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PROCE(DIMENTOS)SSOS
INCIDENTAIS
PROCESSO PENAL II
Prof. Thiago Véras
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
Conceito
Incidente = fato secundário que ocorre durante o desenvolvimento de um fato
principal
Questão incidente = ocorre desenvolvimento do processo e precisam ser
apreciadas antes do julgamento da ação.
Quando a lei determina que a questão incidente seja analisada por meio de um
procedimento autônomo, denomina-se processo incidente.
Questões prejudiciais (art. 92 ao 94):
São questões jurídicas de direito material que se revelam como antecedentes
lógicos da resolução de mérito.
Pontos controvertidos que podem ser objeto de outro processo autônomo.
Processos incidentes
são as exceções (arts. 95 a 111), as incompatibilidades e impedimentos (arts.
112), o conflito de jurisdição (arts. 113 a 117), a restituição das coisas
apreendidas (art. 118 a 124), as medidas assecuratórias (arts. 125 a 144), o
incidente de falsidade (arts. 145 a 148) e o incidente de insanidade mental
(arts. 149 a 154, CPP).
QUESTÕES PREJUDICIAIS X QUESTÕES PRELIMINARES
Q. Prejudiciais Q. Preliminares
Elementar do
Total
Quanto ao grau crime
de influência Circunstância
Parcial
do crime
de ilegitimidade
ad processum
Exceções
de coisa julgada
peremptórias de litispendência
de ilegitimidade
ad causam
EXCEÇÕES
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO (E IMPEDIMENTO)
Destina-se a afastar o juiz que a parte reputa parcial (art. 254).
Não muda a causa de juízo, afastar a pessoa física do juiz suspeito.
Exceção prioritária, salvo se fundada em motivo superveniente (art. 96)
Juiz pode, espontaneamente, declarar-se suspeito, indicando o motivo legal, e remeter os autos
ao seu substituto legal.
Irrecorrível
Não havendo abstenção do juiz, as partes (autor e réu) poderão arguir a suspeição deste.
Petição assinada pela parte (excipiente) ou por procurador com poderes especiais (art. 98)
MP – no oferecimento da denúncia
Acusado – na resposta à acusação
Se superveniente – na primeira oportunidade de se manifestar nos autos
Juiz (excepto) pode
acolher a exceção, por despacho nos autos (art. 99)
Rejeitar a arguição, determinar a autuação em apartado, respondê-la (3 dias) e remeter ao Tribunal em
24 horas. (art. 100)
Tribunal poderá
Rejeitar liminarmente > improcedência (art. 100, §2º) > devolve os autos ao juiz.
Acolher, encaminhando o processo ao substituto legal do excepto, declarando nulos os atos processuais
praticados (arts. 101 e 564, I), salvo os anteriores à suspeição.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
Finalidade: garantir a prevalência das regras de fixação da competência.
Provocar a remessa do processo a outro órgão, entendido como o competente
Abstenção (art. 109)
Ao receber a denúncia/queixa-crime, constatando ser o órgão inadequado para o
processamento da causa, deve o juiz se declarar incompetente
Arguição de incompetência (art. 111)
Defesa pode opor exceção, verbalmente ou por escrito, no prazo da resposta à
acusação.
Ministério Público?
Litispendência
é a situação que se origina da existência
simultânea de duas ou mais ações idênticas.
Princípio
do ne bis in idem
Pressuposto: processos idênticos EM CURSO.
Poderalegada a qualquer tempo e instância.
Segue as mesmas regras da arguição de incompetência.
Processa-se em apartado e não suspende o curso do
processo
EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE DA PARTE
Oponível nas situações de:
Ilegitimidade ad causam (titularidade da ação)
Pressuposto de validade do processo > extinção do processo
Ilegitimidade ad processum (capacidade processual)
Condição da ação > passível de ser sanada/ratificada.
A ilegitimidade da parte deve ser reconhecida de ofício
pelo magistrado que, não o fazendo, ao acusado cabe a
exceção.
Segue as mesmas regras da arguição de incompetência.
Não há prazo fatal para a arguição.
EXCEÇÃO DE COISA JULGADA
Temlugar na proibição de imputar o mesmo fato criminoso a
alguém, mais de uma vez.
Princípio
do ne bis in idem
Pressuposto: 2º processo (mesmo fato) já apreciado e decidido,
com trânsito em julgado.
Juiz deve rejeitar a denúncia/queixa-crime ao verificar a
coincidência com ação anterior já encerrada. Se não o fizer,
as partes podem opor a exceção, desde que tenha ocorrido o
recebimento da ação penal.
