Você está na página 1de 10

Direito Empresarial

Sumário
Lei de Falências .........................................................................................................................................................2
Falência X Recuperação Judicial ................................................................................................................... 2
Recuperação judicial: .........................................................................................................................................2
Falência ..............................................................................................................................................................2
Excluídos ...................................................................................................................................................... 3
Totalmente Excluídos .........................................................................................................................................3
Parcialmente Excluídos ......................................................................................................................................3
Competência ................................................................................................................................................. 4
Suspensão das ações e execuções (art. 6º) ....................................................................................................... 4
Administrador Judicial ................................................................................................................................. 5
Requisitos ...........................................................................................................................................................5
Função ................................................................................................................................................................5
Remuneração ......................................................................................................................................................5
Responsabilidades ..............................................................................................................................................6
Importância ........................................................................................................................................................6
Substituição e Destituição ..................................................................................................................................6
Obrigações excluídas da falência e da recuperação judicial ............................................................................. 6
Fundamentos do pedido de falência ............................................................................................................... 7
IMPONTUALIDADE ..........................................................................................................................................7
ATOS RUINOSOS ..............................................................................................................................................8
LEI DE FALÊNCIAS
Art. 1º - Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

Falência X Recuperação Judicial


Ambos os institutos têm como objetivo a satisfação de dívidas de uma empresa.

Contudo, a principal diferença está na continuidade ou não do empreendimento.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL:

▪ Se ganha tempo para recuperar a capacidade de gerar resultados na empresa.

▪ Não tem como objetivo declarar a falência, mas sim recuperar a saúde financeira da empresa, sem que ela “quebre de

vez”.

▪ É traçado um plano de recuperação com a finalidade de deixar bem claro para os credores quais ações o devedor irá

tomar para saldar suas dívidas.

▪ Pode ser feita de forma judicial, ou seja, todo o processo é feito com o acompanhamento de um juiz;

▪ Pode ser feita de forma extrajudicial, caso em que o juiz apenas homologa o acordo entre devedor e seus credores.

▪ Diferente da falência (apesar de haver a auto-falência), quem pede a recuperação é o próprio devedor.

FALÊNCIA

▪ Por outro lado, na falência, não existe a reestruturação do negócio e ele acaba fechando as portas.

▪ Em linhas gerais qual é a ideia aqui: proteger os CREDORES.

▪ A falência é um processo de execução coletiva, em que os bens (ativo) do falido são reunidos para que sejam vendidos

judicialmente, e assim sejam saldadas as dívidas com os credores.

▪ O procedimento pode ser dividido basicamente em três etapas: Pedido de Falência, Etapa Falencial e Reabilitação

▪ Devedor = Insolvência

▪ Insolvência pode ser fática ou jurídica:

➢ Fática: Provar que o passivo é maior que o ativo.


➢ Jurídica (presumida): tudo leva a crer que o passivo é maior que o ativo
Excluídos
A exclusão dessas entidades da aplicação da lei se justifica pela natureza específica de suas atividades e pela existência
de legislações próprias que regulam sua recuperação ou falência.

TOTALMENTE EXCLUÍDOS

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – Empresa pública e sociedade de economia mista;
Exemplo: Empresas estatais como a Petrobras, Caixa Econômica Federal,
Banco do Brasil, Eletrobras, entre outras.

Tal exclusão tem por fundamento, o próprio texto Constitucional que, no inciso II do § 1o do art. 173, que diz que:

§ 1o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre: (...)
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;

Elas possuem uma natureza jurídica específica e estão sujeitas a um regime jurídico próprio, estabelecido em leis
específicas, como a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) no caso das empresas públicas e sociedades de economia
mista no âmbito federal.

Essa exclusão se justifica pela natureza e peculiaridades dessas entidades, bem como pela necessidade de observância
de regras e princípios próprios que regem a administração pública e as atividades por elas desempenhadas.

PARCIALMENTE EXCLUÍDOS

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


[...]
II – Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Exemplos: Bancos, cooperativas de crédito, consórcios, fundos de previdência complementar,
operadoras de planos de saúde, seguradoras, empresas de capitalização, entre outras

Não podem fazer uso da lei de falências as atividades simples: Cooperativas, sociedades de advogados, médicos etc.

STJ: “as sociedades cooperativas não se sujeitam à falência, dada a sua natureza civil e atividade não empresária,
devendo prevalecer a forma de liquidação extrajudicial prevista na Lei n.º 5.764/71”

Possuem normas específicas e regulamentos próprios regendo suas atividades, disciplinadas por legislação específica.

