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Alterações no CPP – Arquivamento do IP

e Acordo de Não Persecução Penal

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Lei 13.964 de 24 de Dezembro de 2019

Alterações no CPP – Arquivamento do IP e Acordo de Não Persecução Penal

“Art. 28CPP► Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos


informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao
investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão
ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
Considerando a nova redação do artigo 28 do CPP, depreende-se que houve várias
alterações sobre o arquivamento do Inquérito Policial, são elas:

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►O MP não mais requer o arquivamento, ele o arquiva;


►O juiz não mais despacha homologando arquivamento do IP;
►Não se aplica mais o Princípio da Devolução entre Juiz e PGJ;
►Não se aplica mais o Controle Jurisdicional;
►O MP depois de ordenar o Arquivamento do IP deverá comunicar a vítima, ao
investigado e a autoridade policial.
►O MP depois de Arquivar o IP encaminhará os autos para a instância de revisão
ministerial para fins de homologação.

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Possibilidade de Revisão da Decisão que determina o Arquivamento do IP

§ 1º ►Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do


inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica.

§ 2º► Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.”

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Pela leitura dos parágrafos em estudo, verifica-se, mais uma inovação, a possibilidade de a
vítima ou seu representante legal submeter a decisão de arquivamento do IP a Revisão
pela instância competente do órgão ministerial, no prazo de 30 dias, contados do
recebimento da comunicação do arquivamento, e, em se tratando de crimes praticados em
detrimentos da União, Estados e Municípios, caberá a chefia do órgão a quem couber sua
representação judicial, provocar a revisão.

O legislador perdeu a oportunidade de elencar os motivos autorizadores do arquivamento,


diante do silêncio da lei, creio que a doutrina manterá os motivos já consagrados, devendo
o MP determinar o arquivamento fundado nas hipóteses dos artigos 395 e 397 do CPP.

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Art. 395 CPP ► A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Art. 397 CPP ► Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I ► a existência manifesta (Juízo de certeza) de causa excludente da ilicitude do fato;

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II ► a existência manifesta (juízo de certeza) de causa excludente da culpabilidade do


agente, salvo inimputabilidade (deve ser denunciado com o pedido de absolvição
imprópria);

III ► que o fato narrado evidentemente não constitui crime (atipicidade formal ou
material);

IV ► extinta a punibilidade do agente

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Procedimento do Arquivamento

Recebido os autos do IP concluído, o órgão do Ministério Público, poderá:


►oferecer denúncia, se presentes indícios de autoria e prova da materialidade (arts. 24 e
46 CPP); ►requerer novas diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia (art. 16
CPP);
► propor acordo de não persecução penal , se presentes os requisitos legais (art. 28-A
CPP); ►determinar o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação (TC) (art. 28 CPP), nesse caso, deverá: 1) encaminhar os autos para a instância
de revisão ministerial para fins de homologação; 2) comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial.

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Obs.: Na Justiça Federal, Justiça Comum do distrito Federal, Justiça Militar da União o MPF,
já tem a instância de revisão ministerial que é a CCR (Câmara De Coordenação e Revisão).
Quando o Procurador fazia a promoção de arquivamento ao Juiz Federal, se este
concordasse determinava o Arquivamento, contudo se não concordasse com as razões
invocadas pelo MPF remetia os autos Câmara De Coordenação e Revisão ► Se a CCR
concordasse com o arquivamento, o Juiz não tinha outra alternativa senão arquivar ► Se
a CCR discordasse, oferecia a Denúncia. No MPE terá que se criar a instância de revisão
ministerial.
Art. 62 LC 75/93 ► Compete às Câmaras de Coordenação e Revisão: IV ► manifestar-se
sobre o arquivamento de inquérito policial, inquérito parlamentar ou peças de
informação, exceto nos casos de competência originária do Procurador-Geral;

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Nos crimes que forem processados mediante queixa, não há que se cogitar sobre o
arquivamento do Inquérito Policial. Se o ofendido ou quem tenha qualidade para
representá-lo não intentar ação penal no prazo legal, deverá o magistrado declarar a
extinção da punibilidade pela decadência, conforme previsto nos arts 38 e 61 do CPP c/c
107, IV do CP.

Art. 19 CPP► Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado”.
Art. 10 § 1o CPP► A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e
enviará autos ao juiz competente.

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Art. 61 CPP► Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade,


deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único► No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar
conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de
cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.
Art. 38 CPP► Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal,
decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art.
29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único► Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação,
dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

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APIP ► Autoridade Policial Conclui o Inquérito Policial ► Encaminha os Autos ao Juízo


Competente ► Se o Crime for de APIP, o Juiz determinará que os autos aguardem em
cartório até que haja manifestação de vontade do ofendido ou de quem tenha qualidade
para representá-lo ► O ofendido poderá agir no prazo decadencial de 06 meses, contados
da data que se tomou conhecimento da autoria, artigo 38 do CPP.

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Desarquivamento ► trata-se da reabertura das investigações, que é possível quando o


arquivamento for proferido por ausência de justa causa.

Fundamento para o desarquivamento – Notícia de Nova Prova - Artigo 18 CPP ► Depois


de ordenado o arquivamento do inquérito, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Quanto ao desarquivamento do IP nada foi alterado pela nova lei, sendo assim, creio que
permanecerá como previsto no artigo 18 CPP c/c a Súmula 524 do STF.

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Quem tem Atribuição para o Desarquivamento do IP ► não há consenso na doutrina. Há


entendimento de que é atribuição do próprio DP, com base no artigo 18 CPP e na Lei
12.830/12, art. 2º, §1º. Contudo, também há o entendimento de que é atribuição do MP.

