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AULA 1
PROCEDIMENTO DO DIVÓRCIO JUDICIAL
1. INTRODUÇÃO
2. PROCEDIMENTO
O procedimento especial para as ações de família está previsto nos arts. 693 a
699 do CPC e compreende as seguintes ações: divórcio, separação, reconhecimento e
extinção de união estável, guarda, visitação e filiação (art. 693, caput, do CPC).
A ação de alimentos e a que versar sobre interesses de criança ou de
adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, qual seja, Lei
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Cf. REsp 1431370/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/08/2017, DJe 22/08/2017.
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e assistentes sociais, na medida em que a decisão mais justa é aquela que mais se
aproxima da realidade social dos envolvidos.
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 694 do CPC dispõe que “a
requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os
litigantes se submetem à mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar”.
Nada impede, porém, que o juiz, de ofício, determine a suspensão do processo e
encaminhe as partes para atendimento multidisciplinar, caso entenda ser importante
para a criação de um ambiente processual mais favorável e/ou para a adoção da solução
mais justa para o caso.
Reforçando a importância da atuação multidisciplinar nas ações de família,
prevê o art. 699 do CPC que “quando o processo envolver discussão sobre fato
relacionado a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz,
deverá estar acompanhado por especialista”.
A petição inicial deverá observar os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC. O
valor da causa deverá atender à expressão econômica do pedido. A título de exemplo,
na ação de divórcio, separação, reconhecimento e dissolução de união estável, o valor
da causa será aquele atribuído pelo autor, caso não haja pedido de partilha de bens. Se
a ação for cumulada com pedido de partilha de bens, o valor da causa seguirá a regra do
art. 292, VI, do CPC, ou seja, corresponderá à soma dos pedidos. Logo, o valor da causa
corresponderá ao valor estimável do patrimônio que se pretende partilhar. Se essa
mesma ação for cumulada com alimentos, o valor da causa será a soma dos pedidos, ou
seja, valor estimável do patrimônio mais doze prestações mensais pedidas a título de
alimentos.
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Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos
autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão
oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em
qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
2.6. Réplica
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Ocorrerá, por exemplo, quando a parte autora cumular mais de um pedido (ex.:
divórcio + alimentos + guarda) e a parte ré, na contestação, concordar com parte dos
pedidos (ex.: a parte ré concorda com o divórcio, mas pretende discutir os alimentos e
a guarda). Nesse caso, o juiz poderá proferir uma decisão parcial de mérito.
No exemplo citado, ter-se-á um “divórcio antecipado”, ou seja, decretado antes
do término do processo. Conforme já estudado, o divórcio antecipado não se confunde
com o chamado “divórcio liminar”.
Importante ressaltar que no julgamento antecipado parcial de mérito, como
apenas parte dos pedidos é julgada, o pronunciamento judicial terá natureza de decisão
interlocutória. Isso porque, nos termos do § 1º do art. 203 do CPC, “ressalvadas as
disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução”. Tanto é que verdade que o §
5º do art. 356 do CPC estabelece que “a decisão proferida com base neste artigo é
impugnável por agravo de instrumento”.
Note que ainda que o juiz designe, equivocadamente, tal pronunciamento de
“sentença”, caso a parte pretenda interpor recurso, deverá interpor o agravo de
instrumento. Isso porque não é o nome dado ao juiz ao seu pronunciamento (despacho,
decisão interlocutória ou sentença) que determinará a espécie recursal, mas sim a
própria natureza desse pronunciamento à luz do art. 203 do CPC.
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apresentem rol de testemunhas (art. 357, § 4º, do CPC). Vale lembrar que o número de
testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para
a prova de cada fato (art. 357, § 6º, do CPC). Ademais, o juiz poderá limitar o número de
testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente
considerados (art. 357, § 7º, do CPC).
Havendo necessidade prova pericial (ex. perícia para aferição de eventual
alienação parental), o juiz o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível,
estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
2.9. Instrução
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2.11. Sentença
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