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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito Civil do preparatório para o 37º exame
da Ordem dos Advogados do Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!
Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância desses temas para sua prova,
então, valerá a pena o nosso esforço durante essas aulas!
Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a leitura e os grifos dos
dispositivos específicos de cada assunto que abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase
da OAB e Concursos) e vamos juntos!
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Direito Civil
3 Fernanda Barretto
DIREITO DA PERSONALIDADE
A personalidade jurídica é a
aptidão genérica para
titularizar direitos e
Projeções biopsíquicas
obrigações na esfera civil.
integrativas da personalidade,
que derivam da cláusula geral
de proteção à pessoa humana
(princípio da dignidade
humana, art. 1º, III, da
CRFB/88).
Base legal: art. 11 a 21 → Rol dos direitos
da personalidade.
➢ Art. 11, CC: esse artigo traz que os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
o A indisponibilidade é relativa e não absoluta. O sujeito poderá dispor dos seus direitos da
personalidade, desde que essa disposição seja específica, limitada temporariamente, e que
não ofenda a dignidade do titular disponente.
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Direito Civil
4 Fernanda Barretto
ATENÇÃO!
➢ Art. 2, CC/02. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro > TEORIA NATALISTA.
➢ Para a prova, a TEORIA NATALISTA é adotada pelo direito brasileiro quanto ao momento
aquisitivo da personalidade, mas o nascituro é protegido pelo direito civil, ainda que não tenha
personalidade jurídica, ainda.
➢ Vejamos alguns exemplos de direitos reconhecidos ao nascituro:
1. VIDA: Proíbe-se o aborto, com exceção das hipóteses do código penal (estupro e risco de
vida da gestante) e a hipótese do STF, que é a anencefalia.
2. ALIMENTOS (LEI 11.804/08): Alimentos gravídicos, que englobam todos os cuidados que
a gestante precisa, como pré-natal, alimentação adequada, etc. Lembre-se que o direito não é
da gestante, mas sim do feto. Para serem conferidos, é necessário que existam indícios
mínimos de paternidade (não é necessário DNA). Esses alimentos não se tratam de pensão
alimentícia. Depois do nascimento, os alimentos gravídicos são convertidos em pensão
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6. SEGURO DPVAT: Pelo STJ, os pais do nascituro têm direito ao seguro DPVAT pela sua
morte, causada por veículo automotor.
7. DANO MORAL: O STJ declarou que o nascituro pode sofrer dano moral, quando há violação
dos seus direitos de personalidade.
➢ Alguns direitos são reconhecidos ao natimorto (aquele que nasceu sem vida; não respirou).
Segundo o enunciado da primeira jornada do direito civil do Conselho da Justiça Federal (CJF), o
natimorto tem direito a:
1) Nome
2) Imagem
3) Sepultura
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6 Fernanda Barretto
➢ Art. 14: o titular pode dispor do próprio corpo para depois da morte, desde que com o objetivo
científico ou altruístico.
Observação: Os transplantes são admitidos no Brasil, seja inter vivos, seja mortis
causa.
Para o transplante em função da morte exige-se a morte cerebral do
doador.
É sempre gratuito, seja entre mortes ou entre vivos.
Entre vivos, só se pode transplantar órgãos dúplices ou regeneráveis.
Transplante pós-morte se admite para todas as partes do corpo e
obedece à fila.
➢ Art. 15: Direito que o paciente tem de ser informado sobre todos os elementos e circunstâncias
relevantes para o seu tratamento médico, já que a lei estabelece, neste artigo, que ninguém pode
ser constrangido a se submeter a tratamento médico ou intervenção cirúrgica com risco de vida
> é o que chamam de consentimento informado.
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8 Fernanda Barretto
➢ Súmula 403, STJ: reconhece o dano moral in re ipsa (contido no próprio ato ofensivo) pela
publicação não-autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
➢ O consentimento para utilização da imagem pode ser expresso ou tácito, como regra geral.
➢ Já o direito a honra, também previsto no art. 20, se subdivide em duas espécies:
a) Honra subjetiva: mais ou menos a ideia de autoestima; o que o sujeito pensa sobre si
mesmo.
b) Honra objetiva: é mais ou menos “fama social”; diz respeito ao que terceiros pensam
sobre a pessoa.
➢ Art. 21: Refere-se a vida privada/privacidade.
a) Intimidade: gostos pessoais; orientações (religiosas, sexuais, política...).
b) Segredo: é mais amplo e engloba os sigilos (bancários, fiscais, telefônicos, de
correspondência etc.).
Observação:
➢ Direito ao esquecimento: Direito que uma pessoa tem de não ser confrontada, no presente,
com atos conectados a ela no passado, verídicos ou não.
o O STF entendeu que é incompatível com a CF/88 a ideia de um direito ao
esquecimento “assim entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do
tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos e publicados em
meios de comunicação social analógicos ou digitais”.
4) EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE:
➢ A extinção ocorre com a morte.
➢ Em regra, temos a morte natural, que é a morte com cadáver, cujo critério é a morte encefálica,
pronunciada via atestado de óbito.
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b) Morte presumida com decretação de ausência: art. 6º, segunda parte + art. 22 a 39, do
CC/02.
o Destina-se ao sujeito que some sem deixar notícias.
o O procedimento de ausência é judicial e trifásico, objetivando a declaração da morte de
quem desapareceu sem deixar notícias:
I. Arrecadação e curadoria dos bens do ausente (art. 22 ao 25, CC/02) – Não tem
prazo para ser iniciada. Só tem finalidade patrimonial > busca alguém para
assumir a função de administrar o patrimônio do ausente, e somente é
necessária se o ausente não tiver deixado representante ou procurador, ou se
esse mandatário não queira ou não possa exercer o mandato. Nessa fase, não
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Atenção: Presume-se a morte quanto aos ausentes nos casos que a lei autoriza
abertura da sucessão definitiva.
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11 Fernanda Barretto
1) João Marcos, renomado escritor, adota, em suas publicações literárias, o pseudônimo Hilton Carrillo,
pelo qual é nacionalmente conhecido. Vítor, editor da Revista “Z”, empregou o pseudônimo Hilton
Carrillo em vários artigos publicados nesse periódico, de sorte a expô-lo ao ridículo e ao desprezo
público. Em face dessas considerações, assinale a afirmativa correta.
A) A legislação civil, com o intuito de evitar o anonimato, não protege o pseudônimo e, em razão
disso, não há de se cogitar em ofensa a direito da personalidade, no caso em exame.
B) A Revista “Z”pode utilizar o referido pseudônimo em uma propaganda comercial, associado a
um pequeno trecho da obra do referido escritor sem expô-lo ao ridículo ou ao desprezo público,
independente da sua autorização.
C) O uso indevido do pseudônimo sujeita quem comete o abuso às sanções legais pertinentes,
como interrupção de sua utilização e perdas e danos.
D) O pseudônimo da pessoa pode ser empregado por outrem em publicações ou representações
que a exponham ao desprezo público, quando não há intenção difamatória.
3) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX -
Primeira Fase
Gumercindo, 77 anos de idade, vinha sofrendo os efeitos do Mal de Alzheimer, que, embora não
atingissem sua saúde física, perturbavam sua memória. Durante uma distração de seu enfermeiro,
conseguiu evadir-se da casa em que residia. A despeito dos esforços de seus familiares, ele nunca foi
encontrado, e já se passaram nove anos do seu desaparecimento. Agora, seus parentes lidam com as
dificuldades relativas à administração e disposição do seu patrimônio. Assinale a opção que indica o
que os parentes devem fazer para receberem a propriedade dos bens de Gumercindo.
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a) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a decretação de sua morte
e a transferência da propriedade dos bens para os herdeiros.
b) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de curador dos bens, e, após
um ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva, com transferência da propriedade dos bens,
só poderá ocorrer depois de dez anos de passada em julgado a sentença que concede a abertura
da sucessão provisória.
c) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de oitenta anos de
idade, e as últimas notícias dele datam de mais de cinco anos.
d) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, por
ele se encontrar desaparecido há mais de dois anos, abrindo-se, assim, a sucessão.
4) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI -
Primeira Fase
André possui um transtorno psiquiátrico grave, que demanda uso contínuo de medicamentos, graças
aos quais ele leva vida normal. No entanto, em razão do consumo de remédios que se revelaram
ineficazes, por causa de um defeito de fabricação naquele lote, André foi acometido de um surto que, ao
privá-lo de discernimento, o levou a comprar diversos produtos caros de que não precisava. Para
desfazer os efeitos desses negócios, André deve pleitear
a) a nulidade dos negócios, por incapacidade absoluta decorrente de enfermidade ou deficiência
mental.
b) a nulidade dos negócios, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade.
c) a anulação do negócio, por causa transitória impeditiva de expressão da vontade.
d) a anulação do negócio, por incapacidade relativa decorrente de enfermidade ou deficiência
mental.
5) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX -
Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA)
Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, se formou no ensino médio. Em agosto de 2012, ainda com
16 anos, começou estágio voluntário em uma companhia local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi
morar com sua namorada. Em julho de 2013, ainda com 17 anos, após ter sido aprovado e nomeado em
um concurso público, Pedro entrou em exercício no respectivo emprego público. Tendo por base o
disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que cessou a incapacidade de Pedro.
a) Dezembro de 2011.
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b) Agosto de 2012.
c) Janeiro de 2013.
d) Julho de 2013.
6) Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX -
Primeira Fase
Cristiano, piloto comercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, ele não consegue
controlar o avião que pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a bordo, desaparece dos radares da torre
de controle pouco antes do tempo previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca,
apenas 10 passageiros foram resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não
estava no rol de sobreviventes e seu corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um advogado
para saber como deverá proceder a partir de agora. Com base no relato apresentado, assinale a
afirmativa correta
a) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de ausência de
Cristiano, a fim de que o juiz, em um momento posterior do processo, possa declarar a sua morte
presumida.
b) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma vez que
apenas o Ministério Público detém legitimidade para tal pedido.
c) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida independentemente de
prévia decretação de ausência, uma vez que esgotadas as buscas e averiguações por parte das
autoridades competentes.
d) A sentença que declarar a morte presumida de Cristiano não deverá fixar a data provável de
seu falecimento, contando-se, como data da morte, a data da publicação da sentença no meio
oficial.
7) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI -
Primeira Fase
Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários
para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam,
para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido:
a) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as
condições do tutelado.
b) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação
judicial.
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GABARITO:
1) C 2) A 3) C 4) C 5) D 6) C 7) A
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CAPACIDADE CIVIL
É a “medida da personalidade”. Aptidão genérica para titularizar
direitos e obrigações.
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16 Fernanda Barretto
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MACETE DO RIA:
Observação 1: O relativamente incapaz precisa ser assistido, sob pena dos atos serem
anulados. Se o absolutamente incapaz pratica ato sem representação, em regra geral, os
atos se tornam nulos, já o relativamente incapaz que pratica atos sem assistência, em
regra geral, terá os atos anulados.
Exceções:
1. Ser testemunha em processo aos 16 anos
2. Celebrar testamento aos 16 anos
3. Votação aos 16 anos
Observação 2: A tomada de decisão apoiada, por sua vez, é instituto trazido pelo EPD
para o art. 1.783, do CC/02, e consiste num processo judicial pela pessoa com deficiência
(capaz) para escolha de, dois ou mais apoiadores, para auxiliá-la nos atos da vida civil.
- A legitimidade ativa é da própria pessoa com deficiência.
- Se houver conflito entre a opinião dos apoiadores e do apoiado, a decisão será do
juiz.
- Instituto que precisa de processo judicial (não pode ser feito em cartório).
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Observação 5: A pessoa com deficiência é livre para casar, viver em união estável e
decidir ter ou não prole.
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EMANCIPAÇÃO
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Atenção!
Quanto ao casamento, segundo o art. 1517 do CC/02, a idade núbil é de 16 anos,
porém, o CC/02 previa no art. 1.520 duas exceções que autorizavam,
possivelmente, o casamento para menores de 16 anos.
A Lei 13.811/2019, revogou essas duas hipóteses, que eram:
- Casamento em função de gravidez, tanto da menina, como do rapaz
que engravidou alguém;
- Casamento para evitar imposição ou cumprimento de penal criminal.
Observações:
➢ A emancipação só produz efeitos civis, ou seja, não altera a maioridade
penal; o menor emancipado continua, caso cometa delito, sujeito ao ECA e
não ao Código Penal.
➢ Emancipação não retroage, porém, se o casamento for nulo, por exemplo, a
maioria da doutrina pontua que a emancipação não se implementou.
1) Márcia, adolescente com 17 anos de idade, sempre demonstrou uma maturidade muito superior à
sua faixa etária. Seu maior objetivo profissional é o de tornar-se professora de História e, por isso,
decidiu criar um canal em uma plataforma on-line, na qual publica vídeos com aulas por ela própria
elaboradas sobre conteúdos históricos. O canal tornou-se um sucesso, atraindo multidões de jovens
seguidores e despertando o interesse de vários patrocinadores, que começaram a procurar a jovem,
propondo contratos de publicidade. Embora ainda não tenha obtido nenhum lucro com o canal, Márcia
está animada com a perspectiva de conseguir custear seus estudos na Faculdade de História se
conseguir firmar alguns desses contratos. Para facilitar as atividades da jovem, seus pais decidiram
emancipá-la, o que permitirá que celebre negócios com futuros patrocinadores com mais agilidade.
Sobre o ato de emancipação de Márcia por seus pais, assinale a afirmativa correta.
A) Depende de homologação judicial, tendo em vista o alto grau de exposição que a adolescente
tem na internet.
B) Não tem requisitos formais específicos, podendo ser concedida por instrumento particular.
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21 Fernanda Barretto
2) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários
para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação.
Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido:
A) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as
condições do tutelado.
B) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação
judicial.
C) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário
procedimento judicial.
D) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas
naturais.
GABARITO:
1) C 2) A
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Relação entre
Credor e Devedor
Sinônimos
Prestação = Obrigação
Adimplemento = Cumprir
Inadimplemento = Não cumprir
OBRIGAÇÃO DE DAR
I. Coisa certa
Devedor assume a responsabilidade de entregar com as especificações corretas.
Toda vez que a coisa se perder ou se desgastar sem culpa do devedor não tem direito
a indenização. A obrigação foi resolvida.
Toda vez que a coisa se perder ou se desgastar com culpa do devedor tem direito a
indenização. A obrigação continua, cobra-se o Valor da coisa + Indenização.
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23 Fernanda Barretto
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
Se fala em restituição se o objeto/bem já pertencer ao credor antes da obrigação.
Na obrigação de restituir coisa certa se a coisa se perde sem culpa do devedor ele não
tem o dever de indenizar, mas deve pagar os eventuais créditos pretéritos ao credor.
Nos outros casos a forma é igual a obrigação de dar!
Observações:
Perecimento = Perda da coisa
Deterioração da coisa = Desgaste da coisa
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
▪ Solidariedade Passiva – Na condição de devedores solidários poder exigir a dívida de cada um ou
cobrar apenas de um. O que for escolhido para pagar unicamente pode cobrar dos outros devedores
solidários (direito de regresso).
▪ Solidariedade Ativa – todos os credores solidários podem exigir a dívida toda ou apenas um credor
pode exigir a dívida. O devedor pode pagar a dívida toda apenas a um e esse repassa.
Observação:
Solidariedade não se presume. Ou está previsto na lei ou no contrato. Em caso de pagamento
parcial feito por um devedor solidário o saldo pode ser cobrado dos demais
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OBRIGAÇÃO DE MEIO
▪ Deve empreender todos os esforços, mas não existe garantia de resultado, não tem obrigação de
indenização.
▪ É diferente da Obrigação de Resultado, onde o não cumprimento da obrigação gera indenização).
OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
▪ Sem culpa não existe indenização, com culpa existe indenização.
