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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

TEORIA DOS RECURSOS

Conceito: em sentido latu a palavra recurso significa “todo meio


empregado pela parte litigante a fim de defender seu direito”. Mas, no
sentido técnico e restrito, meio impugnativo apto para provocar, dentro da
relação processual ainda em curso, o reexame da decisão judicial, pela
mesma autoridade judiciária, ou por outra hierarquia superior, visando
obter-lhe reforma, invalidação, esclarecimento ou integração.

Remédio processual ou instrumento técnico definido em lei para


permitir, por ato de vontade às partes, terceiro prejudicado e Ministério
Público, provocar no mesmo processo o reexame de decisão judicial em
regra (salvo embargos de declaração) por órgão jurisdicional de hierarquia
superior.

- reforma: quando se busca a modificação na solução dada a


lide, busca obter um pronunciamento mais favorável ao recorrente.
- invalidação; quando se pretende apenas cassar ou invalidar
uma decisão, para que outra seja proferida em seu lugar; ocorre geralmente
em casos de vícios processuais.
- de esclarecimento ou integração: são os embargos
declaratórios onde o objeto do recurso é apenas afastar a falta de clareza
ou imprecisão do julgado, ou suprir alguma omissão do julgador.

 Quando o juiz que decide os recursos, podem ser:

- devolutivos ou reiterativos: quando a questão é


devolvida pelo juiz da causa a outro juiz ou tribunal. Ex:
apelação e recurso extraordinário

- não-devolutivos ou iterativos: quando a impugnação é


julgada pelo mesmo juiz que proferiu a decisão
recorrida. Ex: embargos declaratórios e embargos
infringentes

- mistos: quando tanto permitem o reexame pelo órgão


prolator quanto como a devolução a outro órgão superior.
Ex: agravo e apelação contra indeferimento de petição
inicial.

 No que se referem à marcha do processo a caminho da


execução, os recursos podem ser:

- suspensivos: os que impedem o início da execução


- não-suspensivos: os que permitem a execução
provisória

 O agravo e o recurso extraordinário são sempre


não suspensivos. Mas, a apelação que normalmente
é de efeito suspensivo, em alguns casos admiti-se
a devolução do conhecimento da causa ao juízo
recursal, não impedindo a execução provisória.

Das Decisões dos Tribunais

Atos praticados pelos Tribunais: sentença, decisão singular de


relator, acórdão e decisão denegatória de recurso especial ou recurso
extraordinário, pelo vice-presidente do tribunal de origem.

Obs: despacho não cabe recurso

Decisão singular de relator ou decisão monocrática: cabe


agravo (agravo inominado, agravo regimental, agravo in termis)

Decisão de negação: cabe agravo de instrumento para o STJ


(Resp) e agravo de instrumento para o STF (Rext)

Acórdão: cabe embargos infringentes, recurso ordinário,


recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência em resp
e rext.
Das Decisões Monocráticas

Atos praticados: despacho, decisão interlocutória, e sentença.

Obs: despacho não cabe recuso. (art. 504, CPC)

Decisão interlocutória: cabe agravo que pode ser de


instrumento (arts. 522) ou retido (oral – art. 522, §3º) ou escrito.

Sentença – cabe apelação – onde o processo só terá uma


sentença

Obs: o ato de embargos de declaração é o único recurso cabível


contra qualquer ato, tanto no juízo monocrático quando no colegiado, desde
que exista no ato omissão, contradição ou obscuridade.

Ato de Vontade

Onde a parte impõe a sua vontade – partes; terceiro


prejudicado e M.P. são partes legitimadas para propor recursos.

Reexame

É a finalidade do recurso em que pode ser confirmada ou


alterada a decisão.

Fundamentos do Direito de Recuso

Simples aspecto, elemento ou modalidade do próprio direito de


ação exercido no processo. Ônus processual, porquanto que a parte não está
obrigada a recorrer do julgamento que lhe prejudica.

AÇÃO AUTÔNOMA DE IMPUGNAÇÃO

É o instrumento de impugnação da decisão judicial, pelo qual se


da origem a um novo processo, cujo objetivo é o de atacar/interferir em
decisão judicial. Diferencia-se do recurso porque não se vinculo no mesmo
processo, em que a decisão recorrida fora proferida. Ex: ação rescisória,
embargos de terceiro, mandato de segurança e habeas corpus.

SUCEDÂNEO RECURSAL

É todo meio de impugnação a decisão judicial que não seja


recurso nem ação autônoma de impugnação. Categoria que engloba todas as
outras, formas de impugnação de decisão judicial. Ex: pedido de
reconsideração, pedido de suspensão de segurança, remeça necessária e a
correição parcial.
DESISTÊNCIA DE RECURSO

O recurso é uma demanda e nessa qualidade pode ser revogada


pelo recorrente. A desistência do recurso pode ser parcial ou total, podendo
ocorrer até o início do julgamento (até a prolação do voto).

Desistência do Processo e Desistência do Recurso

A desistência do recurso independe de aceitação da outra


parte, ou do litisconsorte:
a) Tácita; que decorre da simples decadência do prazo
recursal
b) Expressa; que se traduz em manifestação de vontade da
parte
O art. 502, trata da desistência expressa, considerando-a ato
unilateral, independente da anuência da outra parte.

A desistência pode ser feita por meio escrito ou até mesmo


oral em audiência, o advogado para renunciar ou desistir de recurso depende
de poderes especiais, não há necessidade de homologação judicial, em face
do disposto no art. 158, caput, consequentemente ocorre o trânsito em
julgado, mas fica o direito ao renunciante ou desistente de interpor recurso
adesivo.

- Extingue o processo sem resolução do mérito


(art. 267, VIII, CPC)
- Pode implicar extinção do processo com
julgamento do mérito ou sem julgamento do
mérito; pode não implicar a extinção do
processo, como no caso de uma desistência de
um agravo de instrumento;
- precisa ser homologada pelo magistrado (art.
158, par. ún., CPC)
- Dispensa homologação (art. 501 do CPC)
- depende do consentimento do réu, se já
houve resposta (art. 267, § 4º, do CPC)
- Independe de anuência do recorrido (Art. 501
do CPC)
- Requer poder especial do advogado - Também requer poder
especial, quando implicar a extinção do processo; mas o poder
especial será de disposição de direito material
(renúncia ou reconhecimento), quando houver
extinção do processo com análise do mérito.

PRINCÍPIOS

 Taxatividade: recurso cabível é definido em lei, ou seja, não se


pode criar formas para recorrer o codex indica e obrigaciona
todas as formas a serem seguidas.

 Unicidade/ Singularidade/ Unirrecorribilidade: para cada


espécie de ato judicial a ser recorrido deve existir um único
recurso. O art. 498 não é exceção, pois entende-se que para
cada finalidade existe uma espécie de recurso.

Obs: recurso, tem de estar no art. 496 (taxativo), é diferente


de sucedâneo recursal, só será usado se não tiver recurso, pedido de
reconsideração não é recurso pois não está no rd, outro exemplo: ação
rescisória, mandato de segurança, ação anulatória de ato judicial
 Princípio da Fungibilidade: visa a facilitação ao acesso à justiça,
garantindo a facilitação da apreciação da questão colocada em
discussão em sua plenitude, colocando em primeiro plano a
eficácia jurisdicional, assim deixa-se as formalidades recursais
em prol do bem estar social.
1) presença de dúvida a respeito do recurso cabível, que pode
gerar:
- da lei processual atécnica
- discussão doutrinária ou jurisprudencial
- do fato de ser proferido um ato judicial por outro, chama-se
de sentença a decisão interlocutória ou vice-versa.

2) inexistência de erro grosseiro no recurso interposto

3) prazo adequado para o recurso correto.

Ex: pedido de assistência judiciária gratuita, se negado pode


ser feita por decisão interlocutória ou sentença, os recursos
seria agravo e apelação, se concedida deverá ser feita a
impugnação, ou processo.

 Princípio da Dialeticidade/ Discursibilidade/ Dialogcidade: o


recurso deve ser discursivo, razões recursais + pedido de
reforma. Jurisdição limite da lide. Tem de julgar dentro dos
limites da lide, ultra petita, intra petita e infra petita, a
petição inicial fixa os limites da lide, o recurso tem de ser
dialético, tem de ter razões recursais e pedido de rever.

 Princípio da Motivação e Forma: o recurso é imperativo que


haja manifestação de vontade, obrigatoriamente expressa (oral
ou escrita) regra que seja escrita. O recurso interposto sem
motivação constitui pedido inepto. Se a parte não explicar os
motivos da impugnação o tribunal não tem sobre o que decidir,
e a parte contrária não terá sobre o que se defender.
Finalmente, para o recurso ser apreciado precisa ser feito nas
formas preconizadas em lei.

Decisão____________________________________Coisa Julgada

Renúncia: renuncia o direito Desistência: depois do recurso bem


de recorrer com mérito disponível, desistir antes de ser citado
o réu. Vista parte contrária para apreciar

o pedido de desistência. A parte pode nega


obs: você entra com recurso, se quiser desistir não precisa da
anuência da parte (art. 501 e 502). Se você homologa o termo de
renúncia ao direito de recorrer – faz coisa julgada.

 Princípio da Consumação: no momento em que se interpõe o


recurso ele se faz perfeito e acabado. Não aceita nenhum tipo
de alteração ou complementação. Não pode pedir emenda de
uma peça recursal. Somente a Petição Inicial.

 Princípio da Reformatio in Pejus: a reforma da sentença não


pode ser feita se piorar a situação daquele que interpôs o
recurso, salvo matéria de ordem pública (que o julgador pode
reconhecer de ofício).

 Princípio da Devolutividade: Duplo Grau de Jurisdição: consiste


em submeter a lide a exames sucessivos, por juízes diferentes
(de hierarquias diferentes), como garantia de boa solução.
Estabelecido pela Constituição de 88 quando se estruturou o
Judiciário.

 Princípio da Lesividade: aduz tal princípio que para ser possível


a interposição de recurso a decisão recorrida deve trazer
prejuízo ao recorrente, o prejuízo gera sucumbência que deve
ser material e, também, formal.

 Princípio da Colegialidade: visa proteger e concretizar o


princípio da segurança jurídica, na medida em que o exame
aprofundado da causa e a observância das formalidades
essenciais às garantias dos jurisdicionado será exercida por um
grupo de magistrados. Princípio de aplicação restrita - a lei
pode restringir a sua aplciação.

EFEITOS

Efeito Obstativo
Efeito que obsta, que impede, a coisa julgada. Impede a
preclusão, a coisa julgada não pode ser modificada, enquanto o recurso está
em pauta, não há coisa julgada sob júdice. Produz efeito obstativo.

Efeito Devolutivo

Princípio da devolutividade, o objetivo do recurso é mudar a


sentença, sua finalidade é o reexame parcial ou total da lide, o que for
devolutivo fixa os limites da lide ou jurisdição recursal. Qualquer
julgamento fora disso é extra petita, se menor, é infra petita.

Tal efeito define a extensão do julgamento pelo tribunal.

Da-se o restabelecimento de apreciar a mesma questão, pelo


mesmo órgão judicial que proferiu a sentença ou por outro,
hierarquicamente superior.

Efeito Translativo

É a capacidade que tem o tribunal de avaliar questão que não


tenha sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto
superior a vontade das partes. Assim, o efeito devolutivo necessita de uma
expressa manifestação da parte, enquanto o efeito translativo independe de
manifestação da parte – trata-se de matéria de ordem pública.

Assim, ao rever a lide o magistrado deve revê-la como um todo,


buscando e solucionando qualquer mácula que a afete, mesmo que não tenha
sido tratada pelo recorrente.

Efeito Suspensivo

Este não se confunde com o obstativo, vem para evitar os


efeitos da decisão, pára com a eficácia da decisão, em alguns casos pode até
parar com o andamento do processo.
- decorre da lei; já está previsto na lei
-decorre do magistrado; através de um pedido feito ao relator
que poderá ser feito no próprio recurso. Agravo ou medida cautelar

Obs: apelação (duplo efeito) devolutivo e suspensivo – exceção


só devolutivo – art. 520

Efeito Ativo (antecipação de tutela recursal)

Já permite os efeitos do recurso, este seria contrário do


efeito suspensivo – ex: autorização para internação de um paciente de plano
de saúde.

Efeitos do Julgamento

Efeito Substitutivo

Consiste na força do julgamento de substituir, para todos os


efeitos, a decisão recorrida, nos limites da impugnação. Trata-se de um
derivativo do efeito devolutivo. Somente um julgamento deve prevalecer.
Art. 512.

Requisitos:

a) O recurso deverá ser conhecido e julgado pelo mérito; se o


caso for de não admissão do recurso, por questão
preliminar, ou se o julgamento for de anulação do julgado
recorrido, não haverá como o decidido no recurso substituir
a decisão originária
b) Deverá o novo julgamento compreender todo o tema que foi
objeto da decisão recorrida; se a impugnação tiver sido
parcial, a substituição operará nos limites da devolução
apenas.

É irrelevante, in casu, que o recurso tenha sido provido ou


improvido, mesma que a decisão anterior tenha sido confirmada, prevalecerá
a nova decisão, e que irá fazer coisa julgada.

Efeito Expansivo

Em regra a interposição de recurso produz efeitos apenas para


o recorrente, mas no efeito expansivo o julgador poderá ir além da pessoa
(subjetivo) ou do objeto (objetivo)

Subjetivo: onde o efeito vai atingir alguém que não seja parte
do recurso. (devedor recorre ganha, fiador que não recorreu também é
atingido)

Objetivo Externo: a decisão em juízo se torna ineficaz devido


ao recurso interposto que pediu ao tribunal que avaliasse o recurso (agravo
retido) sendo este aceito e anulando o processo. Dá-se a outros atos que
não tenham sido impugnados no recurso, assim todos os atos sucessores, que
tenham relação com o ato reformado, sofreram, também, reforma, no
sentido que lhe couber. (vai além do que o recurso propor, os atos que
decorram do que foi reformado, ainda, que não tenho sido objeto do recurso
serão alterados com a nova decisão)

Objetivo Interno: a alegação de prescrição é acolhida apenas


no recurso levado ao tribunal, por erro, este não foi acolhido em juízo. A
reforma é feita somente dentro dos atos que sucederam ao ato reformado
e que estejam vinculados a este, mas a reforma é feita apenas no que o
recurso lhe propuser. (os atos que sucederam, e tem conectividade com a
parte alterada da decisão, serão alterados somente quanto ao que lhes
propuser reforma o recurso)

CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS.

Quanto ao Fim

a) Invalidade/Reforma (modificação)
b) Integração/Esclarecimento
Quando à Marcha do Processo (efeitos)

a) Devolutivo e suspensivo
b) Só devolutivo; não suspensivo

Quanto ao Conteúdo do Ato Impugnado (ao âmbito)

a) Total
b) Parcial

Quanto a Fundamentação do Recurso

a) Fundamentação Livre/Ilimitada/Irrestrita
b) Fundamentação Vinculada/Limitada/Restrita

Quanto as Instâncias (objeto)

a) De instância ordinária
b) De instância extraordinária

Quando ao Momento da Apresentação

a) Principal
b) Adesivo (subordinada)

Objeto do recurso não é a forma, mas, sim, o reexame.

Recurso Adesivo

O recurso adesivo é aplicado exclusivamente no caso de


sucumbência recíproca, art. 500, admite o Código que a parte surpreendida
faça sua adesão ao recurso, uma vez tendo vencido o prazo para o recurso
próprio.

O prazo para a interposição do recurso adesivo é o mesmo de


que a parte dispõe para responder ao recurso principal. Aplicam-se ao
recurso adesivo as mesma regras do recurso independente, no tocante a
admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.
O art. 500 só fala em autor e réu, o MP e o terceiro
interessado são excluídos do recurso adesivo, mas a Fazenda Pública pode
interpô-lo.

O recurso adesivo é um acessório do recurso principal, por isso


não será conhecido se houver desistência do recurso independente, ou se
for declarado inadmissível ou deserto.

Só tem cabimento na apelação, nos embargos infringentes, no


recurso especial e no recurso extraordinário.

Invalidade + Reforma

a) Quando se invalida uma decisão, volta todo o processo, a invalidade


impõe a reforma, já a reforma segue o processo

Erro

In procedendo: ocorre quando há falha no procedimento da decisão, erro


formal. Ex: decisão proferida sem publicação, falta relatório na decisão –
efeito – gera a invalidade da decisão. (erro formal)

In judicando: ocorre uma falha na formação da convicção do magistrado,


interpreta erroneamente, erro material – efeito – gera a reforma da
decisão. Vício substancial do conteúdo, má apreciação das questões,
pedindo-se reforma da decisão

Obs: só há cumulação destes se eventual (subsidiária), pois inconpatíveis


entre si. Normalmente analisa-se primeiro o erro in procedendo, depois o
error in judicando

 A invalidade deve ser alega como preliminar, nulidade da


publicação.
 Alegações de mérito = Reforma
 O erro in judicando vai integrar ou/e esclarecer – através de
Embargos Declaratórios (taxatividade)
 In procedendo sempre terá o duplo efeito – suspensivo e
devolutivo
 Agravo retido nunca terá efeito suspensivo
 Todos os recurso podem atacar total ou parcialmente uma decisão
 Mas há alguns recursos que limitam a sua alegação
 Apelação não tem limite

DO PREPARO

Consiste no pagamento, em época certa, das despesas


processuais correspondentes ao processamento do recurso interposto.

A falta do preparo gera deserção, que importa no trancamento


do recurso, presumindo a lei que o recorrente tenha desistido do respectivo
julgamento.

São dispensados do preparo:

a) Embargos de Declaração
b) Embargos de Divergência
c) Todos os recursos interpostos pelo MP, Fazenda Nacional,
Estadual e Municipal e respectivas autarquias
d) O agravo retido, sem preparo só será analisado quando subir
juntamente com a apelação
e) E assistidos pela assistência judiciária gratuita
f) Agravo de Instrumento para admissibilidade do Rext ou
Resp

O preparo é insuficiente quando é feito de modo incompleto – desta


forma, a parte é intimada para completar o preparo – 5 dias – caso
não complemente o preparo é considerada deserção – a pena da
deserção é a inadmissibilidade do recurso.

REQUISISTOS DE ADMISSIBILIDADE

Intrínsecos
Conteúdo interno da decisão. É através da decisão que se sabe quem pode
recorrer.

a) Cabimento Princípios da Taxatividade e Unicidade


b) Interesse – Princípio da Lesividade
c) Legitimidade art. 499 – MP, 3º interessado, prejudicados – é através
da decisão que se sabe que pode recorrer.

Extrínsecos

Externo da decisão normalmente relaciona-se ao próprio recurso ou


questões supervenientes.

a) Tempestividade
b) Preparo
c) Causas extintivas ou impeditivas do direito do recorrente
d) Regularidade formal

Objeto da Decisão

Pedido de reforma com as razões recursais – o mérito do recurso é


objeto da decisão – pedido de reexame com as razões recursais.

Reforma Superveniente

É quando o recorrente perde o direito de recorrer, por perda


do objeto da ação. O tribunal não vai reconhecer o recurso, não vai analisar
o mérito – desistência gera.

O agravo de instrumento não tem efeito suspensivo, mas o


relator pode dar este efeito – gera a prejudicidade.

Regularidade Formal

Todo recurso tem uma regularidade, um formalismo.

O agravo retido pode ser oral ou escrito, quando é feito na AIJ


deve ser oral, se for interposto na forma escrita ele não será reconhecido –
requisito formal. Assim, o agravo retido oral será reduzido a termo e
conhecido apenas no Tribunal – ocorre o cerceamento de defesa por não
haver a possibilidade de usar testemunhas.

APELAÇÃO

O recurso de Apelação será cabível sempre para um reexame


da lide após a sentença, seja ela terminativa, sem resolução de mérito, ou
definitiva, com resolução de mérito.

Visa uma reforma parcial ou total da decisão impugnada, ou até


mesmo sua invalidação.

