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CRIMES AMBIENTAIS
[1] LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS (Lei 9.605/98)
Críticas à Lei Penal Ambiental
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[2] Denominação excêntrica: Lei Penal em Branco ao Quadrado
•Lei penal em branco ao quadrado?
•Ocorre quando o complemento normativo reclama outro complemento
normativo. Ex.: Art. 38. ☟
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[3] Concurso de pessoas e Omissão ambientalmente relevante
•Art. 2º. Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade [teoria ________________ ou ________________],
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[4] Responsabilidade Penal da PJ na CR/88 [m.c.c.]
•Art. 173. § 5º. A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes
da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições
compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica [Lei
8.137/90] e financeira [Lei 7.492/86] e contra a economia popular [Lei 1.521/51].
•Art. 225. § 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
[Lei 9.605/98, art. 3º]
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[6] Responsabilidade Penal da PJ: 5 correntes
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[7] Responsabilidade Penal da PJ: 5 correntes
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[12] Denúncia geral vs processo penal Kafkiano (criptoimputação)
•Nos chamados crimes de autoria coletiva, “embora a vestibular
acusatória não possa ser de todo genérica, é válida quando, apesar
de não descrever minuciosamente as atuações individuais dos
acusados, demonstra um liame entre o seu agir e a suposta prática
delituosa, estabelecendo a plausibilidade da imputação e
possibilitando o exercício da ampla defesa.” (RHC 68.903, DJe
20/05/2016)
•Dessarte, não é inepta a denúncia – geral – que apresenta uma
narrativa fática congruente, de modo a permitir o due process of law,
descrevendo conduta típica que, “atentando aos ditames do art. 41
do CPP, qualifica os acusados, descreve o fato criminoso e suas
circunstâncias. O fato, por si só, de o MP ter imputado ao
recorrente a mesma conduta dos demais denunciados não torna a
denúncia genérica, indeterminada ou imprecisa.” (HC 311.571, STJ,
DJe 15/12/2015)
•Qual a repercussão disso na LCA?
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[13] Denúncia geral vs processo penal Kafkiano (criptoimputação)
•“Não se pode confundir a denúncia genérica com a denúncia geral, pois o
direito pátrio não admite denúncia genérica, sendo possível, entretanto, nos casos de
crimes societários e de autoria coletiva, a denúncia geral, ou seja, aquela que,
apesar de não detalhar minudentemente as ações imputadas aos
denunciados, demonstra, ainda que de maneira sutil, a ligação entre sua
conduta e o fato delitivo.
•Da leitura da inicial, verifica-se que os recorrentes [...] foram denunciados
apenas em virtude de serem sócios administradores da primeira
recorrente, Caiçaras Empreendimentos Imobiliários Ltda. A acusação
limitou-se a vinculá-los ao crime porque eram sócios administradores da
primeira recorrente, o que torna a denúncia genérica e inadmissível. [...]
•Recurso em habeas corpus provido em parte, para reconhecer a inépcia da
denúncia apenas com relação aos recorrentes CRISTIANO e MARIA DA
GRAÇA, sem prejuízo de oferecimento de nova inicial acusatória, desde
que observados os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal.”
•(RHC 88.264/ES, 5ª T.STJ, DJe 21/02/2018)
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[14] Denúncia geral vs processo penal Kafkiano (criptoimputação)
•“A denúncia e o aditamento, apesar de descreverem a conduta delitiva consistente na
supressão de vegetação em APP, não expõem, nem mesmo de passagem, o nexo causal
entre o comportamento dos recorrentes e o fato delituoso. A acusação limitou-se a vinculá-
los ao crime ambiental porque eram sócios da empresa em que realizada a fiscalização. [...]
A mera atribuição de uma qualidade não é forma adequada para se conferir determinada
prática delitiva a quem quer que seja. Caso contrário, abre-se margem para formulação de
denúncia genérica e, por via de consequência, para reprovável responsabilidade penal
objetiva.” (RHC 70.395, DJe 14/10/2016)
•“A mera condição de sócio, diretor ou administrador de determinada pessoa jurídica não
enseja a responsabilização penal por crimes praticados no seu âmbito, sendo indispensável
que o titular da ação penal demonstre uma mínima relação de causa e efeito entre a
conduta do réu e os fatos narrados na denúncia, permitindo-lhe o exercício da ampla
defesa e do contraditório. [...]. No caso dos autos, da leitura da exordial acusatória percebe-se
que ao paciente foi imputada a prática de crime contra o meio ambiente pelo simples fato
de exercer o cargo de Diretor Presidente da Companhia Paranaense de Energia Elétrica –
COPEL, não tendo o órgão ministerial demonstrado a mínima relação de causa e efeito
entre os fatos que lhe foram assestados e a função por ele exercida na mencionada pessoa
jurídica, pelo que se mostra imperioso o trancamento da ação penal contra ele instaurada”
(STJ, HC 232751, DJe15.03.2013).