1. Obrigação de Fazer
1.1. Fungível – em caso de urgência independente de autorização judicial o credor pode mandar
executar ou pode mandar executar por terceiros – sendo ressarcido.
1.2. Infungível – em caso de urgência só pode ser praticado por ele mesmo.
1) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado XXVII
- Primeira Fase
Renata financiou a aquisição de seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando pontualmente todas as
prestações. Entretanto, a recente perda de seu emprego fez com que não conseguisse manter em dia a
dívida, tendo deixado de pagar, justamente, as duas Últimas prestações (35ª e 36ª). O banco que
financiou a aquisição, diante do inadimplemento, optou pela resolução do contrato. Tendo em vista o
pagamento das 34 parcelas anteriores, pode-se afirmar que a condutada instituição financeira viola o
princípio da boa-fé, em razão do(a)
A) dever de mitigar os próprios danos
B) proibição de comportamento contraditório (venire contra factum proprium)
C) adimplemento substancial.
D) dever de informar.
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI
- Primeira Fase
Paula é credora de uma dívida de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por Marcos, Vera, Teresa,
Mirna, Júlio, Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de mútuo que a todos aproveita. Antes do
vencimento da dívida, Paula exonera Vera e Mirna da solidariedade, por serem amigas de longa data.
Dois meses antes da data de vencimento, Júlio, em razão da perda de seu emprego, de onde provinha
todo o sustento de sua família, cai em insolvência. Ultrapassada a data de vencimento, Paula decide
cobrar a dívida. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o nosso ordenamento
jurídico não permite renunciar a solidariedade de somente alguns dos devedores.
B) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida e,
posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. A parte de Júlio será rateada
entre todos os devedores solidários, inclusive Vera e Mirna.
C) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral da dívida e,
posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes, inclusive Júlio.
D) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida e,
posteriormente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. A parte de Júlio será rateada entre
todos os devedores solidários, com exceção de Vera.
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3) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV
- Primeira Fase
André, Mariana e Renata pegaram um automóvel emprestado com Flávio, comprometendo-se
solidariamente a devolvê-lo em quinze dias. Ocorre que Renata, dirigindo acima do limite de velocidade,
causou um acidente que levou à destruição total do veículo. Assinale a opção que apresenta os direitos
que Flávio tem diante dos três.
A) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, mais perdas e danos.
B) Pode exigir, de qualquer dos três, o equivalente pecuniário do carro, mas só pode exigir perdas
e danos de Renata.
C) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário do carro e das perdas e
danos.
D) Pode exigir, de cada um dos três, um terço do equivalente pecuniário do carro, mas só pode
exigir perdas e danos de Renata.
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXII
- Primeira Fase
Antônio, vendedor, celebrou contrato de compra e venda com Joaquim, comprador, no dia 1º de
setembro de 2016, cujo objeto era um carro da marca X no valor de R$ 20.000,00, sendo o pagamento
efetuado à vista na data de assinatura do contrato. Ficou estabelecido ainda que a entrega do bem seria
feita 30 dias depois, em 1º de outubro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, domicílio do vendedor.
Contudo, no dia 25 de setembro, uma chuva torrencial inundou diversos bairros da cidade e o carro foi
destruído pela enchente, com perda total. Considerando a descrição dos fatos, Joaquim
A) não faz jus à devolução do pagamento de R$ 20.000,00.
B) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, vendedor, não teve
culpa.
C) terá direito à devolução de 50% do valor, tendo em vista que Antônio, vendedor, teve culpa.
D) terá direito à devolução de 100% do valor, pois ainda não havia ocorrido a tradição no
momento do perecimento do bem.
5) Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2016 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XX -
Primeira Fase
Paulo, João e Pedro, mutuários, contraíram empréstimo com Fernando, mutuante, tornando-se, assim,
devedores solidários do valor total de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Fernando, muito amigo de Paulo,
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GABARITO
1) C 2) B 3) B 4) D 5) B
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28 Fernanda Barretto
➢ Para o direito civil – Não pode ser reconhecido de oficio, a desconsideração não extingue a
empresa.
• Insolvência da PJ
• Abuso da personalidade
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DOMICÍLIO
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31 Fernanda Barretto
1) Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2016 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XIX
- Primeira Fase
Júlia, casada com José sob o regime da comunhão universal de bens e mãe de dois filhos, Ana e João, fez
testamento no qual destinava metade da parte disponível de seus bens à constituição de uma fundação
de amparo a mulheres vítimas de violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os bens
destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a finalidade pretendida por Júlia,
que, por sua vez, nada estipulou em seu testamento caso se apresentasse a hipótese de insuficiência de
bens. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos
integralmente entre Ana e João.
B) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre José, Ana e João.
C) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha propósito igual ou semelhante
ao amparo de mulheres vítimas de violência obstétrica.
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32 Fernanda Barretto
2) Ano: 2014 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2014 – OAB – Exame de Ordem Unificado XV -
Tipo1 - Branca
Paulo foi casado, por muitos anos, no regime da comunhão parcial com Luana, até que um
desentendimento deu início a um divórcio litigioso. Temendo que Luana exigisse judicialmente metade
do seu vasto patrimônio, Paulo começou a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da
qual é sócio e passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, apenas a
casa em que morava com ela. Acerca do assunto, marque a opção correta:
A) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a todo cidadão defender
sua propriedade, em especial de terceiros de má-fé
B) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade nos casos de desvio de
finalidade ou confusão patrimonial, mas não o contrário, de modo que não há nada que Luana
possa fazer para retomar os bens comunicáveis.
C) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade jurídica”
encontra aplicação em outros ramos do direito e da legislação, é correto afirmar que os
parâmetros adotados pelo Código Civil constituem a Teoria Menor, que exige menos requisitos
D) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com
patrimônio particular em nome da sociedade, é possível atingir o patrimônio da sociedade, ao
que se dá o nome de “desconsideração inversa
ou invertida'', de modo como matrimoniais e comunicáveis.
GABARITO
1) C 2) D
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33 Fernanda Barretto
Segundo Pontes de Miranda, os Fatos Jurídicos são todos os fatos com potencial de gerar efeitos
jurídicos.
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34 Fernanda Barretto
2. DEFEITOS DO NEGÓCIO
➢ O negócio jurídico, para Pontes de Miranda, deve ser estudado em planos, fazendo uso da Teoria
da Escada Ponteana.
Eficácia
- Condição
Validade - Termo
- Consequências do
- Capacidade do
inadimplemento
agente
(juros, multa,
Existência
- Liberdade (da perdas e danos)
vontade ou
- Agente - Outros elementos
consentimento
- Vontade
- Ilicitude,
- Objeto possibilidade (do
(Efeitos do negócio)
- Forma objeto);
- Adequação
(Pressupostos do negócio)
(Requisitos de validade)
PLANO DE EXISTÊNCIA:
→ Plano dos pressupostos do negócio jurídico.
→ Precisa ter agente, objeto, forma, e, se for um ato humano, precisa ter manifestação de vontade.
PLANO DA EFICÁCIA:
→ É o plano dos elementos acidentais, que são aqueles que não são obrigatórios; impactam os
efeitos do negócio jurídicos.
o Condição: art. 121 a 130, do CC – Depende de evento futuro e incerto.
o Termo: (art. 131 a 135, CC) – Evento futuro e certo, ou seja, há certeza de que irá ocorrer.
O termo pode ser uma data, ou um marco.
o Encargo: art. 136 e 137 do CC – Traz um ônus relacionado com uma liberalidade.
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35 Fernanda Barretto
PLANO VALIDADE:
→ É o plano dos requisitos, que nada mais são que os pressupostos de existência qualificados, ou
seja, o legislador acrescenta a eles qualidades que precisam ser cumpridas.
a) O agente precisa ser capaz (art. 3º e 4º do CC).
b) Objeto lícito, possível (física e juridicamente).
c) Determinado ou determinável;
d) Forma prescrita = prevista ou não defesa em lei (permitida mesmo não prevista);
e) Manifestação de vontade precisa ser livre e desembaraçada.
