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PROCESSO CIVIL – 5

Teoria geral dos Recursos


1. CONCEITO
 É uma forma de reexaminar a sentença judicial, interposição do recurso a
partir de provas para mudar a sentença
 Princípio do duplo grau de jurisdição: é a garantia das decisões singulares
serão reanalisadas por um órgão superior colegiados, para garantir que não há
erros
 Ato extremamente solene, por ter uma forma prescrita em lei, requisitos
indispensáveis
 Tem por finalidade revalidar, invalidar, esclarecer ou integrar (embargo de
declaração)
 Recurso ≠ Ação

Análise de admissibilidade (requisitos) e depois verificação de mérito

Embargos declaratórios= integrar: omissão como causa de pedir


Esclarecer: contradição

Os recursos são sempre um prolongamento do direito de ação, são feitas num processo que
ainda não chegou ao fim
As ações autônomas podem ser feitas para atacar um ato processual proferido numa ação que
esteja em curso, mas não são mero prolongamento do exercício do direito de ação.

Ação: ato de recorrer ao judiciário


Processo: meio pelo qual concretiza-se o direito de ação (execução e conhecimento)
Procedimento: como tramita o processo (comum e especial)

 A expressão recurso pode ser interpretada em duas acepções do ponto de vista


jurídico, quais sejam, uma ampla é uma restrita
 Na acepção ampla, deve ser entendido como meio, instrumento, ou remédio a ser
utilizado pela parte na defesa dos seus direitos
 A acepção restrita, é entendido como o meio impugnativo ato para provocar,
dentro da relação processual ainda em curso, o reexame de decisão judicial, pela
mesma autoridade judiciária (embargos de declaração), ou por outra
hierárquicamente superior, visando a obter-lhe a reforma, invalidação,
esclarecimento ou integração.

Recursos em sentido estrito são somente aqueles que estão previstos no artigo 994 do CPC
Remessa favoráveis: sobem p reanálise (é obrigatório) MEIO DE IMPUGNAÇÃO

2. MEIOS AUTÔNOMOS DE IMPUGNAÇÃO


 Formam uma nova relação jurídica, e portanto, estão sujeitos a um regime de
utilização e validade diferente dos recursos em sentido técnico ou restrito.
(Mandado de segurança, ação rescisória, embargos de terceiro)

3. SUCEDÂNEO PROCESSUAL
 É uma terceira categoria de instrumentos aptos a alterar o conteúdo de uma
decisão, os quais, embora não formem nova relação jurídico-processuais, como os
meios autônomos de impugnação, não são dotados de formalidades/regularidades
como os recursos, assim como não são considerados espécies taxativas pela lei.
Taxatividade: previsto em lei

**Pedido de reconsideração = ato de desespero NÃO EXISTE NO CPC


Bloqueio judicial -> agravo de instrumento (15d) TJ -> pedido de reconsideração (5d)
**Remessa necessária: não é voluntária e não tem taxatividade
**pedido de suspensão de segurança

4. CARACTERÍSTICAS
 Voluntariedade (pode ou não recorrer)
 Tipicidade: recusado tem que estar em lei
 Fundamentação: requisitos – impugnar os pensamentos do juíz
 Tempestividade: todos os recursos tem prazo (15 dias). exceção de embargos de
declaração (5dias)
 Preparo: custas para interpor o recurso (exceção de embargos de declaração e
agravo interno)
Existem situações onde excepcionam (beneficiários, pessoas de direito pública, mp,
defensoria pública)
 Interposição na mesma relação processual: terceiro interessado
 Sistema de interposição (juízo a quo e juízo ad quem: quo: quem recorre
(apelação), quem: juíz a quem recorre (agravo de instrumento)
 Aptidão para relatar ou impedir a preclusão da coisa julgará
 Impossibilidade de inovação:
 Correção de erros de forma ou de conteúdo (errores in procedendo e errores in
judicando)

Reforma= error in judicando (formal) tribunal corrija a injustiça do conteúdo de uma decisão
Anulação = error in procedendo (julgamento) vicio na decisão, não no conteúdo

 A decisão do órgão ad quem em regra substitui a do a quo: tem uma sentença de


improcedência total dos pedidos: recurso—> tribunal da provimento ao recurso
para julgar procedente dos pedidos = A DO TRIBUNAL PREVALECE (APELAÇÃO)

