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Pessoas e Bens – Direito Civil – Ter e Qua

Profa.: Francesca Cosenza

Panorama Do Direito Civil


 Código Civil começa com o nascimento das pessoas. O 1º artigo é dedicado à
pessoa. O 2º artigo fala da aquisição da personalidade.

Art. 1 Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.

Art. 2 A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

 A partir de quando as pessoas podem exercer os seus direitos, direito de


representação, domicilio da pessoa, trata da personalidade jurídica. Nem tudo o
que parece é pessoa jurídica e o condomínio, mas não é. É um ente
despersonalizado que tem obrigações.

Ex.: Um condomínio não pode comprar um terreno. Mas, uma Associação criada pelos
condôminos pode, pois tem personalidade jurídica.

 Quais as consequências dos atos feitos por pessoas capaz e incapaz.;


 Domicílios – Onde reside, profissional, em vários residencias (locais), o que não
possui – para saber onde vai citar: se na residência ou no local que você sabe que
ele pode estar.
 Bens – quais são os bens públicos e particulares – bem divisível, indivisível,
consumíveis ou não, se está no comércio ou não. Base para estudar obrigações
divisíveis e não divisíveis:
Ex.: a) Indivisível: Se 3 pessoas comprarem um boi. Como é indivisível, vai entregar
para um que distribuirá a cota para os outros.
b) Divisível: Quando é dinheiro você consegue dividir o valor.
c) Consumíveis: Bens que podem se tornar consumíveis por determinação humana:
Ex.: Do vinho que poderá ter muito mais valor se guardar.
 Relação Jurídica –
a) Básico: sempre um credor e um devedor em torno de um objeto.
b) Direito das Coisas – Coisas que são de uma pessoa e ninguém poderão pegá-la
e esta tem poder de fazer o que quiser.
c) Tem coisas que possuem proprietários e coisas que não os possuem. Ou uma
coisa que você encontra e não sabe se tem dono.
d) Aquisição derivada ou originada – Derivada é que uma pessoa transferiu para
outra. Originada é que não tinha dono anteriormente.
e) Características de abandono.
 Obrigações e Contratos
 Responsabilidade Civil
 Sucessões – pós-morte. Como fica os direitos após sua morte.
Plano de Ensino – Direitos das Pessoas e Bens

Unidade I – Introdução ao Direito Civil

1. Direito Civil no Quadro Geral da Unidade III – Pessoa Jurídica


Ciência Jurídica
1. Conceito
2. Dicotomia entre Direito Público e
2. Teorias Explicativas de sua natureza
Privado
3. Surgimento
3. Conceitos Histórico e
4. Capacidade e Representação
Contemporâneo
5. Classificação e Responsabilidade
4. Constitucionalização e Princípios
6. Extinção da Pessoa Jurídica
5. Relação Jurídica e Sujeitos de
7. Domicílio
Direito
8. Noção e importância
9. Unidade e Pluralidade
10. Ausência e Mudança
Unidade II – Pessoa Natural
11. Espécies de Domicílio
1. Capacidade de Direito e Capacidade
de Fato
2. Incapacidade Suprimento Unidade IV – Bens
3. Incapacidade Emancipação
1. Objetos da Relação Jurídica
4. Estado da Pessoa
2. Bens Jurídicos e Conceito
5. Término da Personalidade
3. Classificação dos Bens Jurídicos
6. Morte e Ausência
4. Bens considerados reciprocamente
7. Direitos da Personalidade
5. Bens considerados em si mesmos
8. Nome: Imutabilidade e Exceção
6. Bem quanto ao titular (privado e
9. Registro Civil
público)
10. Transexual
7. Bem quanto à negociabilidade
11. Imagem
8. Bem de família
12. Transplante
13. Lesados Diretos e Indiretos

Bibliografia:

1. Gagliano, Pablo Stolze, Pamplona, Rodolfo – Novo Curso de Direito Civil – Vol 1 –
Parte Geral. Ed. Saraiva (Preferência Profa.)
2. Nader, Paulo. Curso de Direito Civil, Vol 1 – Ed. Forense
3. Tartuce, Flávio – Direito Civil, Vol 1 – Introdução e Parte Geral. Ed. Forense (Profa.
Não curte)
4. Azevedo, Álvaro Villaça – Curso de Direito Civil I – Teoria Geral do Direito Civil –
Parte Geral – Ed. Saraiva
5. Monteiro, Washington de Barros, Pinto, Ana Cristina de Barros França. Curso de
Direito Civil, Vol 1 – Parte Geral Ed. Saraiva
6. Pereira, Caio Mario da Silva. Instituição de Direito Civil 1 – Teoria Geral de Direito
Civil. Ed. Forense
Rio, 10/08/2022

Unidade I – Introdução ao Direito Civil


Direito Objetivo (normas de conduta – é o que está no Código Civil): Consiste no complexo
de regras a todos impostas por possuírem valor juridicamente relevante.

