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Processo civil II - primeira unidade

Recursos

Recurso é um instrumento processual para impugnar decisões judiciais no mesmo


processo, logo não provoca a instauração de um novo processo, mas apenas o seu
prolongamento.

Duplo grau de jurisdição ; em regra, as decisões judiciais devem poder ser submetidas a um
novo exame, de modo que a nova decisão prevaleça sobre a anterior.

Existirá duplo vai de jurisdição, sempre que houver reexame de uma decisão por uma
autoridade hierarquicamente superior a que proferiu a decisão recorrida.

Dissociação dos conceitos, de duplo grau de jurisdição e de recurso. Este de estar


vinculado à ideia de reexame.

1 grau - decisão monocrática - sentença

2 grau - decisão colegiada- acórdão (instancia superior)

Os tribunais de sobreposição
Deve haver uma análise vertical

Nem todo recurso irá provocar o duplo grau de jurisdicao, exemplo disso é o embargos de
declaração, que o próprio órgão que proferiu a decisão, decide sobre os embargos.

Todo recurso produz/provoca o reexame

Todo duplo grau de jurisdição tem recurso, mas nem todo recurso tem duplo grau de
jurisdição.

Os embargos de declaração é reexaminado pelo mesmo juiz que proferiu a decisão (não
existe hierarquia ou instância superior )

Fundamentos dos recursos (o que justifica eles)

A) Possibilidade de erro na prolação das decisões judiciais


B) Inconformismo como natural da personalidade humana
C) Presume-se que juízes mais experientes julgam melhor.
D) Menos possibilidade de equívoco pelos órgãos colegiados
E) Uniformização da aplicação do direito

O recurso é ônus processual, pois a parte não é obrigada a recorrer do julgamento, mas se
o vencido não o interpuser, consolidam-se e se tornam definitivos.
As sentenças são sempre recorriveis, não importa o valor da causa.

O mesmo processo passa a tramitar no tribunal competente para o julgamento do recurso.


Previsto no art. 994 do CPC.

Embargos de declaração - é o diferentão dos recursos, pois ele tem elementos totalmente
diferentes dos outros recursos, uma das diferenças é que os embargos você opõe, sendo
para o esclarecimento da decisão.

Um recurso NUNCA vai fazer surgir um novo processo.

Sucedâneos recursais- todo e qualquer meio de impugnação de decisões que não seja
recurso, pois tem a mesma função dos recursos mas n são recursos.

Internos desenvolvem-se no mesmo processo em que a decisão foi proferida, assim como
nos recursos.
Ex: reexame necessário, pedido de reconsideração.

Externos provocam a instauração de processo diferente daquele que proferiu a decisão.


São chamados de ações autônomas de impugnação.
Ex: mandado de segurança, ação declaratória de inexistência.

Quanto ao fim colinado do recorrente

Da reforma: modificação na solução contida no decisório impugnado.


Da invalidação: não se busca novo julgamento, mas sim a sua cassação pura e simples,
para que seja julgada sem vícios- logo vai ser julgado no novo processo
Do esclarecimento- embargos de declaração, onde o objetivo não é o reexame, mas sim é
tão somente o seu aperfeiçoamento, para esclarecer alguma questão ou contradição.

Quanto ao juízo que se encarrega do julgamento

Devolutiva ou riterativos - quando a questão julgada para órgão judicial é devolvida para
outro órgão.
Ex: apelação, especial… passa com o recurso ordinário.

Não devolutivos ou iterativos- quando é julgada para mesmo órgão que proferiu a decisão,
como nos embargos de declaração.

Mistos- é permitido tanto o reexame para o órgão superior como também pelo próprio
prolator da decisão, como é o caso do agravo.

Quanto a extensão do reexame de um órgão sobre a matéria decidida por outro

Total - quando o recurso ataca a decisão como um todo, requerendo sua reforma integral.

Parcial- quando o inconformismo é restrito a uma questão.


Quanto aos motivos da impugnação

Há recursos de fundamentação livre, que são aqueles cuja admissibilidade não se prende a
matérias preordenadas por lei.

Há recursos de fundamentação vinculada que são aqueles só admissíveis quando se invoca


na previsão legal.

Quanto a marcha do processo rumo a execução da decisão impugnada

Suspensivos - os que impedem o início da execução provisória ou definitiva da decisão,


sendo seus efeitos suspensivos.

