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Turma 01.

MINISTÉRIO PÚBLICO
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SIMULADO 08. COMENTÁRIOS

PROCEDIMENTO PENAL. IMPOSTOS ESTADUAIS. DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO. DIREITOS


POLÍTICOS NO DIREITO ELEITORAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Considerando as disposições legais sobre o Procedimento Penal, julgue os itens a seguir.

1. De acordo com o Código de Processo Penal, a denúncia ou queixa será rejeitada quando o fato
narrado evidentemente não constituir crime, for manifestamente inepta ou quando faltar
pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal.
( )C ( x )E

No artigo 395 do CPP estão as causas de rejeição da peça acusatória.


Em 2008, houve uma reforma e o “fato narrado evidentemente não constituir crime” não está mais no
artigo como uma dessas causas. Por isso, a assertiva está incorreta.
Art. 395 do CPP. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. (Revogado).

Rejeitar a peça acusatória, caso presente uma das hipóteses


Quando do juízo de do art. 395 do CPP, OU
admissibilidade da peça Determinar o recebimento da peça acusatória, com a
acusatória, DUAS são as OPÇÕES subsequente citação do acusado, nos termos do art. 396
dadas ao magistrado: do CPP.

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2. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no
prazo de 10 (dez) dias, sendo vedada a citação por edital.
( )C ( x )E

Após o recebimento da peça acusatória, o juiz citará o acusado nos termos do artigo 396.
Porém, não há vedação da citação por edital.
Art. 396 do CPP. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não
a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

Oferecimento da peça acusatória → Juízo de Admissibilidade da peça acusatória (Rejeição – art. 395,
CPP ou Recebimento) → Recebimento.

3. Segundo a literalidade do CPP, o serviço do júri é obrigatório, sendo que o alistamento


compreenderá os cidadãos maiores de dezoito anos de notória idoneidade. ASSERTIVA: É correto
afirmar que os cidadãos maiores de sessenta anos estão isentos do serviço do júri, caso requeiram a
sua dispensa.
( )C ( x )E

O erro da questão está em um pequeno detalhe. Não são os maiores de sessenta anos que estão
isentos, mas sim os maiores de 70 anos:
Art. 437 do CPP. Estão isentos do serviço do júri:
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;

4. Na instrução processual penal, admite-se o depoimento testemunhal. As testemunhas serão


inquiridas uma de cada vez, de modo que não ouçam os depoimentos das outras. ASSERTIVA: Durante
o depoimento testemunhal, as perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha,

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não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa,
importarem na repetição de outra já respondida ou que causem constrangimento ou situação
vexatória para a testemunha.
( )C ( x )E

O erro está na parte final da assertiva. O CPP não prevê essa vedação a perguntas que possam causar
constrangimento ou situação vexatória para a testemunha.
Art. 212 do CPP. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não
admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou
importarem na repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.

5. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe
definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
( x )C ( )E

A questão traz a literalidade do art. 383 do CPP. Embora a um primeiro momento possa causar
estranheza o fato de a mudança da definição jurídica gerar pena mais grave, a questão está correta.
Observe que a pena mais grave decorre de mera mudança na definição jurídica do delito, o que é
perfeitamente possível. O juiz possui a liberdade de atribuir definição jurídica diversa daquela presente
na denúncia ou queixa.
Art. 383 do CPP. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais
grave.

6. O procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade, enquanto que o
procedimento sumaríssimo é aplicável para as infrações penais de menor potencial ofensivo.
( x )C ( )E

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Assertiva inteiramente correta, conforme dispõe o art. 394, §1° do CPP:
Art. 394 do CPP. O procedimento será comum ou especial.
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos
de pena privativa de liberdade;
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

Observe que o que separa o procedimento ordinário do sumário é a sanção máxima cominada ser
igual/superior a 4 anos de pena privativa de liberdade ou inferior a isso.