Refere-se ao ordenamento jurídico vigente.

Direito Subjetivo: “Facultas Agendi”

Consiste na Faculdade de agir. É inerente à pessoa que poderá exercitá-lo a qualquer


tempo, conforme sua vontade.

Está no ordenamento vigente, mas pode ser exercido ou não.

Ex.: Uma pessoa bateu no carro de outra. A pessoa pode optar por ser ressarcido disso ou
não contra determinada pessoa. Faculdade da pessoa de exercer ou não o direito.

Síntese: Sempre que for objetivo - Independe da nossa vontade. Subjetivo está dentro da
nossa vontade (de exercer ou não).

Característica do Direito Subjetivo:

 Direito à pretensão – Direito de reclamar judicialmente – Corresponde a uma


pretensão conferida ao seu titular, impondo-se como um dever a terceiros:
 Violação do Direito - Sempre que um terceiro não se comportar conforme a
pretensão do titular do direito, violando um direito seu, surge para ele o dever de
indenizar o prejuízo causado;
 Coação – É coercível, ou seja, o sujeito passivo poderá ser coagido pelo titular a
cumprir o seu dever;
 Vontade – O seu exercício depende da vontade do titular do direito.

O direito subjetivo pode ser classificado em:

 Direitos Reais - Absoluto: quando são oponíveis à generalidade de pessoas da


coletividade como no caso dos direitos reais (direito da pessoa sobre a sua coisa);
 Direito Pessoais - Relativo: quando são oponíveis a pessoas determinadas ou
determináveis, como ocorre nos direitos pessoais (relação da coisa entre
determinadas pessoas):
a) Patrimoniais: quando possuem conteúdo patrimonial, ou seja, admitem
apreciação em dinheiro, como no direito de crédito ou de propriedade;
b) Extrapatrimonial: quando desprovido de conteúdo econômico, como no caso
dos direitos da personalidade (honra, imagem, privacidade, etc).

Observação:

a) Boa-fé objetiva: O exercício dos direitos subjetivos encontra limitação nos


princípios da boa-fé e da função social do direito;
Ex.: Quando compra um carro, você espera transparência sobre o carro, defeitos,
consertos a serem feitos e etc. Ligado à lealdade, cuidado, garantia.
b) Perdas e Danos: O exercício irregular do direito subjetivo constitui abuso de direito,
cujos efeitos se equiparam ao ato ilícito (art. 187 CC), passível de indenização por
perdas e danos.
Ex.:
a) Você não pode impedir o curso de água que passa pela sua e deveria ir para
outras.
b) Pessoa que fez um muro na orla para não passarem em frente da casa dele.
Não pode infringir atos alheios.

Direito Potestativo

Considera-se direito potestativo o poder que seu titular possui de produzir, por sua
vontade, a modificação ou extinção de uma relação jurídica, sem a necessidade de qualquer
ato da parte contrária.

Ressalta-se que o exercício do direito potestativo depende somente do titular, não sendo
passível de sofrer lesão.

Deverá ser exercido no prazo fixado em lei, quando previsto, podendo ser exercido a
qualquer tempo, quando não houver prazo previsto.

Ex.: Pedido de anulação de casamento.

Direito Positivo e Direito Consuetudinário

 Direito Positivo: considera-se direito positivo aquele que possui normatização


escrita, positivada;

 Direito Consuetudinário (costumeiro) : é aquele que não possui normatização


positivada, resulta de usos e costumes locais.

Ex.: Loja que troca roupas em até 15 dias. Embora não previsto legalmente, mas é
um costume do mercado

Direito Natural

Consiste na ideia abstrata do fenômeno jurídico, pretendendo corresponder a uma justiça


superior.

A característica do direito natural advém do reconhecimento da existência de um direito


anterior, de uma justiça acima do direito positivado vigente.

Ex.: Dívida de jogos. Você não é obrigado a pagar, pagou, não tem direito a devolução.

Direito que você possui, mas não está positivado e não poderá exercer judicialmente.

