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Direito Processual Penal – Ivan Marques

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

Dica 01: Súmula Vinculante 56

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional
mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

Comentários: Os parâmetros fixados e mencionados na súmula são: (i) a saída antecipada de sentenciado no
regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai
antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas
de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto.

CUIDADO! Essas medidas serão adotadas para os presos que já estão no regime semiaberto, e não para o
sujeito que está no fechado esperando a vaga. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas
propostas, poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.

Dica 02: Cabimento do ANPP (ART. 28-A DO CPP)

• Confissão do suspeito
• Infração penal sem violência ou grave ameaça contra a pessoa

DICA: se for crime CULPOSO cabe, mesmo com resultado morte!

• Pena mínima em abstrato inferior a 4 anos


• Não cabe se a competência for fo JECRIM
• Não cabe se já foi beneficiado com 76, 89 e ANPP nos últimos 5 anos
• Não cabe se for caso de Lei Maria da Penha
• Não cabe se for reincidente

Dica 03: Decisão carente de fundamentação

Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - limitar-se à indicar o artigo ou copiar o texto da lei;

II – usa conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo;

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V - invoca súmula, sem identificar nem demonstrar que o caso se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência
de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

DICA – Decisão carente de fundamentação é decisão NULA (art. 564, V, do CPP).

Dica 04: Cadeia de custódia

Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e


documentar a história cronológica do VESTÍGIO coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
Se a perícia no vestígio não respeitar as regrinhas da cadeia de custódia, essa prova pericial será ILÍCITA e
deverá ser desentranhada (art. 157 do CPP).

Dica 05: Competência do júri

Crimes preterdolosos com resultado morte NÃO SÃO de competência do Júri.


Cabe ao advogado pedir a nulidade do processo por incompetência do juízo da Vara do Júri, requerendo a
remessa dos autos para a Vara Criminal Comum.
Exemplo de crimes preterdolosos com resultado morte:

✓ lesão dolosa com morte culposa ;


✓ estupro doloso com morte culposa;
✓ tortura dolosa com morte culposa;

Dica 06- Recursos na 1.ª fase do júri

ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - APELAÇÃO

IMPRONÚNCIA - APELAÇÃO

PRONÚNCIA - RESE

DESCLASSFICAÇÃO – RESE

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Dica 07: Emendatio libelli e mutatio libelli

Emendatio (art. 383 CPP) – o juiz, SEM ALTERAR OS FATOS, pode mudar o artigo da lei e condenar o réu
sem aditar a denúncia.

Exemplo: trombadinha processado por furto e condenado por roubo. Mesmos fatos, mas
opiniões divergentes sobre a capitulação jurídica. Não precisa aditar.

Mutatio (art. 384 CPP) – o juiz deve aguardar o ADITAMENTO DA DENÚNCIA/QUEIXA quando surgem
FATOS NOVOS na audiência, antes de sentenciar.

Exemplo: descobre-se, na audiência, ouvindo uma testemunha, que o usuário de drogas,


na verdade, trazia a droga consigo para vender. Como surgiu um fato novo que troca o
crime de uso para tráfico, precisará aditar a denúncia.

Essas regras servem para respeitar o princípio da correlação entre a acusação e a sentença.

Dica 08: Efeito extensivo do recurso

▪ Um crime praticado por duas pessoas. Ambos são processados e condenados em sentença recorrível.
Apenas um dos réus apela e o Tribunal dá provimento ao seu recurso.
Pergunto: pode o réu que não recorreu usar a vitória do comparsa?
DEPENDE

Art. 580. No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos
réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal,
aproveitará aos outros.

Exemplo1: apelei pedindo a prescrição pela metade porque na data do crime tinha menos de 21 anos.
O outro réu tem 46 anos. Esse “veiaco” poderá pedir a prescrição pela metade também que o Tribunal
concedeu ao apelante? CLARO QUE NÃO, pois é um motivo de caráter pessoal (a idade do pirralhinho
barbado).
Exemplo 2: apelei pedindo o afastamento da majorante da arma de fogo pois a arma nunca foi
encontrada. O Tribunal deu provimento ao meu recurso. Pode o corréu que não recorreu se
beneficiar dessa vitória? Sim, pois a questão da arma é de caráter objetivo (coisa) e não subjetivo
(sujeito).

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Dica 09: Rese no trânsito

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a
garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade
policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.

Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que


indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem
efeito suspensivo.

Dica 10: Súmula 542-STJ:

A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
pública incondicionada.

A conclusão da Súmula 542-STJ se dá pela conjunção de vários artigos. A Lei Maria da Penha, em seu art. 41,
veda a incidência da Lei n. 9.099/95, que, em seu art. 88, prevê que o crime de lesão corporal leve é de ação
penal pública condicionada. Afastado o art. 88, é aplicado, isoladamente, o art. 129 do CP, que nada diz a
respeito da ação penal – logo, pública incondicionada.

Dica 11: Início do IP na ação pública

Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou


de quem tiver qualidade para representá-lo.

Dica 12: Arquivamento de IP

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o


arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do

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Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só


então estará o juiz obrigado a atender

Dica 13: CADI

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial,
o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

Dica 14: Decadência da ação penal

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no
direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia
em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Dica 15: Competência no domicílio da vítima

Art. 70; (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local do
domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela
prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

Dica 16: Competência no domicílio do réu

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu.

§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.

§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente
o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

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Dica 17: Insanidade mental do acusado

Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.

§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação


da autoridade policial ao juiz competente.

Dica 18: Liberdade provisória

Art. 310. (...) § 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou
o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá,
fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas
provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos
incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal.

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz
deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares
previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste
Código.

Dica 19: Não cabimento da interceptação telefônica

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer


qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

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Dica 20: Recurso contra rejeição de denúncia/queixa

Fora do Jecrim – RESE – 581, I, CPP

NO JECRIM – Apelação 82, da 9099

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