5. CLASSIFICAÇÃO
 Quanto à matéria: total ou parcial —> recorre de toda a decisão
 Quanto à autonomia: principal ou adesivo —>
Recurso adesivo: estratégia processual (uma peça só) —> segue junto com a apelação = se o
principal não vai, o adesivo não vai também
Só pode ser com Recurso especial, recurso extraordinário e apelação

**Direitos indisponíveis: não pode abrir mão por si desses direitos, nem a própria parte

6. ATOS SUJEITOS A RECURSOS


 Tem que ser praticado pelo juíz —> em 1º instância: despacho (de mero
expediente – não tem contudo decisório, somente pra dar continuidade ao
processo, vistas ao MP, encaminhe os autos p/ CEJUSC), decisão interlocutória
(despacho com carga decisória, juíz decidiu algo naquela decisão – deferiu prova,
ofício, etc – despacho saneador) e sentença (decisão que põe fim ao processo).
Demais instâncias: decisões monocráticas (decisão por meio do relator que decide
algo no processo) e acórdãos.
***obs: só pode ser recorrido se for do juíz e tem que tem conteúdo decisório
DESPACHOS= não são passíveis de recursos
 E tem que ter conteúdo DECISÓRIO —> decisão interlocutória e sentença; decisões
monocráticas com conteúdo decisório e acórdãos)
Mérito: capacidade de recorrer após decisão ou sentença
Decisão interlocutória com mérito não põe fim ao processo – cabe agravo de
instrumento

PI -> desp. Mero -> dec. Inter. -> dep -> recurso -> despacho -> sentença
 1º grau: decisão interlocutória e sentença
 2º grau: decisões monocráticas com conteúdo decisório e acórdãos

7. ESPÉCIES DE RECURSO – ART. 994


 Princípio da titularidade ou taxatividade —> só pode interpor os recursos
previstos em lei
 Apelação
 Agravo de instrumento
 Agravo interno
 Embargos de declaração
 Recurso ordinário
 Recurso especial: violação a lei federal
 Recurso extraordinário: violação a CF
 Agravo em recurso especial ou extraordinário
 Embargos de divergência (decisões conflitantes – voto divergente)
 Juizados especiais: recurso (inominado) prazo: 10 dias

8. PRINCÍPIOS
 Duplo grau de jurisdição:
Recursos norteiam as decisões de segundo grau —> 1 ou + desembargadores
irão reanalisar, confirmar, reformar ou invalidar a decisão no órgão colegiado
do tribunal
Instâncias superiores -> recurso ordinário – garantindo segurança jurídica

 Taxatividade:
Somente lei federal pode criar recurso, ou seja, existem aqueles recursos
listados no artigo 994
Recursos são remédios processuais, portanto a existência depende da previsão
legal
Embargos de declaração – cabe de tudo

 Singularidade:
Um recurso para cada decisão
Princípio da unirrecorribilidade ou unicidade
Para reformar ou invalidar uma decisão, só cabe um tipo de recurso
****Embargos de declaração (5 dias): Sempre antes do recurso que serve para reformar ou
invalidar —> deixar correta para não haver erros
Decisão -> 15d p recorrer -> 5d emb. De declaração -> decisão -> 15d
São interpostos juntos mas tem finalidades diferentes
Acórdão tjpr-> REsp STJ (viol lei) + RExt STF (viol CF)

Embargos de declaração: esclarecer ou integrar e cabe a todas as decisões


Recurso de sentença: invalidar ou reformar = apelação
 Fungibilidade
- Possibilidade de se utilizar de um determinado recurso em lugar de outros
em que a parte experimente consequências negativas oriundas desta situação,
com o não conhecimento do mesmo.
- Em regra não se aplica, pois não pode substituir um recurso, porém HÁ
EXCEÇÕES
Requisitos da exceção:
a) Dúvida objetiva e fundada acerca de qual o recurso manejável (se não
há jurisprudência)
b) Inexistência de erro grosseiro na interposição de um recurso pelo
outro
c) Prazo: preclusão de recursos com prazos de diferença (hoje não faz
diferença pois a maioria é 15 dias)

**** Hoje há previsão expressa da fungibilidade no CPC em duas situações: REsp e RE:
havendo violação à CF e inexistindo RE, pode, o relator abrir vista e prazo de 15 dias para a
parte demonstrar a repercussão geral e a referida violação –1.032 e 1.033. Embargos de
Declaração e Agravo Interno –1.024,§3º*

****Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.


§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se
entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º .