4) VÍCIOS EM ESPÉCIE
→ Erro (138 a 144, CC): trata-se do autoengano, auto equívoco. Quem erra, erra sozinho, não é levado
a errar.
O erro, para anular o negócio, precisa ser substancial, ou seja, o erro decisivo, importante.
É aquele que se a pessoa soubesse da verdade, da realidade, não estivesse equivocada, a teria
impedido de celebrar o contrato.
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37 Fernanda Barretto
Art. 143, CC: erro de cálculo não autoriza anulação, mas apenas
correção.
Atenção!! Erro substancial é o oposto de erro acidental. Erro acidental é aquele de pouca
relevância, não decisivo em que, caso soubesse que está equivocada, ainda assim celebraria. Ou
seja, não impediria a celebração do negócio.
→ Dolo (art. 145, CC): é o “dolo” provocado por outrem, maliciosamente induzido. O dolo também
precisa ser substancial para ser causa de anulação.
O dolo acidental não anula negócio; o negócio é válido. Ele só obriga a satisfação de perdas e danos,
ou seja, no prejuízo que o dolo provocar à vítima.
Art. 147: o Código Civil atual reconhece não só o dolo comissivo, mas também o dolo omissivo ou de
reticências, que é o dolo pela omissão de uma informação importante para a outra parte, desde que essa
omissão seja intencional.
A base desse artigo é a boa-fé objetiva.
O dolo também pode ser praticado por terceiros e não apenas pelas partes envolvidas no negócio. →
Dolo de terceiro:
a) Geral, de terceiro não representante: o negócio jurídico anula ou não o negócio? Depende.
O negócio jurídico será anulável se a parte beneficiária sabia ou deveria saber do dolo. D
contrário, o negócio jurídico é válido e o terceiro que agiu com dolo responde sozinho pelas
perdas e danos sofridos pela parte prejudicada.
b) Dolo de terceiro representante: sempre anula o negócio jurídico.
- Dolo de terceiro representante legal: a parte beneficiada só responde no limite do seu
proveito.
- Dolo do representante convencional: haverá solidariedade na responsabilidade entre
representante e representado.
Art. 150 do CC: Dolo bilateral, também chamado de recíproco. Se as partes agem com dolo, ninguém
pode anular negócio, nem pedir perdas e danos. Um dolo neutraliza o outro.
→ Coação é a ameaça para celebração de negócio. A ameaça pode se dirigir a pessoa coagida, a sua
família, ou aos seus bens.
No caso da coação, ela também pode ser exercida por terceiros, e o negócio será anulável se a parte
beneficiada pela coação sabia ou devia ter conhecimento da coação. E neste caso haverá
responsabilidade solidária entre o autor da coação (coator) e a parte beneficiada pela coação. Do
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38 Fernanda Barretto
→ Fraude contra credores ocorre quando o devedor desfalca maliciosa seu patrimônio com o objetivo
de não mais garantir o pagamento de suas dívidas/credores.
Os requisitos são:
I. “Eventus Damini”, que é o evento danoso, lesivo (elemento objetivo);
II. “Concilium Fraudia”, que é o conluio fraudulento, má-fé, que une as partes celebrante de um
negócio fraudulento (elemento subjetivo).
Embora, a regra, seja a presença dos dois elementos para que a fraude se configure, há hipóteses em
que o código civil presume o conluio, ou seja, em que não é necessário prová-lo. São elas:
a) os negócios de transmissão gratuita de bens (art. 158, CC – Ex.: doação);
b) remissão de dívidas (também previsto no art. 158, CC);
c) art. 163 do CC, concessão de garantias de dívidas que o devedor insolvente dê a algum
credor já durante a sua insolvência presumem-se fraudulentas.
Remissão = perdão.
Remição = “resgate”.
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39 Fernanda Barretto
Atenção: o art. 158 do CC estabelece que serão também anuláveis por fraude contra credores os
contratos onerosos que o devedor insolvente celebrar quando a insolvência for notória ou houver
motivo para ser conhecida do outro contratante.
Ao contrário das presunções de conluio fraudulento, o art. 164 do CC, traz uma hipótese de presunção
de negócio jurídico de boa-fé, celebrado pelo devedor insolvente.
A ação para desconstituir a fraude contra credores é chamada de Ação Pauliana (art. 161, CC), ou
revocatória, que é tão somente uma ação desconstituitiva, anulatória.
- A legitimidade passiva dessa ação é do devedor insolvente, a pessoa que com ele contrata ou
terceiros adquirentes que ajam precedidos de má-fé.
O art. 165 do CC estebelece que, julgada procedente uma ação Pauliana, ou seja, anulado o negócio
fraudulento, a vantagem resultante (=benefício econômico), não necessariamente irá beneficiar o autor
da ação (o credort que movimentou a justiça). Essa vantagem se reverterá em vantagem do acervo sob
o qual deve se realizar o concurso de credores.
- Essa posição legal é criticada por parte da doutrina e há até decisões do STJ antigas em sentindo
contrário, no sentido que o negócio seria ineficaz e não anulável.
1) Ano: 2018 - Banca: FGV – Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVII
- Primeira Fase
Arnaldo foi procurado por sua irmã Zulmira, que lhe ofereceu R$ 1 milhão para adquirir o apartamento
que ele possui na orla da praia. Receoso, no entanto, que João, o locatário que atualmente ocupa o imóvel
e por quem Arnaldo nutre profunda antipatia, viesse a cobrir a oferta, exercendo seu direito de
preferência, propôs a Zulmira que constasse da escritura o valor de R$ 2 milhões, ainda que a totalidade
do preço não fosse totalmente paga. Realizado nesses termos, o negócio
A) pode ser anulado no prazo decadencial de dois anos, em virtude de dolo.
B) é viciado por erro, que somente pode ser alegado por João.
C) é nulo em virtude de simulação, o que pode ser suscitado por qualquer interessado.
D) é ineficaz, em razão de fraude contra credores, inoponíveis seus efeitos perante João.
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40 Fernanda Barretto
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXVI
- Primeira Fase
A cidade de Asa Branca foi atingida por uma tempestade de grandes proporções. As ruas ficaram
alagadas e a população sofreu com a inundação de suas casas e seus locais de trabalho. Antônio, que
tinha uma pequena barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo triplo
do preço que normalmente seria cobrado, tendo em vista a premente necessidade dos moradores de
recorre a esse tipo de transporte. Nesse caso, em relação ao citado negócio jurídico, ocorreu
A) estado de perigo.
B) dolo.
C) lesão.
D) erro.
3) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIV
- Primeira Fase
Eduardo comprometeu-se a transferir para Daniela um imóvel que possui no litoral, mas uma cláusula
especial no contrato previa que a transferência somente ocorreria caso a cidade em que o imóvel se
localiza viesse a sediar, nos próximos dez anos, um campeonato mundial de surfe. Depois de realizado
o negócio, todavia, o advento de nova legislação ambiental impôs regras impeditivas para a realização
do campeonato naquele local. Sobre a incidência de tais regras, assinale a afirmativa correta.
A) Daniela tem direito adquirido à aquisição do imóvel, pois a cláusula
especial configura um termo.
B) Prevista uma condição na cláusula especial, Daniela tem direito adquirido à aquisição do
imóvel.
C) Há mera expectativa de direito à aquisição do imóvel por parte de Daniela, pois a cláusula
especial tem natureza jurídica de termo.
D) Daniela tem somente expectativa de direito à aquisição do imóvel, uma vez que há uma
condição na cláusula especial.
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII
- Primeira Fase
Em um bazar beneficente, promovido por Júlia, Marta adquiriu um antigo faqueiro, praticamente sem
uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem nada
perguntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente
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41 Fernanda Barretto
5) Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2016 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXI
- Primeira Fase
Durante uma viagem aérea, Eliseu foi acometido de um mal súbito, que demandava atendimento
imediato. O piloto dirigiu o avião para o aeroporto mais próximo, mas a aterrissagem não ocorreria a
tempo de salvar Eliseu. Um passageiro ofereceu seus conhecimentos médicos para atender Eliseu, mas
demandou pagamento bastante superior ao valor de mercado, sob a alegação de que se encontrava de
férias. Os termos do passageiro foram prontamente aceitos por Eliseu. Recuperado do mal que o atingiu,
para evitar a cobrança dos valores avençados, Eliseu pode pretender a anulação do acordo firmado com
o outro passageiro, alegando
A) erro.