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[15] Encerramento do procedimento
administrativo ambiental: necessidade?
•SV24: “Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art.
1º, incisos I a IV, da Lei n 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.”
•Os delitos ambientais configuram também infrações administrativas. Assim, há
necessidade da conclusão do procedimento administrativo ambiental para a
deflagração da persecução penal?
•“2. No caso dos autos, muito embora os crimes ambientais pelos quais o paciente
foi acusado (artigos 39 e 40 da Lei 9.605/1998) sejam materiais, dependendo da
ocorrência de dano para que possam se caracterizar, não há dúvidas de que o
Ministério Público não precisa aguardar a conclusão do processo administrativo
instaurado junto ao IBAMA para deflagrar a respectiva ação penal. 3. Isso porque
as esferas administrativa e penal são independentes, razão pela qual o Parquet,
dispondo de elementos mínimos para oferecer a denúncia, pode fazê-lo,
prescindindo-se da apuração dos fatos pelo órgão administrativo competente. 4.
Eventual celebração de termo de ajustamento de conduta não impede a persecução
criminal, repercutindo apenas na dosimetria da eventual pena a ser cominada ao
autor do ilícito ambiental.” (HC 160.525/RJ, 5ªT.STJ, DJe 14/03/2013)
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[1] Requisitos legais para a Responsabilização Penal da PJ
•Art. 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que [1] a infração
seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, [2] no interesse ou benefício da sua entidade.
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[3] Sistema da Dupla Imputação ou das Imputações Paralelas
•Art. 3º, §ún. “A responsabilidade das PJ’s não exclui a das PF’s, autoras,
coautoras ou partícipes do mesmo fato.”
•A dupla imputação é obrigatória? Exemplo: Decisão – por maioria – do
órgão colegiado de determinada empresa. Não se sabe quem foi a favor ou
contra a conduta criminosa. Pode-se denunciar só a PJ?
•“1. Para a validade da tramitação de feito criminal em que se apura o
cometimento de delito ambiental, na peça exordial devem ser denunciados
tanto a pessoa jurídica como a pessoa física (sistema ou teoria da dupla
imputação). Isso porque a responsabilização penal da pessoa jurídica não
pode ser desassociada da pessoa física – quem pratica a conduta com
elemento subjetivo próprio. 2. Oferecida denúncia somente contra a
pessoa jurídica, falta pressuposto para que o processo-crime desenvolva-se
corretamente. 3. Recurso ordinário provido, para declarar a inépcia da
denúncia e trancar, consequentemente, o processo-crime instaurado contra
a Empresa Recorrente, sem prejuízo de que seja oferecida outra exordial,
válida.” (RMS 37.293/SP, 5ªT.STJ, DJe 09.05.13)
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[4] Sistema da Dupla Imputação ou das Imputações Paralelas
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[4] Sistema da Dupla Imputação ou das Imputações Paralelas
•“3. Condicionar a aplicação do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma concreta
imputação também a pessoa física implica indevida restrição da norma
constitucional. Expressa a intenção do constituinte originário não apenas de ampliar
o alcance das sanções penais, mas também de evitar a impunidade pelos crimes
ambientais frente às imensas dificuldades de individualização dos responsáveis
internamente às corporações, além de reforçar a tutela do bem jurídico ambiental.
•4. A identificação dos setores e agentes internos da empresa determinantes da
produção do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso concreto como
forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram no
exercício regular de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a
atuação se deu no interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal
esclarecimento, relevante para fins de imputar determinado delito à pessoa
jurídica, não se confunde, todavia, com subordinar a responsabilização da pessoa
jurídica à responsabilização conjunta e cumulativa das pessoas físicas envolvidas.
Em não raras oportunidades, as responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas
ou parcializadas de tal modo que não permitirão a imputação de responsabilidade
penal individual. [...].” (RE 548181, Rel. Min. Rosa Weber, 1ªT.STF, DJe-213 de 30-
10-2014)
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[5] Sistema da Dupla Imputação ou das Imputações Paralelas
•Qual é o atual entendimento do STJ? Ainda entende
haver concurso necessário?