Agravo interno: Recurso que cabe da decisão monocrática – levar a decisão para o órgão
colegiado

 Princípio da Dialeticidade:
- quando você recorre de uma decisão você precisa contra argumentar essa
decisão, mas deve apontar os fundamentos fáticos e juridicos de sua
indignação, a fim d proporcionar a análise, e contraponto, dos mesmos pela
parte adversária.

Mero dissabor
 Reformatio in pejus
- O tribunal não pode modificar/ manter a decisão, se não houver recurso de
ambas as partes
- Assim, o ordenamento compreende que diante da interposição de recurso
de um decisão desfavorável, a nova decisão pode, apenas favorecer o
Recorrente, ou, simplesmente, não alterar a sua situação, mas jamais, piorá-la,
uma vez que deve se limitar à analise dos pontos abordados pelo próprio
recurso.
Exceções: matérias de ordem pública

 Voluntariedade
- o direito de recorrer deriva diretamente do próprio direito de ação, ou seja,
depende da manifestação de vontade da parte ocorrer – caráter dispositivo
- o recurso deve ser manejado pela parte para que a decisão possa ser revista
- Remessa necessária
 Princípio da Irrecorribilidade em separado das interlocutórias
- Em razão da celeridade processual e da economia é interessante que a
marcha processual seja preservada, ou seja, o sistema processual permitirá
que a marcha processual seja paralisada, tão somente, em casos bastante
excepcionais. Seguindo a ideia perpetrada é que o CPC adota o princípio da
irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias.
- Veja-se que o referido princípio não é absoluto, ou seja, algumas decisões
interlocutórias poderão ser objeto de recurso, no entanto, tão somente as
questão previstas na lei, como é o caso das decisões interlocutórias que
comportam a interposição de agravo de instrumento.

 Preclusão/complementariedade (não pode complementar as razões recursais


– não cabem emendas)

 Princípio da Consumação
O princípio da consumação determina que o ato de interpor um recurso
dentro do prazo previsto em Lei, torna o ato de interposição consumado e
devidamente acabado, ou seja, não seria possível a substituição do referido
recurso já interposto, ainda que o prazo inicial não tenha se encerrado.
Exceção: Recurso Adesivo

9. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
 Verifica-se se o recorrente tem legitimidade para recorrer, se o recurso é
previsto em lei e se é adequado ao ato atacado, e, finalmente, se foi manejado
em tempo hábil, sob forma correta e com atendimento dos respectivos
encargos econômicos. (HTJ)

Agravo interno = decisão monocrática reanalisada por um órgão colegiado (prin. Duplo grau
de jurisdição) —> Juíz relator

1) JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
 Conhecer o recurso ou não: examina a existência de determinadas
condições que devem estar presentes nos recursos para que o
Tribunal possa analisar o seu mérito.
 Análise do cabimento:
 recorribildiade (taxatividade)
 adequação (singularidade)
 Legitimidade
***Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida (legitimidade), pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao TERCEIRO demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que
possa discutir em juízo como substituto processual.

 Interesse (sucumbência) PARTE VENCIDA – exceção de em. Decl.


 Tempestividade (15 ou 5 dias – em dobro: MP (art. 180); Fazenda
Pública (art. 183); e Defensoria Pública (art. 186)
 Preparo ( custas – porte de remessa e retorno)
*** Art. 1.007; § 2º, CPC. A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
*Dispensados do Preparo:
Embargos de Declaração
MP/União/Estados/Municípios/AJG/Curador Especial
* A falta de preparo leva à deserção do recurso
* Nos processos eletrônicos não é necessário o recolhimento dos portes de remessa e
retorno (art. 1.007, §3º)

 Regularidade formal
Recurso escrito
Juízo ad quem/ad quo
Identificação das partes
Razões recursais
Pedido de nova decisão