Também nos procedimentos incidentes ou acessórios, como


medidas cautelares, habilitação, restauração de autos, etc., a Apelação é o
recurso cabível contra a sentença que os encerrar. O mesmo não ocorre
com o julgamento de simples incidentes do processo, com impugnação ao
valor da causa e das exceções, já que in casu ocorrem apenas decisões
interlocutórias.

Procedimento

O apelante deve manifestar seu recurso através de petição


dirigida ao juiz de primeiro grau, que conterá:

I – os nomes e qualificação das partes


II – os fundamentos de fato e direito
III – o pedido de nova decisão

O pedido de nova decisão pode referir-se a um pronunciamento


de mérito favorável ao apelado, ou apenas a invalidação da sentença por
nulidade.

 A falta das razões no novo pedido impede o


conhecimento da Apelação
Prazo: o recurso deve ser protocolado dentro do prazo de 15
dias.

 Documentos, em regra, só poderão acompanhar a


Apelação quando se dispuserem a provar fatos novos,
dentro da exceção permitida.
 Entretanto, o terceiro interessado, que não era parte no
processo, pode instruir a peça com os documentos de que
disponha; vez que não teve qualquer oportunidade para
juntá-las anteriormente no processo.

Efeitos

A Apelação tem duplo efeito: devolutivo-suspensivo

a) Devolutivo: a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento


da matéria impugnada – visa-se esse recurso a obter um
novo pronunciamento sobre a causa, com reforma total ou
parcial da sentença do juiz de primeiro grau. As questões de
fato e de direito tratadas no processo, sejam de natureza
substancial ou processual, voltam a ser conhecidas e
examinadas pelo tribunal.

Obs: se a Apelação for parcial, a devolução abrangerá


apenas a matéria impugnada.

Obs: dentro da matéria a ser devolvida pelo tribunal,


apreciará todas as questões suscitadas e discutidas dentro
do processo, ainda que não tenham sido alvo da decisão
atacada.

1) A extensão é limitada pelo pedido do recorrente, visto


que nenhum juiz ou órgão judicial pode prestar tutela
jurisdicional senão quando requerida pela parte
2) A profundidade abrange os antecedentes lógico-
jurídicos da decisão impugnada, de maneira que, fixa o
objeto do recurso pelo requerimento formulado pela
parte apelante, todas as questões que foram suscitadas
no processo, que podem assim interferir tanto no seu
acolhimento como em sua rejeição terão de ser levadas
em conta pelo tribunal.

 Desta forma, todas as questões preliminares e,


também, as prejudiciais de mérito propostas antes
da sentença de mérito, que influem na acolhida ou
rejeição do pedido, ainda que o juiz a quo não as
tenha enfrentado ou solucionado por inteiro.
 Se a sentença se restringe ao julgamento sem
apreciação de mérito, o acórdão fica restrito a
questão preliminar, e subsequentemente o tribunal
não poderá passar para o mérito da questão sem
que o recorrente lhe tenha requerido.
 Art. 515: autorizou o tribunal, na apreciação de
recurso de Apelação que combate sentença que
extinguiu o processo sem resolução do mérito, a
julgar desde logo a lide, se causa versar questão
exclusivamente de direito e estiver em condições
de imediato julgamento.
 A reformatio in pejus, embora não esteja
expressa no código, é vedada segundo doutrina e
jurisprudência, sem que a outra parte também
tenha recorrido.

b) Suspensivo: a Apelação normalmente suspende os efeitos da


sentença, seja esta condenatória, declaratória ou
constitutiva. Porém há sete casos em que os efeitos da
Apelação são apenas devolutivos, de maneira que é possível a
execução provisória enquanto estiver pendente o recurso:

1) Homologar divisão ou demarcação


2) Condenar a prestação de alimentos
3) Julgar a liquidação de sentença
4) Decidir o processo cautelar
5) Rejeitar liminarmente os embargos à execução ou julgá-
los improcedente
6) Julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem
7) Confirmar a antecipação dos efeitos da tutela
8) Decretar interdição

 Mesmo diante das hipóteses expressamente


previstas, para que a apelação tenha efeito apenas
devolutivo, pode o relator, diante das circunstâncias,
determinar a suspensão do cumprimento da sentença,
até que o Tribunal julgue o recurso.
 Para tanto, o apelante deverá formular requerimento,
que poderá constar das próprias razões recursais ou
de petição à parte, devendo demonstrar a
configuração de risco de lesão grave ou de difícil
reparação – fumus boni iuris e do periculum in mora.

Recebimento

A petição da Apelação é dirigida ao prolator da sentença


impugnada, ao recebê-la deve o juiz declarar os efeitos do recurso. Da
decisão que atribui os efeitos da Apelação cabe Agravo de Instrumento; o
mesmo recurso cabe, também, do recebimento ou não da Apelação.

Admitida a Apelação em ambos os efeitos, devolve-se o


conhecimento da causa à Superior Instância, não podendo o juiz inovar no
processo. O juiz não pode inclusive negar seguimento ao recurso.

Julgamento em Segunda Instância

O tribunal ad quem antes de apreciar a Apelação, deverá


decidir os agravos de instrumento por ventura interpostos.

O recurso é julgado pela Turma julgadora, composta por três


desembargadores, porém, há possibilidade de o relator, em casos de
divergência, propor seja o recurso julgado por um colegiado maior previsto
no regimento interno.

Julgamento Liminar de Sentença Repetitiva

É julgamento para sentença já proferida pelo mesmo juízo,


trata-se de sentença de mérito de improcedência, e não de extinção sem
resolução do mérito.

Desta forma, o recurso cabível é a Apelação, no prazo de 15


dias, essa apelação, semelhante ao que acontece em caso do art. 296, o
prolator da sentença atacada poderá se retratar, dentro do prazo de 48
horas.

Exceção à Aplicação do Duplo Grau de Jurisdição

Quando o acórdão que reformar a sentença não se pronunciar


sobre o mérito não haverá duplo grau de jurisdição.

Em ambos os casos, art. 475, §2º, tratam de interesse


fazendário da administração da justiça, ocorrendo quando o valor da causa
não exceda a 60 salários mínimos – entende-se que eventual defesa do
erário não compensava a demora e a redobrada atividade procedimental que
o reexame necessariamente impõe, sobrecarregando os tribunais"

No §3º, do mesmo artigo, está coerente com a escalada de


valorização da jurisprudência a que assiste a ordem jurídico-processual
brasileira a partir de quando, em 1963, o Supremo Tribunal Federal
implementou seu sistema de súmulas; a lei n. 9.756, de 17 de dezembro de
1998 é um marco muito significativo dessa tendência, ao dar destacada
relevância aos precedentes judiciários como motivo para decidir e,
simultaneamente, valorizar também o poder do relator nos recursos"

Atenção!!!!

O próprio prolator da sentença pode inadmitir a apelação,


verificando que sua decisão está bem fundamentada, pacificada, sumulada.
Mas desta decisão cabe recurso – Agravo de Instrumento.

AGRAVO

Agravo é o recurso cabível contras as decisões interlocutórias,


ou seja, contra os atos pelos quais os juízes, no curso do processo, resolvem
questão incidente.
O agravo é, outrossim, cabível em todo e qualquer tipo de
procedimento, seja no de execução ou no cautelar, assim como nos
procedimentos comuns e especiais.

O agravo interno é utilizado contra decisões singulares de


segunda instância, exemplos:

a) Decisão do relator que nega seguimento a recurso


manifestadamente inadmissível, improcedente, prejudicado
ou contrário à súmula do respectivo tribunal ou tribunal
superior.
b) Decisão do relator que indefere embargos infringentes
c) Decisão do presidente ou vice-presidente do tribunal que
não admite recurso especial ou estraordinário.
d) Decisão do relator que, no STJ ou STF, não admite o agravo
relativo ao cabimento do Resp ou Rext, ou lhe nega
provimento.
e) Decisão do relator que nega seguimento a recurso, STJ ou
STF, seja por perda do objeto, ou manifestadamente
intempestivo, descabido ou improcedente, ou, ainda, por
contrariar súmula do respectivo Tribunal.
f) Qualquer decisão no âmbito do STF e STJ, proferida por
presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou de Relator,
que cause gravame à parte.

O agravo retido é exclusivo do procedimento de primeiro grau


de jurisdição. Não tem cabimento nos casos de agravo contra decisões
singulares proferidas em processos que tramitam nos Tribunais.

AGRAVO RETIDO

Diz-se agravo retido quando a parte, em vez de se dirigir


diretamente para o Tribunal para provocar o imediato julgamento do
recurso, volta-se para o juiz da causa, autor do decisório impugnado, e
apresenta o recurso, pedindo, pedindo que permaneça no bojo dos autos,
para que dele o Tribunal conheça, preliminarmente, por ocasião do
julgamento da Apelação.
A regra atual é que o agravo seja interposto sob a forma
retida, somente em casos em que se reclama solução urgente cuja
apreciação pelo Tribunal seja impossível de ocorrer nos moldes traçados
para o agravo retido é que a modalidade de agravo de instrumento é
autorizada pela lei.

 Como o agravo retido não sobe separadamente para o


Tribunal não há necessidade de se fazer juntar o
instrumento, basta que o agravante fundamente seu
recurso indicando apenas onde se acha a decisão atacada
e se reportando às peças dos autos úteis ao
esclarecimento de sua argumentação.

 No seu conteúdo formal e substancial, o agravo retido


não pode fugir dos requisitos básico do agravo de
instrumento:

a) Exposição do fato e do direito


b) Explicação das razões do pedido de reforma

 O agravo retido impede a preclusão da matéria


impugnada, sem prejudicar o andamento normal do
processo.
 Para que o agravo retido seja conhecido pelo Tribunal
futuramente, o agravante deverá reiterar seu pedido
através da Apelação ou Contrarrazões à apelação quando
a interpuser. (pressuposto indispensável)

AGRAVO RETIDO ORAL

O agravo retido oral é interposto, sempre, em audiência de


instrução e julgamento.

Na sistemática do §3º do art. 523, as decisões interlocutórias


pronunciadas durante a audiência de instrução e julgamento somente podem
ser atacadas por meio do agravo retido e mediante manifestação durante a
própria audiência. A parte prejudicada tem de agravar imediatamente.
Oralmente, também, são deduzidas pelo recorrente, de maneira
sucinta, as razões do agravo, que também figuraram no termo da audiência.
A falta do agravo oral imediato torna preclusa a matéria decidida pelo juiz
durante a audiência.

As contrarrazões do adversário do agravante também devem


ser acolhidas oralmente na própria audiência, para manifestar o tratamento
isonômico de ambas as partes.

Juízo de Retratação no Agravo Retido

O juiz poderá retratar a decisão objeto do agravo retido, para


tanto deverá antes conceder 10 dias para que o agravado ofereça sua
resposta. Se não for oferecida à parte agravada o direito de apresentar
contrarrazões o juiz não poderá se retratar.

Agravo Retido Após Sentença

Após proferida sentença o juiz ainda preside o processamento


da Apelação e decidir os Embargos de Declaração, cabe-lhe ainda dar
cumprimento ao comando da sentença condenatória. Dessa maneira, mesmo
depois de proferida a sentença, juiz pode vir a decidir questões incidentais,
tornando cabível o agravo.

Há dois casos em que as decisões posteriores à sentença devem


ser impugnadas por meio de agravo de instrumento:

a) Quando se trata de inadmissão da Apelação


b) Quando se refira à deliberação sobre os efeitos em que a
apelação é recebida

Nestas duas exceções o agravante não precisa demonstrar o


perigo de lesão grave ou de difícil reparação para o propositura do agravo
sob a forma de instrumento.

AGRAVO DE INSTRUMENTO.
O agravo de instrumento é uma exceção, somente utilizável nos
termos do art. 522, segundo o dispositivo de lei:

a) Decisão suscetível de causa à parte lesão grave ou de difícil


reparação;
b) Decisão que inadmite a Apelação ou que delibera quando aos
efeitos em que a Apelação é recebida.

Desta forma, o agravo de instrumento é aceito nos casos em


que o agravante puder demonstrar a presença do periculum in mora, ou seja,
que parte agravante não pode esperar a solução da lide ou a apreciação do
recurso de apelação sem que o bem que visa proteger juridicamente sofra
lesão grave ou de difícil reparação.

O que se visa proteger na verdade, através do agravo de


instrumento, é o princípio da celeridade processual.

Formação do Agravo de Instrumento

Adotada a modalidade de agravo por instrumento, o recurso


será processado fora dos autos da causa onde se deu a decisão impugnada.
O instrumento será um processado à parte formado com as razões e
contrarrazões dos litigantes e com as cópias das peças necessárias à
compreensão e julgamento da impugnação.

A petição será dirigida diretamente ao Tribunal competente, e


deverá conter os seguintes requisitos:

a) A exposições do fato e do direito


b) As razões do pedido de reforma da decisão
c) O nome e endereço completo dos advogados dos agravantes
e agravado

Com relação às cópias das peças e dos documentos, a petição


será instruída da seguinte maneira:
a) Obrigatoriamente: com cópias da decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação, das procurações
outorgadas ao agravante e ao agarvado.
b) Facultativamente: com outras peças que o agravante
entender úteis.
c) Havendo custas e despesas de porte e retorno, será
obrigatória a instrução da petição de agravo, com o
comprovante do respectivo preparo.

Efeitos do Agravo de Instrumento

Recurso que normalmente limita-se ao efeito devolutivo, não


obsta o andamento do processo. Entretanto, o efeito suspensivo poderá, em
determinados casos, ser concedida pelo relator, para eliminar o risco de
danos sérios e de reparação problemática.

Não obstante, para ser concedido o efeito suspensivo deverá


ser requerido pelo agravante, conforme art. 558, nas seguintes hipóteses:

a) Prisão civil
b) Adjudicação, remição de bens e levantamento de dinheiro
sem caução idônea;
c) Outros casos dos quais possa resultar lesão grave ou de
difícil reparação.

 O requerimento para que o Relator dê efeito suspensivo


ao agravo de instrumento será feito no próprio recurso
ou até mesmo em petição separada.

Processamento

O agravante, após encaminhar o agravo diretamente para o


Tribunal, requererá, em três dias a juntada aos autos do processo da cópia
da petição recursal, com relação dos documentos que a instruíram, e, ainda,
comprovante de sua interposição. Tal questão tem o entendimento pelo STJ
de ser apenas um ônus processual, cuja a inobservância poderá acarretar o
não-conhecimento do agravo pelo Tribunal.

No despacho da petição ocorrerá:

a) Indeferimento liminar do recurso


b) Deferimento do processamento do agravo, caso em que:
1) Obrigatoriamente, determinará a intimação do agravado
para responder ao recurso no prazo de 10 dias
2) Facultativamente, ordenará a requisição de informações ao
juiz da causa, que as prestará em 10 dias
c) Conversão do agravo de instrumento em agravo retido, caso
reconheça não ocorrer urgência ou perigo de lesão grave ou
de difícil reparação. Neste caso, determinará que os autos
do agravo sejam remetidos ao juiz da causa para
apensamento aos principais.

Havendo requerimento de efeito suspensivo pelo agravante


será, também, na fase do despacho da petição de agravo que o relator o
apreciará

As hipóteses de indeferimento do agravo pelo próprio relator


são enumeradas pelo art. 557, e permitem o trancamento do recurso não
apenas no despacho inicial, mas também posteriormente, quando apurado o
fato que legalmente o autoriza, antes de chegar o feito ao julgamento pelo
órgão colegiado competente:

a) Agravo manifestadamente inadmissível; fora do prazo, ou


sem comprovante do pagamento das custas, quando o ato
impugnado não for agravável – sempre que não se puder
conhecer do agravo
b) Agravo manifestadamente improcedente; o relator pode
antecipar o julgamento que seria de competência do
colegiado, se os elementos do recurso forem suficientes
para evidenciar a completa falta de razão jurídica para
sustentar a pretensão jurídica.
c) Recurso prejudicado; o agravo perdeu o objeto, como em
situação de ter o juiz de origem retratado a decisão
impugnada, ou por ter sido decidida questão prejudicial em
outra sede ou ainda por havido desistência do agravante.
d) Recurso com pretensão contrária à tese já incluída em
súmula do tribunal ad quem ou de tribunal superior.

 Cabe, também, ao relator dar provimento ao agravo, em


decisão singular, quando a decisão recorrida estiver em
manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência
dominante do STF, ou Tribunal Supeior.
 Para contrabalancear os amplos poderes do relator, art.
557. Prevê o cabimento de agravo para órgão colegiado
competente, no prazo de 5 dias, sempre que ocorrer
decisão singular de extinção de agravo de instrumento.
 Da decisão que converte o agravo de instrumento em
agravo retido, nenhum recurso pode ser interposto, mas
o relator pode retratar sua decisão enquanto o agravo
não for submetido a julgamento definitivo. A parte pode
requerer a retratação do magistrado através petição
simples.

 Com relação ao contraditório o agravo poderá instruir sua peça com


quaisquer documentos que ache necessário, não apenas com cópias das
peças processuais.
 Entretanto, os documentos novos devem ser mostrados ao agravante
para que este possa exercer seu direito a ampla defesa.
 Se o agravo não tiver o efeito suspensivo, e passada a sentença sem
que o vencido interponha recurso de Apelação, o Agravo restará
prejudicado, uma vez que finda a sentença sem recurso faz coisa
julgada, tornando imutável seu decisium. (art. 467)

EMBARGOS INFRINGENTES

São o recurso cabível contra acórdão não-unânime proferida


em apelação ou ação rescisória, é dirigida ao próprio tribunal que pronunciou
a decisão impugnada.

Trata-se de recurso não devolutivo, pois provoca o reexame do


caso decidido, pelo próprio tribunal que o proferiu o acórdão impugnado,
inclusive com a participação dos magistrados que integraram o órgão
fracionário do primeiro julgado.

 Só se admite embargos infringentes contra decisão não-


unânime em acórdão do 2º grau.
Pressuposto:

a) Que o acórdão seja proferido no julgamento de Apelação ou


ação rescisória;
b) Que a decisão impugnada não seja unânime, aja voto vencido.
c) Que a sentença, objeto da apelação, seja de mérito, logo
não cabe embargos infringentes se a divergência ocorrer
sobre preliminares processuais
d) Que o acórdão não-unânime tenha reformado a sentença, no
caso de Apelação;
e) E, em que si, tratando de ação rescisória, o acórdão tenha
julgado procedente o pedido.

 Não é permitida a reformatio in pejus contra o


embargante, na decisão dos embargos infringentes.
 Embora silencie a lei reconhece-se a doutrina, nos
embargos infringentes, o efeito suspensivo.

Processamento

Os embargos infringentes são opostos por petição, endereçado


ao relator da Apelação ou da ação rescisória, art. 531. Processam-se nos
mesmos autos da causa e não em autos apartados.

O relator tem poder para indeferir os embargos, quando


entender incabível o recurso. Cabe agravo dessa decisão, para o órgão
competente para o julgamento dos embargos. O prazo para a interposição
do agravo será de 5 dias.

O juízo de admissibilidade deve ser feito pelo relator somente


quando já oportunizada ao embargado resposta.

O prazo é de 15 dias, tanto para o embargante quanto para o


embargado.

Salvo exigência de lei local, o processamento dos embargos


infringentes, em princípio, não se sujeita mais a preparo, art. 533.
O entendimento da doutrina é que não é possível, no caso dos
embargos infringentes, a aplicação do art. 557, por se tratar de divergência
de votos, não como um juiz singular decidir o recurso.

 Havendo embargos adesivos este seguirão o mesmo rito


dos embargos principais, o relator será único para os
dois recursos.

Obs: a matéria a ser reexaminada nos embargos, seu âmbito é o da


divergência ocorrida no julgamento embargado, mas, se a divergência é
total, também, será total a devolução do conhecimento.

Os embargos infringentes aceitam acolhida parcial da matéria


a ser reexaminada.