B) dolo.
C) coação.
D) estado de perigo.
GABARITO
1) C 2) C 3) D 4) B 5) D
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42 Fernanda Barretto
RESPONSABILIDADE CIVIL
Indenizar é dever jurídico secundário, que surge pela violação de um dever jurídico primário,
presente na lei ou no contrato.
Normalmente, decorre de um ato ilícito, mas cabem exceções, como nos casos:
a) Dano decorrente de estado de necessidade (art. 188 + art. 929 e 930 do CC/02) > mesmo sendo
ato lícito, há o dever de indenizar.
b) Dano ambiental.
c) Dano nuclear.
b) Responsabilidade Objetiva (art. 187 + art. 927, caput e parágrafo único, CC/02):
Conduta + Dano + Nexo Causal.
- Não é necessário discutir culpa para se configurar o dever de indenizar.
- Dano por ato ilícito objetivo deve ser indenizado.
- O art. 927 afirma que fica obrigado a indenizar aquele que comete ilícito objetivo,
nos casos:
i) determinação do juiz.
ii) responsabilidade objetiva por previsão legal > responsabilidade no
âmbito do CDC, responsabilidade por danos ambientais e nucleares,
responsabilidade por dano de animal, responsabilidade por propriedade
predial e suas ruínas, etc.
iii) também possui responsabilidade de nindenizar por fato de terceiro >
responsabilidade dos pais por atos dos filhos menores, responsabilidade do
tutor e do curador por atos dos pupilos e curatelados que estiverem sob sua
autoridade e companhia, responsabilidade do empregador por seus
empregados, responsabilidade dos donos de hotéis por seus hospedes, etc.
2) INDENIZAÇÃO
➢ Art. 944, CC/02: A indenização mede-se pela extensão do dano.
o Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
➢ Art. 948, CC/02: No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras
reparações, no pagamento de despesas com tratamento da vítima, funeral e luto da família e
prestação de alimentos a quem o morto os devia, considerando a duração provável da vida
da vítima.
➢ Art. 949, CC/02: Trata da indenização por ofensa à saúde. A indenização abarca despesas
com o tratamento e lucros cessantes, até o fim da convalescença do doente, sem prejuízo de
outros valores que o ofendido prove ter sofrido.
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44 Fernanda Barretto
CONTRATOS
1) PRINCÍPIOS
→ Autonomia de vontade privada
→ Liberdade contratual
→ Força obrigatória = “Pacta sunt Servanda”
→ Relatividade dos efeitos
4) VICIO REDIBITÓRIO – Defeito oculto na coisa que lhe desnatura a utilidade ou lhe diminui o valor.
Só se pode arguir vicio redibitório em contratos onerosos e comutativos, mas o parágrafo do Art. 441
estabelece que também se aplica as doações onerosas (é contrato gratuito, mas com encargo).
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46 Fernanda Barretto
Observação:
→ Para ter direito a garantia ao prazo legal o adquirente tem o dever de denunciar ao alienante o
aparecimento do defeito dos 30 dias após o seu descobrimento.
→ Enquanto o vício redibitório é uma garantia legal por um defeito do próprio bem alienado a
evicção é uma garantia legal por defeito na transmissão do bem, só incide em contratos onerosos,
mas o Art. 447 ressalta que a garantia subsistira mesmo que a aquisição tenha se dado em hasta
publica
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX -
Primeira Fase
Márcia transitava pela via Pública, tarde da noite, utilizando uma bicicleta que lhe fora emprestada por
sua amiga Lúcia. Em certo momento, Márcia ouviu gritos oriundos de uma rua transversal e, ao se
aproximar, verificou que um casal discutia violentamente. Ricardo, em estado de FÚria e munido de
uma faca, desferia uma série de ofensas à sua esposa Janaína e a ameaçava de agressão física. De modo
a impedir a violência iminente, Márcia colidiu com a bicicleta contra Ricardo, o que foi suficiente para
derrubá-lo e impedir a agressão, sem que ninguém saísse gravemente ferido. A bicicleta, porém, sofreu
uma avaria significativa, de tal modo que o reparo seria mais caro do que adquirir uma nova, de modelo
semelhante. De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) Lúcia não poderá ser indenizada pelo dano material causado à bicicleta.
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47 Fernanda Barretto
2) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV
- Primeira Fase
Marcos caminhava na rua em frente ao Edifício Roma quando, da janela de um dos apartamentos da
frente do edifício, caiu uma torradeira elétrica, que o atingiu quando passava. Marcos sofreu fratura do
braço direito, que foi diretamente atingido pelo objeto, e permaneceu seis semanas com o membro
imobilizado, impossibilitado de trabalhar, até se recuperar plenamente do acidente. À luz do caso
narrado, assinale a afirmativa correta.
A) O condomínio do Edifício Roma poderá vir a ser responsabilizado pelos danos causados a
Marcos, com base na teoria da causalidade alternativa.
B) Marcos apenas poderá cobrar indenização por danos materiais e morais do morador do
apartamento do qual caiu o objeto, tendo que comprovar tal fato.
C) Marcos não poderá cobrar nenhuma indenização a título de danos materiais pelo acidente
sofrido, pois não permaneceu com nenhuma incapacidade permanente.
D) Caso Marcos consiga identificar de qual janela caiu o objeto, o respectivo morador poderá
alegar ausência de culpa ou dolo para se eximir de pagar qualquer indenização a ele.
3) Ano: 2018 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2018 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXV
- Primeira Fase
João, empresário individual, é titular de um estabelecimento comercial que funciona em loja alugada
em um shopping-center movimentado. No estabelecimento, trabalham o próprio João, como gerente,
sua esposa, como caixa, e Márcia, uma funcionária contratada para atuar como vendedora. Certo dia,
Miguel, um fornecedor de produtos da loja, quando da entrega de uma encomenda feita por João, foi
recebido por Márcia e sentiu-se ofendido por comentários preconceituosos e discriminatórios
realizados pela vendedora. Assim, Miguel ingressou com ação indenizatória por danos morais em face
de João.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
A) João não deve responder pelo dano moral, uma vez que não foi causado direta e
imediatamente por conduta sua.
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48 Fernanda Barretto
4) Ano: 2017 - Banca: FGV - Órgão: OAB - Prova: FGV – 2017 – OAB – Exame de Ordem Unificado – XXIII
- Primeira Fase
Juliana, por meio de contrato de compra e venda, adquiriu de Ricardo, profissional liberal, um carro
seminovo (30.000km) da marca Y pelo preço de R$ 24.000,00. Ficou acertado que Ricardo faria a
revisão de 30.000km no veículo antes de entregá-lo para Juliana no dia 23 de janeiro de 2017. Ricardo,
porém, não realizou a revisão e omitiu tal fato de Juliana, pois acreditava que não haveria qualquer
problema, já que, aparentemente, o carro funcionava bem. No dia 23 de fevereiro de 2017, Juliana sofreu
acidente em razão de defeito no freio do carro, com a perda total do veículo. A perícia demostrou que a
causa do acidente foi falha na conservação do bem, tendo em vista que as pastilhas do freio não tinham
sido trocadas na revisão de 30.000km, o que era essencial para a manutenção do carro.
Considerando os fatos, assinale a afirmativa correta.
A) Ricardo não tem nenhuma responsabilidade pelo dano sofrido por Juliana (perda total do
carro), tendo em vista que o carro estava aparentemente funcionando bem no momento da
tradição.
B) Ricardo deverá ressarcir o valor das pastilhas de freio, nada tendo a ver como acidente sofrido
por Juliana.