7. Sobre a disciplina do desaforamento, analise os itens: (I) Se o interesse da ordem pública o reclamar
ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante
representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra
comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas; (II) O
desaforamento poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz
presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de seis meses,
contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Não há nenhum erro nas assertivas.
( x )C ( )E

A questão explora o instituto do desaforamento. As duas assertivas estão corretas, conforme a


literalidade dos arts. 427 e 428 do CPP:
Art. 427 do CPP. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade
do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá
determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam
aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

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Art. 428 do CPP. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso
de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no
prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.

Sobre a Lei 9099/1995, julgue os seguintes itens.

8. No âmbito dos Juizados Especiais, a composição dos danos civis será reduzida a escrito,
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, e terá eficácia de título a ser executado no juízo
civil competente.
( x )C ( )E

É o que dispõe o art. 74 da Lei dos Juizados Especiais:


Art. 74 da Lei 9.099/95. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada
à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

A composição dos danos civis não enseja a interposição de recurso. Quando homologada, converte-se
em sentença irrecorrível.

9. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público deverá propor a aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multa, a ser especificada na proposta.
( )C ( x )E

A assertiva faz referência ao tema Transação Penal.


TRANSAÇÃO PENAL É...

- um acordo - celebrado entre o MP (se a ação penal for pública) ou o querelante (se for privada)

- e o indivíduo apontado como autor do crime

- por meio do qual a acusação - antes de oferecer a denúncia (ou queixa-crime)

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- propõe ao suspeito que ele, mesmo sem ter sido ainda condenado,

- aceite cumprir uma pena restritiva de direitos ou pagar uma multa

- e em troca disso a ação penal não é proposta e o processo criminal nem se inicia.

O erro da assertiva está no verbo deverá. Não há uma obrigatoriedade, é faculdade do Ministério
Público.
Art. 76 da Lei 9099/1995. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

A jurisprudência entende que NÃO se trata de um direito subjetivo do autor do fato, e sim uma
FACULDADE conferida ao Ministério Público.
“4. Segundo decidido pela Corte Especial, a transação penal, nos termos da Lei nº 9.099/1995 não é
direito subjetivo do réu” (HC 147.251/BA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 06/09/2012, DJe 17/09/2012)

DIREITO TRIBUTÁRIO

Com base nas disposições legais sobre os impostos estaduais, julgue os itens a seguir.

10. Sobre as características do ICMS, é correto afirmar: (I) Salvo determinação em contrário da
legislação, a isenção ou não-incidência não implicará crédito para a compensação com o montante
devido nas operações ou prestações seguintes; (II) Poderá ser seletivo, em função da essencialidade
das mercadorias e dos serviços. As duas assertivas estão corretas.
( x )C ( )E

A questão está correta. As duas assertivas possuem respaldo legal na letra da Constituição:
Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

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a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

11. O ICMS é um tributo de competência estadual, que possui dimensão nacional. O Senado possui
participação na escolha das suas alíquotas. Quanto às alíquotas desse imposto, é correto afirmar que:
(I) é facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; (II) salvo
deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, as alíquotas internas, nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser superiores às
previstas para as operações interestaduais. As duas assertivas estão corretas.
( )C ( x )E

O erro está no item (II). As alíquotas internas NÃO podem ser inferiores às previstas para as operações
interestaduais.
Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso
XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;

A assertiva (I) está correta. Vamos esquematizar as alíquotas do ICMS:


ICMS - ALÍQUOTAS
1) Operações interestaduais e de exportação
PR ou 1/3 + maioria absoluta
2) Operações internas (faculdade)
a) Alíquotas mínimas b) Alíquotas máximas
1/3+maioria absoluta Maioria absoluta + 2/3

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*Alíquotas internas não podem ser inferiores às interestaduais

12. Estão imunes à incidência do ICMS: (I) entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por
pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade; (II) operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; (III) prestações de serviço de
comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e
gratuita. Os três itens trazem corretamente hipóteses de imunidade do ICMS.
( )C ( x )E