Inovações

a) Quando a sentença for terminativa, mas o acórdão, ao prover a


apelação, tiver julgado o mérito, os embargos infringentes
poderão ser manejados, se houver voto vencido, não obstante
o julgamento de primeiro grau não tenha apreciado o mérito.
b) O órgão que formará a turma julgadora pode ser feito com
juízes que participaram da decisão atacada, mas recomenda-se
que o relator não seja o mesmo.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Da-se o nome de embargos de declaração ao recurso destinado


a pedir ao juiz ou tribunal prolator de decisão que afasta obscuridade,
supra omissão ou elimine contradição existente no julgado.

Qualquer decisão judicial comporta embargos declaratórios,


não tem relevância ter sido a decisão atacada proferida por juiz de 1º grau
ou tribunal superior, em processo de conhecimento ou execução ou cautelar;
terminativa, final ou interlocutória.

Pressupostos
Os embargos de declaração não visam a reforma da decisão,
mas, sim, seu aperfeiçoamento sanando obscuridade, omissão ou contradição
existente neste, são estas falhas que lhe oportunam a existência.

Procedimento

Prazo: 5 dias.

A petição será endereçada ao juiz ou relator da decisão


atacada, e indicará o ponto obscuro, contraditório ou omisso.
Não há preparo.

Sem audiência da parte contrária o juiz decidirá o recurso em


cinco dias.

No tribunal a turma que proferiu a decisão atacada será a


mesma que julgará os embargos de declaração.

A lei não prevê contraditório. Entretanto, nos casos em que o


suprimento da lacuna ou eliminação da contradição leve à anulação do
julgamento anterior (caráter infringente), nestes casos será oportunizado o
contraditório.

Efeito Interruptivo

Os embargos tem efeito interruptivo em relação ao prazo dos


demais recursos, após julgamento dos embargos recomeça-se a contagem
por inteiro do prazo para interposição de outro recurso – a interrupção do
prazo deve beneficiar a contagem deste para todas que tenham legitimidade
para recorrer.

Caso antes da interposição dos embargos já tenha sido


interposto recurso por uma das partes duas são as situações:

a) Se os embargos não forem providos o objeto atacado não


interferirá no recurso principal de maneira que o julgamento
daqueles nada alterará quando a matéria impugnada no
último – não havendo assim necessidade de ratificação ou
renovação o recurso anteriormente interposto.
b) Se os embargos forem providos a reiteração se faz
necessária, já que uma vez julgados e acolhidos os embargos
a decisão recorrida já não Será a mesma que o recurso
principal atacara.

Efeito Suspensivo

Os embargos declaratórios não tem eficácia alguma quanto a


sua eficácia, impõe-se reconhecer sua força suspensiva,

Serão os efeitos do recurso para aquele caso. Ex: fosse


decisão interlocutória – agravo – os embargos neste caso só terão efeitos
devolutivos e não tem efeito suspensivo.

Embargos Protelatórios

Os embargos protelatórios visam apenas obstar o curso do


processo, sendo que a decisão atacada não qualquer imperfeição ou vício
para ser sanado.

Neste caso, o tribunal reconhecendo a ilicitude da conduta,


condenará o embargante ao pagamento de multa, que não poderá exceder 1%
do valor da causa. No caso de reiteração dos embargos protelatórios a
multa será elevada até 10% .

RECURSO ORDINÁRIO

Cabível em, art. 539, I e II:

I - (pelo Supremo Tribunal Federal)

1) Mandado de segurança
2) Habeas Corpus
3) Mandados de injunção, decididos em única instância pelos tribunais
superiores, quando denegatória a decisão (tanto não conhecem, como
não dão provimento)
II - (pelo Superior Tribunal de Justiça)

a) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos


Tribunais Regionais ou Federais ou pelos Tribunais dos Estados ou
DF, quando denegatória a decisão (tanto não conhecem como não dão
provimento) obs: não cabe contra decisão da turma recursal do JEC,
nem contra acórdão de TRT ou TER
b) As causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou
Organização Internacional e, do outro, Municípios ou pessoa
residente ou domiciliado no país (sai da Justiça Federal e vai direito
para STJ) – cabe agravo de instrumento nas decisões interlocutórias
no prazo de 10 dias.

Finalidade:

Permitir um segundo grau de jurisdição em causas processadas


diretamente nos Tribunais, transforma o STF e STJ em cortes de segundo
grau, podendo haver, inclusive, análise de questões de fatos. Efeito
devolutivo amplo.

Prazo: de 15 dias dirigido ao Relator do acórdão recorrido.

Não é preciso prequestionar, não enseja Revisor.

Processamento: (igual a da Apelação)

Recurso Adesivo:

No recurso Ordinário não cabe recurso Adesivo nas hipóteses


dos incisos I e II, tendo em consideração que somente a parte ativa, autor,
pode ensejar tal peça. Entretanto, com relação à alínea “b” cabe recurso
adesivo, porque a sentença pode ser favorável a qualquer das partes.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Sua finalidade é manter, dentro do sistema federal e da


descentralização do Poder Judiciário, a autoridade e unidade da
Constituição Federal.
Cabimento: art. 102, III

É admitido recurso Extraordinário em causas julgadas por


outros Tribunais, em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) Contrariar dispositivo da Constituição Federal


b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
c) Julgar lei ou ato do governo contestado em face da Constituição
d) Julgar válida lei contestada em face de lei federal

 A EC 45 trouxe a inovação de ser necessário para a interposição de


recurso Extraordinário, além das possibilidades apresentadas pelo
art. 102, III, a necessidade de se demonstrar a repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no caso.

Pressupostos:

a) Julgamento da causa em única ou última instância


b) A existência de questão federal constitucional, isto é, uma
controversa em torno da aplicação da CF.

A questão que trata da aplicação do recurso Extraordinário


deve ser somente pode ser um questão de direito, isto é, um ponto
controvertido que trate diretamente da aplicação e interpretação de lei. O
recurso Extraordinário, para ser conhecido deve versa sobre “causa
decidida“, na instância de origem:

c) Demonstração da repercussão geral das questões constitucionais


decididas no caso.

 A matéria suscitada no recurso extraordinário não pode aparecer


pela primeira vez no recurso, deve ter sido abordada e debatida em
instância originária.
 Caso o julgador tenha sido omisso com relação a questão que se
pretende debater no recurso extraordinário, deve-se propor Embargos
de Declaração, para que a questão federal seja debatida, antes de se
propor o recurso extraordinário.
Causa Decidida

Art. 102, III e 105, III, da CF: o julgamento realizado pelas


instâncias ordinárias sobre a questão de direito que se quer ver decida
pelos Tribunais Superiores, a provocação deste julgamento é realizada pelo
prequestionamento.

 Não há efeito translativo nos recursos Especial e Extraordinário, uma


vez que este efeito leva a julgamento as causa não decididas e estas
não podem ser objeto de matéria nos recursos.

Repercussão Geral:

A emenda constitucional 45 trouxe a necessidade da parte


demonstrar a existência de repercussão geral das questões constitucionais
debatidas no caso, modo de filtragem de recuso extraordinário.

O STF através de votação por dois terços de seus membros


poderá recusar o recurso de maneira preliminar. A apreciação da ocorrência
ou não da repercussão geral é exclusiva ao STF, desta forma, o presidente
do Tribunal de origem somente poderá impedir o recurso nos casos das
alíneas do art. 102, III, CF.

Repercussão Geral, a lei entende que é aquela que se origina de


questões que ultrapassem os interesses subjetivos das causas, por conter
interesses que vão além do interesse individual ou pessoal das partes. É
preciso, objetivamente, que a controvérsia repercuta fora do processo e se
mostre relevante do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico.

Repercussão Geral categoricamente assentada, quando


contrariar, decisão recorrida que contraria:

a) Súmula
b) Jurisprudência dominante do STF

Não reconhecimento pela Fatal de Repercussão Geral


Quando a repercussão geral é denegada o recurso
extraordinário não será apreciado, caso seja conhecida o recurso será
julgado no mérito.

Há casos em que o um série de recursos sobre a mesma matéria


são reunidos em único tribunal de origem, desta forma, o tribunal seleciona
um ou mais recursos que representam para encaminhá-los ao STF. Em caso
de denegativa destes recursos os demais, que ficarão sobrestados no
tribunal de origem, também serão considerados automaticamente não
admitidos.

Se o STF julgar o mérito do extraordinário, caberá às


instâncias inferiores julgar o mérito dos recursos sobrestados.

Características:

 Efeito devolutivo restrito à questão federal debatida


 Recurso de fundamentação vinculada
 Não tem efeito suspensivo, execução provisória

Efeito Suspensivo Excepcional

As medidas de urgência – cautelares e antecipação de tutela –


cabem em qualquer tempo e grau de jurisdição. Entretanto, o
posicionamento do STF é de que depende da devolução que o recurso lhe
fizer e que só atribuirá efeitos, para fins cautelares, depois de admitido o
recurso na instância de origem.

Não obstante, atribuído efeito suspensivo, em decorrência de


cautelar, o STF não fica vinculado à decisão dada pelo tribunal de origem,
pode fazer um reexame da situação e, não verificando os pressupostos das
medidas acautelatórias, revogá-la conforme reconheça.

Prazo: 15 dias

Processamento:

 Interposto diante do presidente ou vice-presidente do tribunal de


origem
 Antes de decidir o tribunal ensejarará oportunidade a outra parte
oportunidade de apresentar resposta. (mesmo prazo)
 Sendo despacho positivo, o autos serão remessados ao STF, se
ocorre inadmissão caberá agravo de instrumento (10 dias)
 O serviços de protocolo podem, a critério do Tribunal, ser
descentralizado, mediante a delegação á ofício de primeiro grau.

Preparo: feito nos tribunais de origem

Poderes do Relator

 Decisão singular, enfrentando até mesmo questões de mérito, em


situação de manifesta improcedência; quando a pretensão contrariar
súmula jurisprudencial, recurso intempestivo, incabível ou
improcedente, ou que contrariar questões predominantemente de
direito
 Da decisão do Relator que admite o agravo de instrumento para a
subida do Rext, não cabe recurso

RECURSO ESPECIAL

Recursos para o STJ

 Recurso ordinário, mandados de segurança em única ou última


instância quando negados pelos Tribunais;
 Ações em que forem partes Estado ou Organização estrangeira
contra Município ou pessoa domiciliada no país.
 Resp

A função do Recurso Especial, que antes era desempenhada


pelo recurso extraordinário, é a manutenção da autoridade e unidade da lei
federal.

Daí que não basta o inconformismo da parte para forçar o


reexame do julgamento.

Desta forma, o Resp só é cabível quando for para elucidar


questão federal controvertida, sendo resolvível apenas questão de direito
de âmbito federal.

Entretanto, quando as questões giram, não em torno da


ocorrência do fato, mas da atribuição dos efeitos jurídicos que lhe
correspondem, a questão é de direito, podendo, portanto, ser debatida.

Pressupostos (art. 105, III, CF)

a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência


b) Julgar válido ato do governo local contestado em face de lei federal
c) Der à lei interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.

Jurisprudência

a) O prequestionamento não foi dispensado, mas é exigido apenas que a


questão haja sido posto na instância inferior, e debatida.
b) Incompleto o julgamento, interposto a embargos de declaração,
persistir a omissão, o STJ exige a negativa de prestação
jurisprudencial

Resp fundado em Dissídio Jurisprudencial

A autenticidade do dissídio passou a ser considerada diante da


assinatura do próprio advogado, ficando sobre sua responsabilidade a
falsidade.

Obtenção de Efeito Suspensivo

A competência cautelar do STJ, para conferir eficácia


suspensiva, começa a partir da admissão no tribunal de origem.

Causas Repetitivas
Uma vez assentada a interpretação da lei infraconstitucional no
aresto da seção especial do STJ, seus reflexos repercutirão sobre o
destino de todos os demais recursos especiais pendentes que versem sobre
a mesma questão de direito. (art. 543-C, §7º)

Caberá ao Presidente do Tribunal de origem detectar a


presença de recurso especiais seriados, depois, selecionar um ou mais
recursos ; todos os demais, ficarão retidos e suspensos no tribunal a quo.

Concomitância de Rext e Resp

 Quando um só acórdão der a possibilidade de interposição de Rext e


Resp, o prazo será comum (15 dias), mas as peças serão separadas,
também ocorrerá com as contrarrazões.
 Se ambos forem denegados, caberá agravo de instrumento, também,
distintos, prazo comum de 10 dias.
 Admitidos os dois recursos os autos subirão primeiro par ao STJ, e
após decidido o Resp, haverá a remessa para o STF, salvo se com a
solução do primeiro restar prejudicado o segundo.

Poderes do Relator

 Decisão singular, enfrentando até mesmo questões de mérito, em


situação de manifesta improcedência; quando a pretensão contrariar
súmula jurisprudencial, recurso intempestivo, incabível ou
improcedente, ou que contrariar questões predominantemente de
direito
 Da decisão do Relator que admite o agravo de instrumento para a
subida do Resp, não cabe recurso

Embargos de Divergência

Art. 546, II: cabível quando houver divergência com o julgamento da outra
turma ou do plenário, Rext.

Ao julgar os embargos de divergência o plenário julgará toda a matéria que


deveria ser decidida, mesmo que não tenha sido apreciada por inteiro.
(prazo 15 dias)
Resp e Rext retidos

 É cabível resp e rext contra decisões interlocutórias, e procedimento


cautelar, processo de conhecimento e embargos à execução.
 Não será imediatamente processo, ficará retido nos autos, e terá
tramitação se mais tarde houver recurso da mesma natureza contra a
decisão final, e neste recurso a parte reiterar o pedido

AÇÃO RESCISÓRIA

Conceito: é uma ação de conhecimento de competência


originária, e procedimento especial, ajuizada a buscar desconstituição da
coisa julgada, novo julgamento da causa.

 Juízo Rescindendo: desconstituir a coisa julgada

 Juízo Rescisório: é quando o tribunal, ao decidir, decide novamente


substituindo a coisa julgada.

 O pedido de rescisão e novo julgamento deve constar na petição


inicial, sob pena de ser inepta.

 Ação rescisória é um procedimento de competência originária


(tribunal), não cabe acórdão.

 A ação rescisória trata de outra relação jurídica, ainda que para


atacar a sentença.

 Salvo o caso de sentença inexistente – como aquela que falta


dispositivo – a sentença rescindível, mesmo nulo, produz os efeitos da
res iudicata podendo ser exeqüível, enquanto não revogável pelo
próprio remédio da ação rescisória.

Pressupostos:

Além dos pressupostos comum a qualquer ação a ação rescisória


necessita de dois pressupostos básicos:
a) Uma sentença de mérito transitada em julgado
b) A invocação de algum dos motivos de rescindibilidade,
taxativamente previstos no código. (art. 485)

A par desses pressupostos, o cabimento da ação rescisória


sujeita-se a um prazo decadencial, pois o direito de propô-la se extingue em
dois anos, contados do trânsito em julgado. (o prazo vence ainda que em dia
não útil).

Para o cabimento da ação rescisória, somente será possível se


sentença a ser rescindida for de mérito, conforme exposto pelo art. 269,
uma vez que sentenças terminativas não possuem a res iudicata.

Por outro lado, pode acontecer a necessidade de recorrer-se à


rescisória, quando a decisão rescindenda, embora não sendo de mérito,
importou tornar preclusa a questão de mérito decidida no julgamento
precedente.

Admissibilidade (art. 485)

I - Por juiz corrompido, subornado ou concussão: a) prevaricação:


consiste em retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa em lei para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal. b) concussão: vem a ser a exigência,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes da assumi-la, em razão dela. c) corrupção: solicitar ou
receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem.

 Neste caso, não precisa que as hipóteses já tenha sido provadas, a


prova pode ser feita nos próprios autos da ação rescisória.
 Em caso de provimento, a ação rescindida não será nula apena na
sentença, mas anulada a partir da instrução

II – Impedimento ou incompetência absoluta do juiz: o impedimento


proíbe o juiz de atuar no processo e anula, invalida, seus atos ainda que
não haja oposição ou recusa da parte

III – Dolo da parte vencedora: abrange também o dolo do representante


legal e advogado, ainda que sem o consentimento da parte, deve haver o
nexo de causalidade entre o dolo e o resultado; não abrange os atos de
má-fé anteriores ao processo, apenas o dolo processual.

Colusão para fraudar a lei: cabe ao juiz obstar o uso processual malicioso
pelas partes, mas há situações em que isso não é possível. Deste modo, a
ação rescisória é oportunizada aos terceiros juridicamente interessados
(ex: sucessores), como também o Ministério Público.

IV – Ofensa à coisa julgada: qualquer nova decisão, entre as mesmas


partes, violará a intangibilidade da res iudicata. E a sentença obtida,
ainda que conforme a anterior será rescindível pela ação do art. 485,
dado o impedimento em que se achava o juiz de proferir nova decisão.

Havendo conflito entre duas coisas julgadas prevalecerá a última,


enquanto não se der a sua rescisão para restabelecer a primeira.

V – Violação de literal disposição de lei: é aquela que ofende


flagrantemente a lei, tanto quando a decisão é repulsiva à lei ( error in
judicando), como quando proferida com absoluto menosprezo ao modo e
forma estabelecidos em lei para sua prolação (error in procedendo).

VI – Falsidade de prova: a sentença é rescindível sempre que baseada em


prova falsa, admitiu a existência de fato, sem o qual outra seria
necessariamente a sua decisão. Não ocorrerá rescisão se houver
fundamento bastante para a decisão, sem o uso da prova falsa. O que for
julgado sem o apoio da prova falsa fica incólume.

VII – Documento novo: consiste na obtenção do autor da rescisória, após


a existência de decisão rescindenda, de documento novo, “cuja
existência ignorava, ou de que não pode fazer uso, capaz, por si só, de
lhe assegurar pronunciamento favorável.” (o documento deve existir ao
tempo da decisão rescindenda)

Apenas a prova deve ser nova, não os fatos probandos.


VIII – Confissão, desistência ou transação inválidas: quando houver
fundamento para invalidar confissão, desistência (renuncia ao direito
material) ou transação em que se baseou a sentença. É necessário que a
sentença tenha tido como base o ato jurídico viciado.

IX – Erro de fato: a rescisória não é remédio próprio para verificar o


acerto ou a injustiça da decisão judicial, nem tão pouco meio para
reconstituição para fatos ou provas deficientemente exposto e
apreciados em processo findo; só haverá possibilidade de rescisória
quando a sentença admitir fato inexistente ou quando considerar
inexistente um fato efetivamente ocorrido:

a) O erro deve ser causa da conclusão a que se chegou a sentença;


b) O erro deve ser apurado mediante simples exame das peças do
processo (não se admite, de modo algum, a produção de novas provas).
c) Não pode ter havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre
o fato

Atos Judiciais não Sujeitos à Ação Rescisória

Só as sentenças de mérito podem ser objeto da ação


rescisória, em consequência os atos judiciais, que não dependem da
sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser
rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos do art. 486.

a) Arrematação
b) Adjudicação
c) Remissão
d) Vícios de atos em que sentença não resolva questão litigiosa (mérito)
e) Sentença homologatórias

Rescisória

a) Expropriação de bens penhorados, o executado opõe embargos à


adjudicação, alienação ou arrematação
b) Terceiro opõe embargos, art. 1046, e tais impugnações são
rejeitadas, a desconstituição do ato passa a depender de ação
rescisória

Sentença Homologatória em Processo Contencioso

A ação prevista no art. 486 funda-se em vício do direito


material das partes e nas causas de anulabilidade comuns dos negócios
jurídicos. Já na ação rescisória o que se julga é o próprio julgamento
anterior, como ato jurisdicional imperfeito. Assim, as sentenças meramente
homologatórias, a ação anulatória vai atingir diretamente o ato das partes
homologado pelo juiz, e não propriamente o decisório judicial.

Legitimação

a) Quem foi parte no processo ou seu sucessor a título universal ou


singular
b) O terceiro juridicamente interessado
c) Ministério Público, nos casos de omissão de sua audiência, quando era
obrigatória sua intervenção, e quando a sentença é o efeito de
colusão das partes, a fim de fraudar a lei

O terceiro só será legitimado quando tiver interesse jurídico,


não é suficiente um simples interesse de fato.