Não suspensivos- os que mesmo na pendência de recurso, permitem que seja processada
a execução provisória, e às vezes, até a execução dos efeitos de maneira definitiva da
sentença ou da decisão impugnada (interlocutória).
Art. 995 CPC

A apelação, em regra, suspende os efeitos da sentença, não ensejando a execução


provisória, exceto em casos previstos em Lei.

Recursos admissíveis

No primeiro grau de jurisdicao (juízo de primeiro instância) o CPC admite os seguintes


recursos;

Apelação, agravo de instrumento, embargos de declaração.

Quanto aos acórdãos dos tribunais, admite o atual CPC.

Embargos de declaração
Recurso ordinário, para o STJ e para o STF.
Recurso especial (resp)
Recurso extraordinário (re)
Embargos de divergência no STF e no STJ

Finalidade do recurso

1. Reforma - erro in judicando


Erro de julgamento, a decisão pode ser reformada porque houve mal julgamento, houve
equívoco na conclusão.

Sendo a consequência, onde a instância recursal proferirá uma nova decisão,modificando a


anterior.

Elimina-se o erro de julgamento.


Deve mostrar o de está o erro do juiz, se o juiz não errou, não pode utiliza esse.
2. Invalidação/anulação- erro in procedendo
Erro processual
É um erro de forma, sendo um erro processual, logo o processo possui vícios sendo
necessário anular a decisão e iniciar um novo processo.

O magistrado inobserva requisitos formais necessários para a prática do Ato. Não há


relevância em se verificar se a decisão foi correta ou não, pois o problema não está aí.
Ex; decisão proferida por juiz absolutamente incompetente.

A consequência e que a instância recursal invalidada e anularam a decisão, cassando-as


para que outra venha a ser produzida sem o vício que contamina a decisão recorrida.

3. Esclarecimento - obscuridade ou contradição


Embargos de declaração
Decisão obscura= incompreensível, sem clareza, mal escrita com expressões ambíguas.

Decisão contraditória- contém afirmações incompatíveis entre si.


Consequência- não há rejulgamento. O julgador do recurso apenas esclarecerá, eliminará a
obscuridade ou a contradição.

Efeitos que se alcança através de um único recurso : os embargos de declaração


(declaratórios)

É perfeitamente possível um recurso de embargos para o próprio embargo anterior quando


o mesmo for obscuro.

4. Integração
Omissão/lacuna
Hipóteses em que há omissão relevante na decisão.
O juiz deixa de se pronunciar sobre algum aspecto que deveria ter sido enfrentado no
pronunciamento judicial.

Ex: apreciação de apenas um pedido quando dois foram formulados, pedido dano moral e
material, foi acolhido apenas 1 desses, deixando de avaliar o outro.

Consequência : o julgador do recurso integrará a decisão, ou seja, preencherá a lacuna


existente, complementando a atividade decisória.

Função dos recursos

Rescindente - ocorre quando, ao atacar um error in procedendo da decisão (vícios formais


ou processuais), o recurso, uma vez provido, anula (cassa/inválida) a decisão recorrida,
havendo a necessidade de prolação de uma nova decisão para o juízo a quo.

Rescisória/ substitutiva- ocorre, quando atacando error in judicando (reforma) (vícios de


juízo, má valoração dos fatos por juiz ou aplicação errônea do direito), o recurso, uma vez
provido, substitui a decisão impugnada, sem que haja necessidade de prolação de uma
nova decisão pelo juízo a quo, a decisão proferida pelo juízo Ad quem prevalecerá.
Classificação dos recursos

Quanto ao objeto imediato: (quero agora)

Recursos ordinários (comuns)


Busca-se a preservação do direito subjetivo, do interesse do particular da parte, no caso
concreto.
(Apelação, agravo de instrumento e o recurso ordinário )

Ex: autor entrou na justiça por danos, tinha o direito mas teve o pedido indeferido, interpor-a
apelação.
O recurso ordinário (classificação) serve para resguardar o direito da parte que recorreu
sendo assim direito subjetivo.

Recurso excepcional- STF e STJ (pode julgar) execução

Tem o objetivo de preservar o direito objetivo, sendo a aplicação da norma


federal/constitucional, servindo apenas de forma indireta e mediata, ao recorrente (recurso
especial, recurso extraordinário, agravo em RE e resp e embargos de divergência).