C) Ricardo é responsável por todo o dano sofrido por Juliana, com a perda total do carro, tendo
em vista que o perecimento do bem foi devido a vício oculto já existente ao tempo da tradição.
D) Ricardo deverá ressarcir o valor da revisão de 30.000km do carro, tendo em vista que ela não
foi realizada conforme previsto no contrato.
GABARITO:
1) D 2) A 3) D 4) C
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49 Fernanda Barretto
POSSE
A teoria subjetiva foi lembrada nas hipóteses de Usucapião, pois, nenhuma Usucapião existe sem a
presença de “aninums domini”.
POSSE X DETENÇÃO
a) Exemplo: Famulo / Gestor / Administrador da posse – Empregados domésticos, motorista,
gerente da fazenda. (Art. 1198, CC)
b) Mero detentor por ato de permissão ou tolerância. Exemplo: Vizinho que estaciona na vaga do
outro.
c) Mera detenção por atos violentos ou clandestinos – Durante uma tentativa de esbulho com
violência ou clandestinidade enquanto dura o ato violento ou ato de clandestinidade não há
posse e sim detenção.
d) Mera Detenção da coisa pública
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50 Fernanda Barretto
1) CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
I. Compossuidores (Art. 1.199 do CC) –
Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela
atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Exemplo: Casal locatário de um apartamento, composse dos herdeiros (cada um
dos compossuidores pode defender o todo da coisa contra atos de terceiros)
Observação:
➢ O justo título faz presumir a boa-fé, presunção essa relativa.
➢ Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
aquisição da coisa.
o Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo
prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
3) EFEITOS DA POSSE
I. Frutos (art. 1.214 do CC)
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
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51 Fernanda Barretto
Atenção!!
➢ É possível compensar o valor das benfeitorias com indenização por
responsabilidade civil devida pelo possuidor (art. 1221 do CC).
➢ O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor
de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo;
ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual (art. 1222 do CC).
4) PROTEÇÃO DA POSSE
4.1. Proteção Penal / Legitima Defesa da Posse / Desforço Incontinente – Art. 1210, § 1, CC
O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
o § 1. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua
própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
1) Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX -
Primeira Fase
Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe vendeu o
imóvel a preço de mercado. A escritura e o registro foram realizados de maneira usual. Em 05/09/2005,
o imóvel foi alugado, e Aloísio passou a receber mensalmente o valor de R$ 3.000,00 pela locação, por
um período de 6 anos. Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação reivindicatória movida por
Elisabeth, que pleiteia a retomada do imóvel e a devolução de todos os valores recebidos por Aloísio a
título de locação, desde o momento da sua celebração. Uma vez que Elisabeth é judicialmente
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53 Fernanda Barretto
2) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII -
Primeira Fase
À vista de todos e sem o emprego de qualquer tipo de violência, o pequeno agricultor Joventino adentra
terreno vazio, constrói ali sua moradia e uma pequena horta para seu sustento, mesmo sabendo que o
terreno é de propriedade de terceiros. Sem ser incomodado, exerce posse mansa e pacífica por 2 (dois)
anos, quando é expulso por um grupo armado comandado por Clodoaldo, proprietário do terreno, que
só tomou conhecimento da presença de Joventino no imóvel no dia anterior à retomada.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
A) Como não houve emprego de violência, Joventino não pode ser considerado esbulhador.
B) Clodoaldo tem o direito de retomar a posse do bem mediante o uso da força com base no
desforço imediato, eis que agiu imediatamente após a ciência do ocorrido.
C) Tendo em vista a ocorrência do esbulho, Joventino deve ajuizar uma ação possessória contra
Clodoaldo, no intuito de recuperar a posse que exercia.
D) Na condição de possuidor de boa-fé, Joventino tem direito aos frutos e ao ressarcimento das
benfeitorias realizadas durante o período de exercício da posse.
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54 Fernanda Barretto
3) Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI -
Primeira Fase
Mediante o emprego de violência, Mélvio esbulhou a posse da Fazenda Vila Feliz. A vítima do esbulho,
Cassandra, ajuizou ação de reintegração de posse em face de Mélvio após um ano e meio, o que impediu
a concessão de medida liminar em seu favor. Passados dois anos desde a invasão, Mélvio teve que trocar
o telhado da casa situada na fazenda, pois estava danificado. Passados cinco anos desde a referida obra,
a ação de reintegração de posse transitou em julgado e, na ocasião, o telhado colocado por Mélvio já se
encontrava severamente danificado. Diante de sua derrota, Mélvio argumentou que faria jus ao direito
de retenção pelas benfeitorias erigidas, exigindo que Cassandra o reembolsasse. A respeito do pleito de
Mélvio, assinale a afirmativa correta.
A) Mélvio não faz jus ao direito de retenção por benfeitorias, pois sua posse é de má-fé e as
benfeitorias, ainda que necessárias, não devem ser indenizadas, porque não mais existiam
quando a ação de reintegração de posse transitou em julgado.
B) Mélvio é possuidor de boa-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo
ser indenizado por Cassandra com base no valor delas.
C) Mélvio é possuidor de má-fé, não fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias, mas deve
ser indenizado por Cassandra com base Np valor delas.
D) Mélvio é possuidor de má-fé, fazendo jus ao direito de retenção por benfeitorias e devendo
ser indenizado pelo valor atual delas.
GABARITO
1) C 2) C 3) A
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55 Fernanda Barretto
DIREITO DE FAMÍLIA
Atenção!
➢ A lei e a jurisprudência majoritária não reconhecem as famílias poliafetivas
ou poliamorosas. O argumento principal é a monogamia como princípio do
direito. O CNJ, em 2018, proibiu que se lavrem escrituras públicas de Poliamor
nos cartórios.
➢ A “família” simultânea ou paralela também não é reconhecida para a lei e
nem para jurisprudência > relações paralelas são equivalentes ao concubinato
(art. 1.727, CC/02)
➢ Sobre o abandono afetivo, embora polêmico, o STJ possui algumas teses, como:
- Não há responsabilidade moral decorrente do abandono afetivo antes do
reconhecimento da paternidade.
- O prazo prescricional da reparação por abandono afetivo só começa a fluir
a partir da maioridade.
- O abandono afetivo de filho, em regra, não gera dano moral indenizável,
mas pode, excepcionalmente, se comprovada a ocorrência de ilícito civil
que ultrapasse o mero dessabor, ser reconhecida a existência do dever de
indenizar.
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56 Fernanda Barretto
CASAMENTO
O casamento é um instituto civil, mas que admite a celebração religiosa (qualquer religião).
→ No casamento, a escolha do regime de bens é feita por pacto pré-nupcial, via escritura pública.
- Depende do casamento para produzir efeitos.
- Na união estável, a escolha se dá por contrato de convivência (pode ser via escrito
particular).
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57 Fernanda Barretto
PACTO CONTRATO
- Solene, formal > via escritura pública. - Informal, não solene > via contrato
- Só será eficaz após o casamento. escrito particular.
- Será eficaz desde a celebração, mas se
o casal vivia junto, o regime era o da
comunhão parcial.
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58 Fernanda Barretto
3) PLANO DE VALIDADE
a) Nulo > inválido absolutamente (art. 1548 e 1521, CC/02)
b) Anulável > inválido relativamente (art. 1550 a 1558, CC/02)
4) INVALIDADE DO CASAMENTO:
➢ O casamento será nulo por infringência dos impedimentos matrimoniais (art. 1.521, CC).
➢ Art. 1.521, CC – São proibidos de casar (não podem casar):
1ª Hipótese: Os parentes em linhas reta, seja o parentesco natural, civil, ou por afinidade.
- Essa hipótese corresponde aos incisos I, II e III.
Natural: exame de DNA.
Civil: adoção ou reconehcimento judicial de paternidade/maternidade socioafetiva;
Parentesco por afinidade: é aquele que une uma pessoa aos parentes do seu cônjuge
ou companheiro. Ex.: sogro, sogra, nora, genro, enteados.
O divórcio não dissolve o parentesco por afinidade.