Competência

Trata-se de procedimento que não se submete a dois graus de


jurisdição, sua propositura e seu julgamento ocorrem em instância única nos
Tribunais.

Quando o julgamento pelo STF e STJ não passa pelo juízo


negativo de admissibilidade, o julgamento dar-se-á nos Tribunais de origem.
Se, portanto, o julgamento de mérito deu-se pelos Tribunais,
será sua competência o julgamento da ação rescisória, ainda que por força
do Resp ou Rext tenha ocorrido julgamento de recurso nas instâncias
superiores.

Para que ser possa a competência para o STF, é necessário que


a questão federal (mérito) tenha in concreto apreciada e dirimida pelas
instâncias superiores ou STJ, infraconstitucional.

O pedido: Judicium Rescidens e Judicium Rescissorium

A petição inicial endereçada ao Tribunal, deve satisfazer às


exigências comuns de todos os pedidos inaugurais, art. 282.

O art. 482, impõe, contudo, duas providências especiais, que


são:

a) Cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo


julgamento da causa
b) Depositar e importância de 5% sobre o valor da causa, a
título de multa, caso a ação seja declarada inadmissível, por
unanimidade de votos

Na prática, só há três hipóteses em que a cumulação não


ocorrerá:

a) A de ofensa à coisa julgada, onde a ação rescisória apenas


desconstituirá a sentença impugnada
b) A de juiz peitado
c) A de juiz impedido ou absolutamente incompetente, porque
nos últimos dois casos, toda a instrução do processo será
anulada e o feito terá de ser renovado em primeira
instância.

 No caso de improcedência do pedido, da ação rescisória, o valor de


5% sobre o pedido será revertido em favor do réu e, também, os
reembolso das custas e honorários advocatícios.
 Julgado procedente o pedido, ou não sendo unânime, o valor de 5%
será restituído ao autor.
 A União, estados e municípios não se sujeitam ao depósito em
questão. Mas, não se estende aos órgãos da administração pública,
inclusive autarquias federais.
 Também não se pode exigir tal depósito aos assistidos da justiça
gratuita, para não inviabilizar o pleno acesso à justiça.
Execução de Sentença

A propositura da ação rescisória não tem nenhuma


consequência sobre a exigibilidade da sentença impugnada. Art. 489: a ação
rescisória não suspende a execução da sentença rescindenda.

Admite-se, entretanto, a propositura de medida cautelar ou


antecipação de tutela, ante a presença dos requisitos do arts. 798 ou 273,
não se admite a suspenção em virtude da prevalência do princípio da
intangibilidade da coisa julgada.

Indeferimento da Petição Inicial

A petição inicial da ação rescisória pode ser liminarmente


indeferida pelo Relator do processo, nos casos comuns do art. 295 e, ainda,
quando não for efetuado o depósito.

O código foi omisso com relação ao recurso que deve ser


proposto, no entendimento de Barbosa Moreira, a questão seria solucionada
pelo regimento interno (Agravo Interno) se não o for, será admitida a
interposição de mandado de segurança.

Procedimento

Trata-se de procedimento de competência originária dos


Tribunais seu julgamento dá-se, portanto, em uma única instância.

A petição inicial é endereçada ao próprio Tribunal que proferiu


o acórdão rescindendo, ou Tribunal de 2ª jurisdição em caso de sentença de
1º grau.

O prazo para resposta do réu não poderá ser inferior a 15 dias


ou superior a 30 dias.

Findo o prazo de defesa, com ou sem resposta, o feito


prosseguirá com observância do rito ordinário.

Poderá ser feito o julgamento antecipado da lide, art. 331.


Não é possível a disponibilidade de direito pelas partes na ação
rescisória, confissão, transação, reconhecimento da procedência; uma vez
que se ataca na ação rescisória é o ato do Estado, sentença.

Natureza e Conteúdo da Decisão

A decisão do Tribunal, tendo acolhido o pedido, pode apenas


decretar a desconstituição da sentença impugnada, como ocorre nos casos
de violação da res iudicata. (judicium rescidens)

Em outros casos, rescindida a sentença permanece pendente a


questão de mérito do processo em que a decisão impugnada foi proferida.
Cumpre, então, ao tribunal completar o julgamento, decidindo-a, julgando
através do judicium rescissorium.

A decisão que nega admissibilidade à pretensão de rescindir


sentença é meramente processual ou terminativa.

O judicium rescidens, é constitutiva a decisão que acolhe o


pedido, pois cria situação jurídica nova, ao desfazer a autoridade da coisa
julgada. A que o julgamento improcedente é de natureza declaratória, pois
limita-se a declarar a existência do motivo legal.

O judicium rescissorium, o pronunciamento do Tribunal


substitui a sentença primitiva e, terá, naturalmente, a mesma natureza dela,
se coincidir com seu teor. Mas, poderá ser em sentido contrário.

A Rescisória e o Direito Adquirido por Terceiro de Boa-fé

A ação rescisória tem caráter anulatório, desta forma, a


sentença rescindenda, enquanto ainda não rescindida, continua vigente e
também seus efeitos. A ação de rescisório serve para desconstituir ato
válido e revestido pela autoridade da coisa julgada.

A desconstituição da coisa julgada, pela ação rescisória, não


pode atingir terceiro de boa-fé e a título oneroso, aplicação da teoria da
aparência. Desta forma, o terceiro de boa-fé tem seus direitos
resguardados.

As partes desconstituídas em face da ação rescisória, diante


da rescisão ser oposta ao terceiro de boa-fé, deverão resolver a questão em
perdas e danos, entre eles.

 É possível a rescisória de rescisória, uma vez que o código se silencia


quando ao assunto, haja vista a incidência de qualquer dos vícios do
art. 495.

Sentença Nula de Pleno Direito

A rescindibilidade, que autoriza a ação rescisória não deve ser


confundida com a nulidade de sentença. A rescisória não pressupõe sentença
nula, ao contrário, precisa-se de sentença válida.

A sentença é nula quando a relação processual em que se apóia


acha-se em igual vício.

As nulidades dos atos processuais não supridas, não podem ser


arguídas se a sentença transitou em julgado.

EXECUÇÃO DE SENTENÇA

Cognitiva

 Declarar ou reconhecer direitos


 Ação Cível
 Processo de conhecimento
 Jurisdição

Execução

 Satisfação; gera dever de cumprimento


 Ação de execução; processo de execução; título executivo
extrajudicial

Cautelar
 Visa assegurar o direito que será debatido
 Ação Cautelar
 Processo Cautelar

Conceito:

Atividade jurisdicional substitutiva, uma vez que promove a


atividade que competia ao devedor exercer, da atividade do executado, que
através do Estado realiza a satisfação ou cumprimento forçado da
obrigação.

Finalidade: realizar a satisfação (cumprimento) da obrigação devida.

Na solução dos litígios, o Estado não age livre e


discricionariamente; observa, muito pelo contrário, um método rígido, que
reclama a formação de uma relação jurídica entre as partes e o órgão
jurisdicional, de caráter dinâmico, e cujo resultado será a prestação
jurisdicional, isto é, a imposição da solução jurídica para a lide, que passará
a ser obrigatório para todos os sujeitos do processo (autor, réu e Estado).

A execução forçada, por isso, pode atuar de duas maneiras diversas:

a) como execução específica; ou

b) como execução da obrigação subsidiária. Na execução da obrigação


subsidiária, o Estado expropria bens do devedor inadimplente e com o
produto deles propicia ao credor um valor equivalente ao desfalque
patrimonial derivado do inadimplemento da obrigação originária.

Só corre a execução forçada quando o devedor deixa de


cumprir a sua obrigação. Portanto, quando o devedor cumprir com suas
obrigações deixa de haver execução forçada.

Por outro lado, sendo excepcional a forma de execução


compulsória em juízo, os atos de execução forçada propriamente ditos não
são postos em prática senão depois de uma citação inicial em que se confere
uma última oportunidade ao devedor para que ele mesmo cumpra sua
obrigação perante o credor.

Somente após ultrapassado o prazo assinado na citação é que o


órgão judicial agredirá o patrimônio privado do devedor, dando início aos
atos concretos de realização da sanção a que se sujeitou o inadimplente.

Assim, a execução forçada, como forma pública de atuação


jurisdicional jurissatisfativa, não se confunde com outras medidas de
satisfação ou tutela do crédito, como o adimplemento do devedor, a legítima
defesa do credor, as medidas cautelares, ou as "execuções administrativas"
ou "privadas" permitidas por algumas leis especiais, como a do Sistema
Financeiro da Habitação e a da alienação fiduciária em garantia.

Meios de Execução

a) Coação: multa e prisão, são instrumentos intimidativos, de força


indireta, não são medidas próprias do processo de execução; a não
ser como medidas ascessórias ou secundárias.
b) Sub-rogação: o Estado atua como substituto do devedor
inadimplente, procurando, sem sua colaboração e até contra sua
vontade, dar satisfação ao direito do credor.

Destarte, há, realmente, execução forçada quando se dá a "intromissão


coercitiva na esfera jurídica do devedor com o fim de obter um resultado
real ou jurídico a cuja produção esteja ele obrigado ou pelo qual responda".

Importa a execução forçada a formação de uma relação processual própria


e autônoma frente a do processo de conhecimento, ainda quando seu fito
seja o cumprimento coativo de uma sentença condenatória.

Princípios da Execução

Autonomia

A atividade executiva é autônoma em relação as demais


atividades jurisdicionais. Existe por si só e para si só. Dirige-se para a
realização da execução forçada.
Sincretismo

Ao título executivo judicial.


Tem atos de cognição e execução dentro do processo, através
da continuação de fase, realização do processo dentro desta outra fase.

Nulidade da Execução sem Título

Será visto como regra, pressuposto para execução. O que é


preciso, é o título, instrumento de validade. Não existindo título executivo
não há como executar.

Execução Real ou Patrimonialidade

A atividade jurisdicional executiva incide, direta e


exclusivamente, sobre o patrimônio e não sobre a pessoa do devedor.

Em linha de princípio, portanto, frustra-se a execução e


suspende-se o processo quando o devedor não disponha de bens patrimoniais
exeqüíveis (art. 791, nº III).

Disponibilidade

Para interesse do exeqüente a dispor de alguns atos executivos


sem significar renúncia.

Não precisa de autorização do réu para desistir da ação.

Se vc tem um crédito de 100.000 e acha um bem no valor de


80.000 executa o valor de 80.000, sem que o exeqüente disponha do outros
20.000, a execução fica suspensa para os outros 20.000.

Adequação

A execução deve ser específica, na medida de proporcionar, na


medida do possível, ao credor precisamente aquilo que obteria, se a
obrigação fosse cumprida pessoalmente pelo devedor.
Possibilidade legal de transformar uma obrigação específica
frustrada em obrigação de pagar (art. 627). Vira execução genérica. É
sempre em obrigação de pagar.

Se houver cláusula penal, será execução específica mesmo


sendo em dinheiro.

Desfecho Único

Uma vez tendo o executado recebido o que lhe era devido, a


execução atingiu seu desfecho. A execução não pode ir além de seus
objetivos. Se o devedor deve 100.000 e leiloa-se uma casa de 130.000 os
outros 30.000 ficam com o executado (devedor).

Especialidade

É uma identificação da responsabilidade patrimonial, bens de


afetação. A penhora estabelece bens de afetação. Não pode leiloar o que
não é afetado. O bem está ou não afetado pela penhora, se o bem não
estiver afetado pela penhora não poderá ser leiloado.

Resultado/Máxima Utilidade

A execução deve ser útil ao credor, não pode ser instrumento


de simples castigo ao devedor.

Em conseqüência, é intolerável o uso do processo executivo


apenas para causar prejuízo ao devedor, sem qualquer vantagem para o
credor. Por isso, "não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução" (art. 659, § 2º). Por força do mesmo
princípio, o Código de Processo Civil, com a inovação introduzida no texto de
seu art. 692, pela Lei nº 6.851/80, proíbe a arrematação de bens
penhorados, através de lanço que importe preço vil, considerando-se como
tal o que seja grandemente desproporcional ao estimado na avaliação ou o
que, mesmo correspondendo à avaliação, tenha se defasado em relação ao
mercado, pelo longo tempo passado entre a perícia e a hasta pública.
Menor Onerosidade do Devedor

Toda execução deve ser econômica, isto é, deve realizar-se da


forma que, satisfazendo o direito do credor, seja o menos prejudicial
possível ao devedor.(19) Assim, "quando por vários meios o credor puder
promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso
para o devedor" (art. 620).

Contraditório Mitigado

Existe contraditório na execução, entretanto é restrito, a


oportunidade de manifestação das partes na formação do provimento.

Por isso que na investigação pericial não pode haver


contraditório, porque não é processo e sim procedimento.

Embargos à Execução é processo de conhecimento por isso é o


contraditório da execução discutida no processo de conhecimento.

Limites do que é discutido dentro da execução, não pode


discutir se deve ou não, somente coisas supervenientes ao título. Valor,
titularidade, etc. (limite de argumentação)

Pressupostos Indispensáveis

As condições da ação, como categorias intermediárias entre os


pressupostos processuais e o mérito da causa, apresentam-se como
requisitos que a lei impõe para que a parte possa, numa relação processual
válida, chegar até a solução final da lide. Sem as condições da ação,
portanto, o promovente não obterá a sentença de mérito ou o provimento
executivo, ainda que o processo se tenha formado por meio de uma relação
jurídica válida.

a) o formal, que se traduz na existência do título executivo,


donde se extrai o atestado de certeza e liquidez da dívida;

b) o prático, que é a atitude ilícita do devedor, consistente no


inadimplemento da obrigação, que comprova a exigibilidade da dívida.

Se não existir, não se pode executar.

a) Título executivo:

1º Teoria do Ato Judiciário: o ato judiciário por si só já da o direito.

2º Teoria do Documento: título é o documento que a lei define como


prova.

3º Teoria Mista (hoje); título executivo é o ato judiciário gerador de


uma obrigação corporificada que por força de lei tem eficácia
executiva. (entende-se por eficácia executiva a legitimação que se dá
ao Estado para realizar atos de execução = qualquer ato do juiz em
busca da realização de um direito).

 A função do título executivo é autorizar a realização de atos de


execução.
 Não existe título hibrido; é definido por lei

Art. 475 – N : são títulos executivos judiciais:

I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de


obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia;
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que
inclua matéria não posta em juízo;
IV – a sentença arbitral;
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente;
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal.

(cumprimento de sentença)

Art. 585: são títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque; (Alterado pela L-008.953-1994)
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o
documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o
instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhora, anticrese e caução,
bem como os de seguro de vida;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de
tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados
por decisão judicial;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos
créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva

(procedimento de execução)

Se trocar os procedimento de título judicial e extrajudicial =


inadequado

b) Inadimplemento;

Quanto ao requisito que se denomina material, a situação de


fato que dá lugar a execução consiste sempre "na falta de cumprimento de
uma obrigação por parte do obrigado"

É evidente que sem o vencimento da dívida, seja normal ou


extraordinário, não ocorre a sua exigibilidade. E não sendo exigível a
obrigação, o credor carece da ação executiva (art. 586).

Não há, todavia, necessidade de produzir-se prova do


inadimplemento junto com a inicial, o transcurso do prazo da citação sem o
cumprimento da obrigação, como forma de interpelação judicial, é a mais
enérgica e convincente demonstração da mora do devedor. Além do mais, a
simples verificação, no título, de que já ocorreu o vencimento é a prova
suficiente para abertura da execução. Ao devedor é que incumbe o ônus da
prova em contrário, isto é, a demonstração de que incorreu o
inadimplemento, o que deverá ser alegado e provado em embargos à
execução (art. 741, nº VI).

Função do Título Executivo

Porque não pode haver execução sem título executivo, assume


ele, no processo de realização coativa do direito do credor, tríplice função,
como lembra Rosenberg, ou seja:

1) a de autorizar a execução;

2) a de definir o fim da execução; e

3) a de fixar os limites da execução.

Como lógica e juridicamente não se concebe execução sem


prévia certeza sobre o direito do credor, cabe ao título executivo
transmitir essa convicção ao órgão judicial. E nessa ordem de idéias,
observa José Alberto dos Reis, não é o título apenas a base da execução,
mas, na realidade, sua condição necessária e suficiente. É condição
necessária, explica o grande mestre, porque não é admissível execução que
não se baseie em título executivo. É condição suficiente, porque, desde que
exista o título, pode-se logo iniciar a ação de execução, sem que se haja de
previamente propor a ação de condenação, tendente a comprovar o direito
do autor.(1)

Diz-se que é o título que define o fim da execução porque é ele


que revela qual foi a obrigação contraída pelo devedor e qual a sanção que
corresponde a seu inadimplemento, apontando, dessa forma, o fim a ser
alcançado no procedimento executivo. Assim, se a obrigação é de pagar uma
soma de dinheiro, o procedimento corresponderá à execução por quantia
certa; se a obrigação é de dar, executar-se-á sob o rito de execução para
entrega de coisa; se a obrigação é de prestar fato, caberá a execução
prevista para as obrigações de fazer.

Finalmente, como pressuposto legal indeclinável que é de toda e


qualquer execução, cabe ao título executivo fixar os limites objetivos e
subjetivos da coação estatal a ser desencadeada.

A execução não se justifica a não ser dentro do indispensável


para realizar a prestação a que tem direito o credor perante o devedor.

Assim, o conteúdo da obrigação, o seu valor ou seu objeto, os


seus acessórios, quem responde pela dívida, quem pode exigi-la, tudo isto há
de se definir pelo título executivo.

Efeitos:

Mesmo quando a lei permite o início da execução sem o prévio


processo de conhecimento, o título executivo extrajudicial exerce função
equivalente à da sentença condenatória, isto é, representa, por vontade da
lei, uma forma de declaração de certeza ou de acertamento da relação
jurídica estabelecida entre devedor e credor.

O título, portanto, para Carnelutti, torna certa não apenas a


existência do fato, mas também a sua eficácia jurídica.

Requisitos do Título Executivo

a) Certeza: ocorre a certeza enquanto de um crédito quando, em face


do título, não há controvérsia sobre sua existência.
b) Liquidez: quando é determinada a importância da prestação ( quantum)
c) Exigibilidade: quando o seu pagamento não depende de termo ou
condição, nem está sujeito a outras condições.

Liquidação de Sentença

Em si tratando de título executivo judicial e em si tratando de


uma obrigação de pagar o legislador cria um procedimento específico para
se dar liquidez (quantum) a uma condenação ilíquida.
An debateur: dever de pagar.

Quantum debateur: o valor a ser pago = operação

Quando fixado em título executivo judicial (art. 18, litigância


de má-fé)

Liquidação de decisão judicial e não somente de sentença, o


juiz pode proferir uma sentença ilíquida, sem que esta frustre a satisfação
(ação executiva). O legislador criou uma regra especial de condenação.

Na sentença pode haver parte líquida e parte ilíquida na


apuração de liquidação de sentença.

 O procedimento da liquidação faz-se, ordinariamente, nos próprios


autos da ação condenatória.
 Quando couber execução provisória, liquida-se a sentença em autos
apartados formado com cópias das peças processuais pertinentes.
 Quando a sentença contém parte líquida e parte ilíquida faz-se a
liquidação em autos apartados formado com cópias das peças
pertinentes, e a execução segue nos autos principais.

 Tem de estar no título executivo.


 Liquidez: tem de estar expresso (10% ilíquido)
 A sentença define o critério, o valor tem de constar no
processo.
 Ilíquida é a sentença que não fixa o valor da condenação
ou não lhe individualiza o objeto.

Como o juiz executivo não vai julgar, mas apenas realizar o


conteúdo do título, é imprescindível que o conteúdo desse documento seja
líquido, isto é, determinado especificamente quanto à quantidade, à coisa, ou
ao fato devido.

Essa providência é típica do título executivo judicial. Quanto


aos documentos extrajudiciais, faltando-lhes a determinação exata da soma
devida, perdem a própria natureza executiva e só podem ser cobrados pelo
processo de cognição. Não há, portanto, liquidação de título executivo
extrajudicial.