O erro da questão está no item (I). Não há imunidade nesse caso. A imunidade é aplicada na exportação,
não na importação. Na importação, há incidência do ICMS, ainda que o importador seja pessoa física,
que não seja contribuinte habitual:
Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;

Os demais itens trazem corretamente hipóteses de imunidade do ICMS:


Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

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d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;

13. Sobre a disciplina legal do ICMS, avalie as assertivas: (I) Cabe à lei complementar disciplinar o
regime de compensação do imposto, dispor sobre substituição tributária e fixar, para efeito de sua
cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de
mercadorias e das prestações de serviços; (II) É dado ao ente tributante a plena liberdade para
conceder isenções aos contribuintes. Apenas a assertiva (I) está correta.
( x )C ( )E

A questão está correta. Somente o item (I) está correto, conforme o art. 155, § 2º, XII da CF:
Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

Entretanto, o ente tributante não possui plena liberdade para conceder isenções do ICMS. Conforme o
art. 155, § 2º, XII, g da CF, é necessário que haja deliberação dos Estados e do Distrito Federal nesse
sentido. O dispositivo refere-se aos Convênios do ICMS. Esse foi o artigo mais cobrado nesse assunto!
Memorizem bem essa informação: Para que benefícios fiscais relativos ao ICMS sejam concedidos é
necessário que haja uma deliberação dos Estados e do DF, que irá se materializar mediante os
convênios do ICMS.

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14. Operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais estão sujeitas exclusivamente à incidência dos seguintes impostos: (I)
Imposto de importação; (II) Imposto de exportação; (III) ICMS; (IV) Imposto sobre Produtos
Industrializados. Preenchem corretamente a assertiva os itens (I), (II), (III) e (IV).
( )C ( x )E

A questão está incorreta, porque as operações relativas a energia elétrica, serviços de


telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais sofrem a incidência somente dos
seguinte impostos:
Imposto de Importação
Imposto de Exportação
ICMS

Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum
outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.

15. O ICMS não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos
industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.
( x )C ( )E

A assertiva traz exatamente a literalidade do art. 155, § 2º, XI da CF.


Art. 155 da CF. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

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16. Com base no que dispõe a Lei Kandir, Lei Complementar n°87/96, é correto afirmar que não há
incidência tributária do ICMS quando da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte para
outro estabelecimento do mesmo contribuinte, tendo em vista que nesse caso não há circulação
jurídica de mercadoria.
( )C ( x )E

A questão está errada, porque contradiz o disposto na lei.


A lei dispõe o seguinte:
Art. 12 da LC 87/1996. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:
I - da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento
do mesmo titular;

Portanto, conforme a Lei Kandir, há incidência tributária do ICMS quando da saída de mercadoria de
estabelecimento de contribuinte para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. Entretanto, tenha
cuidado, porque a letra da lei é oposta ao entendimento sumulado do STJ:
Súmula 166 do STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um
para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

Tenha muita atenção ao comando da questão. Pode ser que exija o conhecimento da letra da lei ou do
entendimento do STJ!
Tanto o STJ, quanto o STF entendem que não há incidência do ICMS no simples deslocamento de
mercadoria de um estabelecimento para outro do mesmo contribuinte, porque nesse caso não há
circulação jurídica do bem. Não basta o mero deslocamento físico.
Mas o que seria circulação jurídica? São os atos ou negócios jurídicos que impliquem a mudança da
propriedade da mercadoria.

DIREITO DO CONSUMIDOR

No que se refere à defesa do consumidor em juízo, julgue os itens a seguir.

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17. Conforme as disposições do código de defesa do consumidor, são direitos básicos do consumidor:
(I) a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; (II) a facilitação da
defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação e quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências. As duas assertivas estão corretas.
( )C ( x )E

O erro da questão está no final da assertiva (II). Apenas o item (I) está correto. Vejamos o que dispõe o
CDC:
Art. 6º do CDC. São direitos básicos do consumidor:
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências.

