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Direito Processual do Trabalho

Aula 4

No que diz respeito a tutela possessória de roupas e utensílios da relação de


trabalho – como, por exemplo, vestimenta – é de competência da justiça do trabalho
(confirmar).

A competência quanto ao PIS é da Justiça Federal – a obrigação do empregador é


apenas realizar o cadastro. Quanto ao FGTS, a competência da Justiça do Trabalho tange
apenas ao levantamento e do depósito ou não desses valores pelo empregador. No que diz
respeito à divergência de atualização monetária do FGTS entre o empregado e a Caixa, a
competência é da JF.

Processos concernentes ao direito de greve  A competência é da Justiça do


Trabalho para processar e julgar casos referentes ao direito de greve, como, por exemplo, os
pedidos de ressarcimento de danos que tangem à greve (ex.: empregado fechando a saída do
local de emprego)

No que diz aos servidores públicos, há o direito de greve, mas os casos referentes
à greve de servidores públicos, será da Justiça Estadual – se for de servidor público estadual –
e da Justiça Federal – se for servidor público federal.

As multas impostas administrativamente pela SRTE/MTE se forem discutidas


jurisdicionalmente, serão na Justiça do Trabalho.

Rattione personare  trabalhadores rurais, domésticos e temporários – com a


nova orientação da CRFB, não resta dúvida que esses trabalhadores mencionados também
podem demandar na Justiça do Trabalho, postulando em face dos seus empregadores.
Trabalhadores avulsos, eventuais e autônomos, também, após a EC n. 45/04, podem
demandar na justiça do trabalho.

Quando aos trabalhadores em regime especial, os trabalhadores celetistas


contratados pela Adm. Pública, tem como competente para questões trabalhistas a Justiça do
Trabalho. Contudo, os estatutários, dada a liminar da ADIN 3.396-6 (ainda não julgado o
mérito), os servidos públicos em regime especial não tem suas causas julgadas pela JT, mas
pela JE ou JF conforme o caso.

Competência em razão do lugar  TST tem jurisdição em todo o território


nacional. TRT  competência delimitada em razão do local.
Se a parte não arguir a competência em razão do lugar, a mesma se prorroga, isto
é, torna-se competente, estendendo-se a competência ao juiz que recebeu a ação e que vai
decidir validamente, aplicando-se a regra do art. 114 do CPC, que se aplica subsidiariamente. A
competência em razão do lugar é relativa e, portanto, pode ser prorrogada para um juiz que,
inicialmente, não é competente e que vem a se tornar forte no art. 114 do CPC.

Não se admite foro de eleição, pois não há eleição de Foro trabalhista por
consenso das partes.

Determinação da competência  a orientação geral é facilitar o acesso ao


jurisdicionado ao órgão jurisdicional, considerando a hipossuficiência econômica do
trabalhador. Presumindo que o trabalhador trabalhe perto do serviço, adotou-se como regra
geral a competência da Justiça do Trabalho com base naquela competente sobre o local da
execução do contrato de trabalho. Nos conflitos coletivos, o critério para determinação é a
extensão territorial do conflito e não a base geográfica dos sindicatos intervenientes. Se o
conflito não exceder a área da competência em razão do lugar de um só TRT, esse será o
competente para julgar o dissídio coletivo; excedendo a competência, essa será do TST.

Nos dissídios individuais, determina-se a competência pelo local onde o


empregado reclamante ou reclamado prestar serviços ao empregador, onde executa o
contrato de trabalho, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

Quando é brasileiro e a empresa tiver sede ou filial no Brasil, a Justiça do Trabalho


é brasileira. Contudo, caso haja convenção ou tratado internacional, poderá ser outra justiça
competente, se assim prever. Se o trabalhador for brasileiro e prestar serviços no Brasil, pode

Se tiver subordinado a determinada agência ou filial, a competência é da Vara que


tem jurisdição sobre essas. Se não estiver subordinado ou não mais subordinado ao
empregador, o critério será da Vara de competência do local do domicílio do empregado ou
mais próximo, a fim de que seja maior facilidade do empregado ao judiciário e a produção de
provas (visto que é hipossuficiente).

Critérios secundários de determinação  adota-se o critério da distribuição


havendo mais de uma Vara competente pelo local da sede ou filial ou domicílio do empregado.
Se foi distribuída mais de uma ação em locais diversos, se forem ações distintas, por conexão
ou continência pode, por prevenção do juízo, será competente na Justiça do Trabalho aquela
que foi distribuído primeiro (no Processo Civil, é prevento aquele que cita primeiro).
O juiz, ex officio, não pode tratar de competência territorial na Justiça do
Trabalho, porquanto é competência relativa. Só irá se manifestar se a parte – uma delas –
arguir a incompetência. Não pode de ofício de manifestar porque a competência pode se
prorrogar quando se tratar de competência territorial, por ser relativa.