Casos de iliquidez da sentença

A iliquidez da condenação pode dizer respeito à


quantidade, à coisa, ou ao fato devido.

Dá-se a iliquidez da sentença, em relação ao quantum


debeatur quando:

a) condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor;

b) condena em juros, genericamente;

c) condena à restituição de frutos, naturais ou civis;

d) condena o devedor a restituir o equivalente da coisa devida;

e) em lugar do fato devido, e a que foi condenado o devedor, o credor


prefere executar o valor correspondente, ainda não determinado.(2)

Em relação à coisa devida, a sentença é ilíquida quando condena: a) à


restituição de uma universalidade de fato, como por exemplo na petição de
herança; b) em obrigação alternativa.(3)

Considera-se, finalmente, ilíquida a sentença, com relação ao fato devido,


quando condena o vencido a obras e serviços não individualizados, tais como
reparação de tapumes, medidas para evitar ruína, poluição ou perigo de dano
a bens de outrem etc.

 A liquidação é "o processo preparatório em que se determina o objeto


da condenação, a fim de se dar ao vencido possibilidade de cumprir o
julgado, e ao vencedor possibilidade de executá-lo depois de
verificado o inadimplemento"
 A liquidação de sentença é simples incidente complementar de
sentença condenatória genérica.
 A fixação do quantum debateur é um decisão interlocutória de
caráter complementar e função integrativa.
 Na visão Humberto Theodoro trata-se de uma decisão de mérito, por
versa sobre um dos elementos da lide, produzindo a coisa julgada
material.
 É defeso na liquidação de sentença, discutir de novo a lide, ou
modificar a sentença que a julgou.

Contraditório

O devedor é sempre ouvido na liquidação, que segue a forma de


um contraditório perfeito. Poderá defender-se, combatendo excesso do
credor e irregularidades na apuração do quantum debateur.

Entretanto, os argumentos do devedor não podem incidir sobre


a res iudicata, mas somente sobre as disposições do art. 475 – L.

Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre:

I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;


II – inexigibilidade do título;
III – penhora incorreta ou avaliação errônea;
IV – ilegitimidade das partes;
V – excesso de execução;
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da
obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação
ou prescrição, desde que superveniente à sentença.

Recursos

Da decisão de liquidação de sentença caberá agravo de


instrumento (art. 475-H).

O agravo de instrumento é desprovido de efeito suspensivo, de


sorte a não impedir os atos subseqüentes de cumprimento de sentença
liquidada.

Como a execução de sentença é definitiva, o recurso interposto


contra sua decisão não a torna provisória.
Contra as questões incidentalmente decididas no curso da
liquidação o recurso cabível, também, será o agravo de instrumento.

Modalidades

Liquidação por Cálculo

Liquidação feita por mero cálculo aritmético, não é preciso


buscar fonte extrajudicial. É a única atividade liquidativa que já autoriza o
imediato início da atividade executória.

 Permite-se que o próprio credor elabore o demonstrativo do


montante da dívida, na data da instauração da execução, desde que
tudo se faça por simples conta aritmética.
 Se o executado não concordar com os cálculos apresentados poderá
impugná-los com fundamento em excesso de execução.
 O erro material na planilha de cálculo não preclui.

Se os documentos necessários para a formação da planilha de


cálculos não estiverem no processo, a parte interessada poderá requerer ao
juízo, que tem terá um prazo de 30 dias, por simples petição, para que o
detentor cumpra a diligência.

 Havendo excessividade na planilha de débitos, constatada pelo juiz,


este poderá remetê-la ao contador ex ofício. O credor concordando
com o cálculo apresentado o valor será modificado para ser
apresentado na citação do executado, mas, se o credor não concordar
com o valor será o anteriormente apresentado por este para a citação
do executado.

Planilha de débitos, memória de débitos já discriminada no


processo.
Art. 475 – B: Quando a determinação do valor da condenação
depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento
da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a
memória discriminada e atualizada do cálculo.
§ 1º Quando a elaboração da memória do cálculo depender de
dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a
requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de
até trinta dias para o cumprimento da diligência.

§ 2º Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados


pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados
pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a
situação prevista no art. 362.

§ 3º Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a


memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os
limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência
judiciária.

§ 4º Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos


termos do § 3º deste artigo, far-se-á a execução pelo valor
originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o
valor encontrado pelo contador.

Liquidação por Arbitramento

Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando:

I – determinado pela sentença ou;


II – convencionado pelas partes;
III – exigir a natureza do objeto da liquidação

Quando a própria sentença condenatória determina que a


liquidação se faça por arbitramento, a questão é simples e nada mais resta
ao credor senão cumprir o julgado.

A convenção das partes pode decorrer de cláusula contratual


anterior à sentença, ou de transação posterior ao decisório.

Havendo a necessidade de provar-se fatos novos para se


chegar a apuração do quantum da liquidação, a liquidação será
obrigatoriamente por artigos (art. 475 – E).
Na liquidação por arbitramento há a necessidade de
conhecimentos técnicos dos árbitros para estimar-se o montante da
condenação.

É admissível a liquidação por artigos na execução por quantia


certa, de dar e de fazer.

As partes podem nomear peritos próprios (5 dias) para


acompanharem e formularem quesitos ao laudo do perito do juízo, após
formulado o laudo do perito do juízo as partes terão 10 dias para
manifestarem-se.

Após a manifestação das partes o juiz poderá:

a) Proferir decisão, declarando o valor da condenação ou


individuando o objeto;
b) Designar audiência de instrução e julgamento.

Liquidação por Artigos

Far-se-á liquidação por artigos, quando, para determinar o valor


da condenação, houver a necessidade de alegar e provar fato novo.

O credor, em petição, indicará os fatos a serem provados (um


em cada artigo), para servir à base de liquidação.

Os fatos novos a serem provados se restringirão apenas à


condenação, não caberá nova argumentação em torno do mérito.

Apresentado o requerimento do credor, será realizada a


intimação do vencido para acompanhar a liquidação.

 A liquidação de sentença é rito cuja disponibilidade não é permitida


às partes ou ao juízo.
Rescisão da Decisão Liquidatória

Nos casos de condenação ilíquida a lide fica apenas


parcialmente solucionada, assenta-se a certeza do direito do litigante, mas
não se define o seu quantum. Por isso, quando o decisório chegar a definição
exata do objeto da condenação ainda estará versando sobre o mérito da
causa.

O entendimento de Humberto Theodoro é que, ainda que com a


inovação da lei 11.232/05, tenha transformado o julgamento da liquidação
em decisão interlocutória acatável por agravo de instrumento (art. 475 – H),
o julgamento a seu respeito será sempre decisão de mérito e sua força
sempre será de coisa julgada material. Sendo, assim, acatável por ação
rescisória.

Liquidação Frustrada

Quando o credor não fornece os elementos necessários à


apuração do quantum debateur, ou quando promove a liquidação por meio
inadequado (por artigos ou invés de ser por arbitramento), o processo fica
frustrado, por não alcançar seu objetivo.

In casu não ocorre a improcedência do pedido, mas a extinção


do processo sem julgamento do mérito, mas, tal fato, não impedirá que o
credor proponha nova liquidação porque não existirá coisa julgada material.

Liquidação Zero

A rigor não deveria haver liquidação negativa, ou seja, sem


saldo algum em favor do credor, pois a condenação não pode ser hipotética.
Mas, ao juiz é dado condenar sem conhecer exatamente o montante.

Mas é possível ao juiz ao liquidar a sentença chegar a um


montante zero, (ex: compensação de danos materiais e indenização de
benfeitorias).

A sentença liquidatória em tal situação encerrará o processo


declarando a inexistência de crédito para o credor. Entretanto, não se terá
frustrado a liquidação, visto que esta estará definitivamente acertada.

Execução Provisória e Execução Definitiva

A execução forçada, quando fundada em título extrajudicial,


desenvolve-se em relação processual autônoma. Terá sempre de ser iniciada
por provocação do credor em petição inicial, seguindo-se a citação do
devedor. No cumprimento da sentença, em regra, não há citação, porque os
atos executivos são praticados imediatamente após a condenação em
continuidade à mesma relação processual em que se deu a condenação do
devedor.
A execução definitiva corre nos autos principais. Se trata de
execução de sentença, o processamento se dá, normalmente, no bojo dos
autos da própria ação de cognição. Se trata de título de título extrajudicial,
o processamento se fará em autuação própria, como feito originário.

A execução provisória deve ser processada em autos próprios.


A petição do credor será instruída com cópias autenticadas pelo cartório, ou
por declaração do próprio advogado.

A execução forçada, seja definitiva ou provisória, será sempre


promovida pelo credor. No caso de execução definitiva por título
extrajudicial ou de execução provisória de sentença, a promoção se dará por
meio de petição inicial.

Quando se trata de execução definitiva de título judicial, a


promoção se dará por petição simples, não inicial, porque se processa como
simples incidente da relação processual já existente, desde antes da
sentença.

Execução como Ação Autônoma, petição inicial:

a) Fundada em títulos extra judiciais;


b) Quando for execução provisória; e
c) Fundada em títulos judiciais como: sentença estrangeira, sentença
arbitral e sentença penal.

Nestes casos a petição inicial deve ser instruída com:


a) Título executivo; ou
b) Documentos oficiais que o reproduzam (sentenças)

Execução Provisória de Título Executivo Extrajudicial

Não poderá haver execução provisória com relação aos títulos


executivos extrajudiciais, poderá haver execução provisória após apelação
interposta contra sentença que rejeitar os embargos do devedor. A
provisoriedade prevalecerá enquanto não julgada a apelação que deverá ter
sido aceita apenas no efeito devolutivo.

Isto que dizer que sendo definitiva a execução todos os atos


executivos serão praticáveis, inclusive a alienação dos bens penhorados e o
pagamento do credor, sem necessidade de caução. Quando for provisória,
praticar-se-ão os atos executivos com a ressalva de que os levantamentos
de depósito em dinheiro e os atos que importem alienação de propriedade ou
dos quais possa resultar grave dano ao executado dependerão de caução
suficiente e idônea.

 Não há prescrição para execução provisória.


 A execução provisória ficará sem efeito, total ou parcial, se
sobrevier acórdão que altere ou encerre título executivo retornando
as parte ao estado anterior
 O caução é para garantir o status a quo e não a execução, assim o
valor arbitrado pelo juiz poderá ir além do bem penhorado.

Responsabilidade Patrimonial

Exclusivo da obrigação de pagar, pelo princípio da


patrimonialidade; princípio da realidade.

Conceito: a execução é real relacionado à natureza do título


requisito de procedimentalidade. Só se realiza quando identificar
patrimônio executável.

A execução é um procedimento que força a adimplência do


devedor, mas não através da sua pessoa e, sim, através de seu patrimônio.
No direito moderno o objeto da execução são os bens e
direitos que se encontram no patrimônio do devedor, princípio informativo
de que toda execução é real.

Extensão da Responsabilidade Patrimonial do Devedor

A responsabilidade patrimonial do devedor atinge,


normalmente, todos os seus bens presentes e futuros (art. 591).

Isto quer dizer que a responsabilidade do devedor não se


prende a seu patrimônio do momento da dívida, mas, sim, o patrimônio como
um todo existente ao tempo da cobrança.

Salvo a excepcionalidade da alienação em fraude contra


credores, os bens dispostos pelo devedor deixa de constituir garantia para
credores.

Alguns bens são excluídos da possibilidade de execução: (art.


649)

Art. 648 - Não estão sujeitos à execução os bens que a lei


considera impenhoráveis ou inalienáveis.

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não


sujeitos à execução;
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor
ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a
um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações,
proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador
autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o
disposto no § 3º deste artigo
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao
exercício de qualquer profissão;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo
se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,
desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas
para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência
social;
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia
depositada em caderneta de poupança.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos
termos da lei, por partido político

Responsabilidade e Legitimação Passiva para Execução

O sujeito passivo da execução é, normalmente, o vencido na


ação de conhecimento ou o devedor constante no título executivo
extrajudicial; e seus bens é que se sujeitaram à execução forçada.

Mas, o código prevê como legítimas a figurarem como


executadas, embora não figurem primitivamente no título como: espólio,
herdeiro, assuntor da dívida, o fiador judicial, o responsável tributário. Mas,
estes não são terceiros em relação à dívida, pois esses assumiram a
responsabilidade da dívida ou sucederam o devedor.

Desta forma, assumiram a obrigação de forma legítima, e terão


de apresentar defesa como embargos de executado ou de devedor.

Responsabilidade Executiva Secundária

Bens de ninguém respondem por obrigação de terceiro, se o


proprietário estiver desvinculado do caso do ponto de vista jurídico.

Há casos em que a conduta de terceiros, sem levá-los a assumir


a posição de devedores ou de partes na execução, torna-os sujeitos aos
efeitos do processo. Isto é, seus bens particulares passam a responder pela
execução, muito embora não passem a assumir a dívida constante no título
executivo. Trata-se de uma obrigação puramente processual.

Art. 592 - Ficam sujeitos à execução os bens:


I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução
fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, quando em poder de terceiros;
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios,
reservados ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de
execução.

Do Sucessor Singular

Se, após a sucessão, a coisa pereceu sem culpa do adquirente


ou se foi por ele transmitida a outrem, não subsiste a responsabilidade
questionada. É o bem adquirido e não a pessoa do adquirente, que se vincula
a responsabilidade executiva.

O campo de incidência é a execução para entrega de coisa, não


importa se exeqüente esta reclamando a coisa com fundamento em direito
real ou pessoal.

Do Sócio

Os sócios solidários respondem subsidiariamente sem que


sejam devedores, mas devem ser sócios naturalmente solidários.

Para os sócios a responsabilidade é sempre subsidiária e a da


sociedade principal, segundo o festejado processualista Alcides de
Mendonça Lima, para quem vigora o benefício de ordem em favor dos sócios:
estes podem exigir que sejam executados os bens da sociedade antes dos
seus próprios (art. 596), devendo para tanto nomear à penhora, no prazo
legal, os bens da sociedade que sofrerão a constrição judicial. O sócio que
sofrer a execução ficará sub-rogado nos direitos do credor, e poderá
executar a sociedade nos autos do mesmo processo (art. 596, parágrafo 2º).
Dos Bens do Devedor em poder de Terceiros

A posse (indireta) ou a detenção de terceiro sobre os bens do


devedor não é problema para a execução, mas se esta posse é legítima, a
execução contra terceiros não poderá excluir a continuidade dos exercícios
do direito que estão legalmente assegurados, como em caso de locação, o
locador não poderá ser despejado.

Do Devedor Casado: Meação

É o direito material que define os casos em que os bens de


cônjuge casado respondem pelas dívidas do outro, sendo que como regra
geral tem-se o art. 3º da Lei nº 4.121/62, in verbis :

"Pelos títulos de dívida de qualquer natureza, firmados por um


só dos cônjuges, ainda que casados pelo regime de comunhão universal,
somente responderão os bens particulares do signatário e os comuns até o
limite da meação".

A defesa de meação do cônjuge, na execução da dívida se faz


por embargos de devedor, quando pretende discutir a validade ou a eficácia
do título firmado pelo marido.

Mas, será feita através de embargos de terceiro, se a matéria


a ser discutida é a exclusão de sua meação.

Bens Relativamente Impenhoráveis

Art. 650 - Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os


frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados
à satisfação de prestação alimentícia.

I - os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se


destinados a alimentos de incapazes, bem como de mulher
viúva, solteira, desquitada, ou de pessoas idosas;
II - as imagens e os objetos do culto religioso, sendo de grande
valor.
Bens de Família

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade


familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de
dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que
sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
previstas nesta lei.

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel


sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as
benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a
casa, desde que quitados.

Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de


transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade
aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência
e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto
neste artigo.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo


de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza, salvo se movido:

I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria


residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento
destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos
créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo
contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e
contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para
execução de sentença penal condenatória a ressarcimento,
indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em
contrato de locação.

Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que,


sabendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso
para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da
moradia antiga.

§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor,


transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar
anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para
execução ou concurso, conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel
rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia,
com os respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso
XXVI, da Constituição, à área limitada como pequena
propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta
lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal
ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar,
ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a
impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se
outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de
Imóveis e na forma do ar. 70 CC.

Art. 6º São canceladas as execuções suspensas pela Medida


Provisória nº 143, de 8 de março de 1990, que deu origem a
esta lei.

Alienação e Onerações Fraudulentas

Não se pode confundir a fraude contra credores com a fraude


contra execução; na primeira são atingidos apenas interesses privados dos
credores (arts. 158 e 165 CC), na última, o ato do devedor executado viola a
própria atividade jurisdicional do Estado (art. 593 CPC).

Um dos atributos do titular de um patrimônio é possibilidade


de sua livre disposição, mas o patrimônio do devedor é garantia real dos
seus credores e, por isso, a disponibilidade só pode ser exercida até onde
não lese a segurança dos credores.

Daí desaprovara lei alienações fraudulentas que provoquem ou


agravem a insolvência do devedor, assegurando aos lesados ação revocatória
para fazer retornar ao acervo patrimonial dos alienantes o objeto
indevidamente disposto.

A ação revocatória (pauliana) serve exclusivamente para reaver


a patrimônio alienado de maneira fraudulenta, para garantir o cumprimento
da obrigação junto ao exeqüente.

 Eventus Dammi: consiste no prejuízo suportado pela garantia


dos credores, diante da insolvência do devedor.
 Consilium Fraudis: elemento subjetivo – o conhecimento dos
contraentes de que a alienação irá prejudicar os credores do
transmitente, desfalcando seu patrimônio que serviriam de
suporte para eventual execução.

Entretanto, quando a fraude é cometida no curso do


procedimento de condenação ou execução é mais grave porque visa impedir a
atuação de justiça. Neste caso, não há necessidade de nenhuma ação para
anular ou desconstituir a disposição fraudulenta. A lei o considera
simplesmente ineficaz perante o exeqüente. (fraude contra a execução)

Não se trata, a alienação fraudulenta no curso do processo, de


ato nulo ou anulável, simplesmente não tem efeito com relação ao exeqüente.
O bem in casu será objeto da execução normalmente, evidenciando um
autêntico exemplo de responsabilidade sem débito. (responsabilidade
executiva secundária)

O terceiro adquirente não se torna devedor, sequer solidário


ou subsidiário, mas o bem em questão se insere na responsabilidade que a
execução forçada se faz atuar.
Diferenças:

a) A fraude contra credores pressupõe sempre um devedor em estado


de insolvência e ocorre antes que os credores tenham ingressado em
juízo para cobrar seus créditos; é causa de anulação do ato de
disposição praticado pelo devedor, nos moldes do Código Civil (arts.
158 e 165); depende de sentença em ação própria.
b) A fraude na execução não depende, necessariamente, do estado de
insolvência do devedor e só ocorre no curso da ação judicial contra o
alienante; é causa de ineficácia da alienação, nos termos do art. 592 e
593 do CPC.

Fraude contra Credores

 Subsidiária à fraude à execução


 Direito Privado

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou


remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou
por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão
ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos
seus direitos.

Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem


resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha
de efetuar o concurso de credores.

 Forma de requerimento: Ação Pauliana (rito ordinário)


 Sujeito: Exequente

 Natureza Petitória: domínio – reintegração de posse: natureza


possessória.

 Consequência para o negócio jurídico: anulável, art. 165: anulabilidade

 É convalidada se pode nulidade – ex: art. 246


 Ocorre o desfazimento do feito: o bem volta para o processo
executório.

Requisitos: (cumulativos)

a) Requisito objetivo: evento danoso (alienação que terá levando o


devedor à insolvência)
b) Requisito subjetivo: constituem fraude – agir de má-fé, na realização
do negócio jurídico o adquirente de má-fé não leva nada.

Fraude na Execução

Art. 593 - Considera-se em fraude de execução a alienação ou


oneração de bens:
I - quando sobre eles pender ação fundada em direito real;
II - quando, ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o
devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência;
III - nos demais casos expressos em lei.

