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Da Teoria Geral dos Recursos

O que são os Recursos?


São instrumentos de manifestação do inconformismo das partes do
processo com decisões judiciais que entendam injustas ou formalmente
equivocadas. Assim, são verdadeiros instrumentos de realização do
direito em duplo grau de jurisdição, garantia constitucional.
Em outras palavras, recurso é o instrumento processual
voluntariamente utilizado pelo legitimado que sofreu prejuízo
decorrente da decisão judicial para obter a sua reforma, a sua
invalidação, o seu esclarecimento ou a sua integração, com a expressa
solicitação de que nova decisão seja proferida, que pode ou não
substituir o pronunciamento hostilizado.
Dessa forma, trata-se de ato voluntário da parte. É por meio do recurso
que a parte leva a discussão sobre o desacerto de uma decisão, para
revisão, à instância superior.
Dito isso, caracteriza-se o recurso como o meio idôneo a ensejar o
reexame da decisão, dentro do mesmo processo em que foi proferida,
antes da formação da coisa julgada.
Os recursos sao os remedios processuais de que se podem valer as
partes, MP e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma
decisão judicial a nova apreciação, em regra por um órgão diferente
daquele que a proferiu, é que tem por finalidade modificar, invalidar,
esclarecer ou complementar a decisão.

Fundamenta-se, o recurso, no desacerto da decisão recorrida, que pode


decorrer de duas situações: error in judicando e error in procedendo:
a) Error in judicando é vício de conteúdo, caracterizado pelo desacerto
da decisão no
exame dos fatos levados a juízo. Ele acarreta a reforma da decisão.
b) Error in procedendo é o vício de forma, vale dizer, o descumprimento
de uma norma processual. Ele implica a anulação da decisão.

São cabíveis os seguintes recursos:

• Apelação;
• Agravo de instrumento;
• Agravo interno;
• Embargos de declaração;
• Recurso Ordinário;
• Recurso especial;
• Recurso extraordinário;
• Agravo em recurso especial ou extraordinário;
• Embargos de divergência;

ATOS PROCESSUAIS SUJEITOS A RECURSO

Dos atos praticados no processo, apenas os atos do juiz estão sujeitos a


recurso. E, ainda assim, nem todos eles, mas apenas os que têm
conteúdo decisório.
Os atos praticados pelo juiz, no processo, conforme previsto no art. 203
do CPC, são três: sentença, decisões interlocutórias e despachos. As
sentenças e algumas decisões interlocutórias estão sujeitas a recurso
Quem poderá recorrer ?

• Parte vencida;
• Terceiro prejudicado;
• MP;

PRAZOS
O novo Código de Processo Civil unificou os prazos dos recursos em 15
dias, com exceções dos embargos de declaração, cujo prazo foi mantido
em 5 dias.
Assim, a apelação, os agravos, o recurso ordinário, os recursos
extraordinário e especial e os embargos de divergência têm, todos eles,
o prazo de 15 dias para sua interposição.

Contagem do prazo e termo inicial


A contagem do prazo recursal tem início com a intimação das partes, por
meio de seu advogado ou sociedade de advogados, da Advocacia Pública,
da Defensoria Pública ou do MP.
Se a decisão for proferida em audiência, a intimação será considerada
feita nela (estejam ou não presentes a ela as partes).
Se a decisão contra o réu foi proferida antes da citação (por exemplo, no
caso de tutela de urgência), o prazo para oferecer recurso conta-se da
juntada aos autos do mandado ou da carta de citação, devidamente
cumpridos, da data da ocorrência da citação ou intimação, quando se der
por ato do escrivão, ou do fim do prazo de dilação assinalado pelo juiz,
no caso de citação por edital.
Observação1: Sendo o último dia do prazo feriado local, o recorrente
deverá comprová-lo no ato de interposição do recurso.

Observação 2: Ocorrerá interrupção do prazo recursal quando, no seu


curso, sobrevier falecimento da parte ou do seu advogado ou outro
motivo de Força maior. Não são casos de suspensão, como escrito no
texto legal, porque o prazo será restituído integralmente ["(..) começará
a correr novamente depois da intimação.", cf. art. 1.004 do CPC].Nesses
casos, o prazo deverá ser restituído à parte (no caso de força maior ou
falecimento do advogado), ou aos seus herdeiros ou sucessores (no caso
de falecimento da parte).

CARACTERÍSTICAS E NATUREZA JURÍDICA DOS RECURSOS

A principal característica dos recursos é a revisão endoprocessual, ou


seja, é no cerne do próprio processo que se requer a revisão da decisão
judicial. Daí ser possível dizer que os recursos diferem das ações
autônomas de impugnação de decisões judiciais, que serão analisadas
em momento oportuno. Enquanto as ações autônomas geram nova
demanda, com a finalidade de revisar o conteúdo de uma decisão judicial,
o recurso é apenas uma extensão de um procedimento já instaurado.
Outras características do recurso podem ser destacadas, a saber:

• A interposição do recurso impede a preclusão ou que haja a coisa


julgada.
• Os recursos servem para corrigir erros de forma e de conteúdo
(error in judicando e error in procedendo).
• Os recursos são interpostos perante o órgão a quo: é o órgão de
primeiro grau (como regra); as exceções são os recursos
interpostos ad quem, como é o caso do agravo de instrumento.
• O acórdão proferido pelo órgão ad quem que mantem ou que
reforma a sentença a substitui, o que é chamado de efeito
substitutivo dos recursos.

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