Nos recursos excepcionais não se discute fatos, e sim o direito. Se aquela decisão é
constitucional ou não.

Súmula 7 STJ e súmula 275 STF

1. Em matéria de recurso excepcional, não se entra nos fatos. Em matéria de


constitucionalidade, usa o recurso extraordinário no STF.

No recurso ordinário, pode sim analisar os fatos e provas.

Há recursos ordinários apreciada no STJ ou STF.

2. Quando ao fundamento recursal (causa de pedir )


A. Fundamentação livre
Dupla liberdade ao recorrente quando as matérias a serem alegadas, inexistência de
limitações legais.
Aplica-se aos recursos ordinários.

B. Fundamentação vinculada:
o recorrente não poderá alegar qualquer matéria que desejar, estando sua fundamentação
vinculada às matérias expressamente previstas em lei.
Aplica-se aos recursos extraordinários.

3. Quanto a abrangência da matéria impugnada


A. Recursos totais: tem por objeto a integralidade da decisão
B. Recursos parciais; atacam apenas os capítulos ou parcelas da decisão. Art. 1002
CPC
4. Quanto a autonomia;

A. Principal, independente ou autônomo:


Recurso interposto pela parte, independente da postura adotada pela parte contrária diante
da decisão impugnada. Condiciona-se exclusivamente ao preenchimento de seus próprios
requisitos para que seja julgado.

B. Subordinado ou adesivo :
Interposto no prazo das contrarrazões do recurso principal, em contraposição a este.
Não é recurso, propriamente dito, mas forma de interposição.

- Carona no recurso da parte contrária


- Tem menos força

Sucumbência é pressuposto de recurso (quem tem prejuízo)

Art. 994
Interposição adesiva - está interpondo recurso (sendo segunda chance ) recurso acessório.

- Cada parte interporá o recurso independentemente.


- Quem recebeu o recurso principal, recebe o recurso acessório.
- Os 2 serão intimados para responder o recurso.
- O prazo para o principal é o prazo comum, já o adesivo é o mesmo.
- Pode interpor na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial.
- Se desistir do recurso principal, atinge o acessório e também desistirá do acessório.
- Se o principal for considerado inadmissível, o acessório também será.

Juízo de admissibilidade e de mérito

O julgamento de um recurso se desdobra em 2 fases: necessidade de duplo exame que é o


de admissibilidade e o de mérito.

A admissibilidade é o momento que o julgador de recurso vai analisar os requisitos de


admissibilidade, sendo pressupostos processuais. Para que passe para análise de mérito,
logo quando é analisado os requisitos, sendo todos aceitos, passa para o mérito. (Prévio
juízo positivo que é o de admissibilidade)

Juízo Ad quem - tribunal superior para onde vai o processo com o recurso.
Juízo Ad quo- instância inferior, àquele que proferiu a decisão recorrida.

Regra geral do juízo de admissibilidade- é realizado unicamente para o juízo Ad quem ;


concentração da admissibilidade da instância recursal

Exceções : recurso especial (resp) e recurso extraordinário (Re), em que a admissibilidade


também é realizada pelos tribunais locais juízo Ad quo.

Não é porque o recurso passou na admissibilidade do TJPB, que vai passar no STJ.
Admissibilidade- recebido, conhecido, admitido, negativa de seguimento
Mérito - provido, improvido, desprovido.

1 fase admissibilidade 2 fase mérito

Juízo 1 grau sentença - apelação TJPB - admissibilidade- recebido- analisado pelo TJPB -
admissibilidade STJ - recebido- recurso- mérito

O juízo Ad quem analisa a existência dos requisitos de admissibilidade e em seguida


aprecia o mérito.

Contra a decisão negativa cabe recurso

Exceção : resp e re desnecessidade de fundamentação no juízo positivo

Preenchimento de requisitos de admissibilidade é matéria de ordem pública, pode ser


conhecido de ofício.

É tão importante que não precisa de manifestação de ninguém.


Ex: anula-se um processo por pressuposto processual.
A ausência de admissibilidade é matéria de ordem pública, se a parte recorrida não se
manifestar pode o juiz decidir sobre, pois é matéria de ofício. Art. 932

Não vai ser toda decisão que vai ser colegiada, vai ter decisões monocráticas no recurso
sim.
Ex: admissibilidade será analisada pelo relator, sendo monocrática.