O item (I) versa sobre a Teoria da base objetiva do negócio jurídico. É a teoria adotada pelo CDC para
tratar da revisão contratual por fato superveniente. Observe que o código não traz o requisito da
imprevisão (como acontece no Código Civil, arts. 317 478).
ATENÇÃO!
A REVISÃO JUDICIAL DOS CONTRATOS POR FATO SUPERVENIENTE
CÓDIGO CIVIL CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Teoria da Imprevisão Teoria da base objetiva do negócio jurídico
Requisitos do motivo imprevisível Simples onerosidade excessiva
e da onerosidade excessiva
O item (II) trata da inversão do ônus da prova no processo consumeirista. A inversão do ônus da prova a
favor do consumidor é de discricionariedade do juiz, que pode decidir dessa forma quando for:
a) verossímil a alegação OU
b) quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.

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Observe que não se tratam de requisitos cumulativos. O juiz pode inverter o ônus em uma ou em outra
situação. Esse foi o erro do item (II).

18. Uma indústria automobilística desenvolveu um modelo de carro e, posteriormente à sua


introdução no mercado de consumo, foi detectado um problema no câmbio que poderia causar graves
acidentes. É correto afirmar que o CDC prevê expressamente que, nesse caso, o fornecedor do
automóvel deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
mediante anúncios publicitários.
( x )C ( )E

A questão explora o que conhecemos popularmente como Recall. Assim dispõe o CDC:
Art. 10 do CDC. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe
ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de
consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.

Por meio desse instrumento, a norma protecionista pretende que o fornecedor impeça ou procure
impedir, ainda que tardiamente, que o consumidor sofra algum dano ou perda em função de vício que o
produto ou o serviço tenha apresentado após sua comercialização.

19. Analise as seguintes assertivas: (I) O Ministério Público possui legitimidade para a defesa coletiva
apenas dos direitos ou interesses difusos e dos direitos ou interesses coletivos; (II) os interesses ou
direitos coletivos são os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria
ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma origem comum. Apenas o item
(II) está correto.
( )C ( x )E

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As duas assertivas estão incorretas. No que tange à legitimidade do MP para a defesa coletiva, o parquet
possui legitimidade para a defesa não só dos direitos e interesses citados, mas também dos direitos ou
interesses individuais homogêneos, conforme o que leciona o art. 82, I do CDC.
O item (II) está errado, porque trocou “relação jurídica base” por “origem comum”. Cuidado com esses
termos, porque esse artigo cai muito nas provas, cobrando exatamente esses conceitos.
Art. 81 do CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida
em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Art. 82 do CDC. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,

ESQUEMATIZANDO:
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
Transindividuais Transindividuais Individuais
Natureza Indivisível Natureza Indivisível Natureza Divisível
Pessoas indeterminadas Grupo, categoria, ou classe de Pessoas determinadas
pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária
Circunstâncias de fato Relação jurídica base Origem comum

20. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local no foro da
Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-
se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
( x )C ( )E

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É o que dispõe o art. 93 do CDC, que trata da competência para propositura das ações coletivas:
Art. 93 do CDC. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou
regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.

COMPETÊNCIA DAS AÇÕES COLETIVAS


Dano de âmbito local Foro do lugar do dano
Dano de âmbito nacional ou regional Foro da capital do estado ou no DF

21. No que concerne à competência para a execução das ações coletivas, é correto afirmar que a
execução compete ao juízo da ação condenatória, quando a execução for individual ou coletiva.
( )C ( x )E

A questão está errada, porque quando a execução for individual, é competente para a execução o juízo
da liquidação da sentença ou da ação condenatória. A questão errou quando restringiu ao juízo da ação
condenatória nesse caso.
Art. 98 do CDC. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art.
82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

COMPETÊNCIA DA EXECUÇÃO
Execução Individual Execução Coletiva
Juízo da liquidação da sentença ou da ação condenatória Juízo da ação condenatória

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22. Com base no que dispõe o código de defesa do consumidor, avalie os itens: (I) Em caso de
concurso de créditos decorrentes de condenação coletiva e de indenizações pelos prejuízos
individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento; (II)
Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade
do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
As duas assertivas estão corretas.
( x )C ( )E

As duas assertivas estão corretas. Consoante o que dispõe o art. 99 do CDC, as indenizações pelos
prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso possuem preferência de pagamento.
Art. 99 do CDC. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347,
de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento
danoso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo
criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de
segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do
devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.