A Lei se aplica a essas entidades apenas em suas atividades empresariais específicas, não em suas atividades típicas ou
reguladas por outras legislações.
Exclusão parcial visa considerar a natureza peculiar dessas entidades e suas regulamentações específicas, garantindo a
proteção dos credores e a viabilidade econômico-financeira das atividades empresariais em casos de crise financeira
ou dificuldades econômicas.

Competência
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou
decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha
sede fora do Brasil.

Cuidado! O principal estabelecimento não é necessariamente a sede da empresa!

O que se leva em consideração é o aspecto econômico, que o estabelecimento seja o centro vital da atividade
empresarial e não o aspecto estatutário/contratual.

Nesse sentido:

Enunciado 466 das Jornadas de Direito Civil do CJF: “para fins do direito falimentar, o local do principal
estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no
registro público”

Já de acordo com o STJ, vale o seguinte:

(...) nos termos do art. 3º da Lei n.º 11.101/2005, o foro competente para o processamento da recuperação judicial e
a decretação de falência é aquele onde se situe o principal estabelecimento da sociedade, assim considerado o
local onde haja o maior volume de negócios, ou seja, o local mais importante da atividade empresária sob o
ponto de vista econômico. Precedentes (AgInt no CC 147.714/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe 07/03/2017).

Suspensão das ações e execuções (art. 6º)


O "stay period" (ou "período de sobrestamento") tem início após o deferimento do pedido de
recuperação judicial pelo magistrado competente.

No mesmo ato, o juiz ordena a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor
(Art. 6º, inciso I), incluindo a prescrição das obrigações do devedor sujeitas à Lei.

Os processos permanecem no juízo original, exceto para ações que envolvam quantias ilíquidas (Art. 6º, § 1º),
reclamações trabalhistas (Art. 6º, § 2º), execuções fiscais (Art. 6º, § 7º) e ações referentes a créditos não sujeitos ao
regime falimentar empresarial, como contratos de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil (Art. 49, §§ 3º e 4º).

O prazo de suspensão pode ser prorrogado uma única vez, por igual período e em caráter excepcional, desde que o
devedor não tenha concorrido com a superação do lapso temporal originalmente deferido (Art. 6º, § 4º, com redação
da Lei 14.112/2020).
Administrador Judicial
Trata-se, pois, do síndico da falência, uma figura de destaque no processo falimentar e que atua como auxiliar do Juízo
em diversos aspectos e como representante legal da massa falida.

REQUISITOS

Deve ser pessoa natural ou jurídica especializada, com conhecimentos em administração, finanças e contabilidade, sem
impedimentos legais e não possuir conflito de interesse com a empresa em recuperação ou falência.

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador
de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo de que trata o
art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação
judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.

FUNÇÃO

• Atua como auxiliar do Juízo em diversos aspectos e como representante legal da massa falida.
• É nomeado pelo juiz para atuar nos processos de recuperação judicial e falência como auxiliar do juízo, com o
objetivo de fiscalizar o cumprimento das obrigações e zelar pelos interesses dos credores e da empresa em
recuperação ou falência, elaborar relatórios, participar de assembleias de credores e propor medidas para a
viabilização da recuperação ou liquidação do patrimônio do devedor.

REMUNERAÇÃO

É remunerado pelos serviços prestados e suas despesas são consideradas custos do processo de recuperação judicial
ou falência.

Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a
capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para
o desempenho de atividades semelhantes.

§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não excederá 5% (cinco por cento) do valor
devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.

§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao administrador judicial para pagamento após
atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.

§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se


renunciar sem relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das
obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.

§ 4º Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver suas contas desaprovadas.
§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de 2% (dois por cento), no caso de
microempresas e de empresas de pequeno porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A desta Lei.

RESPONSABILIDADES

• Deve agir com independência, imparcialidade, diligência e transparência, cumprindo os deveres legais e éticos.
• Pode ser responsabilizado civil e criminalmente por eventuais irregularidades em sua atuação.

IMPORTÂNCIA

O Administrador Judicial exerce papel fundamental no processo de recuperação judicial e falência, garantindo a
transparência, equidade e eficiência do processo, assegurando os interesses dos credores e buscando a viabilidade
econômico-financeira da empresa em recuperação ou a correta liquidação do patrimônio do devedor em falência.

SUBSTITUIÇÃO E DESTITUIÇÃO

O administrador judicial poderá deixar suas funções por dois modos:

POR SUBSTITUIÇÃO: não há caráter sancionatório;

POR DESTITUIÇÃO: tem caráter de sanção, motivo pelo qual não poderá mais ser escolhido para essa função pelos 5 anos
seguintes. Os casos de destituição são:

a) inobservância do prazo para prestar contas ou apresentar relatórios, persistindo a omissão após intimação
pessoal para fazê-lo em 5 dias (art. 23, parágrafo único.);
b) atuação com desídia, culpa, dolo ou descumprimento de suas obrigações legais (art. 24, § 3º);
c) desobediência aos preceitos da LFRE,
d) Descumprimento de deveres;
e) Omissão;
f) Negligência;
g) Prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros (art. 31).