O inciso I antecipa a proteção à seqüela, fazendo a ineficácia


atingir mesmo as alienações verificadas antes do julgamento definitivo da
causa no processo de conhecimento – na fraude na execução a alienação
deve ser feita no curso do processo.

Discute-se sobre a necessidade ou não da, inscrição no registro


Imobiliário, da citação da ação real para ensejar a configuração da fraude.

Na verdade a falta de inscrição não impede a alegação da


fraude contra a execução, mas o exeqüente tem de ficar no ônus de provar
de que o adquirente tinha conhecimento, sobre a situação sobre os bens ou
sobre o alienante.

Duas são, portanto, as situações para se considerar:

a) Se a citação estiver inscrita no registro Imobiliário, a


fraude de execução independe de prova, porque se presume
do fato do registro, conhecimento público.
b) Não havendo inscrição, incumbirá ao credor o ônus de
provar as condições legais da fraude à execução, deverá
demonstrar o conhecimento do terceiro sobre ação
pendente contra o alienante.

 Ex officio – na prática mero requerimento do exeqüente.


 Não há necessidade de ação específica.
 Ineficácia do negócio perante a execução – inexistência perante a
execução
 Extensão da responsabilidade patrimonial, o estado busca o bem com
quem estiver.
 O bem acompanha o dono.

Alienação de Bem Conscrito: Forma Especial de Fraude à Execução

Direito Público, art. 659, §4º

Objetivo: insolvência, igual à fraude contra credores.

Quando se trata de penhora de imóvel, art. 659, §4º,


determina a averbação do gravame judicial no ofício imobiliário, providência
a qual ficará, normalmente subordinada a eficácia perante terceiros. Deve-
se notar que a penhora, mesmo averbada, não traz a indisponibilidade dos
bens apreendidos, como entendia a antiga doutrina. Mas torna ineficaz
perante o processo, qualquer ato de disposição praticado pelo devedor que
desrespeite a constrição. E, no caso, de penhora, sobre bens móveis não há,
em regra, qualquer tipo de registro imposto pela lei. O ato executivo
aperfeiçoa-se simplesmente pela apreensão e depósito dos bens, seguidos
da lavratura do respectivo auto.

Deste modo, a eficácia erga omnes da penhora decorre da


própria natureza do ato executivo, e não necessariamente de sua divulgação
por registro público.

Destarte, a posição dominante da jurisprudência pode ser


assim resumida:
a) Se o terceiro adquire bem judicialmente constrito por meio de
penhora ou outro gravame processual equivalente, o ato aquisitivo, em
princípio, é ineficaz, sendo desnecessário demonstrar a insolvência do
executado.
b) Quando ainda não se consumou a constrição judicial sobre o bem , isto
é, enquanto não existir penhora, arresto ou sequestro, a fraude, nos
termos do art. 593, II, dependerá de prova do requisito objetivo:
dano ou prejuízo decorrente de insolvência do devedor, e, também, do
requisito subjetivo: se a ação pendente não estiver inscrita no
registro público, caso, em que, caberá ao credor o ônus de provar que
o terceiro tinha ciência da demanda em curso.
c) Mesmo quando já existia a constrição judicial, sem entretanto não ter
sido levada ao registro público, para configuração de fraude à
execução cumprirá ao credor demonstrar que os adquirentes ou
embargantes tinham ciência(requisito subjetivo), ainda que a
alienação tenha sido feita por terceiro que não o executado.
d) Somente após o registro a penhora faz prova quanto à fraude de
qualquer transação posterior.

 Objetivo: insolvência igual à fraude contra credores.


 Litispendência: o que vai tornar o ato jurídico público = existência de
ação em curso que leve o devedor à insolvência. Há um processo, na
hora em que a ação for julgada (5 anos) o devedor vai dilapidando seu
patrimônio. Para a morosidade do judiciário não frustre a pretensão
do credor é permitida a ação como proteção. Não cabe mais cautelar
porque já vendeu tudo.
 Não está na lei, mas está pacificado na doutrina e na jurisprudência.
Possibilidade de conhecimento da ação pelos participantes do negócio
jurídico.
 Registrada a penhora qualquer ato de alienação ou oneração que se dá
a posteriori da penhora é ineficaz, em razão da penhora. Quem
comprar assume o risco, pois o bem está vinculado a um processo de
execução
 A jurisprudência não vincula a penhora somente à bens imóveis, mas
também à bens móveis.
Modelos Processuais Executivos

 Processo de execução

Regra: título executivo extrajudicial.

Exceção: execução de devedor de alimentos – contra a fazenda pública.


(título executivo judicial)

 Cumprimento de sentença: título executivo judicial.

Espécies Executivas

 Cláusula Penal: inadimplemento do contrato – não precisa de


determinação judicial. Passado 15 dias já incide a multa.
 Exclusivamente para obrigação de pagar (título executivo judicial)

 Astreinte (art. 461, §4º): é uma multa (10%) por atraso no


cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, cabe na sentença e
na decisão interlocutória de antecipação de tutela. Cabe também em
decisão incidental na fase de cumprimento de sentença
a) No primeiro há a previsão normal da aplicação no ato de impor a
realização da obrigação devida, ou seja, no deferimento da
antecipação de tutela, ou na sentença quando a condenação é
deferida em caráter definitivo;
b) Na segundo hipótese, a multa se apresenta como uma das medidas de
apoio que o juiz pode tomar em qualquer tempo para tornar efetiva a
condenação já proferida, e não necessariamente na própria sentença.

 A multa é diária.
 Pode ser declarada pelo juiz ex officio.
 Tem a intenção de forçar o cumprimento da prestação (coercitiva)

Execução para Entrega de Coisa

A execução para entrega de coisa corresponde à obrigação de


dar em geral, sendo indiferente a natureza do direito a efetivar, que tanto
pode ser real como pessoal.
Prestações de:dar: quando incumbe ao devedor entregar o que
não é seu, embora estivesse agindo como dono, prestar: quando a entrega é
de coisa feita pelo devedor, após a respectiva conclusão ou restituir: quando
o devedor tem a obrigação de devolver algo que recebeu deste para a posse
ou detenção temporária.

O objeto nessas situações nem sempre é individualizado, por


isso o código estabelece diferença entre entrega de coisa certa e coisa
incerta, neste caso, deverá se passar por uma individualização das coisas
indicadas no título executivo apenas pelo gênero, qualidade e quantidade.

Entrega de Coisa Certa

É cabível a execução de entregar coisa certa ou incerta tanto


com base em título executivo extrajudicial e judicial.

Art. 621 - O devedor de obrigação de entrega de coisa certa,


constante de título executivo extrajudicial, será citado para,
dentro de 10 (dez) dias, satisfazer a obrigação ou, seguro o
juízo (art. 737, II), apresentar embargos.

Parágrafo único. O juiz, ao despachar a inicial, poderá fixar


multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o
respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente
ou excessivo.

Art. 622 - O devedor poderá depositar a coisa, em vez de


entregá-la, quando quiser opor embargos.

Art. 623 - Depositada a coisa, o exeqüente não poderá levantá-


la antes do julgamento dos embargos.

Art. 625 - Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem


admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em
favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e
apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel
Art. 626 - Alienada a coisa quando já litigiosa, expedir-se-á
mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido
depois de depositá-la.

Art. 629 - Quando a execução recair sobre coisas


determinadas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado
para entregá-las individualizadas, se lhe couber a escolha; mas
se essa couber ao credor, este a indicará na petição inicial.

 Após p. i. o executado é citado para em 10 dias entregar a coisa ou


propor embargos à execução no prazo de 15 dias, o prazo se conta a
partir da juntada da citação aos autos, se coisa for diferente da
reclamada pelo exeqüente.

Após a citação podem ocorrer três coisas:

a) Entrega da coisa: o devedor cumprindo a diligência entrega a coisa


que lhe é pedida, lavra-se termo nos autos, dando-se por finda a
execução.
b) Inércia do devedor: o devedor deixa passar o tempo sem entregar a
coisa ou apresentar embargos à execução – é expedido mandado em
favor do credor de imissão na posse ou de busca e apreensão.
c) Depósito da coisa: dentro do prazo de 10 dias o devedor ao invés de
entregar a coisa a deposita, lavrando-se termo nos autos, ficando
permitido a requerer efeito suspensivo nos autos, uma vez assegura o
direito. O depósito não é requisito para interpor embargos à
execução, mas o é para requerer o efeito suspensivo.

Título Executivo Extrajudicial

Começa com a Petição Inicial; instruída com o título e o


exeqüente individualiza a coisa. Ainda que seja coisa incerta.

 O executado pode, em 48 horas, impugnar a coisa, neste caso vira


coisa incerta.
 Neste caso, procedimento de concentração para que a coisa vire
certa.
 Aceita por coisa incerta, quando o executado impugna a p. i. em 48
alegando ser a coisa diferente daquela. Inicia-se o procedimento de
Concentração para determinar a coisa e esta vire certa.
 Cabe astreinte: é lícito ao juiz determinar uma multa, de ofício, ou
por provocação – diferente daquela de 10%.
 Poderá ocorrer depósito (diferente de entrega) se o devedor
entregar a coisa: a execução se extingue.
 O depósito é a garantia do juízo.
 A defesa é feita através dos embargos à execução
 Ao final expedição de mandado:
 De imissão na posse (se o bem for imóvel)
 De busca e apreensão (se o bem for móvel)

 Se coisa perece ou não é achada. Transforma-se em obrigação de


pagar.

Título Executivo Judicial

 Não admite a execução de coisa incerta, o juiz ao declarar a sentença


tem de individualizar a coisa.
 Cumpre-se por mandado (mandamental)
 Não há citação
 Não há espaço para defesa regular
 Cabe astreinte
 Se realiza pela simples determinação judicial (coisa certa)
 Não é processo, por isso não há defesa, é procedimento.
 O juiz manda cumprir a execução.

De Entregar Coisa Incerta

Nas obrigações de entregar coisa incerta, a escolha, segundo o


título extrajudicial, pode ser do credor ou do devedor. Se é do credor
deverá ele individualizar a coisa na petição inicial da execução. Se for do
devedor será este citado para individualizar, e entregar, a coisa sob seu
critério.

Tanto a escolha do credor como a do devedor podem ser


impugnadas pela parte contrária em 48 horas, seguintes a manifestação de
vontade.
O devedor não poderá dar coisa pior, nem será obrigado a
prestar a melhor.

Execução da Obrigação de Fazer e Não Fazer

Fazer Fungível: qualquer pessoa pode fazer, 3º pode fazer às custas do


executado.

 Pelo executado (princípio da adequação)


 Por terceiro
 Revertido em perdas e danos

 Título Executivo Extrajudicial.

Art. 632 - Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor


será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se outro não
estiver determinado no título executivo.

Art. 633 - Se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é


lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja
executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se
converte em indenização.

Parágrafo único - O valor das perdas e danos será apurado em liquidação,


seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.

Art. 634 - Se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a
requerimento do exeqüente, decidir que aquele o realize à custa do
executado.

Art. 635 - Prestado o fato, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez)


dias; não havendo impugnação, dará por cumprida a obrigação; em caso
contrário, decidirá a impugnação.

Art. 638 - Nas obrigações de fazer, quando for convencionado que o


devedor a faça pessoalmente, o credor poderá requerer ao juiz que lhe
assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único - Havendo recusa ou mora do devedor, a obrigação pessoal
do devedor converter-se-á em perdas e danos, aplicando-se outrossim o
disposto no Art. 633.

Fazer infungível: ato personalíssimo; pelo executado. Será convertida em


perdas e danos. (princípio da adequação)

 Título Executivo Judicial.

Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de


fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se
procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º - A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o


requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado
prático correspondente.

§ 2º - A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa


(Art. 287).

§ 3º - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado


receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar
poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão
fundamentada.

§ 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,


impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o
cumprimento do preceito.

§ 5º - Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado


prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar
as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de
atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de
obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de
força policial.
Obrigação de Não Fazer: só é executada quando for convertido na
obrigação de fazer.

 Se possível cabe execução;


 Se não for possível não cabe execução;

 Título Executivo Extrajudicial (art. 461)

 Título Executivo Judicial (art. 642 e 643)

Art. 642 - Se o devedor praticou o ato, a cuja abstenção estava obrigado


pela lei ou pelo contrato, o credor requererá ao juiz que lhe assine prazo
para desfazê-lo.

Art. 643 - Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz


que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e
danos.

Parágrafo único - Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação


resolve-se em perdas e danos.

 Aplica-se à execução de fazer e não fazer tudo que foi dito à


execução de entregar. Ressalvando que a garantia do juízo é dada
pela caução.
 Cabe astreinte (título executivo extrajudicial – mandamental) (título
executivo judicial – petição inicial)

Execução por Quantia Certa

Quando a obrigação representada em um título extrajudicial


refere-se a uma importância em dinheiro, não importa que a origem da
dívida seja contratual ou extracontratual, ou que se trate de ato unilateral
ou bilateral, ou até mesmo que seja provinda de ato ilícito. O que se exige é
que o fim da execução seja o pagamento de uma quantia expressa em valor
monetário.

A execução de quantia certa pode ser fundada em título


judicial e extrajudicial. Pode, também, decorrer de substituição da
obrigação de entrega de coisa e da obrigação de fazer ou não fazer. Quando
é convertida a obrigação de fazer ou não fazer em perdas e danos.

Consiste a execução de obrigação de quantia certa em


expropriar os bens do devedor para apurar judicialmente recursos
necessários ao pagamento do credor. No texto do código “expropriar bens
do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor”.

Tem como atos fundamentais:

a) A penhora
b) A alienação e o pagamento

 Título executivo extrajudicial


 Inicia-se com uma petição inicial (art. 282 e 614)

Requisitos

a) Título executivo extrajudicial


b) Planilha de débito
c) Prova do inadimplemento

 Despacho judicial

Citação por Oficial de Justiça

 Pessoal
 Mandado em duas vias
 Juntado nos autos

Executado

 Tem três dias para pagar, hipóteses:

a) Pagar em três dias: redução em 50% dos honorários advocatícios =


extinção do feito
b) Prazo de 15 dias para propor Embargos à Execução: procedimento de
cognição
c) Pede pagamento parcelado em 15 dias; paga 30% à vista +
parcelamento em 6 meses
d) Não faz nada: execução prossegue

Execução por Quantia Certa como forma de Desapropriação Pública de Bens

Ocorre quando a administração pública resolve realizar um obra


pública, às custas de bens privados. Deste modo, transfere-se os bens para
o domínio público.

Tal procedimento faz-se pela via administrativa, mas pode


incorrer na via judicial, se o particular não concordar com a indenização que
a administração pública lhe oferecer.

A execução por quantia certa é serviço que o Estado põe a


disposição do credor para recber o que lhe é devido, mas, também, é uma
maneira coercitiva de manter a ordem pública.

Três providências devem ser tomadas:

a) De afetação de bens;
b) De transferência forçada de domínio;
c) De satisfação de direitos

Sucessão de três atos:

a) A escolha de bens do devedor que se submeterão à sanção;


b) A transformação desses bens em dinheiro (expropriação);
c) O emprego do numerário ou valor apurado no pagamento que tem
direito o credor.

Execução por Quantia Certa contra Devedor Solvente

A execução por quantia certa contra devedor solvente consiste


em expropriar tantos bens quantos forem necessários para a satisfação do
credor.
Após a provocação do credor (petição inicial, título
extrajudicial) e a convocação do devedor (citação), os atos que consistem no
procedimento em causa são: apreensão dos bens do devedor (penhora), sua
transformação em dinheiro, mediante expropriação (arrematação) e a
entrega do produto ao exeqüente (pagamento).

Proposição

Não há execução ex officio, de modo que a prestação


jurisdicional executiva sempre será provocada pelo credor, mediante
petição inicial, quando se tratar de título executivo extrajudicial; quando
for o caso de cumprimento de sentença será apenas seguimento do feito
através de petição simples e intimação, que com as devidas adequações,
deverá corresponder aos requisitos do art. 282.

O pedido apresenta-se com duplo objetivo: a) a postulação da


medida executiva b) a citação do devedor, ensejando-lhe prazo de três dias
para que seja adimplida a dívida, sob a condenação da penhora.

A petição inicial será sempre instruída com a planilha


demonstrativa do débito, atualizada até a propositura da ação; a memória
de cálculo tem de ser analítica, de modo a esclarecer os acessórios e a
acréscimos computados, para que o devedor possa se defender
adequadamente.

Acolhida a inicial o órgão judicial providencial a expedição do


mandado executivo, que consiste na ordem de citação do devedor,
intimando-o em três dias a cumprir a obrigação, sob pena de penhora.

O mandado deve conter:

a) Os nomes e endereços das partes;


b) O fim da citação; com as especificações da inicial e do título
executivo;
c) A cominação de penhora;
d) A cópia do pedido que deferiu o pedido do credor;
e) O prazo para a defesa;
f) E a assinatura do escrivão
Dada a índole não contraditória do processo executivo,
cumprimento de sentença, a citação não é para o devedor se defender, a
prestação jurisdicional executiva não resolve questão de mérito. O
chamamento do devedor é especificamente para pagar, uma última
oportunidade de cumprir sua obrigação.

Cumprida a citação, completa-se a relação trilateral processual


“credor-juiz-devedor” e fica o processo executivo pronto para iniciar a
expropriação; através do primeiro ato de agressão ao patrimônio do devedor
que é a penhora.

A faculdade de indicar bens para a penhora é do credor, que o


pode exercer na propositura da ação. Exercida essa faculdade constaram no
mandado de citação os bens a serem penhorados, caso o devedor não pague
a dívida nos três dias fixados no art. 652.

Em razão ao princípio do contraditório, não pode o executado


ser privado do direito de defesa, seja em relação ao mérito da dívida
exeqüenda, seja quanto à regularidade ou não dos atos processuais
executivos em curso. Mas, para deduzir sua oposição, deverá estabelecer
uma nova relação processual incidente, fora do processo executivo
propriamente dito (embargos à execução).

Não se recorre à ação de embargos quando a execução é de


título judicial, visto que a seu respeito não há ação de execução, mas simples
cumprimento de sentença, devendo eventual resistência do devedor ser
feita por meio de simples petição de “impugnação”.

Procedimento de Penhora e Avaliação

Num só mandado o oficial receberá a incumbência de citar o


executado e realizar a penhora e a avaliação. Para facilitar a tarefa o
mandado será expedido em duas vias, a primeira para a citação e a segunda
para penhora e avaliação.

Citado o devedor o oficial devolverá a primeira via do mandado


ao cartório, com a adequada certidão do ato praticado. Passado três dias,
reservados para o pagamento da obrigação, ficará em juízo se o pagamento
ocorreu ou não. Permanecendo o inadimplemento, servirá a segunda via do
mandado, em poder do oficial, para proceder a penhora, lavrando-se o
respectivo auto, com a imediata intimação do executado.

Se o credor exerceu a faculdade de indicar os bens a serem


penhorados, o oficial de justiça fará com que a constrição recaia sobre
esses bens. Não havendo tal indicação penhorará os que encontrar, em
volume suficiente para garantir a satisfação do crédito.

Ocorrendo a dificuldade na localização dos bens, o juiz, de


ofício, ou a requerimento do exeqüente, poderá determinar que o executado
seja intimado a indicar bens passíveis de constrição. A não indicação sem
justificativa, em tal caso, representará atentado à dignidade da Justiça,
sujeito às penas do art. 601.

A intimação da penhora consumada será, em regra, na pessoa


do executado, se o oficial não encontrá-lo providenciará certidão detalhada
das diligências frustradas, caso em que o juiz poderá dispensar a intimação
da penhora, ou determinar as diligências que julgar adequadas.

O devedor já tem ciência de que, no prazo da lei, a constrição


se consumará, por isso, é lícito ao juiz autorizar o prosseguimento do feito
sem intimações.

