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DELEGADO
Bárbara Brasil
Direito Civil
Aula 1

ROTEIRO DE AULA

Tema: Parte Geral

1- DAS PESSOAS

O CC classifica os DIREITOS SUBJETIVOS em:

Direitos Patrimoniais:

Conteúdo econômico.

Ex.: Direitos Obrigacionais e Direitos Reais.

Direitos Extrapatrimoniais:

Não tem conteúdo econômico.

Ex.: Direitos da Personalidade.

Pessoa é ser dotado de personalidade.

PERSONALIDADE:

1) Aptidão genérica para titularizar direitos patrimoniais:


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personalidade jurídica/personalidade civil (personalidade em sentido subjetivo).

2) Aptidão genérica para titularizar os direitos da personalidade.

personalidade. (personalidade em sentido objetivo)

Pessoas reguladas dentro do Código Civil:

1- Pessoa Humana: Art. 1º, CC

Conceito: é o ser humano, em si mesmo, independente de cor, raça, sexo ou nacionalidade.

2- Pessoa Jurídica: art. 40, CC

Conceito: é o ente formado por uma coletividade de pessoas ou de bens, dotado de


personalidade jurídica própria servindo de instrumento a serviço de interesses da pessoa
humana.

1.1 – DA PESSOA HUMANA

- Quando que a pessoa humana adquire seus direitos patrimoniais?

Aptidão para titularizar direitos patrimoniais.

Art. 2º, 1ª, parte, CC.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

➢ Atenção! Teoria natalista.

Nascer com vida é respirar autonomamente. Independentemente se é viável, ou o tempo de


sobrevida.

- Quando a pessoa humana adquire seus direitos da personalidade?

Art. 2º, 2ª, parte, CC.

Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

➢ Atenção! Teoria concepcionista.


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DIREITOS DO NASCITURO E DO NATIMORTO.

NASCITURO:

Aquele ente que está concebido mas ainda não nasceu.

ACIDENTE DE TRABALHO. PENSÃO MENSAL. NASCITURO. DANO MORAL.

Prosseguindo o julgamento, a Turma decidiu ser incabível a redução da indenização por danos
morais fixada em relação a nascituro filho de vítima de acidente fatal de trabalho, considerando,
sobretudo, a impossibilidade de mensurar-se o sofrimento daquele que, muito mais que os
outros irmãos vivos, foi privado do carinho, assim como de qualquer lembrança ou contato, ainda
que remoto, de quem lhe proporcionou a vida. A dor, mesmo de nascituro, não pode ser
mensurada, conforme os argumentos da ré, para diminuir o valor a pagar em relação aos irmãos
vivos. REsp 931.556-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 17/6/2008.

➢ Atenção! Não tem direitos patrimoniais. Tem apenas expectativa. Tem que cumprir
condição: nascer com vida.

OBS.1: Direitos patrimoniais conferidos ao nascituro

Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura


da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:

I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão;

Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herança serão confiados, após a
liquidação ou partilha, a curador nomeado pelo juiz.

§ 3 o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe-á deferida a sucessão, com os frutos e
rendimentos relativos à deixa, a partir da morte do testador.

§ 4o Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro
esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros
legítimos.

• Concepturo é prole eventual. Não é pessoa para a maioria da doutrina. Não titulariza
direitos da personalidade.

NATIMORTO

Nasceu morto. Foi concebido, mas no momento do nascimento, nasceu morto.


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Não cumpriu a condição nascer com vida. Não titularizou direitos patrimoniais.

Tem apenas direitos da personalidade.

ENUNCIADO 01 CJF: Ao natimorto são garantidos os mesmos direitos da personalidade do


nascituro, sendo assegurada a proteção ao nome, imagem e sepultura.

➢ Atenção! Cuidado com sepultura na prova. É uma forma de proteger um direito da


personalidade, que é a sua integridade física.

1.2 – PESSOA JURÍDICA

Titulariza direitos patrimoniais:

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.

Se for uma P.J. sem fins lucrativos, como a associação e a fundação, o ato constitutivo é estatuto
social. Cartório de Registro de P.J.

Se for com fins lucrativos, como a sociedade, seu ato constitutivo é um contrato social. Registrado
na Junta Comercial.

Passar a ter autonomia patrimonial.

Há um patrimônio da pessoa jurídica, que é distinto das pessoas que a compõem.

Pessoa Jurídica x Direitos da Personalidade

Direitos da Personalidade são essenciais para a dignidade da pessoa humana que os titalulariza.

Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Não outorgou os direitos da personalidade. Outorgou a proteção dos direitos da personalidade.

Enunciado 286, CJF: “Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à pessoa
humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de tais direitos”

O STJ entende que as Pessoas Jurídicas são titulares de honra objetiva, garantindo a reparação
por dano moral.

