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REVISÃO P2

PRINCÍPIOS NO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Ao analisarmos os princípios da JT, devemos ter em mente que as verbas discutidas em um


processo trabalhista tem natureza alimentar, portanto, há pressa. Ademais, uma das partes é
frágil na relação processual: o trabalhador.

1. Simplicidade: busca-se facilitar o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho.


Eliminando-se formalismos exagerados ou burocráticos.

2. Informalidade: o processo do trabalho não é tão solene ou rígido, todavia, essa


informalidade respeita os limites legais. Podemos citar como exemplo aqui, a ata da
audiência no rito sumaríssimo, em que deve constar apenas os atos relevantes e na
sentença dispensa-se o relatório, Art. 852-I. (CLT) A sentença mencionará os
elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência, dispensado o relatório.
3. Jus postulandi
4. Oralidade: (reclamação trabalhista pode ser apresentada de forma oral; defesa do
reclamado é oral em 20 min, razões finais orais, etc)
5. Subsidiariedade: havendo lacuna na CLT e compatibilidade entre princípios e regras do
Direito Processual do Trabalho com o Direito Processual Civil, aplica-se o CPC (V. art.
769 CLT). Lembrando que a lacuna pode ser normativa (ausência de norma),
ontológica (até existe a norma mas ela “envelheceu”, ou seja, está desatualizada e
incompatível com avanços sociais), ou axiológica (norma existente se aplicada
produzirá uma solução injusta).
6. Majoração dos poderes do juiz na condução do processo: o juiz será diretor do
processo, exemplo: ele pode iniciar a execução, de ofício, quando as partes não estão
representadas por advogado. CLT - art. 765 : “Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão
ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas,
podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”.
7. Protecionismo temperado/ mitigado: tendo em vista que o trabalhador é
parte hipossuficiente da relação, busca-se auferir mecanismos processuais
afim de conferir um amparo maior a este trabalhador. Fala-se em
protecionismo temperado pois a proteção ao trabalhador não é ampla como
ocorre no direito material do trabalho. Exemplos da aplicação do
protecionismo temperado: possibilidade de inversão do ônus da prova, a fim de
facilitar o acesso real e efetivo à Justiça da parte vulnerável da relação jurídica; se o
Reclamante se ausenta na Audiência o processo é arquivado, etc.
8. Normatização coletiva: se estampa na possibilidade de a justiça do trabalho
estabelecer o seu poder normativo, por meio das sentenças normativas de força
obrigatória para os sindicatos dos trabalhadores e sindicatos patronais, não
havendo acordo entre eles.
ORGANIZAÇÃO DA JT

TST

TRTs

Varas do
Trabalho
Norma Processual Trabalhista no tempo
➔ Aplica-se a nova norma processual imediatamente aos processos em
andamento. A nova lei processual não vai retroagir aos atos já concluídos.

COMPETÊNCIA DA JT

Leitura
Súmula 363 STJ, Súmula 15 STJ, Súmula 235, 501 STF, Súmula 368,I TST, Súmula
Vinculante 53, Súmula 267 STJ, Súmula 10 STJ, Súmula 165 STJ, Súmula 392 TST,
Súmula Vinculante 22 STF, Súmula 137 STJ.
Art. 114 CF/88, art. 109, I CF, art,. 651 e ss da CLT, art. 877-A, CLT.

Competência material da JT: é absoluta, de ordem pública, podendo ser reconhecida de


ofício pelo juiz. A JT é competente para julgar todos os dissídios que advém da relação
de trabalho. Leitura do art. 114 da CF.
Competência territorial: relativa. Regra: local da prestação de serviços. Exceção a
empresa ou empregado viajante. Empresa viajante: competência do local onde a
empresa tenha agencia ou filial e o trabalhador esteja a ela subordinado, e na falta,
domicilio do trabalhador ou localidade próxima. Empregado viajante: local da
contratação ou prestação de serviços.
**** RT ajuizada em inobservância da competência territorial , cabe exceção de
incompetência em 5 dias.
Empregado que foi contratado no Brasil para trabalhar no exterior: se a empresa tiver
sede ou filial no Brasil, a competência será da JT, desde que não haja convenção
internacional em contrário.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA

TRT X TRT = TST


TRT X Vara do Trabalho vinculada a TRT distinto = TST
VT X VT (mesmo TRT ) = TRT
VT x VT (vinculada a TRT distinto) = TST
Juiz do Trabalho x TJ/TRF = STJ
TRT X TJ/TRF = STJ
TST X TJ/TRF = STF.

CCP
Comissão de Conciliação Prévia : instituída no âmbito das empresas e sindicatos para
resolver os dissídios individuais evitando uma demanda judicial.
Obrigatoriedade da passagem pela CCP quando houver CCP na localidade – art. 625 -D
CLT. O STF declarou que não é obrigatória essa passagem pela CCP.

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – 840, caput, §1ºCLT

A Reclamação trabalhista será ajuizada de forma oral ou escrita, sendo escrita deverá
observar os seguintes requisitos: a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e
com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
A reclamação verbal vai ser distribuída antes de ser reduzida a termo, após sua distribuição, o
Reclamante tem que comparecer ao juízo, em 5 dias, para reduzir a termo. Se não comparecer,
ocorrerá a perempção ( o Reclamante não poderá ajuizar nova RT dentro de 6 meses).

Audiência

Principio da conciliação: apregoada as partes, juiz fará tentativa de conciliação, se não


houver acordo, seguirá a audiência.
Partes devem estar presentes na audiência, independente da presença de seus
advogados. Se o Reclamante não comparecer, arquiva a RT. Se o Reclamado não
comparecer, ocorre a revelia.
Mesmo ausente o Reclamado, se o advogado estiver presente e trouxer a contestação e
documentos, estes serão aceitos.
Após a tentativa de conciliação que não houve acordo, o reclamado apresentará sua
defesa oral em 20 minutos, salvo se já apresentou a contestação escrita. (contestação
escrita pelo sistema eletrônico pode ser apresentada até o momento da audiência).
Após a defesa, seguirá a produção de provas, com o interrogatório das partes, a oitiva de
testemunhas, e depois a oitiva do perito ou técnico, se houver.
Finda a instrução, as partes poderão apresentar razões finais orais, em 10 minutos, ou
razões finais remissivas, ou então pedir ao juiz prazo para juntar razões finais escritas,
em razão da complexidade da causa.
O juiz fará nova tentativa de conciliação, e, poderá proferir a sentença na audiência,
caso em que as partes saem da audiência intimadas da sentença, ou, em data posterior.
Neste caso, se passar 48h da audiência e o juiz não proferir a sentença, será necessária a
intimação das partes da sentença proferida nessa data posterior.

A audiência no procedimento ordinário é contínua, porém, poderá ser fracionada se


necessário.
A audiência no procedimento sumaríssimo é única, e se for fracionada, deve ser
designada dentro de 30 dias.

DEFESA DO RECLAMADO

Contestação

- oral em 20 min na audiência


- escrita até o momento da audiência
- deve impugnar todas as teses do Reclamante.

Exceções

- suspeição e impedimento: relacionadas com a figura do juiz


- territorial: quando a RT foi ajuizada em inobservância da competência territorial.

Reconvenção

É um modo de defesa em que o Reclamado faz pedido próprios, dentro do processo,


postulando contra o Reclamante.

SENTENÇA

Coloca fim a fase de cognição ou execução


Requisitos da sentença (art. 832 CLT): Da decisão deverão constar o nome das partes, o
resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a
respectiva conclusão. Deve apresentar o PRAZO e as CONDIÇÕES para cumprimento e a
NATUREZA das parcelas.

Sentença deve ter o relatório (no procedimento ordinário), a fundamentação e o dispositivo.