Conflito de jurisdição – se dois ou mais juízos competentes para conhecer da


mesma causa ou de causas conexas ou se ao contrário – se derem por incompetentes –
ocorrerá conflito de competência (positivo na primeira hipótese e negativo na última). Podem
ocorrer entre a) juízos investidos na jurisdição trabalhista, b) entre TRT’s, c) entre juízos e
tribunais do Trabalho e órgãos da justiça ordinária. Nos termos do art. 114, V, da CRFB, o
conflito de competências entre órgãos trabalhistas serão julgados e processados pela própria
JT, ressalvado o art. 102, I, O, da CRFB que diz que os conflitos de competência entre o STJ e
quaisquer tribunais, entre Tribunais superiores ou entre estes e qualquer outro Tribunal, serão
processados e julgados pelo STF. Não há conflito entre Vara do Trabalho e TRT da mesma
região, porque aqui se aplica o critério hierárquico – se o TRT avoca a competência, por ser da
sua competência originária nos termos legais e do regimento interno, irá ele julgar.

Atos, termos e prazos processuais.

O interesse é pôr fim a um conflito de interesses com pretensão resistida, pondo


fim à lide.

Os atos podem ser realizados nos dias úteis entre às 6h e às 22h, de acordo com o
art. 770 da CLT, salvo que quando for necessário realizar tais atos fora desse ato ou quando
determinado por interesse social, podendo tramitar o feito em segredo de justiça. Pode haver
uma penhora domingo, por exemplo, mediante expressa autorização do juiz.

Segundo Sério Pinto Martins será considerado interesse público quando certa
matéria poder rebaixar, expor a vexame, causando-lhe embaraço a uma ou a ambas as partes,
podendo ser decretado o trâmite do processo sob segredo de justiça. A regra é a publicidade
dos atos e, assim, o segredo de justiça poderá ser decretado quando for o caso para tanto.

Os atos processuais devem ser registrados nos autos por meio idôneo, conferindo
segurança jurídica e criando determinados marcos no processo que serão preclusivos,
impedindo que as partes retornem à situação anterior, já que o processo anda para frente e
não para o lado ou para trás, caminhando em direção ao seu termo final.
Por nulidade de determinados atos, pode haver a sua desconstituição. Mas devem
ser observados requisitos para haver a desconstituição e a nulidade ocorre em determinados
casos.

Os termos tem que ser assinados pelas partes. Em caso de recusa ou de


impossibilidade, pode o procurador legalmente constituído assinar o termo ou poderão ser
firmados por outra pessoa a pedido do interessado na presente de duas testemunhas e, em
caso de recusa, pode ser assinado pelo juiz ou por escrivão (servidor pública tem fé pública).

Causas impeditivas: doença que impede controle muscular, falta de membro


superior, etc, podendo haver, nesse caso, a assinatura do ato por procurador constituído ou
pessoa autorizada nos termos acima expostos.

O andamento processual não pode ser infinito, tem limites temporais para sua
realização. O prazo é o lapso de tempo praticado para a prática ou abstinência de um ato. Os
prazos podem ser legais – fixados pela lei, como os recursos –, judiciais – se fixado pelo juiz
(ex.: determinação para manifestar em 10 dias sobre algo) –, ou convencionais (quando
estabelecidos por convenções da parte – ex.: postula-se a suspensão do feito por 15 dias para
providenciar endereço ou analisar questão atinente à conciliação).

De acordo com Pontos de Miranda, o erudito, os prazos são peremptórios,


prorrogáveis, cominatórios, dilatórios e preclusivos.

a) Peremptório: são aqueles fixados sem possível alteração.

b) Prorrogáveis: são aqueles aumentáveis a pedido da parte ou de ofício

c) Cominatórios: são aqueles que, quando extintos, não se extingue os efeitos do


ato nem impede a realização do ato, aplicando-se multa pela inobservância do
ato. Posso entregar, mesmo extinto o prazo, o solicitado ou realizar o ato, mas
irá se pagar multa.

d) Dilatórios: podem ser ampliados para a realização de determinados atos.

e) Preclusivos: devem ser realizados os atos dentro do prazo, pois, se não


realizados dentro deles, não poderão ser.

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