Obrigações excluídas da falência e da recuperação judicial


Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:

I – as obrigações a título gratuito;

II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas
judiciais decorrentes de litígio com o devedor.

Durante a recuperação judicial ou a falência de uma empresa, o devedor não é obrigado a cumprir obrigações gratuitas
e não precisa reembolsar os credores por despesas feitas para participar do processo, exceto custas judiciais de litígio
com o devedor.
Essas medidas visam proteger o devedor e evitar sobrecarregá-lo com obrigações adicionais durante o processo de
reestruturação ou liquidação.

Fundamentos do pedido de falência


Artigo 94 da Lei de Falências Elenca as hipóteses em que o juiz pode decretar a falência de uma empresa;

• São três hipóteses:

1) Não pagamento de obrigação líquida protestada com valor superior a 40 salários-mínimos;


2) Não pagamento de execução por qualquer quantia líquida;
3) Prática de atos que demonstrem má-fé ou impossibilidade de cumprimento das obrigações.

2 mecanismos para comprovação: impontualidade e atos ruinosos

IMPONTUALIDADE

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – Sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de
falência;

II – Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal;

IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA:

O devedor não cumpre regularmente suas obrigações de pagamento (vencimento e não pagamento) e não apresenta
justificativa plausível para essa impontualidade.

• Sem relevante razão de direito;


• Não paga no vencimento;
• Obrigação líquida;
• Materializada em título executivo protestado;
• Cuja soma ultrapasse 40 salários-mínimos.

EXECUÇÃO FRUSTRADA:

O devedor não consegue cumprir com suas obrigações de pagamento


mesmo após uma execução frustrada de sua atividade empresarial,
caracterizando sua insolvência.

ATOS RUINOSOS

São comportamentos que denotam que o devedor está insolvente.

Tais comportamentos estão previstos no inciso III do art. 94 da LFRE, quais sejam:

• Liquidação antecipada dos ativos (ou por meios fraudulentos)


• Realiza negócios simulados ou alienações para fraudar credores
• Simula transferência de seu principal estabelecimento
• Ausenta-se sem deixar representante, abandona o estabelecimento
• Deixa de cumprir o plano de recuperação judicial.

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:


[...]
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;

b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;

c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com
bens suficientes para solver seu passivo;

d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou
para prejudicar credor;

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados
suficientes para saldar seu passivo;

f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;

g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.


§ 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com
base no inciso I do caput deste artigo.

§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.

§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na
forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de
protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.

§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo
juízo em que se processa a execução.

§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam,
juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.

Mediação e Conciliação
Outra novidade interessante introduzida pela Lei n.º 14.112/2020 foi a regulamentação legal das
implicações das conciliações e mediações nos procedimentos de recuperação judicial

Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no
âmbito de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos
prazos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido contrário ou determinação
judicial.

Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação
judicial, notadamente:

I - nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade em dificuldade ou em
recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos termos
dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais;

II - em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em recuperação judicial e


órgãos reguladores ou entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais;

III - na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em recuperação judicial durante período de
vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais;

IV - na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de pagamento entre a empresa em dificuldade e seus
credores, em caráter antecedente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial.

§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo, será facultado às empresas em dificuldade que
preencham os requisitos legais para requerer recuperação judicial obter tutela de urgência cautelar, nos termos do
art. 305 e seguintes da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), a fim de que sejam
suspensas as execuções contra elas propostas pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa de composição com
seus credores, em procedimento de mediação ou conciliação já instaurado perante o Centro Judiciário de Solução de
Conflitos e Cidadania (Cejusc) do tribunal competente ou da câmara especializada, observados, no que couber, os
arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015.
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de créditos, bem como sobre
critérios de votação em assembleia-geral de credores.

§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, observados os critérios desta Lei, o período de
suspensão previsto no § 1º deste artigo será deduzido do período de suspensão previsto no art. 6º desta Lei.

Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com fundamento nesta Seção deverá ser
homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art. 3º desta Lei.

Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou extrajudicial em até 360 (trezentos e sessenta) dias contados
do acordo firmado durante o período da conciliação ou de mediação pré-processual, o credor terá reconstituídos
seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e
ressalvados os atos validamente praticados no âmbito dos procedimentos previstos nesta Seção.

Art. 20-D. As sessões de conciliação e de mediação de que trata esta Seção poderão ser realizadas por meio virtual,
desde que o Cejusc do tribunal competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para a sua
realização.

Você também pode gostar