RECURSOS

Recurso principal: é independente


Recurso adesivo: depende da interposição do recurso principal. Será interposto no prazo
de contrarrazões, sendo necessária sucumbência recíproca.

Recurso adesivo
Cabe na interposição de RECURSO ORDINÁRIO, RECURSO DE REVISTA, EMBARGOS AO TST
AGRAVO DE PETIÇÃO.
O recurso adesivo NÃO será recebido quando: 1 - Houver desistência do recurso principal; 2 –
O recurso adesivo não preencher todos os pressupostos de admissibilidade; 3 – O recurso
principal não for recebido.
RECURSOS

➔ Regra: prazo de 8 dias para interpor, salvo Embargos de Declaração (5 dias) e Recurso
Extraordinário (15 dias).
➔ Pressupostos de admissibilidade: a) Intrínsecos: interesse recursal, legitimidade,
cabimento. B) Extrínsecos: tempestividade, preparo, regularidade de representação e
adequação.
Atenção ao preparo = depósito recursal + custas.

Recurso Ordinário
➔ cabe em face de decisão das Varas do Trabalho e dos TRTs quando de sua competência
originária.
➔ Se for contra decisão da Vara do Trabalho, quem julga é o TRT
➔ Se for contra decisão do TRT em suas ações originárias, quem julga é o TST.

Recurso de Revista

➔ cabe em face de decisão do TRT que contrariar a CF/88, lei federal, Súmula e OJ do
TST, Súmula Vinculante.
➔ em face de decisão de TRT que der ao mesmo dispositivo de lei estadual,
Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que
exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida,
interpretação divergente.
➔ Não cabe reexame de provas.
➔ Exige prequestionamento e transcendência.

Embargos ao TST

➔ Embargos Divergentes: cabe para uniformizar jurisprudência, contra decisões Cabe


contra as decisões proferidas pelas Turmas do TST que divergirem entre si, ou que
divergirem de acórdão do SDI, ou contrariarem Súmula do TST ou Súmula Vinculante
do STF.
➔ Embargos Infringentes: Contra as decisões NÃO UNÂNIMES em dissídio coletivo** cuja
competência seja originária do TST.
➔ Vai ser julgado pela SDC

Agravo de Instrumento
➔ Para “ destrancar” recurso que teve seu seguimento negado.
➔ Depósito recursal : metade do depósito do recurso que se pretende destrancar, salvo se
for para destrancar Recurso de Revista que contrariou Súmula ou OJ do TST (NESTE
CASO NÃO PRECISA PAGAR).
➔ ATENÇÃO!!! Para destrancar Embargos ao TST, não cabe agravo de instrumento, mas
sim agravo Regimental, pois assim determina o Regimento interno do TST.
➔ poderá haver o juízo de retratação.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

→ Prazo: 5 dias

→ Contra decisão que houver obscuridade, contradição, erro material ou omissão.

→ Interposto perante o juízo prolator da decisão, ele que irá julgar os embargos.

→ Aplicação subsidiaria do CPC

AGRAVO DE PETICAO

➔ contra decisões na fase de execução


➔ exige limitação de matérias e valores impugnados.

DIREITO COLETIVO

Sindicatos

- Liberdade sindical: art. 5º, XVII CF, art. 8º, I, V, CF.

Unidade Sindical
Art. 8º, II, CF. é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município;
Art. 8º, III, CF. ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

O sindicato apresenta sua divisão da seguinte forma:

Confederações
(mínimo 3 federações)

Federações (mínimo 5
sindicatos)

Sindicatos

➔ Lembrete: tanto as Federaçoes quanto Confederações poderão propor ADI e ADC


Categoria econômica: empresas que exercem a mesma atividade em mesmo setor da
economia.
Categoria profissional: trabalhadores que exercem a mesma atividade em um mesmo setor da
economia.
Art. 511, §1º, CLT. A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades
idênticas, similares ou conexas, constitue o vínculo social básico que se denomina categoria
econômica. §2º. A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em
comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades
econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como
categoria profissional. §3º. Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos
empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto
profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares.