•“Este Superior Tribunal, na linha do entendimento
externado pelo Supremo Tribunal Federal, passou a
entender que, nos crimes societários, não é indispensável
a aplicação da teoria da dupla imputação ou imputação
simultânea, podendo subsistir a ação penal proposta
contra a pessoa jurídica, mesmo se afastando a pessoa
física do polo passivo da ação. Precedentes.” (AgRg no
RMS 48.851/PA, 6ª T.STJ, DJe 26/02/2018)
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[7] Penas – critérios para a dosimetria
•Art. 6º. Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade
competente observará:
•PERGUNTA:
•CP, art. 44. “As PRD são autônomas e
substituem as privativas de liberdade,
quando: II. o réu não for reincidente em
crime doloso;” A LCA não traz essa
exigência, assim, o reincidente em
crime doloso [ainda que no mesmo
crime] tem direito à substituição da
PPL por PRD?
•☞ ☞ Comparativo com o CP ☞ ☞
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[11] P.R.D.: quadro comparativo
LCA, art. 8º. As PRD [aplicáveis às CP, art. 43. As PRD são:
PF’s] são:
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[12] P.R.D. aplicáveis às pessoas físicas [prestação de serviços à comunidade]
•Obs:
•A sanção do art. 11 pode ser aplicada ao
empresário individual, que é pessoa física (registrada
na junta comercial e que tem CNPJ na Receita Federal,
mas continua sendo pessoa física).
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[15] P.R.D. aplicáveis às pessoas físicas [prestação pecuniária]
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[3] 4 Atenuantes
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[5] 4 Atenuantes
•Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
•II. arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea
•*reparação do dano, ou
•*limitação significativa da degradação ambiental causada;
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[8] 18 Agravantes: saraivada de críticas!! (elementares, qualificadoras ou c.a.p.)
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[9] 18 Agravantes
•Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime: II. ter o agente cometido a infração:
•a) para obter vantagem pecuniária;
•[basta a intenção de obter a vantagem pecuniária, não sendo exigido o efetivo
recebimento. ≠ TRF4, AC 200570080015761 8ª T., u., 01/10/2008.]
•b) coagindo outrem para a execução material da infração;
•[c. f. irresistível; c. m. irresistível e resistível (coator: agravante / coato: atenuante
do CP, art. 65, III, c)]
•c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o
meio ambiente;
•[prato cheio para bis in idem: Art. 6º. Para imposição e gradação da penalidade, a
autoridade competente observará: I. a gravidade do fato, tendo em vista ... suas
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;]
•d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
•[prato cheio para bis in idem: os crimes ambientais quase sempre causam danos à
propriedade alheia (pública ou privada) de modo que raramente aplicar-se-á esta
agravante]
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[10] 18 Agravantes
•Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime: II. ter o agente cometido a infração:
•e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato
do Poder Público, a regime especial de uso;
•[cuidado: Art. 40. Causar dano direto ou indireto às UC (...)]
•f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
•[cuidado: não se aplica quando funcionar como elementar, qualificadora ou causa
de aumento de pena, como ocorre com o crime de poluição (art. 54, §2º, I)]
•g) em período de defeso à fauna;
•[cuidado: arts. 29, §4º, II: “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes
da fauna silvestre [...]: Pena [...]. §4º. A pena é aumentada de metade, se o crime é
praticado: II. em período proibido à caça;” e art. 34: “Pescar em período no qual a
pesca seja proibida [...]”].
•Ps: no Brasil, em regra, a caça é proibida (exceção: autorização do P.Púb.
em caso de desequilíbrio ambiental. Ex.: número excessivo de javalis. A
pesca, em regra, é permitida (exceção: determinados locais e períodos).
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[11] 18 Agravantes
•Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime: II. ter o agente cometido a
infração:
•h) em domingos ou feriados;
•[Cuidado: Crimes contra a flora: Art. 53. Nos crimes previstos nesta
Seção, a pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se: II. o crime é cometido:
e) durante a noite, em domingo ou feriado]
•i) à noite;
•[Cuidado: art. 29, §4º, III: “Matar, perseguir, caçar, apanhar,
utilizar espécimes da fauna silvestre [...]: Pena (...). §4º. A pena é
aumentada de metade, se o crime é praticado: III. durante a noite. +
crimes contra a flora.]