O item (II) traz o instituto do Fluid Recovery, previsto no art. 100 do CDC.
Art. 100 do CDC. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
de julho de 1985.

23. Com relação à coisa julgada no processo civil consumeirista, é correto afirmar que: (I) Nas ações
em defesa de direitos ou interesses difusos, a sentença fará coisa julgada erga omnes, exceto se o
pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova; (II) Nas ações em
defesa de direitos ou interesses coletivos, a sentença fará coisa julgada ultra partes, mas

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limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas; (III) Os
efeitos da coisa julgada não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
que poderão proceder à liquidação e à execução.
( x )C ( )E

As três assertivas estão corretas. A redação literal da letra da lei foi colocada na questão
propositalmente para que o aluno treine a fixação do artigo.
Art. 103 do CDC. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência
de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo
único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24
de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido,
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos
dos arts. 96 a 99.

Observe que a sentença fará coisa julgada erga omnes ou ultra partes, a depender do caso, exceto se o
pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova. Trata-se da Coisa
Julgada Secundum Eventum Probationis. Somente haverá coisa julgada se o contexto probatório for
suficiente para demonstrar a improcedência do pedido.

COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS CONSUMEIRISTAS

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INTERESSES INTERESSES INTERESSES INDIVIDUAIS
DIFUSOS COLETIVOS HOMOGÊNEOS
PROCEDÊNCIA Erga Omnes Ultra partes Erga Omnes
IMPROCEDÊNCIA POR Erga Omnes Ultra partes Inter partes
PRETENSÃO INFUNDADA
IMPROCEDÊNCIA POR Não há coisa Não há coisa Possível a propositura da
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS julgada julgada ação individual

O art. 103, §3° do CDC materializa o Princípio do Máximo Benefício da Tutela Coletiva e o Princípio do
Transporte in utilibus da coisa julgada coletiva.
Os efeitos da coisa julgada não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos,
propostas individualmente, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
que poderão proceder à liquidação e à execução. A coisa julgada coletiva só beneficia os indivíduos.
Nunca os prejudica.

DIREITO ELEITORAL

No que diz respeito à disciplina legal sobre os direitos políticos no direito eleitoral, julgue os itens a
seguir

24. Conforme as disposições constitucionais sobre os direitos políticos, é correto afirmar que: (I) Os
maiores de dezesseis anos e os militares são alistáveis, salvo os conscritos, durante o período do
serviço militar obrigatório; (II) No Brasil não é admissível o alistamento da pessoa analfabeta. (III) A
idade mínima de vinte e um anos é condição de elegibilidade para os cargos de vice-prefeito e
deputado federal. Apenas duas assertivas estão corretas.
( x )C ( )E

Somente as assertivas (I) e (III) estão corretas.


O item (I) aborda o tema do alistamento eleitoral. Embora o alistamento seja facultativo, é correto
afirmar que os maiores de dezesseis anos são alistáveis:

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Art. 14 da CF. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
II - facultativos para:
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

Quanto aos militares, eles são alistáveis, à exceção dos conscritos, durante o período do serviço militar
obrigatório:
Art. 14, § 2º, da CF. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.

