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Segundo o jurista José Carlos Barbosa Moreira, o recurso é o "remédio voluntário

idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o


esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna"123. Em outras
palavras, o recurso é o instrumento legal que permite revisar, modificar ou complementar
uma decisão judicial previamente proferida. Além disso, a interposição de recursos impede

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que se forme a coisa julgada material, possibilitando que a decisão seja reexaminada até
o julgamento final1.

1
: Jus Navigandi 2: Jusbrasil 3: TrabalhosGratuitos.com

Claro! Vamos explorar os princípios do direito recursal mencionados:

1. Taxatividade: Este princípio estabelece que o rol de recursos é taxativo e


numerado, ou seja, apenas os recursos previstos em lei são admitidos. O Código
de Processo Civil (CPC) enumera os recursos cabíveis, e outros podem ser criados
por leis especiais12.
2. Unirrecorribilidade (ou Singularidade Recursal): De acordo com esse princípio,
para cada decisão, é cabível apenas um único recurso. Em outras palavras, a
parte insatisfeita não pode apresentar dois recursos simultâneos sobre a mesma
questão. Isso visa atender às necessidades operacionais do sistema recursal,
evitando a acumulação de impugnações com base no mesmo fundamento3.
3. Fungibilidade: A fungibilidade permite que, em certas situações excepcionais, um
recurso seja substituído por outro, desde que haja boa-fé e razoabilidade. Por
exemplo, se a parte apresentar o recurso errado por engano, o tribunal pode admitir
o recurso correto, mesmo que não seja o previsto inicialmente2.

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Esses princípios são fundamentais para garantir a eficiência e a justiça no sistema de
recursos judiciais.

O juízo de admissibilidade é uma etapa crucial no processo recursal, pois determina se


um recurso pode ser analisado pelo tribunal ou não. Ele ocorre antes do juízo de mérito e
avalia os requisitos de admissibilidade. Vamos explorar esses requisitos:

1. Requisitos Subjetivos (Intrínsecos):


○ Cabimento: Antes de interpor um recurso, a parte deve verificar se a decisão
é recorrível e qual recurso é cabível. O rol legal é taxativo e inclui recursos
como apelação, agravo de instrumento, recurso especial, entre outros1.
○ Legitimação: Quem tem o direito de recorrer? O réu (pessoa física) e seu
advogado têm legitimidade para interpor recurso. A vítima também pode
participar como assistente do Ministério Público. O prazo varia
dependendo da situação2.
○ Interesse: A parte deve demonstrar interesse em recorrer, ou seja, ter sido
prejudicada pela decisão (sucumbência). Isso pode ser total (decisão
inteiramente desfavorável) ou parcial (parte da decisão é desfavorável)2.
2. Requisitos Objetivos (Extrínsecos):
○ Tempestividade: O recurso deve ser apresentado dentro do prazo legal.
○ Preparo: Pagamento das custas recursais.
○ Regularidade Formal: O recurso deve atender aos requisitos formais, como
petição escrita, assinatura, entre outros3.

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Em resumo, o juízo de admissibilidade verifica se o recurso preenche esses requisitos,
permitindo que o tribunal analise o mérito da questão.

Quando a sentença é proferida, o recurso cabível mais comum é a apelação. A apelação


permite que as partes insatisfeitas recorram a um tribunal superior para revisar a decisão do
juiz de primeira instância. Durante o julgamento da apelação, o tribunal analisa tanto a

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legalidade quanto o mérito da sentença. É um importante instrumento para garantir a justiça
e a correção das decisões judiciais.

Quando uma decisão interlocutória é proferida, o recurso cabível é o Agravo de


Instrumento. Esse tipo de recurso permite que a parte insatisfeita recorra ao tribunal
superior para revisar a decisão do juiz de primeira instância. O Agravo de Instrumento é
utilizado para impugnar decisões interlocutórias que possam causar prejuízo irreparável ou

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de difícil reparação durante o curso do processo. É uma ferramenta importante para
garantir a efetividade da tutela jurisdicional e a correção das decisões judiciais.

Vamos explorar a diferença entre sentença e decisão interlocutória, bem como fornecer
alguns exemplos:

1. Sentença:
○ A sentença é o pronunciamento final do juiz em um processo.
○ Ela põe fim à fase cognitiva do procedimento comum e pode extinguir a
execução.
○ Exemplos de sentenças incluem decisões que concedem ou negam pedidos,
como condenações, absolvições, homologação de acordos etc.
2. Decisão Interlocutória:
○ A decisão interlocutória é um pronunciamento judicial de natureza
decisória que não encerra o processo.
○ Ela resolve questões incidentais ou provisórias que surgem durante o
curso do processo.
○ Exemplos de decisões interlocutórias:
■ Decisão preliminar
■ Concessão de tutela provisória.
■ Decisões sobre intervenção de terceiros.

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Em resumo, a sentença é o veredito final, enquanto a decisão interlocutória lida com
questões específicas no decorrer do processo.

Efeito recursais é um termo jurídico que se refere a uma característica de certos recursos
judiciais. Vamos explorar os significados dos termos mencionados:

1. Suspensivo: Um recurso é considerado suspensivo quando sua interposição


suspende a eficácia da decisão judicial ou do ato administrativo impugnado. Isso
significa que a decisão não pode ser executada até que o recurso seja julgado. O
efeito suspensivo visa evitar prejuízos irreparáveis enquanto o processo está
pendente.
2. Devolutivo: O efeito devolutivo diz respeito à devolução da matéria impugnada ao
órgão competente para reexaminá-la. Quando um recurso é interposto, a questão é
devolvida à instância superior (ou ao mesmo órgão, em alguns casos) para análise.
O efeito devolutivo permite que o tribunal superior reveja a decisão e julgue
novamente a questão.