Penhora e Avaliação

Conceito e Finalidade: ato judicial de apreensão de bens para


identificar quais bens responderão pela execução. Penhora-se e nomeia-se
um depositário – a guarda do bem fica protegida pelo Estado.

A penhora é um ato de garantia do juízo da execução de pagar


quantia certa.

A finalidade da penhora é dar ao Estado um instrumento para


que possa realizar o cumprimento forçado da obrigação.

A penhora tem a função de individualizar o bem, ou os bens,


sobre os quais o ofício executivo deverá atuar para dar a satisfação ao
credor e submetê-los materialmente a transferência coativa.

É o primeiro ato coativo do processo de execução por quantia


certa.

Com esse ato inicial de expropriação, a responsabilidade


patrimonial, que era genérica, sofre um processo de individualização,
mediante apreensão física, direta ou indireta, de parte do patrimônio do
devedor.

Natureza Jurídica da Penhora

O entendimento dominante é de que a penhora é um ato


executivo, cuja finalidade é a individualização e preservação (garantia) dos
bens a serem submetidos ao processo de execução.

Finalidade da Penhora

Antes de tudo a penhora importa individualização, apreensão e


depósito dos bens do devedor, que ficam a disposição judicial. Tudo com o
objetivo de subtraí-los à livre disponibilidade do executado e sujeitá-los à
expropriação.

Primeiramente, o agente judicial deve buscar ou procurar os


bens do devedor, respeitando, porém, a faculdade do credor de fazer a
escolha, desde que obedecidas as preferências e demais requisitos legais.

Apreendido o bem, será entregue a um depositário, que


assumirá um encargo público, sob o comando direto do juiz, ficando, assim,
responsável pela guarda e conservação dos bens penhorados e seus
acessórios presentes e futuros.

Aperfeiçoada a penhora, pela apreensão e depósito dos bens,


bem como a lavratura do competente termo processual, surge, para o
devedor e para terceiros, a indisponibilidade dos bens afetados pela
execução.
A penhora cria para o credor uma preferência que, em face dos
demais credores quirográficos do devedor comum, equivale a um direito
real sobre os bens penhorados. (conhecida como garantia pignoratícia)

Tríplice Função da Penhora:

a) Individualizar e apreender efetivamente os bens destinados ao fim


da execução.
b) Conservar os bens, evitando sua deterioração ou desvio; (garantia de
execução)
c) Criar a preferência para o credor, sem prejuízo das prelações de
direito material.

Importante ressaltar que uma primeira penhora não impede que


outras, de diversos credores, recaiam sobre o mesmo bem, mas a ordem ou
gradação das penhoras fixa, entre os credores quirográficos a ordem de
preferência para o pagamento; de acordo com o tempo de nascimento do
direito pignoratício processual de cada credor, art. 613.

 Gradação da penhora: é a preferência dos credores diante da


execução dos bens do devedor, o exeqüente (credor) que tenha
indicado o bem para penhora primeiro terá preferência na execução
deste.

 A preferência da penhora, que não exclui os privilégios e preferências


instituídos anteriormente a ela, é aplicação a apenas à execução
contra devedor solvente, não prevalecendo num concurso contra
devedor insolvente.

Efeitos da Penhora para: Credor, Devedor e Terceiro

 Credor: especifica os bens do devedor sobre os quais irá exercer o


direito de realizar seu crédito. Direito de preleção e seqüela, perante
os demais credores e sobre os próprios bens.
 Devedor: imediata perda da posse direta e da livre disponibilidade do
bem atingido pela medida constritiva. Com efeito o devedor dos bens
apreendidos pela penhora não deixa de ser proprietário dos bens
apreendidos judicialmente, só a expropriação final acarretará a
extinção do seu direito dominial. Ficam afetados, contudo, seus
poderes diretos sobre a utilização do bem.

Desta forma, o devedor fica na condição de nu-proprietário,


perdendo os poderes jurídico-materiais que definem o gozo direto da coisa,
representado pela condição de um simples poder de disponibilidade de
direito.

Destarte, os atos de disponibilidade jurídica do bem conscrito


são válidos e eficazes em todas as direções, menos para a execução.
(devedor indireto, fraude à execução).

Juridicamente, nada impede que o devedor aliene, doe ou


permute seu direito sobre o bem penhorado, pois o efeito da penhora não se
exerce sobre o direito substancial do credor, nem correlativamente sobre a
obrigação substancial do devedor; mas sobre a responsabilidade do devedor,
correlativamente sobre a ação executiva do credor, a qual pode continuar
exercitando-se como se o devedor não tivesse disposto do bem penhorado.

 Portanto, a penhora atua em prejuízo de terceiros que tenham


adquirido um direito real ou pessoal, não obstante a aquisição, o bem
continua submetido à expropriação submetida ao prejuízo de terceiro
 A disposição feita pelo devedor em desatenção à penhora é válida
como ato jurídico perfeito praticado entre ele e o adquirente.

 A penhora contra terceiro tem dois efeitos:


 Quando o crédito ou o bem executado está na posse temporária de
terceiro este fica obrigado a respeitar o gravame judicial, como
depositário, cumprindo o dever de adimplir a prestação em juízo ao
seu tempo.

 Além disso há o efeito geral e erga omnes da penhora que faz com
que todo e qualquer terceiro tenha que se abster de negociar com o
executado, em torno do domínio do bem penhorado, sob pena de
ineficácia da aquisição perante o processo de permanência do vínculo
executivo.

 A impenhorabilidade não é oponível para à cobrança do crédito


concedido para a aquisição do próprio bem.
Limites da Penhora

A execução se limita aos bens que forem capazes de saldar a


dívida do devedor, e deve ser feita apenas enquanto a agressão apresentar
alguma utilidade para o credor.

Valor da Penhora

A execução da obrigação por quantia certa compreende sempre


o valor corrigido da prestação devida, além dos acréscimos dos juros e das
despesas processuais.

Escolha dos Bens a serem Penhorados

O credor tem o poder de indicar os bens a serem penhorados,


petição inicial da execução por quantia certa.

Se o credor não o fizer a penhora será feita sobre os bens que


o oficial de justiça achar, até o limite previsto.

O devedor tem o direito de impugnar a nomeação dos bens e


não obedecer a gradação legal, ou senão respeitar a forma menos gravosa
para o executado.

Não sendo indicados os bens pelo credor o devedor poderá


indicar ao oficial de justiça os bens que entenda devam ser penhorados,
dentro da preferência legal e segundo critério de menor onerosidade da
execução.

Ordem de Preferência dos Bens (ordem de gradação legal da penhora)

Art. 655 - A penhora observará, preferencialmente, a seguinte


ordem:

I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em


instituição financeira;
II - veículos de via terrestre;
III - bens móveis em geral;
IV - bens imóveis;
V - navios e aeronaves;
VI - ações e quotas de sociedades empresárias;
VII - percentual do faturamento de empresa devedora;
VIII - pedras e metais preciosos;
IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito
Federal com cotação em mercado;
X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
XI - outros direitos.

Havendo a desobediência do direito de preferência caberá ao


devedor impugnar a escolha feita e pleitear a substituição do bem
conscrito.

O próprio texto do artigo diz que a ordem é “preferencial” e


não obrigatória.

Admite-se a justificação da escolha dentro dos parâmetros da


facilidade da execução e sua rapidez, e da conciliação, quando possível, do
interesse de ambas as partes.

A gradação legal há de ter em conta, de um lado, o objetivo de


satisfação do credor, e de outro, a forma menos onerosa para o devedor.

As regras da penhora, também, devem ser observadas no


cumprimento de sentença.

 Execução de crédito com garantia real: existindo hipoteca, penhor ou


anticrese, a penhora recairá preferencialmente sobre a coisa dada
como garantia, pouco importando sua posição na gradação legal.

Outras circunstâncias que podem comprometer a eficácia da


escolha do bem constam do art. 656, que são:

a) Não ter penhora incidido sobre bens designados em lei, contrato ou


ato judicial para pagamento (direito de retenção).
b) Ter a penhora recaído sobre bem situado em foro diverso do da
execução, quando neste existiam outros que possam garantir o juízo.
c) Ter a penhora recaída sobre bens já penhorados ou objeto de
gravame, havendo disponibilidade de bens livres;
d) Incidir a penhora sobre bens de baixa liquidez (sempre que for
possível garantir o juízo com outros de mais fácil exeqüibilidade)

Art. 668 - O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias após


intimado da penhora, requerer a substituição do bem
penhorado, desde que comprove cabalmente que a substituição
não trará prejuízo algum ao exeqüente e será menos onerosa
para ele devedor (art. 17, incisos IV e VI, e art. 620).

Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, ao


executado incumbe:

I - quanto aos bens imóveis, indicar as respectivas matrículas e


registros, situá-los e mencionar as divisas e confrontações;
II - quanto aos móveis, particularizar o estado e o lugar em que
se encontram;
III - quanto aos semoventes, especificá-los, indicando o
número de cabeças e o imóvel em que se encontram;
IV - quanto aos créditos, identificar o devedor e qualificá-lo,
descrevendo a origem da dívida, o título que a representa e a
data do vencimento; e
V - atribuir valor aos bens indicados à penhora.

 A ordem de gradação legal da penhora é obrigatoriamente


preferencial, art. 620 CPC, e não obrigatória. Execução da penhora de
modo menos gravoso para o executado diferente de penhora on line, art.
655 – A, que é a determinação pelo juiz de busca de bens on line que não é
penhora, haja vista que esta irá se realizar após o envio das informações
contidas na penhora on line

Efeitos da Penhora:

 Processuais:

a) Garantir a execução; é requisito (penhora) para que se possa deferir


o efeito suspensivo nos embargos à execução – quando houver
Embargos à Execução, estes só terão efeito suspensivo quando
preencher os requisitos do art. 745 CPC
b) Gerar direito de preferência; ocorre no concurso de credores, quem
penhora primeiro tem preferência
c) Individualizar o bem; concentração da responsabilidade patrimonial; o
bem responderá pela execução – respondem pela execução os bens
presentes + futuros + alienados fraudulentamente – exceto os bens
inapropriáveis.

 O ato que avalia o bem: caso o executado não concorde com o valor da
avaliação poderá manifestar-se através da impugnação – mesmo
quando a avaliação é feita por perito.

Será admitida nova avaliação, art. 683:

a) Qualquer das partes argüir, fundamentadamente, ocorrência de erro


na avaliação ou dolo do avaliador;
b) Se verificar, posteriormente, que ocorrer majoração ou diminuição no
valor do bem;
c) Houver fundada dívida sobre o valor atribuído ao bem.

 Materiais:

a) Tornar ineficaz os atos de alienação


b) Oneração dos bens penhorados
c) Perda da posse direta do bem penhorado = depositário – detentor

 A penhora é requisito exclusivo da obrigação de pagar.


 O exeqüente deve indicar o bem o a ser penhorado

Art. 615-A. O exeqüente poderá, no ato da distribuição,


obter certidão comprobatória do ajuizamento da execução,
com identificação das partes e valor da causa, para fins de
averbação no registro de imóveis, registro de veículos ou
registro de outros bens sujeitos à penhora ou arresto.

§ 1º O exeqüente deverá comunicar ao juízo as averbações


efetivadas, no prazo de 10 (dez) dias de sua concretização.
§ 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o
valor da dívida, será determinado o cancelamento das
averbações de que trata este artigo relativas àqueles que não
tenham sido penhorados.
§ 3º Presume-se em fraude à execução a alienação ou oneração
de bens efetuada após a averbação (art. 593).
§ 4º O exeqüente que promover averbação manifestamente
indevida indenizará a parte contrária, nos termos do § 2º do
art. 18 desta Lei, processando-se o incidente em autos
apartados.
§ 5º Os tribunais poderão expedir instruções sobre o
cumprimento deste artigo.

 A parte tem o direito de dar publicidade ao ajuizamento da ação.


 Ordem de gradação; a ordem dos bens a serem penhorados é
obrigatoriamente preferencial, execução equilibrada, art. 620.

Art. 620 - Quando por vários meios o credor puder promover a


execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso
para o devedor.

 Não confundir com penhora on line art. 655 – A, não é penhora, é


medida de constrição (bloqueio de dinheiro em banco, através do
Bacen-jud,, a penhora se dará depois, sobre o dinheiro bloqueado)
 Efeitos: ato da execução obrigatório para seguir na fase de
expropriação.
 A decisão do juiz que acata pedido de penhora é decisão
interlocutória; cabe agravo de instrumento 10 dias.

Institutos Afins

Depósito:

A penhora se aperfeiçoa mediante a apreensão e depósito dos


bens, há com ela a retirada da posse direta do devedor, de maneira que o
depósito se apresenta como elemento essencial do ato executivo.

 A penhora não produz eficácia sem depósito.


 O bem a ser depositado é deslocado à guarda de outrem
O executado assumirá o cargo de depositário em duas ocasiões
especiais.
a) Quando houver expressa anuência do exeqüente, qualquer
que seja o bem penhorado;
b) Serão mantidos sob a guarda do executado os bens que
forem de difícil remoção (maquinário industrial)

 O executado também será o depositário com relação aos bens


imóveis, haja visto que a imposição de um terceiro para o cargo de
depositário traria onerosidade desnecessária, contrariando o
princípio de que a execução far-se-á sempre com menor onerosidade
para o executado.
 Mas o executado pode recusar a função de depositário, se não tiver
condições para fazê-lo.
 O depositário guardião de dinheiro penhorado será a instituição
financeira, ainda que não esteja regularmente inscrito, será feito o
bloqueio junto ao banco central.
 O depósito de jóias, pedras e objetos precisos será feito em
instituições bancárias preferencialmente oficiais, com registro do
valor estimado do resgate.

Função do Depositário: o depositário atua como auxiliar da justiça, sua


função é sempre em nome do órgão judicial. A função do depositário é
guardar e conservar ditos bens, evitando extravios e deteriorações.

Responsabilidade do Depositário: se os bens exigem a continuidade de


exploração econômica o depositário atuará como administrador – o
depositário assume responsabilidade civil e criminal pelos atos praticados
em detrimento da execução de seus objetivos (apropriando-se sobre os
bens sob custódia praticará o crime de apropriação indébita) – ação de
depósito, ação de prestação de contas e ação de indenização.

Remição

A remição do executado é o pagamento que se faz após o


ajuizamento da execução por quantia certa, compreendendo o principal e
todos os seus acessórios, afim de por fim ao processo.
Pode ser feito por pagamento direto ao credor ou depósito em
juízo.

Dispõe o art. 651 que antes de adjudicados os bens, ou


alienados, pode o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou
consignando a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e
honorários advocatícios.

É permitido em qualquer fase do processo enquanto não


ultimada a adjudicação ou alienação.

A remição pode ser feita por qualquer terceiro interessado ou


não.

Arresto

É a medida cautelar de garantia da futura execução por quantia


certa, é a apreensão dos bens do executado.

 O arresto assegura a penhora.


 O arresto acontece através da constrição dos bens o devedor.
 Quando se tratar de execução para entregar coisa certa ao invés de
ocorrer o arresto, a constrição do bem é feita por meio do sequestro
– também é uma medida cautelar.

Expropriação

A expropriação é antecedida pela penhora, quando não ocorre o


pagamento da dívida. É a transformação do patrimônio em dinheiro.

Forma obrigatória e taxativa e sucessiva das 4 modalidades.

Adjudicação

Modalidade expropriativa por legitimados específicos em que


se expropria um bem, nunca por valor menor ao valor da avaliação.
Em lugar da soma em dinheiro, que é objeto específico da
execução de pagar quantia certa, na adjudicação o credor recebe os bens do
executado – através de um ato executivo, transferência forçada de bens
sob a forma de expropriação.

Requisitos:

a) Requerimento da parte; pois o juiz não pode impor


pagamento de coisa diversa da devida;
b) A oferta do pretendente da adjudicação do bem não pode
ser por preço inferior ao da avaliação;

 Caso o valor do bem adjudicado seja maior do que a dívida o


adjudicante deverá depositar imediatamente a diferença, em caso de
haver outros credores.
 Procedimento – oficiar os credores para pronunciar-se e pressupõe-
se que os demais já estão cientes.

Legitimidade:

a) O exeqüente;
b) O credor com garantia real sobre o bem penhorado;
c) Outros credores, que também, tenham penhora sobre o mesmo bem –
havendo disputa entre diversos candidatos à adjudicação incorrerá
licitação e vencerá aquele que oferecer maior preço.
d) Descendentes e ascendentes do executado;

 Em si tratando de cotas de sociedade os sócios deverão ser citados a


respeito da adjudicação e terão preferência neste caso.

Alienação por Iniciativa Particular

Na escala da preferência legal, a primeira forma de


expropriação é a adjudicação – e a segunda é a alienação por iniciativa
particular.

A alienação por iniciativa particular pode ocorre sobre qualquer


tipo de bem, móvel ou imóvel, a operação pode ser feito por meio de
corretor, desde que seja credenciado ou indicado (comissão por conta das
partes), ou pelo próprio exequente.

A alienação se faz após o exequente abrir mão da adjudicação


ou e por meio de requerimento ao juiz.

Ao deferir o requerimento o magistrado não poderá fixar


preço mínimo menor do que o da avaliação.

Na alienação por iniciativa particular o bem poderá ser vendido


por valor menor do que da avaliação, mas este valor não poderá ser muito
menor.

Alienação em Hasta Pública

1ª Hasta: (leilão de bem móvel, e praça de bem imóvel) quando o


lance de arrematação for menor do que o da avaliação o bem não poderá ser
entregue – o preço na primeira hasta pública deverá ser igual ou maior ao da
avaliação.

2ª Hasta: o bem será entregue por qualquer valor, mesmo


inferior ao da avaliação – somente não será entregue quando o bem atingir
apenas preço vil (entendimento jurisprudencial de preço vil é quando este
alcança valor menor do que 50% do valor da avaliação).

Na alienação por hasta pública ocorrerá uma desapropriação


forçada do bem, em função do poder judiciário.

A arrematação por hasta pública, seja por leilão, praça ou


pregão da bolsa de valores, será sempre precedida por editais convocando
todos os interessados a participar.

 O credor hipotecário deverá ser intimado antes da adjudicação, da


alienação particular e da alienação em hasta pública. A consequência
da não intimação, particularmente para o credor hipotecário, é a
nulidade da alienação que poderá ser postulada por embargos de
terceiro. (ou embargos à adjudicação, embargos à alienação particular
ou pública)
 Art. 698: não se efetuará a adjudicação ou alienação sem que com o
prazo mínimo de 10 dias sejam citados o senhorio de direito, o credor
com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não
seja de qualquer modo parte na execução. – assim nos casos de fraude
à execução o terceiro que aliena o bem, atual proprietário, deverá ser
citado sob pena de se tornar nula a alienação

Legitimidade para Arrematar

 Podem lançar na hasta pública todos os que estiverem livres na


administração de seus bens.

Deste modo não podem lançar, os incapazes, os insolventes e os falidos e


também:

a) Tutores, curadores, testamenteiros, síndicos ou liquidantes, quanto


aos bens confinados na guarda de sua responsabilidade.
b) Juiz, membros do MP, e da defensoria
c) Mandatários, quanto aos bens que estejam sob sua administração

CONCURSO DE CREDORES

O concurso de credores ocorre toda vez que a somatória das


dívidas do executado, com mais de um credor, ultrapassa o valor de seus
bens.

O concurso de credores do devedor solvente ocorre toda vez


que houver mais de uma penhora sobre o mesmo bem, ou bens.

Havendo vários credores ser-lhes-á o dinheiro distribuído


conforme as respectivas prelações, não havendo título legal à preferência,
receberá em primeiro lugar o credor que promover a execução, cabendo aos
demais credores o que restar do pagamento da dívida – observando a
anterioridade da penhora dos bens apreendidos – depois de ressarcidos os
privilegiados será rateado o saldo que houver.

Todos os credores do devedor solvente devem concorrer na


execução coletiva, declarando seus créditos e suas preferências no prazo
de 20 dias contados do edital que será expedido pelo juiz para que os
credores se apresentem com o título executivo.

