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SUMÁRIO
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL .......................................................................... 2
Introdução ................................................................................................................................... 2
Procedimento .............................................................................................................................. 3
Desarquivamento: Coisa Julgada ................................................................................................. 4
Introdução ............................................................................................................................... 4
Ausência de Justa Causa........................................................................................................... 4
Atipicidade da Conduta ............................................................................................................ 5
Causa Excludente de Ilicitude ................................................................................................... 5
Causa Excludente de Culpabilidade .......................................................................................... 6
Causa Excludente de Punibilidade ............................................................................................ 6
Arquivamento Implícito ............................................................................................................... 7
Arquivamento Indireto ................................................................................................................ 7

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ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


INTRODUÇÃO
Como visto em tópico anterior, a autoridade policial não pode determinar o
arquivamento do inquérito policial, nos termos do art. 17 do CPP.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar


autos de inquérito.

Aliás, com a recente alteração legislativa ocorrida com o advento da Lei nº 13.964/19
(Pacote Anticrimes), a atribuição do arquivamento do inquérito policial passou a ser do
Ministério Público.

Nesse sentido:

Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de


quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão
do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.

No entendimento da doutrina majoritária, a nova previsão legal coaduna com o


sistema acusatório vigente no Código de Processo Penal, pois atribui a decisão do
arquivamento do inquérito policial ao titular da ação penal (Ministério Público).

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De forma esquematizada:

PROCEDIMENTO
Com base na nova redação do art. 28 do CPP, após o arquivamento do inquérito
policial, o Ministério público deverá comunicar os interessados: vítima, investigado e
autoridade policial.

Posteriormente, para homologação do arquivamento, os autos serão remetidos à


instância de revisão ministerial.

Caso a vítima ou seu representante legal não concorde com o arquivamento do


inquérito policial, poderá submeter a matéria à instância revisional no prazo de 30 dias, nos
termos do art. 28, §1º, do CPP.

Art. 28, § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não


concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no
prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.

Por outro lado, nos crimes praticados em detrimento dos entes políticos, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provada pela chefia do órgão ou de seu
represente legal, conforme art. 28, §2º, do CPP.

Art. 28, § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em


detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do
arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.

De forma esquematizada:

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DESARQUIVAMENTO: COISA JULGADA


INTRODUÇÃO
Inicialmente, é importante entender os conceitos de coisa julgada: formal e material.

A coisa julgada formal é um fenômeno endoprocessual, ou seja, é a decisão que


encerra a discussão jurídica dentro do processo.

Por outro lado, a coisa julgada material vai além dos efeitos endoprocessuais e
impede a rediscussão do tema mesmo em outros processos, tornando a decisão imutável.

De forma esquematizada:

É importante conhecer as hipóteses de arquivamento do inquérito policial que


possibilitam o seu desarquivamento.

AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA


A ausência de justa causa está relacionada à falta de elementos de informação
necessários à elucidação de materialidade e autoria.

Nesse sentido, admite-se o desarquivamento do inquérito policial quando há o


conhecimento de novas provas, conforme art. 18 do CPP.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela


autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia.

Vale registrar o teor da Súmula nº 524 do STF.

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ATIPICIDADE DA CONDUTA
O arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade gera coisa
julgada material, impedindo o seu desarquivamento.

A resposta é SIM.

A natureza jurídica do princípio da insignificância é de causa excludente de


tipicidade material, razão pela qual não é admitido o desarquivamento dos autos.

CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE


Em relação à excludente de ilicitude como fundamento do arquivamento do
inquérito policial, há divergência entre os Tribunais Superiores.

Nesse sentido, para o STJ, a excludente de ilicitude como fundamento do


arquivamento impede a reabertura dos autos, ou seja, coisa julgada material.

Por outro lado, o STF já se posicionou no sentido de que o arquivamento de inquérito


policial com fundamento da excludente de ilicitude faz coisa julgada formal.

De forma esquematizada:

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CAUSA EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE


De acordo com a doutrina e jurisprudência, o arquivamento do inquérito policial com
fundamento e causa de exclusão de culpabilidade faz coisa julgada material.

CAUSA EXCLUDENTE DE PUNIBILIDADE


Segundo a doutrina e jurisprudência, o arquivamento do inquérito policial com
fundamento e causa de exclusão de punibilidade faz coisa julgada material.

A resposta é NÃO.

Prevalece na jurisprudência o entendimento de que a extinção de punibilidade com


fundamento em certidão de óbito falsa não faz coisa julgada, permitindo, portanto, a
reabertura das investigações e posterior recebimento da denúncia.

De forma esquematizada:

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ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO
O arquivamento implícito ocorre quando o titular da ação penal, sem se manifestar
ou justificar, deixa de incluir na denúncia algum dos investigados ou dos fatos apurados e,
concomitantemente, o juiz não se pronuncia sobre o ocorrido.

SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: No curso da investigação policial, restou comprovado que


“A” e “B” praticaram o crime de tráfico de drogas e lavagem de capitais. Posteriormente,
o Ministério Público oferta denúncia apenas contra “A” e sem lhe imputar o crime de
lavagem de capitais.

ARQUIVAMENTO INDIRETO
O arquivamento indireto ocorre quando o Ministério Público deixa de oferecer a
denúncia por entender que a autoridade judicial é incompetente e, ao mesmo tempo,
esta deixa de encaminhar para outro juízo por discordar de sua incompetência.

A solução, segundo a doutrina, seria o recebimento da manifestação como hipótese


de arquivamento e, consequentemente, a remessa dos autos à instância revisional.

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