2) JUÍZO DE MÉRITO.
 Dar ou negar provimento

10. EFEITOS DOS RECURSOS


 Apresentando o recurso se evita o trânsito em julgado/preclusão (efeito
obstativo)
 Efeitos recurvais: modificativo, devolutivo e suspensivo

a) MODIFICATIVO: é a possibilidade de o próprio prolator da decisão julgar o


recurso, retratando-se, no todo ou em parte, alterando a decisão
recorrida.
Se o juíz se retratar, o recurso perde o objeto e não sobe para o tribunal.

b) DEVOLUTIVO: Todos os recursos tem efeito devolutivo, menos o embargo


de declaração, pois são julgados pelo órgão julgador que emitiu a decisão.
O recurso tem o efeito de devolver (transferir) ao órgão julgador
hierarquicamente superior (ad quem) o exame da matéria impugnada
Tantum devolutum quantum apellatum
Basta a interposição do recurso para ter esse efeito.)

c) SUSPENSIVO: efeito de suspender o cumprimento da decisão recorrida


Em regra, os recursos não possuem efeitos suspensivos, você terá que
solicitar orçamento esse efeito. Salvo a apelação, que por si só já possui
efeitos suspensivos.
Efeitos do julgamento dos recursos:
Translativos —> analisa as matérias de ordem pública, ou seja, a outra
parte nem precisa alegar. Podem ser examinados pelo órgão julgador,
independente de impugnação no recurso. (Art. 485, §3º, cpc)

Substitutivos —> a decisão do órgão julgador do recurso prevalece sobre a


decisão recorrida se conhecido o recurso.

Expansivo —> corresponde às consequências do julgamento com relação


à decisão, a outros atos do processo e/ou outros sujeitos processuais. Ex.
art. 1.005 – (litisconsortes)
Ativo —> Ocorre no caso de recurso interposto de decisão que nega
tutela provisória. O recorrente requer ao relator que, ao apreciar o
recurso, conceda efeito suspensivo consistente não propriamente na
suspensão dos efeitos da decisão recorrida (já que não há o que suspender
por se tratar de decisão negativa), mas na concessão, no âmbito do
Tribunal, da providência indeferida na primeira instância, isto é, da própria
tutela provisória.(art. 1019, I)

11. LISTISCONSORCIO E RECURSO

 Regra: Art. 117. CPC Os litisconsortes serão considerados, em suas relações


com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio
unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros,
mas os poderão beneficiar.

 Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita,


salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um
devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes
forem comuns.

 A Regra do art. 1.005, supra, se refere ao litisconsórcio unitário – a mesma


sentença para todos (art. 117, CPC)
Ex. No inventário, outro herdeiro pede para ingressar. Se um outro herdeiro
recorre, a todos aproveita.

12. RECURSO ADESIVO


 Na verdade não se trata de um recurso, mas uma forma de utilizar
 Outros nomes: Recurso Subordinado; Dependente; Contraposto.
 É subordinado ao principal: é interposto como uma estratégia processual
 Pressuposto: sucumbência recíproca
 O MP não pode recorrer adesivamente (recorre na forma principal, pra não
correr risco de não ser reconhecido)
***MP defende os direitos dos hipossuficientes = MP não pode recorrer pq são direitos
indisponíveis
 Restringe-se à apelação, ao recurso extraordinário e ao recurso especial.

13. FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS


 Reúne pessoas importantes para decidir determinados assuntos que não são
pautados pela lei.

14. JUIZO DE ADMISSIBILIDADE

15. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE


 Requisitos a ser analisados pelo órgão competente para que este chegue à
conclusão sobre a existência ou não da admissibilidade recursal.
 Atuam como uma espécie de preliminar, pois quando não verificados, podem
levar o recurso a morte, impedindo a análise de seu mérito.

Pressupostos de Intrínsecos
Admissibilidade Extrínsecos
16. PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
 Diretamente ligados à relação estabelecida entre a natureza da
decisão recorrida, seu conteúdo e o recurso escolhido e interposto.
- o cabimento
- a legitimidade
- o interesse recursal
 Cabimento:
Como já estudamos, são considerados recursos, tão somente, aqueles previstos no art. 994,
CPC.
A seu turno, a Lei prevê que cada um dos recursos poderá ser utilizado em uma determinada
situação para se atingir uma determinada finalidade.
Desta forma o cabimento diz respeito a congruência encontrada entre:
o recurso utilizado (ex. apelação); a finalidade que se quer atingir (ex. reforma); e
a decisão da qual se recorre (ex. sentença) e o que esta previsto na Lei.