2ª Hipótese: não podem casar os parentes colaterais, seja o parentesco natural ou civil, até o
terceiro grau. Com exceção de tios e sobrinhos que fizerem exame de compatibilidade sanguínea.
- Essa hipótese corresponde aos incisos IV e V.
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59 Fernanda Barretto
3ª Hipótese: não pode casar as pessoas já casadas (a chamada bigamia no direito penal). Para o
Direito Civil é causa de nulidade.
O poliamor não é proibido expressamente.
4ª Hipótese: os cúmplices em homicídio, ou tentativa de homicídio, contra o consorte do outro.
- Esse homicídio é doloso.
Não tem prazo para arguir. Esses impedimentos, diz o art. 1.522, podem ser alegados por qualquer
pessoa capaz até o momento da celebração (por isso a celebração deve se feita em locais públicos e
de portas abertas).
7) DIVÓRCIO
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UNIÃO ESTÁVEL
Base legal > CF/88 e o art. 1.723, CC/02.
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63 Fernanda Barretto
SEPARAÇÃO JUDICIAL
Observação:
Deveres do casamento estão descritos no art. 1.566 do CC.
Deveres da união estável – art. 1.724, do CC.
Atenção!!
A Emenda Constitucional 66/2010, alterou o artigo 226 da Constituição Federal
para estabelecer que, o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio (§6º). A
emenda apenas excluiu os requisitos temporais para facilitar o divórcio, sem,
contudo, revogar o instituto da separação.
Atenção 2!!
Só o divórcio, a morte e a invalidação do casamento extinguem o vínculo conjugal. A separação judicial,
por sua vez, põe fim a sociedade conjugal, que do ponto de vista jurídico se traduz como regime de bens +
deveres do casamento. Para o STJ, a separação de fato também põe fim à sociedade conjugal. Separação de
corpos é diferente de separação judicial. A de corpos é normalmente utilizada para garantir o afastamento
do domicílio, ou impedir que o outro permaneça, para preservar a integridade.
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64 Fernanda Barretto
RELAÇÕES PATERNOFILIAIS
Os pais têm poder familiar/autoridade parental sob os filhos até a maioridade, que em regra é de
18 anos.
Atenção!!
Não há exoneração automática de
alimentos aos 18 anos, com a maioridade.
Para a nossa jurisprudência, os alimentos
são devidos, em regra, até a conclusão da
graduação ou 24 anos.
1) GUARDA DE FILHOS:
→ Não se confunde com poder familiar.
Observações:
➢ A guarda compartilhada não se confunde com a guarda alternada,
que é aquela na qual a criança se alterna de forma rígida entre as casas
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65 Fernanda Barretto
→ O art. 1.583, §3º, CC/02, regulamenta a situação em que há cidades diferentes entre os pais e
a guarda compartilhada, estabelecendo que, a cidade base para moradia do filho deve ser a que
melhor atender aos seus interesses.
→ No STJ tem prevalecido o entendimento de que brigas entre os pais só afastarão a guarda
compartilhada se forem graves o suficiente para comprometer o convívio saudável dos filhos.
→ O art. 1.584, §2º, CC/02, estabelece que, quando o pai e mãe não chegarem a um acordo quanto
ao modelo de guarda a ser adotado, se ambos os genitores estiverem aptos a exercerem o poder
familiar, o juiz deve priorizar a adoção da guarda compartilhada. A não ser que um dos genitores
declare que não a deseja.
o É errado dizer que a guarda compartilhada é obrigatória no Brasil, ela é prioritária.
o A guarda compartilhada só deve ser afastada se um deles não desejam ou não pode
exercê-lo, ou se o juízo entender que esse modelo é lesivo ao melhor interesse dos filhos.
Atenção!! O STJ, mais recentemente, tem adotado uma linha de que a guarda compartilhada seria
obrigatória e não apenas preferencial.
- Obrigatoriedade com caráter não absoluto.
- A guarda compartilhada será afastada se um dos genitores não a quiser, se teve o seu
poder familiar suspenso ou extinto, ou em situações que evidenciam a absoluta inaptidão
de um dos genitores para a guarda, e nas quais esse modelo de guarda é lesivo ao interesse
dos filhos.
Observação:
A guarda assim como os alimentos é um tema que pode ser revisto a qualquer
tempo, já que está submetido as intermitências da vida e ao superior interesse
da criança e do adolescente.
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66 Fernanda Barretto
→ O art. 1.584, §5º, CC/02, deixa claro que o juiz pode atribuir a guarda da criança a terceiros
se verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe.
o Para a escolha desse terceiro deve-se observar, de preferência, o grau de parentesco e
relações de afinidade e afetividade.
→ Sobre os avós, eles têm, por lei, a possibilidade do direito de convivência/visita, a critério do juiz,
observados os interesses da criança ou do adolescente (art. 1.589, § único, CC).
2) MULTIPARENTALIDADE:
Consiste na possibilidade jurídica do reconhecimento de mais de um pai ou de mais de uma
mãe para uma pessoa.
Em 2016, no julgamento do recurso extraordinário 898.060, o STF aprovou na repercussão geral
622 a seguinte tese: “a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseada na origem biológica com os efeitos
jurídicos próprios”.
Se houver o reconhecimento da multiparentalidade, ou seja, a inserção do novo pai ou nova mãe,
essa figura será, juridicamente, pai e mãe para todos os efeitos jurídicos.
Não importa se a paternidade é pautada no vínculo socioafetivo, biológico ou registral, é pai e
filho para todos os efeitos, sem discriminação.
3) ALIMENTOS:
Os alimentos decorrem ou do parentesco, ou da conjugalidade (casamento ou união estável).
o Quando referentes a conjugalidade, são baseados no princípio da solidariedade familiar.
Os alimentos englobam tudo o que for necessário para que alimentando viva dignamente e de
modo compatível com a sua condição social.
o Em regra, englobam os gastos com comida, saúde, moradia, vestuário, educação, etc.
o O art. 1.694, o §2º, CC/02, diz que eles serão apenas os necessários a subsistência do
alimentando quando quem os requer agiu com culpa.
Ao conferir alimentos, deve-se observar:
o A possibilidade de dar e a necessidade de quem recebe.
Os alimentos serão devidos quando o alimentando não tem bens suficientes, nem pode prover
pelo próprio trabalho a sua mantença. Já o alimentante (quem presta os alimentos), não pode
ser privado da própria sobrevivência para (vídeo).
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67 Fernanda Barretto
O direito a alimentos pode ser pedido entre ascendentes e descendentes, sem limite de grau, mas
sempre priorizando os graus mais próximos com relação aos mais remotos. Ou seja, primeiro os
pais com relação aos filhos, inclusive o direito a prestação de alimentos é recíproco entre pais e
filhos (art. 1696, CC).
Avós podem ser chamados para pagar alimentos, desde que os pais da criança não tenham
condições de fazê-lo. Em regra, deve-se esgotar a perquirição judicial entre os pais, para só
depois se chamar os avós.
o Chamados de Alimentos Avoengos.
o A responsabilidade dos avós em fornecer os alimentos é subsidiária e não solidária.
O valor fixado para alimentos pode ser alterado através de ação revisional ou, se fixado
provisoriamente nos mesmos autos, pode haver pedido nos mesmos autos se houver mudança
na situação de quem recebe ou deve os alimentos.
A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor nos limites da herança.
Entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, nota-se uma tendência jurisprudencial ao caráter
provisório dos alimentos.
o Exceções: quando ex-cônjuge tem uma doença, não tem aptidão para trabalhar em razão
de idade avançada, doença.
Com o casamento, a união estável ou concubinato cessa do credor o dever de prestar alimentos.
o Também é causa da cessação de prestar alimentos o chamado comportamento indigno
do credor com relação ao devedor. A lei não diz o que é comportamento indigno, porém,
a doutrina sugere aproximação com as causas de indignidade do art. 1.814 do CC (causas
de exclusão da herança). Mas a maioria entende que o juiz pode reconhecer outras
situações, inclusive, também pode reconhecer os comportamentos de causas de
deserdação previstos nos arts. 1.962 e 1.963, CC (rol taxativo).
o O novo casamento do devedor, não extingue a obrigação de pagar alimentos.