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Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

➢ Atenção! Esse não é o entendimento doutrinário.

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANO


MORAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AUSÊNCIA. LEGITIMIDADE ATIVA DO
CONDOMÍNIO. PRETENSÃO EXERCIDA PARA DEFENDER INTERESSE PRÓPRIO. NATUREZA
JURÍDICA DO CONDOMÍNIO. ENTE DESPERSONALIZADO. VIOLAÇÃO DA HONRA OBJETIVA. DANO
MORAL NÃO CONFIGURADO. JULGAMENTO: CPC/15. 1. Ação de indenização por danos materiais
e compensação de dano moral ajuizada em 07/12/2011, da qual foi extraído o presente recurso
especial, interposto em 09/09/2016 e atribuído ao gabinete em 09/10/2017. 2. O propósito
recursal é decidir sobre a negativa de prestação jurisdicional; a legitimidade ativa do condomínio
para pleitear, em favor próprio, a compensação de dano moral; a caracterização do dano moral
do condomínio; o valor da condenação a título compensatório do dano moral. 3. Devidamente
analisadas e discutidas as questões de mérito, e suficientemente fundamentado o acórdão
recorrido, de modo a esgotar a prestação jurisdicional, não há falar em violação dos arts. 489, II,
e 1.022 do CPC/15. 4. O condomínio tem legitimidade ativa para pleitear, em favor próprio,
indenização por dano moral, não podendo fazê-lo em nome dos condôminos. 5. No âmbito das
Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ, prevalece a corrente de que os condomínios são
entes despersonalizados, pois não são titulares das unidades autônomas, tampouco das partes
comuns, além de não haver, entre os condôminos, a affectio societatis, tendo em vista a ausência
de intenção dos condôminos de estabelecerem, entre si, uma relação jurídica, sendo o vínculo
entre eles decorrente do direito exercido sobre a coisa e que é necessário à administração da
propriedade comum.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PROTESTO INDEVIDO. PAGAMENTO EM ATRASO.


DANOS MORAIS. PESSOA JURÍDICA. 1. Ação ajuizada em 14/01/2011. Recurso especial interposto
em 11/02/2015 e atribuído a este gabinete em 25/08/2016. 2. Para a pessoa jurídica, o dano
moral não se configura in re ipsa, por se tratar de fenômeno muito distinto daquele relacionado
à pessoa natural. É, contudo, possível a utilização de presunções e regras de experiência no
julgamento. 3. Afigura-se a ilegalidade no protesto de título cambial, mesmo quando pagamento
ocorre em atraso. 4. Nas hipóteses de protesto indevido de cambial ou outros documentos de
dívida, há forte presunção de configuração de danos morais. Precedentes. 5. Recurso especial
provido. (REsp 1564955/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
06/02/2018, DJe 15/02/2018)

2- PESSOA HUMANA. CAPACIDADE:

Está atrelada a direitos patrimoniais. Direito da personalidade não precisa de capacidade.

Capacidade de DIREITO/GOZO/AQUISIÇÃO

Aptidão para o indivíduo adquirir os seus direitos patrimoniais.


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Começa com o nascimento.

Todo mundo que nasce com vida tem essa capacidade.

Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

- Capacidade de FATO/EXERCICIO/AÇÃO

Aptidão para o indivíduo exercer os seus direitos patrimoniais.

Nem todo mundo tem.

Dois requisitos:

1- Maioridade
2- Sanidade

2.1 – INCAPACIDADE

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

III - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o


discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)

III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de2015) (Vigência)

IV - os pródigos.

O rol foi drasticamente alterado pelo estatuto da pessoa portadora de deficiência.

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Não existe mais absolutamente incapaz pela falta de sanidade.

➢ Qual a diferença entre representante e assistente?

O absolutamente incapaz não tem discernimento nenhum, então precisa de alguém que o
represente, alguém que substitua a sua vontade.

Já o relativamente incapaz, tem manifestação de vontade relevante para o ordenamento jurídico,


mas ela não se basta. Precisa de alguém assistindo, auxiliando. O assistente não substitui a
vontade do incapaz.

Enunciado 138, CJF: a vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inciso I do art. 3º é
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a ele concernentes, desde que
demonstre discernimento para tanto.

Ou seja, em situações existenciais, o incapaz não precisa de representante ou assistente.

PONTOS IMPORTANTES DE INCAPACIDADE

1: O portador de deficiência física é um incapaz?

Não. Por conta da alteração feita pelo estatuto das pessoas com deficiência.

A regra é que o portador de deficiência seja plenamente capaz.

A tomada de decisão e a interdição não são a regra, são exceção, se estritamente necessárias.

“Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.” Lei 13.146-2015

Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:

I - casar-se e constituir união estável;

II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;

III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;

IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;

V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e

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VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em


igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal
em igualdade de condições com as demais pessoas.

2 – Quem fará as vezes de REPRESENTANTE e de ASSISTENTE?

Depende o que está gerando a incapacidade.

Se for a falta da maioridade serão os pais, na falta deles os tutores.

Se for a falta da sanidade, será o assistente o curador.

Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os
filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem
emancipados.

Parágrafo único. Os pais devem decidir em comum as questões relativas aos filhos e a seus bens;
havendo divergência, poderá qualquer deles recorrer ao juiz para a solução necessária.

Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:

I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;

II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)

IV - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

V - os pródigos.

3 - Nulo x Anulável

Os atos praticados por um absolutamente incapaz sem a presença do seu representante são nulos
– art. 166, I, CC;
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Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;

Os atos praticados por um relativamente incapaz sem a presença de seu assistente são anuláveis
– art. 171, I, CC.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

I - por incapacidade relativa do agente;

➢ Atenção! Essa regra não é absoluta.

Cuidado: Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou
se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

• NC-UFPR-2007-pc-pr-delegado-de-policia.

“Indivíduo, de 17 anos completos, com total aptidão física e mental, após inquirido pela outra
parte, oculta a idade, fazendo-se passar por pessoa maior e adquire um imóvel financiado pela
Caixa. Esse negócio jurídico é:

a) nulo, pela falta de representação dos pais desse indivíduo;

b) válido;

c) válido, pela falta de assistência dos pais;

d) anulável, porque realizado com dolo de menor;

e) anulável, por erro sobre a pessoa.”

4 – Validade x Relativamente Incapaz

Atos que o relativamente incapaz pode praticar sem a presença de seus assistentes e esses atos
serão válidos.

Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:

I - os menores de dezesseis anos;

Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário,
mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis
às obrigações contraídas por menores.

• Pode receber poderes, o que não pode é ser mandante.


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Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar
quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não
sejam de mera administração.

• São atos que envolvem disposição patrimonial.

Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno
discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

5 - Quando cessa a incapacidade?

Quando não existir mais a causa que gerou a sua incapacidade.

2.2 – EMANCIPAÇÃO (art. 5º, p. único, CC)

É a antecipação da capacidade civil plena.

Terá capacidade civil plena sem ter os 18 anos completos.

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

2.2.1 – ESPÉCIES

- emancipação voluntária: art. 5º, p. único, inciso I, 1ª parte;

- emancipação judicial: art. 5º, p. único, inciso I, 2ª parte;

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- emancipação legal: art. 5º, p. único, incisos II, III, IV e V, CC.

1 – EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA

- depende do consentimento dos pais, na hipótese de um dos pais estar destituído do poder
familiar o consentimento será do outro;

Se há divergência entre os pais, o juiz decide. Se ambos não querem ou querem, o juiz não
aparece. Se há convergência entre os pais, o juiz não pode decidir.

- menor, no mínimo, 16 anos completo;

-independe de homologação judicial;

-formalizada através de escritura pública (instrumento público);

-registrada no cartório de registro das pessoas naturais – art. 9º, II, CC;

➢ Atenção! É irrevogável. Irretratável.

➢ É apenas anulável.

Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou
impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.

Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a


qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.

2 - EMANCIPAÇÃO JUDICIAL

- concedida pelo juiz;

- menor de no mínimo 16 anos, sob tutela;

- ouvido o tutor;

-necessita de registro no cartório de registro das pessoas naturais – art. 9º, II, CC.

➢ Atenção! Não é averbação, é registro.

3 – EMANCIPAÇÃO LEGAL

Por determinação do legislador.

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

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É o exercício. Não é aprovação no concurso. Não é a nomeação. Não é a posse.

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

Não serve ensino técnico profissionalizante.

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Exemplo: jogador de futebol com 17 anos, na seleção sub 20, no Barcelona.

PELO CASAMENTO

Emancipação é consequência do casamento.

• Idade núbil é 16 anos de idade.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do
art. 1.631.

Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.

Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade
núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade
núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de
2019)

Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o
casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença
anulatória.

§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele
e aos filhos aproveitarão.

§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só


aos filhos aproveitarão.

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Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração,
sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante
de sentença transitada em julgado.

• Casamento putativo não será invalidado.


• Só se anulado o casamento é anulada a emancipação. Se ficar viúvo ou se divorciar,
continua emancipado.

2.3 – DIREITOS DA PERSONALIDADE (art. 11 e segs., CC)

1 - Conceito: direitos de natureza extrapatrimonial, essenciais para que o ser humano tenha uma
vida digna.