 Legitimidade:
Diz respeito a pessoa do Recorrente, ou seja, dentre os participantes, interessados e
envolvidos no processo, quem poderá se valer de recurso. (art. 996, CPC)
Em regra, possuem legitimidade para recorrer aqueles que figuram como partes na relação
processual.
Os terceiros, que assim foram admitidos no processo, se equiparados a condição de parte,
também poderão recorrer: denunciado, o chamado, e o assistente litisconsorcial. O assistente
simples, embora, possa recorrer, tem sua situação condicionada à vontade e posicionamento
da parte processual que é assistida.

*O amicus curiae merece especial atenção. Em regra, não possui legitimidade para recorrer de
decisões, salvo, em duas situações:
1 – se recorrer de decisão por meio da interposição de embargos de declaração;
2 – se recorrer de decisão oriunda de incidente de resolução de demanda repetitiva.
O Ministério Público também possui legitimidade para recorrer, atuando como parte ou como
fiscal da lei.

O terceiro prejudicado pela decisão também poderá recorrer. Neste caso não se confunde
com o assistente simples. O terceiro prejudicado atua em nome próprio na defesa de direito
que alega ser prejudicado ou atingido pela decisão.
E o Advogado possui legitimidade para recorrer em nome próprio?
Em regra, não, pois atua, apenas, como representante da parte. No entanto, em relação aos
honorários sucumbências poderá recorrer em nome próprio ou em nome da parte para a qual
atua.
Obs: O Juiz não tem legitimidade para recorrer.

 Interesse Recursal:
Está diretamente ligado à ideia de sucumbência, ou seja, somente aquele que efetivamente
sofre prejuízos em razão do conteúdo decisório é que possui interesse para recorrer.
A utilização do recurso, portanto, tem por objetivo a ideia de melhorar a situação daquele que
recorre.
Ou seja, aquele que sucumbiu, no todo ou em parte, em relação a seus pedidos terá
legitimidade para recorrer.
**não há interesse na sucumbência

 Situações que ensejam dúvidas em relação ao interesse recursal (“Quiz”):

Sentença viciada em relação à congruência (sentença extra petita ou ultra petita) comporta
recurso da parte vencedora?
Sim, para evitar alegação futura de invalidade.
Sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, comporta recurso?
Sim.
Sentença procedente, porém que utiliza fundamentos diversos daquele que desejava a
parte, comporta recurso?
Não, em regra.

*Há uma exceção para a interposição de recurso, sem que exista sucumbência: Embargos de
Declaração.

Sentença homologatória de acordo/transação, comporta a interposição de recurso?


Não, pois ocorre a preclusão lógica.
Sentença que acolhe pedido alternativo, comporta recurso? E a que acolhe o pedido
subsidiário?
Na primeira hipótese, não. Na segunda, sim.

17. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS


 Ligados a fatores externos a decisão impugnada. Trazem situações
a serem analisadas que se ligam ao processo e a questão externa,
apenas. Ligados ao recurso em si, mais objetivos (fatos
impeditivos)

 TEMPESTIVIDADE:
o Diz respeito ao lapso temporal, disponibilizado pela Lei, para que a parte possa
interpor o Recurso. Em linhas gerais, trata-se do prazo legal recursal.
o Tempestivo: Recurso interposto dentro do prazo estabelecido na Lei.
o Intempestivo: Recurso interposto fora do prazo estabelecido na Lei.

15 dias = todos menos embargos de declaração (5 dias)


Contagem do prazo: dias
úteis, excluindo o primeiro e o último
Termo inicial= data da intimação

Curiosidades a respeito dos prazos recursais:


