Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DELEGADO
Bárbara Brasil
Direito Civil
Aula 1
ROTEIRO DE AULA
1- DAS PESSOAS
Direitos Patrimoniais:
Conteúdo econômico.
Direitos Extrapatrimoniais:
PERSONALIDADE:
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.
NASCITURO:
Prosseguindo o julgamento, a Turma decidiu ser incabível a redução da indenização por danos
morais fixada em relação a nascituro filho de vítima de acidente fatal de trabalho, considerando,
sobretudo, a impossibilidade de mensurar-se o sofrimento daquele que, muito mais que os
outros irmãos vivos, foi privado do carinho, assim como de qualquer lembrança ou contato, ainda
que remoto, de quem lhe proporcionou a vida. A dor, mesmo de nascituro, não pode ser
mensurada, conforme os argumentos da ré, para diminuir o valor a pagar em relação aos irmãos
vivos. REsp 931.556-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/6/2008.
➢ Atenção! Não tem direitos patrimoniais. Tem apenas expectativa. Tem que cumprir
condição: nascer com vida.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão;
Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a
liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.
§ 3 o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e
rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.
§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros
legítimos.
• Concepturo é prole eventual. Não é pessoa para a maioria da doutrina. Não titulariza
direitos da personalidade.
NATIMORTO
Não cumpriu a condição nascer com vida. Não titularizou direitos patrimoniais.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
Se for uma P.J. sem fins lucrativos, como a associação e a fundação, o ato constitutivo é estatuto
social. Cartório de Registro de P.J.
Se for com fins lucrativos, como a sociedade, seu ato constitutivo é um contrato social. Registrado
na Junta Comercial.
Direitos da Personalidade são essenciais para a dignidade da pessoa humana que os titalulariza.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Enunciado 286, CJF: “Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa
humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos”
O STJ entende que as Pessoas Jurídicas são titulares de honra objetiva, garantindo a reparação
por dano moral.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
5
Capacidade de DIREITO/GOZO/AQUISIÇÃO
- Capacidade de FATO/EXERCICIO/AÇÃO
Dois requisitos:
1- Maioridade
2- Sanidade
2.1 – INCAPACIDADE
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
7
O absolutamente incapaz não tem discernimento nenhum, então precisa de alguém que o
represente, alguém que substitua a sua vontade.
Enunciado 138, CJF: a vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inciso I do art. 3º é
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a ele concernentes, desde que
demonstre discernimento para tanto.
Não. Por conta da alteração feita pelo estatuto das pessoas com deficiência.
A tomada de decisão e a interdição não são a regra, são exceção, se estritamente necessárias.
“Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.” Lei 13.146-2015
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
8
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal
em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os
filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem
emancipados.
Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens;
havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária.
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)
V - os pródigos.
3 - Nulo x Anulável
Os atos praticados por um absolutamente incapaz sem a presença do seu representante são nulos
– art. 166, I, CC;
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
9
Os atos praticados por um relativamente incapaz sem a presença de seu assistente são anuláveis
– art. 171, I, CC.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
Cuidado: Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou
se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
• NC-UFPR-2007-pc-pr-delegado-de-policia.
“Indivíduo, de 17 anos completos, com total aptidão física e mental, após inquirido pela outra
parte, oculta a idade, fazendo-se passar por pessoa maior e adquire um imóvel financiado pela
Caixa. Esse negócio jurídico é:
b) válido;
Atos que o relativamente incapaz pode praticar sem a presença de seus assistentes e esses atos
serão válidos.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário,
mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis
às obrigações contraídas por menores.
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não
sejam de mera administração.
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
2.2.1 – ESPÉCIES
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
11
1 – EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
- depende do consentimento dos pais, na hipótese de um dos pais estar destituído do poder
familiar o consentimento será do outro;
Se há divergência entre os pais, o juiz decide. Se ambos não querem ou querem, o juiz não
aparece. Se há convergência entre os pais, o juiz não pode decidir.
-registrada no cartório de registro das pessoas naturais – art. 9º, II, CC;
➢ É apenas anulável.
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
2 - EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
- ouvido o tutor;
-necessita de registro no cartório de registro das pessoas naturais – art. 9º, II, CC.
3 – EMANCIPAÇÃO LEGAL
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
12
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
PELO CASAMENTO
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do
art. 1.631.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade
núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade
núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de
2019)
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o
casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença
anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele
e aos filhos aproveitarão.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
13
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração,
sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante
de sentença transitada em julgado.
1 - Conceito: direitos de natureza extrapatrimonial, essenciais para que o ser humano tenha uma
vida digna.
2 - PREMISSAS:
Quanto maior for o rol de direitos da personalidade, mais o indivíduo estará protegido.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Exemplo: hacker diz que conseguiu invadir o celular e tem todos os seus dados e fotos. Se não
pagar um dinheiro irá publicar.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
14
4) Todo dano moral decorre da violação de um direito da personalidade. Mas nem toda
violação de direito da personalidade caracteriza dano moral.
Para que haja o dano moral, a violação do direito da personalidade é o primeiro requisito, mas
por si, não basta. Tem que ser potencializada com o abalo psicológico, que é o dano.
1) INTRANSMISSÍVEIS E INALIENÁVEIS
Só transmite aquilo que tem caráter econômico. Direitos da personalidade não se transmitem.
Art. 11 do CC: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Não se transmite direito da personalidade aos sucessores. Todavia, a partir do momento que o
sujeito falece, os seus sucessores passam a agregar um novo direito da personalidade: memória
do morto. Composto pelo nome, imagem etc. A memória do morto passa a ser protegida por
seus familiares. Por isso, quando um artista falece, a publicação da imagem depende da
autorização dos familiares.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto
grau.
No decorrer de ação de danos, por causa da violação aos direitos da personalidade, falece no
curso da ação.
Art. 943, CC: “o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a
herança.”
2) IRRENUNCIÁVEIS/INDISPONÍVEIS
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico
ou a intervenção cirúrgica.
Exemplo: indivíduo, quando vai para o reality show, permite que um terceiro explore o seu direito
de personalidade. Tanto que dá uma autorização para o programa televisivo divulgar a sua
imagem. Pode a qualquer momento encerrar aquele contrato.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br
16
Enunciado 04 do CJF: O exercício dos direitos da personalidade podem sofrer limitação voluntária.
Desde que não seja permanente nem geral.
Pode ceder o exercício do direito, mas não pode ser de modo eterno. Também não pode fazer de
caráter geral, de forma que prive do exercício.
3) IMPRESCRITÍVEIS
Não pode estabelecer prazo prescricional para o indivíduo proteger o direito a sua personalidade.
Pode ter sido lesionado há vinte anos, não tem prazo prescricional.
Também não se submete a prazos prescricionais porque não tem conteúdo econômico.
Vimos que tem reflexo econômico: dano moral. O Dano moral se submete sim, ao prazo
prescricional.
➢ Qual é o prazo?
Contratual: 10 anos.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Extracontratual: 3 anos.
§ 3 o Em três anos:
EREsp 1.281.594SP, Rel.Min. Benedito Gonçalves, Rel.Acd. Min. Felix Fischer, Corte Especial, por
maioria, julgado em 15/05/2019, DJe23/05/2019.
_____________________________________________________________________________
www.g7juridico.com.br