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Direito Empresarial I

Aula do dia 30-03-2021:

Introdução ao Direito Societário. A personalização das sociedades empresárias.


Efeitos, início, término e limites da personalização.

Classificação das sociedades empresárias.

Sociedade Irregular.
Tipos Societários:
Sociedades não Personificadas: Sociedade em Comum; Sociedade em Conta de
Participação.
Sociedades Personificadas: Sociedade Simples; Sociedade em Nome Coletivo;
Sociedade em Comandita Simples; Sociedade Limitada; Sociedade Anônima;
Sociedade em Comandita por Ações.
• Introdução ao Direito Societário.

• A personalização das sociedades empresárias.

A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõe. Ela tem
personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes
entre si.

A aquisição da personalidade jurídica, por parte das pessoas jurídicas, ocorre com a
inscrição do ato constitutivo (contrato social ou estatuto social) no órgão competente.

No entanto, o CC/2002 reconhece a existência da chamada sociedade irregular,


qual seja, aquela que não tenha levado a registro no órgão competente o seu ato
constitutivo.
Efeitos, início, término e limites da personalização.

Efeitos da personalização

•A titularidade de direitos e deveres, decorrentes da personalização jurídica,


confere à sociedade os seguintes efeitos:

•a) é capaz para o exercício de direitos e para contrair obrigações;

•b) pode figurar no polo ativo ou passivo de uma relação jurídica, salvo aquelas
privativas de pessoas naturais ou aquelas em que haja proibição legal;

•c) tem nome próprio;

•d) tem domicílio próprio, denominado sede social, distinto do domicílio dos
sócios;

•e) tem patrimônio próprio, distinto e inconfundível com o patrimônio particular


dos seus sócios
A responsabilidade dos sócios é subsidiária (art. 1.024), isto é, primeiro a
sociedade responde com seu patrimônio e, na falta deste, aí sim, dadas certas
condições, os sócios responderão com seu patrimônio individual.

• A personalização das sociedades empresárias gera três consequências:

a) Titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos


(compra, vende, celebra contratos, etc.), é ela, pessoa jurídica, como sujeito de
direito autônomo, personalizado, que assume um dos polos da relação negocial.

b) Titularidade processual – a Pessoa Jurídica pode demandar e ser demandada em


juízo, ou seja, tem capacidade para ser parte processual.

c) Responsabilidade patrimonial – a sociedade terá patrimônio próprio, seu,


inconfundível e incomunicável com o patrimônio individual de cada um de seus
sócios. A PJ responderá com o seu patrimônio pelas obrigações que assumir.
•Inicio e término da personalização.

•O início da personalização opera-se com o registro no órgão


competente (CC art. 45 e 985).

•A personalização da sociedade empresária termina após o


procedimento dissolutório, que pode ser judicial ou extrajudicial. Esse
procedimento compreende 3 fases: dissolução, liquidação e partilha.

•A simples inatividade da sociedade não significa seu fim.


• Limites da personalização.

•O princípio da autonomia patrimonial atualmente tem sua aplicação


limitada às obrigações da sociedade perante outros empresários.

•Se o credor da sociedade empresária é empregado, consumidor, ou o


estado, o princípio não tem sido prestigiado pela lei ou pelo juiz.

•A razão do desprestígio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica


tem dois fatores:

•1 – na utilização fraudulenta do expediente, como meio de se furtar dos


deveres legais e contratuais;

•2 – na natureza da obrigação imputada à pessoa jurídica.


Classificação das Sociedades Empresárias:
Sociedade Irregular:

A constituição da sociedade limitada, para produzir todos os seus efeitos


perante terceiros, em especial a limitação da responsabilidade dos sócios pelas
obrigações sociais, deve ser aperfeiçoada mediante o registro do contrato social na
Junta Comercial do Estado da sede da empresa.

A sociedade que funciona sem registro, ou antes dele, é irregular.

A sociedade irregular pode vir a ser regularizada.

Irregular seria então aquela sociedade que é constituída com observância


das formalidades legais, mas que deixou de cumprir a obrigação a que se
encontrava sujeita.

Exemplo: sociedade que deixa de arquivar a alteração contratual de


substituição de sócio.
Consequências da irregularidade

A irregularidade da sociedade limitada é um status inconfundível com o da


invalidação e dissolução.

Irregular, como visto, é a sociedade não registrada na Junta Comercial.

Tanto a sociedade de fato como a irregular estão sujeitas às mesmas


sanções.

Mesmo que os sócios tenham firmado contrato de constituição de


sociedade limitada, se não efetivado o arquivamento deste (pela ausência de
cláusula essencial), eles não poderão beneficiar-se:

- da limitação da responsabilidade pelas obrigações relativas à empresa (CC, art.


990);

- Devem suportar as demais sanções associadas à irregularidade.


Outras sanções decorrentes da irregularidade:

-Ilegitimidade ativa para o pedido de falência;

-Legitimidade passiva para o pedido de falência;

-Inacessibilidade ao benefício da recuperação judicial;

-Falta de matrícula no INSS, etc.

Obs. Se tiver decretada sua falência, pode ser processado por crime falimentar:

Ou seja, caso seja decretada a sua falência, será considerada fraudulenta, visto
que os livros que sejam apresentados não terão a eficácia probatória, conforme art.
178 da Lei 11.101/2005:
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença
que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de
recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
Relembrando:

As sociedades simples podem se revestir dos diferentes tipos societários previstos nos
arts. 1.039 a 1.092, porém, não o fazendo, submeter-se-ão às regras dos arts. 997 a 1.038.

Adotando-se um modelo especial de sociedade, será classificada segundo os critérios


dos tipos societários das sociedades empresárias.

Caso contrário, sendo sociedade simples sem modelo societário especial, será
classificada como sociedade personificada de natureza contratual (art. 997).

Nesse último caso:

- A responsabilidade de seus sócios será limitada, salvo estipulação em contrário (art. 997,
VIII);

- cada sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas (art.
1.007);

- o sócio tem responsabilidade subsidiária (art. 1.024), pois somente respondem pelas
dívidas sociais se os bens da sociedade não cobrirem as dívidas (art. 1.023).
Quanto às sociedades empresárias, estas deverão adotar algum dos cinco
tipos societários previstos nos arts. 1.039 a 1.092. Há vários critérios de
classificação das sociedades empresárias, a saber:
Os tipos de Sociedades Empresárias:

As atividades econômicas de maior expressão, em sua maioria, são exploradas por


sociedades anônimas ou limitadas. Além desses dois tipos societários, a lei
brasileira contempla ainda mais três tipos societários:

- comandita por ações;

- comandita simples;

- em nome coletivo.

Essas, juntamente com a sociedade em conta de participação, correspondem a


tipos societários pouco utilizados.
Importante lembrar que, embora as sociedades simples não sejam
empresárias, suas normas se aplicam subsidiariamente às sociedades em nome
coletivo, comandita simples, em conta de participação e até mesmo às limitadas
(se o contrato social não elege a LSA como regência supletiva).

Assim, as normas sobre a sociedade simples se revestem de caráter geral


para o direito das sociedades.

Atividade: Trilha sobre desconsideração da personalidade jurídica, disponível


nesta mesma UA.

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