•j) em épocas de seca ou inundações;
•[Cuidado: Crimes contra a flora. Art. 53. (...): II. (...): d) em época
de seca ou inundação;]
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[12] 18 Agravantes
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[14] 18 Agravantes
•São aplicáveis à LCA as agravantes dos arts. 61 e 62 do CP?
•1ª (LFGeSM): Não (analogia in malam partem).
•2ª (Nucci): Sim. Desde que não conflitem com o disposto no art.
15 da LCA. Ex.: cometimento crime ambiental por motivo fútil (art.
61, II, a, CP).
•Questões
•(Cespe) Os crimes contra a fauna praticados durante a noite, aos
sábados e aos domingos aumentam as respectivas penas.
•Domingo, feriado e noite (agravantes de qualquer crime ambiental: art.
15, II, h, i);
•Domingo, feriado e noite (c.a.p. nos crimes contra a flora: art. 53, II, e);
•Noite (c.a.p. no crime do art. 29, § 4º, III).
•(FGV, Advogado do Senado) Nos crimes previstos na Lei
9.605/98, a prática do crime no domingo é circunstância que
agrava a pena, quando não constitui elementar ou qualifica o
crime.
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[15] 3 Penas aplicáveis às pessoas jurídicas
•Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente
às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
•I. multa;
•II. restritivas de direitos;
•III. prestação de serviços à comunidade.
•Obs1: Para as PFs a prestação de serviços é modalidade de PRD.
•Obs2: As PRD aplicáveis às PJ são penas principais! Ou seja: não
substitutividade + não conversibilidade.
•Obs3: Com exceção do art. 22, § 3º, não há estipulação dos limites
mínimos e máximos. >> Alguns doutrinadores: CR/88, art. 5º,
XXXIX. ☟
•Solução: LFGeSM: “aplicar a PRD de forma direta (não em
substituição de pena de prisão) utilizando como limite o máximo da
PPL cominada no tipo penal, obedecendo-se o critério trifásico do
art. 68 do CP.”
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[16] Penas aplicáveis às pessoas jurídicas [multa >> quadro >>]
•Crítica de S.S.Shecaira:
•Para evitar que a multa da PJ fique muito aquém do
valor auferido com a infração penal, entende-se que o
legislador deveria ter utilizado uma unidade para a PF
(dias-multa) e outra para a PJ, como o dia-faturamento.
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[17] Multa: critério para aplicação ≠ critério para triplicar
LCA CP
Art. 6º. Para imposição e gradação da Art. 60. Na fixação da pena de multa o
penalidade, a autoridade competente juiz deve atender, principalmente, à
observará: situação econômica do réu.
III. a situação econômica do infrator, no caso
de multa. +
Art. 19. Montante do prejuízo causado.
Art. 18. [...] Se revelar-se ineficaz, ainda §1º. A multa pode ser aumentada até o
que aplicada no valor máximo, poderá ser triplo, se o juiz considerar que, em virtude
aumentada até três vezes, tendo em vista o da situação econômica do réu, é ineficaz,
embora aplicada no máximo.
valor da vantagem econômica auferida.
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[1] Penas aplicáveis às pessoas jurídicas (3 PRD)
•Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
•I. suspensão parcial ou total de atividades; [§1º]
•II. interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
[§2º]
•III. proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele
obter subsídios, subvenções ou doações. [§3º]
•§1º. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares,
relativas à proteção do meio ambiente.
•§2º. A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra
ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou
regulamentar.
•§3º. A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,
subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos. >>>>
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[2]
LCA CP
Art. 16. Nos crimes previstos Art. 77. A execução da p.p.l, não superior a
nesta Lei, a suspensão dois anos, poderá ser suspensa, por dois a
condicional da pena pode ser quatro anos, desde que: I. o condenado não
aplicada nos casos de seja reincidente em crime doloso; II. a
condenação a p.p.l. não culpabilidade, os antecedentes, a conduta social
superior a três anos. e personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; III. Não seja indicada ou cabível a
substituição prevista no art. 44 deste Código.