A contribuição sindical é descontada em folha de pagamento do empregado, porém, é


necessária sua expressa concordância.

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Acordo coletivo
Sindicato dos empregados e empresas.
CLT Art. 620 – As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.

Convenção Coletiva
Sindicato dos empregados e Sindicato dos Empregadores.

Art. 611, CLT. Convenções coletivas de trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual
dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam
condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações
individuais do trabalho.
§1º. É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos
Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem
condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às
respectivas relações de trabalho.

Pode a Federação ou Confederação constituir negociação coletiva na falta do sindicato.


Art. 613, CLT. As Convenções e os acordos deverão conter obrigatoriamente:
I. designação dos Sindicatos convenientes ou dos Sindicatos e empresas acordantes;
II. prazo de vigência;
III. categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos dispositivos;
IV. condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua vigência;
V. normas para a conciliação das divergências surgidas entre os convenentes por motivo da
aplicação de seus dispositivos;
VI. disposições sobre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial de seus
dispositivos;
VII. direitos e deveres dos empregados e empresas;
VIII. penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as empresas em caso de
violação de seus dispositivos.

ATENÇÃO! ART. 611-A CLT determina matérias em que a convenção ou acordo coletivo
prevalescem sobre a lei.
O art. 611-B delimitam matérias em que não podem ser objeto de convenção ou acordo
coletivo!

GREVE

A greve é o direito constitucional conferido ao trabalhador de reaver melhores condições de


trabalho.
No caso de atividades comuns, é preciso que se avise o empregador 48 horas de antecedência.
Nas atividades essenciais, o aviso tem que ser de 72 horas de antecedência. (Atividades
hospitalares, coleta de lixo, funerária, etc)
Art. 9º, Lei nº 7.783/1989. Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação,
mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá em
atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços cuja paralisação
resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e
equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da
empresa quando da cessação do movimento. Art. 114, §3º, CF. Em caso de greve em atividade
essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
A greve é considerada abusiva se não houve tentativa prévia de acordo, ou, quando celebrado
o acordo/convenção, o movimento persiste.
A greve deve ser pacífica, sob pena de ser considerada abusiva.
Consequências da greve abusiva
• Os direitos e vantagens pleiteados pelo movimento grevista não serão reconhecidos
(nos termos da OJ nº 10 do SDC);
• Possibilidade de dispensa por justa causa e contratação de novos trabalhadores;
• Possibilidade do ajuizamento de dissídio coletivo pelo Ministério Público do Trabalho,
em caso de lesão a interesse público (greves em serviços essenciais,
conforme art. 114, §3º da Constituição Federal).

DISSÍDIO COLETIVO
➔ Inicia no TRT
➔ É uma ação coletiva, geralmente intentada por sindicatos para defender interesses de
grupos de categorias profissionais ou econômicas.
➔ Da decisão do dissídio coletivo resulta a sentença normativa, que tem efeito obrigatório
ultra pars.

OBS: LOCKOUT é a paralisação dos serviços pelo empregador afim de frustrar a negociação
coletiva. É chamado por alguns doutrinadores de ‘’greve do Empregador”. É VEDADO NO
NOSSO ORDENAMENTO JURIDICO.

LINK DOS VÍDEOS

Revisão p2 : https://www.youtube.com/watch?v=B2Rn4Vinxaw
Execução: https://youtube.com/live/LXHLYSWoSzw?feature=share
Revisão integrada: https://youtube.com/live/C13bHa8Ph_A?feature=share
Recursos: https://youtube.com/live/uI8cy43MMA0?feature=share
Defesa do Reclamado, Audiência, Provas e Sentença: https://youtu.be/Hwb7NgBZE3I
Aula 1: https://youtube.com/live/Mt8zGkU7tNI?feature=share

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