O item (II) está errado, porque os analfabetos são alistáveis no Brasil. Não confunda! Os analfabetos são
inelegíveis!
Art. 14, § 4º, da CF. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

O item (III) traz corretamente a disposição da letra da constituição:


Art. 14, § 3º, da CF. São condições de elegibilidade, na forma da lei:
VI - a idade mínima de:
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;

25. Augusto é prefeito da cidade de Carambolas e pretende se candidatar a deputado estadual, já que
está no seu segundo mandato na prefeitura. Maria, sua esposa, pretende se candidatar também a
deputada estadual. Nesse caso, é correto afirmar que Augusto não precisará renunciar ao seu
mandato até seis meses antes do pleito para deputado, tendo em vista que essa regra da Constituição
é aplicável apenas quando o chefe do executivo vai concorrer a outro cargo de chefe do executivo.
Ademais, Maria poderá se candidatar normalmente.
( )C ( x )E

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A questão está errada. Augusto, ao contrário do afirmado na questão, precisará renunciar ao respectivo
mandato até seis meses antes do pleito. A constituição fala “para concorrer a outros cargos”. Não há
uma restrição a cargos do executivo.
Art. 14, § 6º, da CF. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.

Maria, por sua vez, poderá concorrer ao cargo de deputada estadual, tendo em vista que o pleito não se
refere ao território de jurisdição municipal, mas sim estadual.
Art. 14, § 7º, da CF. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

26. É vedada a cassação de direitos políticos, mas é possível que haja suspensão no caso condenação
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.
( x )C ( )E

Questão correta, conforme o que dispõe o art. 15 da CF:


Art. 15 da CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

27. Consoante o que dispõe o Código Eleitoral, é correto afirmar que: (I) O eleitor poderá ter seu
alistamento cancelado caso deixe de votar por três eleições consecutivas. O cancelamento pode ser
promovido, inclusive, a requerimento de qualquer outro eleitor. (II) Durante o processo e até a
exclusão pode o eleitor votar validamente. Não há nenhum erro nas assertivas.
( x )C ( )E

As duas assertivas estão corretas, conforme as disposições dos arts. 71 e 72 do Código Eleitoral.

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Art. 71 do Código Eleitoral. São causas de cancelamento:
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas.
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a exclusão do eleitor, que
poderá ser promovida ex officio , a requerimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor.

Art. 72 do Código Eleitoral. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar validamente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido interpostos recursos das
decisões que as deferiram, desde que tais recursos venham a ser providos pelo Tribunal Regional ou
Tribunal Superior, serão nulos os votos se o seu número fôr suficiente para alterar qualquer
representação partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio maioritário.

28. Considere as seguintes assertivas: (I) Aqueles que forem condenados, em decisão transitada em
julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de
oito anos após o cumprimento da pena, por crime contra a economia popular, são inelegíveis para
qualquer cargo; (II) O Vice-Governador poderá candidatar-se a outros cargos, preservando o seu
mandato, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenha sucedido ou
substituído o titular. Apenas uma assertiva guarda conformidade com as disposições da Lei das
Inelegibilidades.
( )C ( x )E

As duas assertivas estão corretas. O item (I) traz a literalidade do que dispõe o art. 1°, I, e da Lei:
Art. 1º da LC 64/1990. São inelegíveis:
I - para qualquer cargo:
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena,
pelos crimes:
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;

O item (II) guarda conformidade com o disposto no art. 1º, § 2° da Lei.

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Art. 1º, § 2°, da LC 64/1990. O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão
candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6
(seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.

29. Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade, cabendo ao TRE
julgar a argüição de inelegibilidade de candidato a prefeito, vice-prefeito e vereador.
( )C ( x )E

Nesse caso, compete aos Juízes Eleitorais, e não ao Tribunal Regional Eleitoral.
Art. 2º da LC 64/1990. Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade.
Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da
República;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital;
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

30. Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, no prazo de
cinco dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo em petição
fundamentada.
( x )C ( )E

A questão está correta. É a redação do art. 3° da Lei das Inelegibilidades:


Art. 3º da LC 64/1990. Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério
Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato,
impugná-lo em petição fundamentada.

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