Segue as mesmas regras da arguição de incompetência.
Processa-seem apartado e não suspende o curso do processo
Não há prazo para seu ajuizamento.
Identidade das partes
Diferenças
Coisa julgada = sentença anterior
transitada em julgado em
relação ao fato objeto da nova
ação penal
RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
Art. 6, II, CPP – apreensão de objetos que tiverem relação com o fato, após
librados pelos peritos criminais.
Objetos encontrados na própria cena do crime
Objetos encontrados em diligências como busca e apreensão domiciliar ou
pessoal
Objetos entregues voluntariamente à autoridade, ou descobrimento fortuito.
Apreensão recai sobre qualquer coisa, objeto, instrumento ou papel que se
relacionar à infração, inclusive os bens materiais havidos diretamente da
prática do delito.
A apreensão perdura enquanto houver necessidade os fins processuais (art.
118, CPP)
Tais bens acompanham os autos do IP quando de sua remessa ao juízo (art.
11, CPP), cabendo a este definir se eles interessam ou não ao processo.
Alcançada a finalidade a que se destinava a apreensão, no decorrer do
processo, ou quando de seu término, o bem apreendido deve ser restituído a
quem demonstrar a propriedade/domínio do bem.
APREENSÃO DE COISAS
CAUTELARES
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
BENS RESTITUÍVEIS E NÃO RESTITUÍVEIS
Evidenciadaa falta de interesse para o processo ou sobrevindo
a sentença absolutória (ou arquivamento do IP), o bem
apreendido deve ser restituído ao proprietário, exceto se
consistir em coisa não restituível, ou seja, coisa sujeita a
confisco.
Confisco é a perda do bem em favor da União (art. 91, II, CP)
Aperfeiçoa-se somente na ocasião do trânsito em julgado da
sentença condenatória.
Até mesmo na hipótese de absolvição ou de arquivamento IP, os
instrumentos sujeitos a confisco não podem ser restituídos.
Ressalvas quanto aos direitos do ofendido ou do 3º de boa-fé
Não podem ser restituídos bens apreendidos
que ainda que que quando
interessem às constituam constituam houver dúvida
investigações instrumento do produto do quanto ao
ou ao crime sujeito a crime sujeito a direito do
processo confisco confisco reclamante.
A restituição se dá:
• por Termos nos autos (art. 120, CPP)
• Direito manifesto do reclamante ao bem restituível
• Determinada pela autoridade policial ou juiz, com a oitiva do MP.
• por incidente (art. 120, §1º, CPP)
• Duvida no direito do interessado sobre o bem ou por ter sido apreendido em poder
de 3º que alega boa-fé
• Somente o juiz decide, exige a oitiva do MP.
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Medidas cautelares que tem por finalidade assegurar a efetiva
reparação do prejuízo causado ao ofendido.
A aplicação depende da constatação de que há risco de dano na
demora da entrega da prestação jurisdicional (periculum in mora) e
razoável probabilidade de ser acolhida a pretensão reparatória (fumus
boni iuris)
São elas:
BENS ILÍCITOS
SEQUESTRO
Móveis – produtos do crime
Imóveis – adquiridos com o
produto do crime
BENS LÍCITOS
ARRESTO
(Bens móveis)
INCIDENTES
INCIDENTE DE FALSIDADE – ARTS. 145 - 148
Manutenção do
Reconhecimento da
documento nos
autenticidade
autos
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO – ART. 149
Finalidade: dirimir dúvida sobre a integridade mental do
acusado.
Dúvida relevante e decorrente de elementos de provas existentes no
autos.
Pode ser instaurado em qualquer fase da investigação ou
processo.
Pelo juiz – de ofício
A requerimento do MP
A requerimento do defensor, ascendente, desdecendente, irmão ou
cônjuge do acusado
Pela autoridade policial, quando no IP.
A instauração do incidente exige a suspensão da ação penal
Incidente de
insanidade mental
Pressuposto: dúvida
fundada sobre a
Consequências:
integridade mental
do acusado
Constatação de Constatação de
Réu considerado
Réu considerado doença mental doença mental na
inimputável ou
imputável superveniente à fase de execução
semi-imputável
infração da pena
Suspensão do
Prosseguimento da processo com Possibilidade de
Processo prossegue ação com possibilidade de substituição da
normalmente interveniência de internação pena por medida
curador cautelar de segurança