Recurso inadmissível - recurso que não preenche os requisitos de admissibilidade.


Recurso prejudicado - recurso que não pode mais ser julgado.

O relator pode julgar mérito que for contrário à súmula, acórdão proferido pelo STF,
entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetidas.

Decisão monocrática- tomada por apenas um membro do tribunal


Tratando de decisões monocráticas proferidas pelo relator caberá agravo interno.
Acórdão - são decisões colegiadas

Juizo de admissibilidade

- Validade do procedimento
- Assim sobre a aptidão para o exame de mérito
- O sistema das invalidades processuais
- Será preliminar ao juízo de mérito, determinando se o objeto do recurso será ou não
julgado.
- Fase do julgamento do recurso em que se verifica a presença ou não dos requisitos
de admissibilidade do mesmo.
- O não preenchimento de tais requisitos, invalida o procedimento, ensejando o não
conhecimento do recurso.
- As questões relativas ao juízo de admissibilidade podem ser conhecidas e decididas
de ofício pelo juízo.
- Por jurisprudência, é um juízo declaratório.
- O recurso inadmissível (não conhecido) não produz efeito, não impedindo, portanto,
o trânsito em julgado.
- O trânsito em julgado não pode ocorrer na pendência do julgamento do recurso,
ainda que posteriormente não seja acolhido.

Requisitos de admissibilidade

Requisitos intrínsecos- relacionados ao próprio direito de recorrer.

1. Cabimento- binômio

Recorribilidade (possibilidade de recorrer-se do pronunciamento judicial) + adequação


Ex: apelação contra um despacho, agravo contra uma sentença.
Não pode pois não tem carga decisória- despacho
Tem que ter a possibilidade de recorrer.

2. Legitimidade recursal Art. 996

Que tem legitimidade para propor ação é o autor/ quem sofreu o dano.
O recurso pode ser legitimado para parte vencida, para terceiro prejudicado e pelo MP.

MP- Vai ser ouvido p juízo (emitir o parecer )


Só emite parecer quando ele não iniciou a demanda (como parte)
Ele e custos legis
O MP vai ser interveniente no processo, quando há relevância social. (Obrigatório)
O MP pode ser autor (parte) ou fiscal da ordem jurídica no recurso.

O terceiro prejudicado é uma pessoa que estava fora do processo ou algo tipo.
O terceiro tem que ser prejudicado pela sentença.

3. Interesse recursal

Necessidade - binômio - necessidade + utilização


Quando não tiver outra forma de alterar decisão
Utilidade - resultado mais vantajoso
Usa os 2 - necessidade + utilidade

O recurso precisa ser adequado para sua necessidade, logo deve ser útil.

4. Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do poder de recorrer -

Desistência, renúncia e aquiescência (preclusão lógica)


Atos unilaterais de disposição de direito
Desistência do recurso - faz o recurso e posteriormente desiste, logo o ato praticado.

Renúncia- tem direito de recorrer mas não recorre, logo o ato não foi praticado.
(Você tem que dizer) ato expresso
Informando que renuncia o recurso

Não necessita da vontade de ninguém para desistir ou renunciar porque são atos
unilaterais.

Aquiescência- não vai poder recorrer depois que concordou com a sentença.
Logo é tácita ou expressa, pois a parte concorda com a decisão.
Ex: o silêncio é aquiescência

Obs: o MP pode desistir sendo parte, mas como interveniente não

Requisitos extrínsecos- relacionados ao modo de exercer o direito de recorrer.

5. Tempestividade
Art. 1003
Prazo 15 dias para os recursos - razões e contrarrazões

- Tem que ser dia útil os prazos com o novo CPC


- Quando foi dada a ciência pelo advogado, começa a contar o prazo, conta a partir
do dia seguinte e exclui o último.
- As razões é onde está todo o mérito que não se concorda, já as contrarrazões a
outra parte que faz para também impugnar.

6. Regularidade formal
Art. 1010
Deve ter de forma obrigatória todos os requisitos do artigo.
São requisitos formais que devem ser seguidos.
Art. 1016
Art. 1029

7. Preparo
Art. 1007
É o preparo das custas processuais
Não houve preparo o recurso é deserto (não é conhecido )

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