1 – Prazo em dobro: (recorrer e contrarrazoar) MP, Defensoria, Advocacia Pública e a Fazenda
Litisconsortes, desde que: sejam representados por procuradores diferentes E os autos não
sejam eletrônicos.
2 – Réu ainda não citado: conta-se da comprovação, nos autos, da intimação realizada.
3 – Réu Revel: a partir da publicação oficial, já que não existe intimação por procurador ou
pessoalmente.
4 – Recurso enviado pelo correio: data da postagem
ATENÇÃO: súmula n. 216, do STJ –– diz que conta-se do dia do protocolo em secretaria. Está
Revogada, pois é anterior à Lei Federal (CPC).
5 – Feriado local: deve ser comprovado no ato da interposição.
6 – Autos físicos: o prazo recursal é comum. Assim, quando o processo for físico e existir prazo
recursal em curso, o processo deverá permanecer em cartório e somente será permitida a
consulta.
7 – Recurso interposto antes da publicação da decisão: é considerado válido e tempestivo
8 – Oposição de embargos de declaração: interrupção do prazo do recurso principal.
9 – Recurso interposto antes da decisão de Embargos de Declaração: Caso exista recurso
prévio, e a decisão se altere, deverá a parte manifestar seu desejo de ratificar ou retificar o
recurso após a publicação da nova decisão, oriunda de embargos de declaração.
Caso o conteúdo da decisão oriunda dos embargos não altere a decisão principal, não será
necessário ratificar o recurso, pois, já se viu que recursos interpostos antes do início da
contagem do prazo, em regra, devem ser considerados tempestivos

INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DOS PRAZOS RECURSAIS


o Interrupção: paralisação da contagem di prazo e reinicio. Integral, quando cessada a
causa interruptiva.
Causas de interrupção (artigo 1004cpc)
 Falecimento da parte
 Falecimento do advogado da parte
 Causas de força maior
 Embargo de declaração

o Suspensão: paralização da contagem do prazo e reinicio de onde foi paralisado,


quando cessada a causa suspensiva.
Causas de suspensão ( art. 220,221 e 313 cpc)
 Recesso forense
 Obstáculo criado em detrimento da parte (pela outra parte ou pelo judiciário)
– greve, incêndio, etc.

 PREPARO:
- São as custas a ser suportadas pela parte que interpõe o recurso.
- Compreende o pagamento das custas do recurso, em si, assim como, quando se tratar de
processo físico, incluirá o recolhimento do porte de remessa e de retorno.
- O preparo deve ser comprovado no ato de interposição do recurso pela parte Recorrente.
- Caso a parte interponha o recurso sem comprovar o preparo, o recurso carecerá de
admissibilidade em razão da ocorrência da deserção, se mesmo intimada a parte não suprir a
omissão (vício sanável).

Possibilidades de comprovação do preparo em momento posterior à interposição do recurso:


Por se tratar de vício sanável, poderá ocorrer em duas situações.
1 – quando não existir nenhum valor recolhido a título de preparo, no ato da interposição.
2 – quando existir valor recolhido a título de preparo, no ato da interposição, porém em
valor inferior ao exigido por Lei.
Prazo de 05 dias contados da intimação.
No primeiro caso o valor deverá ser em dobro.

Recursos ou partes que estão dispensados do preparo:


1 – Embargos de Declaração (art. 1.023, CPC).
2 – Ministério Público.
3 – União, o Distrito Federal, os Estados, os Municípios e respectivas Autarquias.
4 – Aqueles que litigam sob o amparo da assistência judiciária gratuita.
E qual o valor do Preparo?
É definido por legislação e compete a cada Tribunal fazer a devida regulamentação.

 REGULARIDADE FORMAL (MOTIVAÇÃO E FORMA):


- Diz respeito ao dever de observância à forma prescrita em lei para se elaborar um recurso.
Em regra, os recursos devem ser apresentados por meio de petição escrita.
*Exceção: Embargos de Declaração no Juizado Especial.
- Tendo em vista que em processo civil, o momento da interposição do recurso coincide com o
momento da apresentação das razões recursais, faz parte do requisito da regularidade formal
a apresentação das razões, juntamente com a manifestação do desejo de interpor o recurso.

*** tem que dizer porque quer o recurso, porque não concorda com a decisão
- Por este motivo, alguns autores, como Humberto Theodoro Junior, compreendem que o
requisito da regularidade formal também pode ser identificado como o requisito da
“motivação e forma”, pois além da forma, em sentido estrito, a regularidade do recurso civil
compreende a apresentação de suas razões recursais (motivação) sob pena de preclusão.

 INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DE RECORRER:


- Não se trata de, apenas, uma situação, mas algumas delas que devem ser analisadas
quando da realização do juízo de admissibilidade, que são três:
1 – Renúncia – art. 999, CPC
o Nada mais é do que a manifestação expressa daquele que possuía legitimidade
e interesse no ato de recorrer, de não o fazer, normalmente com o intuito de
adiantar a preclusão da decisão.
o Trata-se de ato unilateral (não depende da concordância da outra parte),
prévio (ANTES) a interposição do recurso e irrevogável (não é possível
arrependimento, cancelamento ou desconsideração).
o A renúncia nunca pode ser prévia à existência da própria decisão.
o *Exceção: sentença homologatória de acordo. No acordo pode constar a
cláusula de renúncia ao recurso, antes mesmo da decisão homologatória ser
prolatada.

2 – Aquiescência – art. 1.000 CPC —> CONCORDAR COM A DECISÃO


o É a concordância do titular do direito de recorrer com o conteúdo da decisão
judicial. Pode ser manifestada de forma expressa ou tácita.
o Trata-se de preclusão lógica, pois aquele que manifesta expressamente, ou
pratica ato incompatível com a vontade de recorrer, não pode, em momento
posterior, manifestar tal vontade.

3 – Desistência – art. 998, CPC


o Muito se assemelha à renúncia, porém, somente poderá ser praticada APÓS
interposição do recurso.
o Pode ser tácita ou expressa, é irrevogável e independe da manifestação de
concordância da outra parte, ou de qualquer litisconsorte.
o A desistência, inclusive, poderá ser manifestada pelo recorrente em qualquer
momento, desde que não haja iniciado o julgamento do recurso.
o A desistência é ato que independe de homologação judicial, uma vez
identificada já surte efeitos processuais, sendo a homologação mera
formalidade.
o RECURO ADESIVO NÃO SOBE PRA TRIBNAL
o ATENÇÃO: REsp e RE possuem regimes diferenciados
o REsp repetitivo: comportará julgamento mesmo após a desistência
manifestada.
Recursos q tratam do mesmo tema que serão usados como fundamento —
tese —> paradigmas
Não pode retirar a análise do seu recurso —> será analisado como paradigma
igual
o RE com repercussão geral reconhecida: comportará julgamento mesmo após
a desistência manifestada

Ordem dos processos no tribunal


 Garantir não violacao da lei, CF, e em alguns caso garantir uniformização
 Competência tribunal

1- Competência recursal
2- Julgar os recursos= garante o cumprimento do grau da jurisdição REMESSA
NECESSÁRIA NÃO É RECURSO
3- Exerce a competência originária – tribunal atua semelhante ao juíz de primeiro grau =
tribunal vai julgar procedente/improcedente, exatamente como o juíz faz

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – Recurso ordinário – sobe para os tribunais, ou seja, segundo grau
- Funciona como uma apelação
- Cabe recuro de acao direta de inconstitucionalidade = julgado pelo pleno = não cabe recurso,
salvo EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (SEMPRE CABE)
 Regimento interno = conhece um tribunal
 Pleno: reunião de todos os desembargadores

4. JURISPRUDÊNCIA
 A jurisprudência, já conhecida fonte do Direito, ganha destaque no CPC/2015. Há uma
busca, ainda mais intensa, pela sua uniformização e estabilidade, pretendendo se
chegar a uma coerência nas decisões
SEGURANÇA JURÍDICA
 Artigo 926 cpc
Os Tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
coerente
O Regimento Interno dos Tribunais estabelecerá os pressupostos para a edição dos
enunciados de súmulas correspondentes a sua jurisprudência dominante, sempre
com base nas circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação
 teoria dos precedentes (common law)
 Agravo interno em tribunal
 Tribunal seguir os precedentes do stj

 Artigo 927 do cpc:


Os Juízes e os Tribunais observarão na tomada de suas decisões:
-As decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade
-Os Enunciados de Súmula Vinculante MUITO IMPORTANTE
-Os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos
-Os enunciados das Súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional
-A orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados
Importante em todas as decisões dos Tribunais e especialmente naquelas que se
fundarem no art. 927, CPC, observar os arts. 10 e 489, §1º, do CPC (AUSÊNCIA DE
DECISÕES SURPRESAS E FUNDAMENTAÇÃO)

ATÉ O SLIDE 16

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