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[7] Sursis Especial (reparação do dano) nos Crimes Ambientais
LCA CP
Art. 17. A verificação da Art. 78, §2°. Se o condenado houver reparado o dano,
reparação a que se refere salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do
o § 2º do art. 78 do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o
CP será feita mediante juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior [§
laudo de reparação do 1º. No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar
dano ambiental, serviços à comunidade ou submeter-se à limitação de fim de
semana] pelas seguintes condições, aplicadas
e as condições a serem cumulativamente: a) proibição de frequentar
impostas pelo juiz determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da
comarca onde reside, sem autorização do juiz; c)
deverão relacionar-se comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
com a proteção ao meio mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
ambiente.
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[8] Sursis Etário e Humanitário nos Crimes Ambientais E transação penal
•CP, art. 77, §2º (LCA, art. 79). A execução da p.p.l., não superior a 4 anos,
poderá ser suspensa, por 4 a 6 anos, desde que o condenado seja maior de
setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
•Obs: Aplicam-se subsidiariamente as normas do CP sobre sursis (revogação
obrigatória ou facultativa; à prorrogação do período de prova etc.).
•LCA, art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta
de aplicação imediata de p.r.d. ou multa, prevista no art. 76 da Lei 9.099/95,
somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição
do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade.
•É possível a transação se o infrator não reparou o dano?
•E se a transação é cumprida mas o infrator deixa de reparar o dano? Entra
em cena a SV35 (A homologação da transação penal prevista no art. 76 da LJE não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao MP a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de
denúncia ou requisição de inquérito policial)?
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[9] Suspensão Condicional do Processo nos Crimes Ambientais
•Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei 9.099/1995, aplicam-se aos crimes de menor
potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:
•I. a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do art. referido no caput,
dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do mesmo artigo;
•II. na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo
de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo
referido no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;
•III. no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1°
do artigo mencionado no caput; [proibição de frequentar determinados lugares; de ausentar-se da
comarca onde reside, sem autorização do Juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo...]
•IV. findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de
reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado
o período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o
disposto no inciso III; [e a suspensão da prescrição?]
•V. esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade
dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências
necessárias à reparação integral do dano.
•Obs: prazo máximo do período de prova: 14 anos! (após esse período, fica inviável qualquer
instrução processual efetiva. Importante, por isso mesmo, a produção antecipada de provas urgentes).
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[10] Apreensão e Venda de instrumentos da Infração
•Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. §5º. Os instrumentos
utilizados na prática da infração serão vendidos [...].
•1ª corrente: Quaisquer instrumentos utilizados para a prática da infração
ambiental podem ser apreendidos e vendidos, sejam ou não permitidos o seu
porte, fabrico ou alienação (Capez).
•2ª corrente: A regra do art. 25, § 5º, não é absoluta, e deve observar se a
utilização do instrumento é reiterada em crime ambiental e se há proporcionalidade
entre o valor do proveito e do bem. “Os objetos que devem ser confiscados
são apenas aqueles usualmente utilizados na prática de delitos ambientais. Um
objeto lícito, que muitas vezes representa o sustento do agente e de sua
família, não pode ser confiscado porque, esporadicamente, foi utilizado
irregularmente e caracterizou a prática de um delito ambiental. É preciso
fazer a distinção, para não haver injustiças e abusos. Motosserras utilizadas
por madeireiras clandestinas, barcos utilizados por pesqueiros ilegais devem,
sem dúvida, ser confiscados; mas um barco de um humilde pescador, que
eventualmente pescou peixes além da quantidade permitida, não tem
necessidade de ser confiscado.” (LFGeSM)
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[11] Diversas Observações Processuais
•*Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a APn é
pública incondicionada.
•É cabível HC em favor de PJ acusada de delito ambiental?
•Não. É cabível MS. HC não socorre a PJ, na qualidade de
paciente, eis que restrito à liberdade ambulatorial. (STJ, RHC
16762/MT).
•Os crimes ambientais são compatíveis com o p. insignificância?
•1ª (Impossibilidade): “bem jurídico tutelado e os princípios da
prevenção e precaução que regem o direito ambiental” (TRF-3,
RSE 2004.61.24.001001-8).
•2ª: “Esta Corte tem entendimento pacificado no sentido de que
é possível a aplicação do denominado princípio da insignificância
aos delitos ambientais, quando demonstrada a ínfima ofensividade ao
bem ambiental tutelado (AgRg no AREsp 1051541/ES, DJe
04/12/2017)
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[12] Diversas Observações Processuais
•Como se realiza o interrogatório da PJ?
•Prof. Ada (incialmente): interrogatório como meio de prova > deveria ser aplicado,
por analogia, o disposto no art. 843, §1º, da CLT, que permite o depoimento do
preposto da empresa, que tenha conhecimento do fato.
