constar do documento, e na inserção de
declaração falsa, criando obrigação ou alterando a verdade sobre um fato juridicamente
relevante.
Quanto à matéria da prescrição, a Lei Falimentar trata da prescrição
extintiva, que diz respeito a perda do direito de ação.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2013, v 3. E-pub.
MAMEDE, Gladston. Manual de Direito Empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006.