2 - PREMISSAS:

1) Todos os direitos da personalidade são direitos fundamentais.

Dos Direitos e Garantias Fundamentais


Art. 5º
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;

2) O rol de direitos da personalidade não é taxativo;

Quanto maior for o rol de direitos da personalidade, mais o indivíduo estará protegido.

Seja na CF art. 5 inc. X, seja no CC, o rol é exemplificativo.

3) Os direitos da personalidade podem ser protegidos tanto da lesão quanto da ameaça de


lesão – art. 12, “caput”, CC.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Exemplo: escrito nome indevidamente no Serasa.

Ou se estiver sendo ameaçado:

Exemplo: hacker diz que conseguiu invadir o celular e tem todos os seus dados e fotos. Se não
pagar um dinheiro irá publicar.

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➢ Tanto através de tutela preventiva, como uma tutela repressiva.

4) Todo dano moral decorre da violação de um direito da personalidade. Mas nem toda
violação de direito da personalidade caracteriza dano moral.

Para que haja o dano moral, a violação do direito da personalidade é o primeiro requisito, mas
por si, não basta. Tem que ser potencializada com o abalo psicológico, que é o dano.

5) O CC regula expressamente 04 direitos da personalidade:

- art. 13/15: direito a integridade física;

- art.16/19: direito ao nome;

-art. 20: imagem e honra;

-art. 21: privacidade.

3 - CARACTERISTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE:

1) INTRANSMISSÍVEIS E INALIENÁVEIS

Só transmite aquilo que tem caráter econômico. Direitos da personalidade não se transmitem.

Art. 11 do CC: Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Não se transmite direito da personalidade aos sucessores. Todavia, a partir do momento que o
sujeito falece, os seus sucessores passam a agregar um novo direito da personalidade: memória
do morto. Composto pelo nome, imagem etc. A memória do morto passa a ser protegida por
seus familiares. Por isso, quando um artista falece, a publicação da imagem depende da
autorização dos familiares.

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar
perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto
grau.

• (tio, sobrinho, primo, irmão)


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Outra situação, é quando foi violada a imagem em vida, por exemplo.

No decorrer de ação de danos, por causa da violação aos direitos da personalidade, falece no
curso da ação.

O direito da personalidade tem reflexo econômico, reflexo patrimonial: o dano moral.

- O direito de se exigir o dano moral decorrente da violação do direito da personalidade se


transmite diante da morte do seu titular?

Art. 943, CC: “o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a
herança.”

Sim, os sucessores podem ingressar no polo da demanda.

- E se ele não ajuizou em vida, podem os sucessores entrar com a ação?

Sim, a lógica é a mesma.

2) IRRENUNCIÁVEIS/INDISPONÍVEIS

Essa indisponibilidade não é absoluta, ela é relativa.

A lei pode autorizar que o indivíduo disponha do seu direito da personalidade.

Mas existem requisitos e limites.

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico
ou a intervenção cirúrgica.

O sujeito pode ceder o exercício do seu direito da personalidade.

Exemplo: indivíduo, quando vai para o reality show, permite que um terceiro explore o seu direito
de personalidade. Tanto que dá uma autorização para o programa televisivo divulgar a sua
imagem. Pode a qualquer momento encerrar aquele contrato.

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Enunciado 04 do CJF: O exercício dos direitos da personalidade podem sofrer limitação voluntária.
Desde que não seja permanente nem geral.

Pode ceder o exercício do direito, mas não pode ser de modo eterno. Também não pode fazer de
caráter geral, de forma que prive do exercício.

3) IMPRESCRITÍVEIS

Não pode estabelecer prazo prescricional para o indivíduo proteger o direito a sua personalidade.

Pode ter sido lesionado há vinte anos, não tem prazo prescricional.

Também não se submete a prazos prescricionais porque não tem conteúdo econômico.

Vimos que tem reflexo econômico: dano moral. O Dano moral se submete sim, ao prazo
prescricional.

➢ Qual é o prazo?

Obs.:1 Contratual x Extracontratual

Contratual: 10 anos.

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Extracontratual: 3 anos.

Art. 206. Prescreve:

§ 3 o Em três anos:

V - a pretensão de reparação civil;

EREsp 1.281.594SP, Rel.Min. Benedito Gonçalves, Rel.Acd. Min. Felix Fischer, Corte Especial, por
maioria, julgado em 15/05/2019, DJe23/05/2019.

Obs.2: É imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral decorrente


de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção. Precedentes citados:
AgRgnoAG1.428.635-BA, Segunda Turma, DJe 9/8/2012; eAgRgno AG1.392.493-RJ, Segunda
Turma, DJe 1/7/2011.REsp1.374.376-CE, Rel.Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013.

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