•Prof. Ada (com a L. 10.792/03): > interrogatório como meio de defesa > passou a
entender que deve ser interrogado o gestor da empresa, que é quem tem interesse
em realizar a defesa da PJ, devendo-se observar todas as garantias constitucionais
(presunção de inocência, direito ao silêncio etc.).
•E se o gestor também for réu no processo?
•Serão realizados dois interrogatórios: um em sua defesa e outro em nome da PJ. Não
se pode cogitar de um único interrogatório, por economia processual, tendo em vista o art.
191 do CPP (Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente).
•E se houver conflito de interesses entre o gestor e a PJ?
•“Se houver colidência de interesses entre as defesas da sociedade e do diretor, este
não poderá representá-la no ato de interrogatório. [...]. Acaso haja incompatibilidade
entre as defesas do diretor do qual emanou a ordem e da pessoa jurídica, por certo
nesse processo a sociedade não será interrogada, a não ser que exista outro
administrador integrante do colegiado, que não tenha sido acusado.” (TRF-4, MS
2002.04.01.013843-0, DJ 26.02.2003)
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[13] Competência
•Em regra:
•JE (STJ, CC 88.013), uma vez que a proteção do meio
ambiente é de competência comum da União, dos Estados
e dos Municípios, e não há regra constitucional ou legal
que determine a Justiça competente (STJ, REsp
200200848713).
•Súmula 91 do STJ: compete à JF processar e julgar os
crimes praticados contra a fauna.
•Excepcionalmente:
•JF: se o delito ambiental causar dano direto e específico a
interesse da União ou de suas entidades;
•se o delito atingir apenas interesse genérico e indireto
daqueles entes, a competência será da JE.
•>>CASUÍSTICA>>
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[14] Competência da JE
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[4] Crime do art. 29
•§ 4º. A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
•I. contra *espécie rara ou *considerada ameaçada de
extinção, ainda que somente no local da infração;
•II. em período proibido à caça;
•III. durante a noite;
•IV. com abuso de licença;
•V. em unidade de conservação;
•VI. com emprego de métodos ou instrumentos capazes de
provocar destruição em massa.
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[5] Art. 37
•Necessária diferenciação:
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[8] Crime do art. 31
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[12] Crime do Art. 49
•Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo
ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos [praças,
parques etc.] ou em propriedade privada alheia: Pena. detenção, de
três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
•Obs1: destruir plantas ornamentais de sua própria propriedade.
•Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de 1 a 6 meses, ou
multa. ☟
•Obs2: Inconstitucionalidade: “Em função do princípio da intervenção
mínima, não se pode admitir um tipo penal incriminador que diga respeito a,
por exemplo, maltratar plantas ornamentais de forma culposa, sem qualquer
intenção, mas em virtude de pura negligência. Seria o ápice do abuso do
Estado no intervencionismo na vida privada de cada um.” (Nucci)
•Obs3: Miguel Reale Jr:
•“Para total espanto, admite-se também a forma culposa. Assim,
tropeçar e pisar por imprudência na begônia do jardim do vizinho é
crime.”
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[13] Crime do art. 54
•Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
•resultem ou possam resultar em *danos à saúde humana,
•ou que *provoquem a mortandade de animais ou a *destruição significativa
da flora: Pena. reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
•Trata-se de crime formal e de perigo abstrato?
•“A LCA deve ser interpretada à luz dos princípios do desenvolvimento
sustentável e da prevenção, indicando o acerto da análise que a doutrina e a
jurisprudência têm conferido à parte inicial do art. 54 da Lei n. 9.605/1998,
de que a mera possibilidade de causar dano à saúde humana é idônea a
configurar o crime de poluição, evidenciada sua natureza formal ou, ainda,
de perigo abstrato.” (AgRg no AREsp 956.780/AM, 5ªT.STJ, DJe
05/10/2016). ☟
•“A ausência de indicação do efetivo dano à saúde das pessoas não implica o
reconhecimento de falta de justa causa, porquanto a conduta tipificada no art.
54 da Lei n. 9605/98 se trata de crime formal, que não exige resultado
naturalístico.” (RMS 50.393/PA, 5ªT.STJ, DJe 20/09/2017)
•≠ casos de mortandade de animais ou destruição significativa da flora =
resultado naturalístico (crime material: reclama dano!).
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[14] Crime do art. 54