CURSO DE DIREITO DIREITO CONSTITUCIONAL III PROFESSORA MARINA CARTAXO AULA 01
TRANSFORMAÇÕES DO DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTEMPORÂNEO
I – FORMAÇÃO DO ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO
Consolidou-se no longo do século XIX; Separação dos Poderes e proteção dos direitos individuais; A) ESTADO PRÉ-MODERNO:
Pluralidade de fontes normativas;
Tradição romanística de produção jurídica; Natureza jusnaturalista de sua fundamentação;
B) ESTADO LEGISLATIVO DE DIREITO
Monopólio estatal de produção jurídica;
Princípio da legalidade; Período positivista; Doutrina: papel descritivo das normas; Jurisprudência: função técnica de conhecimento e não é produção de normas; C) ESTADO CONSTITUCIONAL DE NORMAS
Final da Segunda Guerra Mundial;
Subordinação da legalidade a uma Constituição rígida; Compatibilidade do conteúdo A Constituição além de impor limites ao administrador e ao legislador, também determina deveres de atuação; Jurisprudência: competência para invalidar atos legislativos ou administrativos; competência para interpretar criativamente as normas jurídicas à luz da Constituição.
II – MARCO HISTÓRICO: Pós-guerra e redemocratização
Constitucionalismo pós-guerra na Europa continental: Alemanha (Lei fundamental de Bonn, 1949) e Itália (Constituição de 1947); Tribunal Constitucional Federal, alemão, de 1951, e Corte Constitucional, italiana, de 1956. Aproximação das ideias de constitucionalismo e democracia; Caracterizou-se pelo reconhecimento de força normativa as normas constitucionais, rompendo com a tradição de se tomar a constituição como documento mais político que jurídico, subordinado às circunstâncias do Parlamento e da Administração; Anos 70: Portugal (1976) e Espanha (1978); Anos 80: Constituição Federal de 1988
III – MARCO FILOSÓFICO: Construção do Pós-positivismo
A doutrina pós-positivista se inspira na revalorização da razão prática, na teoria da justiça e na legitimação democrática; O pós-positivismo, ao reabilitar o uso prático da razão na metodologia jurídica, propõe justamente a possibilidade de se definir racionalmente a norma do caso concreto através de artifícios racionais construtivos que não se limitam a mera atividade de conhecer textos normativos; Busca ir além da legalidade escrita, mas não despreza o direito posto; Procura empreender uma leitura moral da Constituição e das leis, sem recorrer a categorias metafísicas.