Em resumo:

● Suspensivo: Suspende a eficácia da decisão impugnada.


● Devolutivo: Devolve a matéria para reexame. (Ad Quem)

Ad Cuo e Ad Quem são expressões latinas frequentemente utilizadas no contexto jurídico.


Vamos entender o significado de cada uma:

1. Ad Cuo: Essa expressão se refere ao juiz ou tribunal de instância inferior de


onde provém o processo objeto do recurso ou o ato que se discute em outro juízo.
Em outras palavras, “ad cuo” indica a origem da decisão que está sendo
questionada. Por exemplo, quando alguém recorre de uma sentença, o tribunal de
primeira instância (ou juiz de primeira instância) é o “ad cuo”.
2. Ad Quem: Por outro lado, “ad quem” designa o juízo ou tribunal para onde se
encaminha ou se remete, em grau de recurso, o processo que estava em
instância inferior. É o tribunal superior (ou juiz de instância superior) frente ao qual o
recurso é interposto. Em resumo, “ad quem” refere-se ao destino do processo em
recurso.

Portanto:

● Ad Cuo: Origem da decisão (instância inferior).


● Ad Quem: Destino do recurso (instância superior).

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Essas expressões são essenciais no contexto jurídico para indicar a movimentação dos
processos entre diferentes instâncias judiciais.

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: Unyleya - Fala, Professor 2: Diario Constitucional 3: Migalhas 4: TodasAsRespostas.pt

Lembrando que esses termos são específicos do contexto jurídico e podem variar de acordo

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com a legislação de cada país. Caso tenha mais dúvidas, estou à disposição para ajudar!

A proibição da reformatio in pejus é um princípio jurídico que tem relevância no direito


processual civil. Vamos entender o que isso significa:

1. Definição: A expressão reformatio in pejus se refere à situação em que um


tribunal, ao julgar um recurso, agrava a posição do recorrente (quem recorreu) em
relação à decisão original. Ou seja, o tribunal não pode tomar uma decisão que
prejudique ainda mais o recorrente do que a decisão inicial.
2. Efeito Devolutivo da Apelação: Para compreender melhor, vamos focar na
apelação. Quando alguém recorre de uma sentença, a apelação tem o objetivo de
obter um novo pronunciamento sobre o caso, podendo resultar em reforma total ou
parcial da decisão do juiz de primeira instância. No entanto, essa reforma deve
estar dentro dos limites do que foi pedido pelo recorrente na apelação.
3. Limites da Devolução: O Código de Processo Civil (CPC) estabelece que a
apelação devolve ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Isso significa
que o tribunal superior pode analisar todas as questões suscitadas e discutidas no
processo, desde que sejam relativas ao capítulo impugnado na apelação. O
tamanho dessa devolução é definido pelo pedido do recorrente.
4. Coisa Julgada: Se houver algum capítulo não impugnado pelo adversário do
apelante (ou seja, não contestado), e a reforma desse capítulo pudesse prejudicar o
recorrente, incide a coisa julgada. Portanto, não é permitida a reformatio in pejus,
pois qualquer providência nesse sentido esbarraria na res iudicata (coisa julgada).

Em resumo, o princípio da proibição da reformatio in pejus visa proteger o recorrente,

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impedindo que o tribunal tome decisões que agravem sua situação durante o processo de
recurso.

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: STJ - Informativo de Jurisprudência 2: Canal Ciências Criminais 3: Jusbrasil

O princípio da fungibilidade recursal é um conceito importante no direito processual


civil. Ele se baseia na possibilidade de o julgador aproveitar um recurso interposto de forma
equivocada, substituindo-o por outro recurso adequado para evitar sua inadmissibilidade.
Vamos explorar os requisitos desse princípio:

1. Dúvida Objetiva: Para aplicar a fungibilidade, é necessário que haja dúvida


objetiva quanto à natureza jurídica da decisão a ser recorrida. Essa dúvida pode
surgir de divergências doutrinárias ou jurisprudenciais.
2. Ausência de Erro Grosseiro: O advogado que interpôs o recurso equivocado não
pode ter cometido um erro grosseiro na escolha da peça recursal. Em outras
palavras, o equívoco não pode ser flagrante.
3. Tempestividade: O recurso equivocado deve ser interposto dentro do prazo do
recurso correto. A observância da tempestividade é fundamental.

O Novo CPC (Código de Processo Civil) trouxe algumas inovações em relação à


fungibilidade recursal:

● Transformação dos Embargos de Declaração em Agravo Interno: O CPC prevê


que os embargos de declaração podem ser transformados em agravo interno (art.
1024, parágrafo 3º).
● Transformação do Recurso Especial em Recurso Extraordinário: Quando o
ministro relator do STJ entender que a matéria tratada no recurso especial versa
sobre questão constitucional, ele pode ser convertido em recurso extraordinário
(art. 1.032, CPC).
● Transformação do Recurso Extraordinário em Recurso Especial: Se o ministro
relator do STF entender que houve ofensa reflexa à Constituição, o recurso
extraordinário pode ser convertido em recurso especial (art. 1.033, CPC).
Nessas situações, o julgador deve conceder prazo para adequação da peça, garantindo o

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princípio da primazia da decisão de mérito e evitando a inadmissibilidade por falta de
formalidades.

1
: Jusbrasil 2: STJ - No Seu Dia 3: Jus.com.br

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