O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as três
últimas prestações e as vencidas durante a execução.
o O devedor de alimentos não pode ser preso novamente pelo pagamento da mesma dívida.
o Caso pague o débito, será liberto, ainda que tenha pena para cumprir.
o Alimentos gravídicos também autoriza a prisão do devedor.
Para a doutrina, os efeitos são retroativos.
Prescrição para pagamento de é de dois anos (art. 206, §2º, do CPC).
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DIREITOS REAIS
1) USUCAPIÃO:
→ É um modo originário de aquisição da propriedade, que exige no mínimo a presença de três
elementos/requisitos, quais sejam:
Observações:
→ Modo originário = o bem passará a titularidade do usucapiente sem ônus ou gravames
anteriormente existentes. Não há incidência de ITIV, por ser modo de originário > não há
transmissão.
→ O bem de família pode ser usucapido, assim como o bem gravado com cláusula de
inalienabilidade (art. 1.911 do CC/02 inclui a incomunicabilidade e a impenhorabilidade
do bem).
→ Bem público, de qualquer dos tipos (uso comum do povo, especial e dominical) não pode
ser usucapido (art. 102 do CC).
III. Usucapião Constitucional ou Especial Urbana / pró moradia (art. 1.240, CC/02)
Posse mansa e pacífica + “animus domini” + prazo de 05 anos + imóvel em área urbana
+ tamanho máximo de 250 m² + função social pró-moradia + que o usucapiente não
seja proprietário de nenhum outro imóvel urbano ou rural.
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69 Fernanda Barretto
IV. Usucapião Especial Urbana ou Familiar ou por Abandono de Lar (art. 1.240-A,
CC/02)
Posse mansa e pacífica + “animus domini” + prazo de 02 anos + imóvel urbano +
tamanho máximo de 250 m² + que o usucapiente dívida a titularidade deste imóvel
com ex-cônjuge ou ex-companheiro (separação de fato, não precisa de divórcio, nem
de dissolução de união estável) + que seja utilizado para a moradia, mas que o ex tenha
abandonado o lar + o usucapiente não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
Observações:
a) A usucapião especial urbana não se confunde com a desapropriação judicial
indireta do art. 1.228, §§4º e 5º do CC.
- Esse é o único caso de desapropriação feito pelo poder judiciário.
- Ela exige os seguintes requisitos: Posse ininterrupta e de boa-fé, de uma
extensa área, por no mínimo cinco anos, de uma coletividade de pessoas
(esse grupo de pessoas precisa ter dado ao imóvel uma destinação social
econômica relevante).
- A maior diferença deste instituto para a usucapião é o direito a
indenização.
b) O art. 10 da lei 10.257/01, o Estatuto das Cidades, prevê, inclusive, uma
modalidade de usucapião coletiva em área urbana, apelidada pela doutrina como
Usucapião de Favela. Ela exige como requisitos posse mansa e pacífica + “animus domini”
+ área imóvel maior que 250 m² + uma coletividade de possuidores, mas que não sejam
proprietárias de outro imóvel urbano ou rural + prazo de 05 anos. Cada possuidor,
individualmente, neste caso, não poderá utilizar mais de 250 m². Será formado um
condomínio, por sentença, entre eles que é, em regra, indivisível, com exceção de
deliberação de 2/3 dos condôminos.
2) DIREITO DE LAJE
➢ O direito de laje está previsto no art. 1.225, XIII, do CC/02 e, por isso, podemos afirmar que se trata
de um direito real.
➢ O art. 1.510-A regulamenta o direito de laje, que é a circunstância em que o proprietário de uma
construção base cede a outrem, superfície superior ou inferior da sua construção, para que na
superfície desta, esse terceiro mantenha unidade autônoma, distinta da construção base que está
sob o solo.
§1º → O direito de laje abrange espaço aéreo ou subsolo de terrenos públicos ou privados,
considerados verticalmente. Não abrange as demais áreas edificadas já existentes no terreno,
nem as áreas que não pertençam, ou seja, que não sejam de titularidade do dono da construção
base.
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71 Fernanda Barretto
§2º → O titular do direito real de laje é responsável pelos encargos e tributos referentes à sua
unidade.
§3º → A laje é autônoma, tem matrícula própria e dá ao seu titular direitos de uso, gozo e
disposição.
§4º → O titular do direito real de laje não tem, em regra, a fração ideal no terreno, nem tem
participação proporcional nas áreas já construídas.
§6º → O titular da laje pode ceder à superfície da sua construção para que se institua sobre ela
outra laje, e assim sucessivamente, desde que haja autorização expressa do titular da construção
base e das demais lajes.
1) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV -
Primeira Fase
João e Carla foram casados por cinco anos, mas, com o passar dos anos, o casamento se desgastou e eles
se divorciaram. As três filhas do casal, menores impúberes, ficaram sob a guarda exclusiva da mãe, que
trabalha em uma escola como professora, mas que está com os salários atrasados há quatro meses, sem
previsão de recebimento. João vinha contribuindo para o sustento das crianças, mas, estranhamente,
deixou de fazê-lo no último mês. Carla, ao procurá-lo, foi informada pelos pais de João que ele sofreu
um atropelamento e está em estado grave na UTI do Hospital Boa Sorte. Como João é autônomo, não
pode contribuir, justificadamente, com o sustento das filhas. Sobre a possibilidade de os avós
participarem do sustento das crianças, assinale a afirmativa correta.
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72 Fernanda Barretto
2) Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII -
Primeira Fase
Arlindo e Berta firmam pacto antenupcial, preenchendo todos os requisitos legais, no qual estabelecem
o regime de separação absoluta de bens. No entanto, por motivo de saúde de um dos nubentes, a
celebração civil do casamento não ocorreu
na data estabelecida. Diante disso, Arlindo e Berta decidem não se casar e passam a conviver
maritalmente. Após cinco anos de união estável, Arlindo pretende dissolver a relação familiar e aplicar
o pacto antenupcial, com o objetivo de não dividir os bens adquiridos na constância dessa união. Nessas
circunstâncias, o pacto antenupcial é?
A) válido e ineficaz.
B) válido e eficaz.
C) inválido e ineficaz.
D) inválido e eficaz.
GABARITO
1) B 2) A
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73 Fernanda Barretto
▪ O art. 1.784, CC/02, prevê o princípio do “droit de saisine” > determina a transmissão
automática da herança do de cujus/autor da herança/morto/extinto para seus sucessores.
o A transmissão da sucessão automática é na data da morte.
o Art. 1.787, CC/02: A lei aplicável a sucessão é a do momento da morte (abertura de
sucessão).
o O STF determinou que o ITCMD (súmula 112/STF), será devido pela alíquota vigente no
momento da abertura da sucessão/morte.
Atenção!
A legitimidade para suceder é a participação na sucessão e em ser
beneficiado, diferente da legitimidade para testar, que é a legitimidade e
capacidade para elaborar o testamento. Portanto, a legitimidade para testar
não obedece “saisine”, ela é auferida no momento da elaboração do
testamento.
1) SUCESSORES
1.1. Legítimos: Herdam por força de lei. Não precisam estar contemplados em testamento
porque estão na ordem de vocação hereditária do art. 1.829 do CC/02.
- Não precisam estar no testamento para ter condição de herdeiro, mas é possível
beneficiar um herdeiro no testamento.
1.1.1. Legítimos Necessários: Em regra, não pode ser excluído da herança por simples
vontade, somente por deserdação ou indignidade. Possuem direito à legítima, que são os
50% indisponíveis da herança do de cujus. São os ascendentes, descendentes e o cônjuge.
- O companheiro não é herdeiro necessário.
1.2. Testamentários: Não estão na ordem de vocação hereditária, mas foram beneficiados pelo
de cujus em testamento.
1.2.1. Herdeiros: Recebem quinhão/percentual/fração.
1.2.2. Legatário: Recebem bens específicos.
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76 Fernanda Barretto
NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!
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