Mesmo os credores com garantia real e demais privilegiados


estão sujeitos ao juízo universal de insolvência – somente a fazenda pública
não está sujeita a declarar a dívida ativa na insolvência.

Cada habilitação, pedido do credor que contém o título será


organizada pelo oficial após precluído o prazo de 20 dias, tem o conteúdo de
ação incidental contra a massa falida.

Os credores serão intimados para no prazo de 20 dias para


legarem suas preferências ou apresentarem suas impugnações aos créditos
declarados, que poderão versar sobre nulidade, simulação, fraude ou
falsidade das dívidas e contratos.

A ordem é a seguinte

Aula:

a) Credor com garantia real; (que fez a primeira averbação,


para dar publicidade)
b) Crédito trabalhista ou alimentar, limitados a 150 salários
c) Credor que tiver feito arresto (ação cautelar, e tiver feito
a averbação antes do primeiro a ajuizar a ação)

 A averbação é critério de desempate – se um ajuíza ação primeiro que


outro, o que tiver feito primeira averbação terá preferência.
 O credor com garantia real tem preferência.
 O arresto, ação cautelar, tem preferência sobre o primeiro que
ajuizou ação, mas não fez averbação – o primeiro a ajuizar a ação terá
apenas a penhora.
 O crédito trabalhista, no limite de 150 salário, terá direito de
preferência diante dos credores com arresto – ainda que tenha feito
averbação anterior.
 O crédito trabalhista não tem preferência diante do credor com
garantia real, mas que tenha feito a averbação anterior.
 O credor com garantia real não tem preferência diante do credor
com arresto e penhora, que tenham feito averbações anteriores a
sua.
 O credor que não tenha garantia real, arresto ou penhora que tenha
feito averbação primeiro não terá direito de preferência – a
averbação serve para desempate.

 Os credores sem títulos executivos poderão habilitar-se na execução


do insolvente, e deverão fazê-lo dentro do prazo legal 20 dias – sob
pena de não poderem participar do rateio, ainda que sejam credores
com garantia real.
 O retardatário pode propor ação direta antes do rateio, para
reconhecimento do direito de preleção. (processo a parte,
procedimento comum – de maneira a não suspender a execução)
 Por tratar-se de um simples incidente de execução a decisão que
impõe a ordem de preferência trata-se de decisão interlocutória –
segundo o recurso cabível o agravo de instrumento.

Pagamento

 Quando o pagamento cobre toda a dívida, a execução fica extinta.


Quando o juiz homologa o pagamento ocorre uma sentença, recurso
cabível é apelação.
 Se o que pagar não cobre toda a dívida a execução fica suspensa.
 Se não ocorrer o pagamento, para todas as outras decisões é decisão
interlocutória – recurso cabível é o agravo de instrumento.

CUMPRIIMENTO DE SENTENÇA

EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA – TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

Execução Fiscal
 CDA: certidão de dívida ativa
 PTA: processo tributário administrativo
 A CDA é título executivo extrajudicial

Ocorre quando um ente público executa um cidadão ou


empresa, a CDA é o único título formado unilateralmente.

 O executado tem 5 dias para pagar – no procedimento normal o


executado tem 3 dias para pagar.
 Os Embargos à Execução, quando se trata de execução fiscal, podem
ser apresentados em 30 dias – na execução de título extrajudicial os
executados tem o prazo de 15 dias para apresentar os Embargos.
 Para a apresentação de Embargos na Execução Fiscal será necessário
a penhora, segurança do juízo – na execução normal os Embargos
poderão ser apresentados independentemente de penhora (a penhora
faz-se necessária para atribuir efeito suspensivo aos Embargos).
 Uma vez sendo os Embargos apresentados, na execução Fiscal, esta
ficará suspensa – uma vez sendo necessário para a apresentação da
defesa a segurança do juízo.
 À mulher casada não assiste o direito de propor embargos de
terceiros para excluir da execução a sua meação.

Execução contra a Fazenda

 Na execução contra a fazenda (título executivo judicial) o executado,


fazenda, deverá ser citado novamente.

Desta forma, pública a sentença condenatória da fazenda finda


está a prestação jurisdicional – sendo necessário para o forçoso
cumprimento da obrigação a propositura de uma nova ação e,
consequentemente, nova petição inicial será proposta, nova citação da
Fazenda será feita, uma vez tratar-se de ação de execução será
oportunizado à Fazenda a propositura de Embargos à Execução – e não
impugnação ou contestação.

 À Fazenda é garantido o direito de defender-se novamente na via


executiva – prazo legal de 10 dias para a fazenda opor Embargos à
Execução, seja por título executivo judicial ou extrajudicial.
 No processo de Execução contra a Fazenda não há penhora,
consecutivamente não há de se fazer expropriação –
independentemente haverá a oportunidade da Fazenda opôr
Embargos.
 Caso haja condenação do ente público o pagamento não será feito em
dinheiro e, sim, por precatória ou RPV (requisição de pequeno valor)

 Este procedimento de execução contra a Fazenda vale contra os entes


públicos de administração direta e indireta (autarquias, etc.) não valerá
contra as entidades pública de economia mista (Petrobrás).
 A execução contra a fazenda somente será possível uma vez a sentença
do processo de cognição ter transpassado em julgado – deste modo, não
será possível o instituto da execução provisória.

Execução do Devedor de Alimentos

Título executivo Judicial

 O cumprimento da obrigação do devedor de alimentos será feita por


meio de processo de execução – ainda que se trate de título
executivo judicial.

O juiz mandará citar o devedor para em 3 dias, efetuar o


pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. O
procedimento no caso do devedor de alimento, mesmo se tratando de título
executivo judicial, não será o cumprimento de sentença, mas o mesmo
procedimento dos títulos executivos extrajudiciais.

 É a única execução que autoriza como meio coercitivo a prisão civil do


devedor. O executado ficará preso por até 60 dias.

A prisão do devedor não é meio de execução, apenas de


coerção, deste modo, não impedirá a penhora dos bens do devedor e,
também, prosseguirão os atos executivos – por isso o cumprimento da pena
privativa de liberdade não exime o devedor do pagamento das parcelas
vencidas e vincendas.

 É a única execução que autoriza o levantamento da penhora em


dinheiro antes mesmo do encerramento da execução

O oferecimento dos embargos não obsta que o exequente


levante mensalmente a importância da prestação – que será feito
independentemente de caução.

Em si tratando de devedor que exerça cargo público, militar ou


civil, será feita a notificação à autoridade, empresa ou empregador da
ordem judicial autorizando o desconto em folha de pagamento – desta
forma, estará seguro o juízo, como se penhora houvesse, podendo o devedor
oferecer embargos à execução.

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Os Embargos à Execução é a defesa oponível ao devedor do


título executivo extrajudicial, qualquer que seja a obrigação (pagar, fazer
ou entregar.

 Os Embargos à Execução são oponíveis, excepcionalmente, contra


títulos executivos judiciais na execução contra a Fazenda e contra o
devedor de alimentos.

Matéria de Discussão

Os Embargos à Execução tem natureza jurídica de ação de


conhecimento, de procedimento especial, a matéria a ser arguida é a mesma
que seria lícita ao executado arguir em um processo de conhecimento
(prova, perícia, testemunhas, etc.).

 Os Embargos à Execução são oponíveis independentemente de


penhora.
 Os embargos de cada devedor tem caráter autônomo e independente
 O efeito suspensivo dado a um dos devedores em caso de ser possível
o prosseguimento da execução com relação ao outro devedor será
feito.

Forma de Apresentação
Por tratar-se de ação de conhecimento os Embargos à
Execução tem os mesmo requisitos da Petição Inicial.

Por tratar-se de um processo incidental, os embargos serão


distribuídos por dependência.

Processamento

Autos apartados – segue em apenso.

Prazo

15 dias da juntada do mandato de citação.

Art. 738:§3º - nos embargos à execução quando houverem litisconsorte com


procurados diferentes não se contará o prazo em dobro – o prazo será
contado separadamente do dia da juntada do mandado de cada devedor.

Legitimados:

a) O devedor, bem como seu sucessor


b) Sócio, fiador, sucessor, sub-rogado, etc: desde que atingidos pelos
atos da execução assumam a posição de parte na relação processual
criada pela ação de execução.

Segurança do Juízo

A oposição à execução dá-se independentemente de penhora,


caução ou depósito.

Entretanto, para que seja pleiteado o efeito suspensivo nos


embargos à execução será necessária a penhora (execução por quantia
certa), caução (execução de fazer) ou depósito (execução de entregar
coisa), serão necessários também 4 requisitos cumulativos:

a) Requerimento do embargante; o efeito suspensivo não pode ser dado


os embargos à execução ex oficio.
b) Fundamentos relevantes;
c) A demonstração que o prosseguimento da execução possa causar ao
devedor dano irreparável ou de difícil reparação;
d) A execução já esteja garantida por penhora (pagar), depósito
(entregar) ou caução (fazer)

 Caso o devedor queria contestar o valor apresentado pelo exequente


deverá apresentar planilha de débito – caso não apresente a planilha a
apresentada pelo credor será incontroversa, não podendo mais ser
debatido o valor da dívida.

Recursos

 Caso os embargos à execução sejam rejeitados liminarmente,


considerados ineptos, o recurso cabível será Apelação – uma vez que
a decisão extingue o feito.
 Caso não seja ou seja reconhecido o efeito suspensivo nos embargos
à execução o recurso cabível é Apelação.

IMPUGNAÇÃO

Cabimento:

A Impugnação é defesa exclusiva do devedor da obrigação de


pagar (art. 475 – L). Poderá suscitar apenas questões (vícios)
supervenientes à formação do título executivo judicial, salvo nulidade de
citação.

A matéria que deve ser arguida na penhora são os pressupostos


processuais e condições da ação de execução – matérias de mérito (ligadas à
dívida propriamente dita) somente poderão ser suscitada se supervenientes
à sentença e que possam ter afetada a subsistência, no todo ou em parte, a
dívida reconhecida – pagamento, novação, remissão, compensação,
prescrição, etc.

 A legitimidade não poderá ser arguida na Impugnação por não se


tratar de matéria superveniente à sentença.
Processamento

A Impugnação será processada nos próprios autos, quando


houver efeito suspensivo ou em autos apartados, quando não houver efeito
suspensivo.

A Impugnação será processada por simples petição.

Recursos

Quando a decisão que resolver a Impugnação, não lhe der


provimento, será atacada por Agravo de Instrumento.

A decisão que extinguir a Execução, der provimento à


Impugnação, será atacada por Apelação.

Se houver provimento da Impugnação, mas esta não incorra na


extinção da execução o recurso cabível será o Agravo de Instrumento –
haja vista de não se tratar de decisão que põe fim ao procedimento
executivo.

Prazo

O devedor deverá oferecer a Impugnação nos 15 dias


subseqüentes à intimação da penhora e avaliação.

Temas Abordáveis

a) Falta ou Nulidade da Citação:

Para que seja arguida a falta ou nulidade da citação na


Impugnação é necessário que a questão não tenha sido arguido e resolvida
nos autos da ação de conhecimento – se o tema já foi enfrentado sobre ele
incide a res iudicata (coisa julgada).

A nulidade ocorre apenas quando ocorre a revelia, haja vista


que embora não encontrado o réu se fez presente nos autos.
b) Inexigibilidade do Título

Não se pode manejar a ação executiva sem que esteja em mora


o devedor – a inexigibilidade do título executivo poderá depender de
recurso com efeito suspensivo ainda não julgado ou de subordinar-se o
direito do credor a termo ainda não ocorrido.

c) Penhora Incorreta ou Avaliação

A penhora deve ser feita sobre bens que possam ser


penhorados e apenas àqueles suficientes para quitar a dívida do devedor.
Legitima é a Impugnação do devedor sobre a constrição de bens que não
podem ou não devem figurar a execução.

d) Ilegitimidade das Partes

A legitimidade é a definida na ação de conhecimento, a


titularidade do título não poderá ser alterada.

A legitimidade argüível é a do momento dos atos da execução –


não importa revisão do que já se acertou antes do julgamento da causa –
essa legitimidade pode ser tanto da parte ativa quanto do pólo passivo (não
ser a parte vencido ou vencedor ou ser sucessor da parte) – pode se tratar,
também, da titularidade da obrigação ou da legitimidade para agir em juízo.

Peculiaridades

 A Impugnação não tem efeito suspensivo, mas o juiz poderá conceder


tal efeito desde que cumpridos 2 requisitos:

a) Relevância da fundamentação
b) Demonstração da ocorrência de dano irreparável ou de difícil
reparação – presume-se que já exista a penhora.

 Não obstante o deferimento do efeito suspensivo pelo juiz o


exequente oferecendo caução (diferente da caução da obrigação de
fazer), poderá requerer o prosseguimento da execução.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE

 A Exceção de Pré-executividade não está prevista em lei – é uma


defesa originária da doutrina e da jurisprudência.

Cabimento

É uma forma de defesa subsidiária à Impugnação e aos


Embargos à Execução.

Dever ser arguido nulidade da execução (ataca a própria


pretensão executiva) – prescrição ou vício do título.

A Exceção de Pré-Executividade somente poderá ser proposta


quando não houver necessidade de dilação probatória – as provas para
demonstrarem o vício deverão estar presentes nos autos. (título
manifestadamente viciado – nulo.)

 Título executivo não pode ser assinado por procuração.

Forma de Apresentação

Mera petição, não é petição inicial – ainda que se trate da


execução de título executivo extrajudicial.

Será processado nos próprios autos.

Prazo

Por se tratar de vício no procedimento executivo não haverá


prazo para sua interposição, salvo trânsito em julgado.

Recursos Cabíveis

 Quando a Exceção de Pré-Executividade for rejeitada tratar-se-á de


decisão interlocutória sendo atacada por Agravo de Instrumento.
 Quando a Exceção for acolhida, consequentemente, a execução será
extinta sua decisão porá fim ao procedimento executivo – o recurso
cabível será a Apelação.

DEFESAS DE 2ª FASE

EMBARGOS DE TERCEIROS

Conceito: é uma ação de conhecimento de procedimento especial. Ajuizada


para desconstituir ato judicial de apreensão de bens.

 Busca desconstituir a decisão.

O princípio geral é que somente o patrimônio do executado


esteja sujeita à execução. Entretanto, quando a execução ultrapassar os
limites patrimoniais do devedor da responsabilidade pela obrigação ajuizada,
o terceiro prejudicado pelo esbulho terá direito de propor Embargos de
terceiro.

Os Embargos de Terceiro visam proteger tanto a propriedade


quanto a posse podem fundar-se em direito real, pessoal, dando lugar a uma
cognição sumária sobre a legitimidade ou não da apreensão judicial.

 A lide nos embargos de terceiro se refere à exclusão ou inclusão na


coisa na execução. Arguir vícios supervenientes à penhora com a
finalidade de desconstituir a expropriação.

 É uma ação de natureza constitutiva que busca desconstituir o ato


judicial abusivo, restituindo a parte ao estado anterior da apreensão
impugnada.

Legitimidade Ativa

O legitimado ativo nos Embargos de Terceiro é aquele que não


sendo parte no processo, vem a sofrer turbação ou esbulho na posse de seus
bens por ato de apreensão judicial.

Considera-se, também, terceiro o cônjuge quando defende a


posse de bens provindos de doação, próprios, reservados ou de sua meação.
 Não importa ter sido o cônjuge intimado da penhora, o código permite
que este interponha Embargos de Terceiro a qualquer tempo – dentro
do prazo – o cônjuge deve interpor Embargos de Terceiros quando
visa excluir os bens próprios ou da meação da constrição judicial –
mas deverá defender-se por Embargos à Execução quando a ação de
execução for proposta contra ele, legitimado como litisconsorte.
 O cônjuge não poderá interpor Embargos de Terceiro quando, em
defesa de meação ou bens reservados, quando a ação for proposta
diretamente contra ele na qualidade de litisconsorte – será caso de
Embargos de devedor.

O credor com garantia real poderá interpor Embargos de


Terceiro para obstar a alienação judicial do objeto da hipoteca, penhor ou
anticrese.

O compromissário comprador também poderá oferecer


Embargos de Terceiro desde que seu contrato esteja formalizado,
celebrado e inscrito no registro público de imóveis – em data anterior à
apreensão judicial. (direito real de aquisição)

 Mesmo que não esteja registrado o compromisso será viável o manejo


dos embargos de terceiro se o compromissário demonstrar a posse
efetiva sobre o bem desde de época anterior à penhora.

Legitimidade Passiva

Legitimado passivo é o exequente e, às vezes, o executado,


quando a nomeação de bens partir deste. A participação do devedor é
sempre admitida, desde que postulada como assistente.

Valor da Causa

É o valor dos bens apreendidos.

Prazo
O prazo para a interposição dos Embargos de Terceiro é da
data da determinação da apreensão judicial até cinco dias após a
arrematação, adjudicação ou remissão, mas sempre antes da assinatura da
respectiva carta.

Processamento

O embargado deve ser citado regularmente.

O embargante deverá apresentar petição inicial, com os mesmo


requisitos do art. 282 – fará prova sumária de sua posse e qualidade de
terceiro, apresentará rol de testemunhas.

Será distribuído por dependência, e serão processados em


autos apartados em apenso.

Cabimento

Os Embargos de Terceiros poderão ser proposto na execução


de qualquer título executivo, judicial ou extrajudicial, desde que a execução
seja de pagar.

Os Embargos de Terceiro caberão quando houver: intenção de


3º à relação jurídica, não faça parte do processo, de desconstituir ato
judicial de apreensão de bens.

Recurso Cabível

 Apelação no duplo efeito, seja para decisão que acolha ou denegue os


Embargos de Terceiro – ação autônoma, processo cognitivo.

 Caso o devedor morra haverá a substituição pelo seu espólio, o


administrador do espólio (herdeiro) poderá apresentar a defesa por
meio de Embargos à Execução.

EMBARGOS À: ADJUDICAÇÃO, ALIENAÇÃO OU ARREMATAÇÃO


Após a adjudicação, alienação ou arrematação (atos com se
cumpre a expropriação dos bens penhorados), é licito ao executado
oferecer Embargos – fundado em nulidade da execução ou em causa
extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora.

Prazo

 O prazo para a interposição dos Embargos à Adjudicação, Alienação


ou Arrematação é de 5 dias a partir do ato executivo (adjudicação,
alienação ou penhora) – a contagem do prazo da data da adjudicação,
arrematação ou alienação e não da expedição da carta ou da emissão
na posse dos bens arrematados.

Cabimento

Qualquer título executivo desde que seja obrigação de pagar –


contra a fase de expropriação ou nesta fase.

Cabe quando houver:

a) Alienação por iniciativa particular;


b) Adjudicação;
c) Arrematação por Hasta Pública

Matéria de Discussão

 Os embargos poderão ser propostos fundado em nulidade da


execução, ou em causa extintiva superveniente à penhora.
 Tem a finalidade de desconstituir a expropriação .

Forma de Processamento

Os Embargos à Adjudicação, Alienação ou Arrematação são


propostos por meio de Petição Inicial – processados em autos apartados.

Recurso
 Uma vez propostos em autos apartados a decisão que resolver a
defesa, seja para dar provimento ou não, proposto por meio de
Embargos à Adjudicação, Alienação ou Arrematação é decisão que põe
fim ao pleito – recurso cabível é a Apelação, recebida no efeito
devolutivo apenas.

Peculiaridades

 Os Embargos à Adjudicação, Alienação ou Arrematação poderão ser


propostos também pelo exequente (preço vil, 1ª hasta com valor
inferior à avaliação

Ação Autônoma

Defesa irregular

Cabimento: restrito à discussão de nulidade do título.

Matéria de Defesa: nulidade no título.

Forma de Processamento: petição inicial – em autos apartados.

Prazo: prescrição – trata-se de vício não há prazo, exceto trânsito em


julgado.

Recurso: por se tratar de ação independente a ação autônomo é processo de


cognição a decisão que lhe da ou não provimento é uma decisão terminativa –
recurso cabível é Apelação recebida no duplo efeito.

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