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SUMÁRIO
PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................ 2
Hipóteses .......................................................................................................................... 2
Crimes Dolosos com Pena máxima Superior a 04 anos .......................................... 2
Reincidente em crime doloso .................................................................................... 3
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Criança, Adolescente, Idoso,
Enfermo ou Pessoa com Deficiência ........................................................................ 4
Dúvidas sobre a Identidade Civil ou não Fornecimento de Elementos
Suficientes para Esclarecimento ............................................................................... 6
Hipóteses em que não é autorizada a Prisão Preventiva ......................................... 6
Fundamentação ............................................................................................................. 7
Revogação da Prisão Preventiva ................................................................................. 8

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PRISÃO PREVENTIVA
HIPÓTESES
O art. 313 do CPP apresenta as hipóteses em que será possível a decretação da
prisão preventiva. Claro, desde que os pressupostos listados no artigo anterior estejam
presentes.

CRIMES DOLOSOS COM PENA MÁXIMA SUPERIOR A 04 ANOS


O art. 313, I, do CPP permite a prisão preventiva para os crimes dolosos, cuja pena
máxima seja superior a 04 anos.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade
máxima superior a 4 (quatro) anos;

De forma esquematizada:

A resposta é SIM.

Nos casos de concurso de crimes (dolosos), deve ser observado o resultado da pena
(cumulação ou exasperação) para aferir o requisito da pena máxima superior a 04 anos.

Por exemplo, se uma associação criminosa (pena máxima de 03 anos) mantém uma
vítima sob cárcere privado (pena máxima de 03 anos), é possível decretar a prisão
preventiva dos envolvidos, pois a soma das penas (concurso material) supera 04 anos.

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REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO


O art. 313, II, do CPP, autoriza a decretação da prisão preventiva ao reincidente em
crime doloso.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I
do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403,
de 2011).

É importante ressaltar que na hipótese do inciso II não há necessidade de que a


infração penal praticada tenha pena máxima superior a 04 anos, contudo,
necessariamente, a reincidência deve ser específica em crime doloso.

De forma esquematizada:

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Aliás, é possível a decretação da prisão preventiva para crime apenado com


detenção, desde que o agente seja reincidente em crime doloso, nesse sentido1:

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER,


CRIANÇA, ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM
DEFICIÊNCIA
O art. 313, III, do CPP autoriza a prisão preventiva em crimes que envolvam violência
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a
decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a
mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com
deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É cabível prisão preventiva no crime de embriaguez ao volante quando se tratar de
réu reincidente com risco de reiteração delitiva. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/66cf21351023f60e092be950584699cb>. Acesso em:
14/08/2021

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A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência do STJ, a redação do art. 313, III, do CPP prevê a


decretação da prisão preventiva em caso de crime.

Nesse sentido:

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DÚVIDAS SOBRE A IDENTIDADE CIVIL OU NÃO FORNECIMENTO


DE ELEMENTOS SUFICIENTES PARA ESCLARECIMENTO
O art. 313, §1º, do CPP permite a prisão preventiva quando houver dúvidas sobre a
identidade civil da pessoa ou quando ela não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la.

Art. 313, § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando


houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando
esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.

É importante registrar que, tão logo esclarecida a identidade civil do indivíduo,


deverá ser posto em liberdade.

HIPÓTESES EM QUE NÃO É AUTORIZADA A PRISÃO PREVENTIVA


O Código de Processo Penal veda a prisão preventiva em casos de excludente de
ilicitude, conforme seu art. 314.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada


se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente
praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

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do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro


de 1940 - Código Penal.

Por outro lado, por expressa previsão legal (art. 312, caput, do CPP), a prisão
preventiva só é admitida para crimes, ou seja, não é aplicada para as contravenções
penais.

A resposta é NÃO.

Segundo a doutrina, com exceção da hipótese de inimputabilidade do art. 26,


caput, do Código Penal (doença mental ou desenvolvimento mental incompleto), não é
admitida a prisão preventiva nos casos de excludente de culpabilidade.

A exceção do art. 26, caput, do CP, decorre da possível periculosidade do indivíduo.

FUNDAMENTAÇÃO
O art. 315, caput, do CPP exige que a decisão que decreta a prisão preventiva deve
ser devidamente motivada.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão


preventiva será sempre motivada e fundamentada.

Aliás, com o advento do Pacote Anticrimes (Lei nº 13.964/2019), o Código de Processo


Penal aponta um rol de situações em que a decisão judicial não será considerada
devidamente fundamentada.

Art. 315, § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão


judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo


capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA


O art. 316, caput, do CPP trata da revogação da prisão preventiva, nos seguintes
termos:

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar


a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do
processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem
como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

É interessante observar que, ao contrário do que ocorre na decretação, a revogação


da preventiva pode ocorrer de ofício pelo juiz, ou seja, sem provocação.

Por outro, evidentemente, a eventual nova decretação da prisão preventiva exigirá


representação da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público, querelante
ou assistente.

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