Súmula 524 STF ► Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do
Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.

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Trancamento do IP (encerramento anômalo) do IP

► O trancamento se difere do Arquivamento, pois este resulta de um consenso entre o


Promotor de Justiça e o Juiz. Já no Trancamento há uma decisão coercitiva, uma decisão
que impõe uma sanção, pois a ideia é que a mera tramitação do IP gera uma coação ilegal
ao agente investigado, por isso, o próprio indiciado, pessoalmente, ou através do seu
advogado, pode em alguns casos “risco de ameaça ou restrição a liberdade de
locomoção”, requerer ao juiz o trancamento do IP, pela via estreita do HC, mas também é
possível requerer o arquivamento, por meio do MS, quando não houver risco a liberdade
de locomoção

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Hipóteses que autorizam o Trancamento ► do IP São hipóteses excepcionais.


1ª► quando manifesta a atipicidade(formal/material)
2ª► quando presente causa extintiva de punibilidade
3ª► APIP ou APPC – quando houver ausência manifestação da vítima.
Art. 3º-B CPP► O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido
reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: IX ►
determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável
para sua instauração ou prosseguimento

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Proposta de acordo de não persecução penal

“Art. 28-A► Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do
crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente

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O artigo 28-A positiva o acordo de não persecução penal. Atualmente, esse acordo já existe
em nosso sistema na Resolução 181/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público. Essa
Resolução é objeto de duas ADIs (ADI 5.790, proposta pela AMB, e a ADI 5.793, proposta
pela OAB).
Em primeiro lugar, foi louvável a preocupação do legislador em regulamentar tal
dispositivo, que, com a devida vênia, não poderia jamais ter sido feito mediante resolução
do CNMP.

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Requisitos para o acordo de não persecução penal (ANPP):


► ter o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal;
► infração penal sem violência ou grave ameaça;
► infração penal com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos;
► o acordo de não persecução penal, deve se mostrar necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime.

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Condições para Acordo de Não Persecução Penal - ANPP


I ► reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II ► renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;
III ► prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à
pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado
pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal);
O dispositivo, ao meu sentir, merece uma crítica: houve um erro crasso, não há processo,
há na verdade, condição que impede o processo, não há condenação, então não poder
haver execução ou indicação de execução pelo Juizo da execução, não há que se falar em
competência da VEP.

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IV ► pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº


2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social,
a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou

Merece a mesma crítica do dispositivo anterior, se o acordo é de não persecução penal, a


competência deveria ser do Juiz das Garantias, que é a autoridade judiciária compentente
para homologação do ANPP.

V ► cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

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Consideração das causas de aumento e diminuição das


penas para aferição da pena mínima
§ 1º► Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste
artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

Inadmissibilidade da ANPP
§ 2º ►O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I ► se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei;
Não será admissível a proposta de ANPP nas hipóteses de infração penal de menor
potencial ofensivo que admitam a transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9099/95.

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Art. 76► Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública


incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
II ► se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem
conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas;
Esse dispositivo, com certeza, dará margens a controvérsias, no que diz respeito, a
expressão “...se insignificantes as infrações penais pretéritas”. O que significa insignificantes
as infrações penais pretéritas??

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III► ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao


cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação
penal ou suspensão condicional do processo; e
IV► nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor
do agressor.

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Formalidade do Acordo – ANPP


►O ANPP dever ser feito por escrito;
►O ANPP será firmado pelo MP, investigado e seu defensor;
►O ANPP será homologado pelo Juiz das Garantias, conforme prevê o artigo 3º-B, XVII.

§ 3º► O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor

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Audiência para Homologação do ANPP


§ 4º ►Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência
na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na
presença do seu defensor, e sua legalidade.

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Devolução do ANPP para adequação das Condições


§ 5º► Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas
no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
Entendo que se o MP se negar a reformular a proposta, caberá a aplicação do parágrafo 14,
ou seja, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do
art. 28 deste Código.
Juiz pode recusar-se a homologar a ANPP
§ 7º ►O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos
legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.

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Devolução dos autos ao MP para denunciar ou complementar investigação


§ 8º ► Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a
análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da
denúncia.

Recurso Cabível
Art. 581►Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
XXV► que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto
no art. 28-A desta Lei.” (Nova redação – Lei 13.964/19)

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Execução do ANPP
§ 6º ►Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os
autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
O ANPP merece aplausos, contudo, esse parágrafo, trouxe um grave erro. O ANPP é uma
condição que impede o processo, não há acusação, não há processo nem condenação,
sendo assim, não poder haver execução do acordo homologado pelo juízo da execução
penal ou indicação de execução pelo Juízo da execução, não há que se falar em
competência da VEP.

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Intimação da Vítima para tomar ciência da homologação do ANPP ou de seu


Descumprimento
§ 9º►A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu
descumprimento.

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A homologação do ANPP não faz coisa julgada material


§ 10► Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução
penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior
oferecimento de denúncia.
§ 11► O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também
poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não
oferecimento de suspensão condicional do processo.

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O ANPP não gera reincidência nem maus antecedentes


§ 12► A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão
de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º
deste artigo.

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Consequência do cumprimento do ANPP: acarreta a Extinção da Punibilidade


§ 13► Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente
decretará a extinção de punibilidade

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Remessa dos autos ao Órgão Superior do MP no caso de não proposta do ANPP


§ 14► No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não
persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na
forma do art. 28 deste Código.”

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