Divisão do Direito
Direito Público:

É aquele que regula as relações jurídicas concernentes à organização e administração do


Poder Público e de seus agregados políticos, bem como de regulamentar as relações
jurídicas mantidas entre cidadão e organizações políticas, onde há o predomínio do
interesse geral.
Desta forma, o direito público visa regulamentar os interesses diretos ou indiretos do Poder
Público.

Direito Privado:

O direito privado cuida das relações jurídicas entre particulares entre si ou entre
particulares e o Poder Público, onde há o interesse individual.

Observação:

As normas de direito público não podem ser afastadas pela vontade das partes, como pode
ocorrer no direito privado, quando não se tratam de normas imperativas ou cogentes.

Direito Misto:

A bipartição do direito em público e privado não corresponde mais a realidade.

Unificação do Direito Privado e Codificação no Direito Civil Brasileiro


A unificação do Direito Privado no Brasil sofreu grande influência dos países europeus.

A ideia surgiu junto à necessidade da criação de um Código Civil, que substituísse as antigas
Legislações do Reino.

Augusto Teixeira de Freitas, foi o jurista nomeado para elaboração do Código Civil
Brasileiro, idealizando um Código que unificasse o Direito Civil e Comercial.

Em 1916 surgiu o primeiro Código Civil, pelas mãos de Clóvis Beviláqua que não seguiu as
ideias de Freitas.

A partir de então, tínhamos dois Códigos de Direito Privado: O Código Comercial de 1850 e
o Civil de 1916.

Parte do Código Empresarial foi unificado no Direito Civil. O Código Comercial e o Civil se
unificaram apenas no que diz respeito ao Direito das Obrigações e dos contratos, pois
ambos continuam sendo disciplinas autônomas e independentes.

Com advento do Código Civil de 2022, não houve a unificação das disciplinas de Direito Civil
e Comercial.

Código Civil Brasileiro – Sistematização

Conteúdo do Código Civil Parte Especial: apresenta os seguintes


livros:
Parte Geral: Estabelece regras genéricas e
abstratas sobre:  Direito das Obrigações;
 Direito de Empresa;
 Pessoas
 Direito de Coisas;
 Bens
 Direito de Família;
 Fatos Jurídicos em sentido amplo
 Direito das Sucessões.
O Direito Civil constitui a base do ordenamento jurídico de todas as sociedades. É,
verdadeiramente, a espinha dorsal de toda a ciência jurídica, como se tem dito e registrado
ao longo dos tempos, desde a origem romana do Direito Civil.

Segundo Francisco Amaral, em sua obra “Direito Civil – Introdução”, o Direito Civil trata do
conjunto de princípios e de normas que disciplinam as relações jurídicas comuns de
natureza privada, regulando a pessoa, na sua existência e atividade, a família e o
patrimônio.

Descentralização e Constitucionalização do Direito Civil

A coexistência de um polissistema, formado pelo Código Civil e por estatutos jurídicos e leis
especiais, proporcionou a normatização do direito privado com base nos princípios e
normas consagradas na própria Constituição Federal, vez que não mais se pode entender o
Direito Civil sem o necessário suporte do Direito Constitucional.

Constituição do Direito Civil – Tendências Contemporâneas

Após o advento da Constituição Federal, o direito privado precisou passar por uma
adaptação. Assim, o Código Civil de 2022 incorporo os valores consagrados pela Carta
Magna, como a dignidade da pessoa humana, a valorização social do trabalho, a igualdade
e proteção dos filhos.

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Rio, 24/08/2022

Declaração de Ausência.

O Código Civil autoriza que, na ausência da comprovação da morte natural, o juiz declare
presumidamente a morte após a abertura da sucessão definitiva.

i. Declaração de Ausência e nomeação de Curador:


Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver
deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador.

Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar
mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus
poderes forem insuficientes.

Comentário: Se a pessoa deixou um procurador, vai caber a ele querer administrar os bens
na ausência do mandante ou não. É direito do procurador renunciar o mandato a qualquer
momento, bastando notificar a outra parte. Ou seus poderes podem ser insuficientes.

Se tiver um mandatário apto para exercer, não precisa de nomeação de curador e declarar
ausência.
ii. Poderes do Curador:
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as
circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e
curadores.

Comentário: O juiz ao nomear um tutor ou curador, precisa buscar pessoas que são idôneas
e etc. Juízes costumam exigir comprovação de sanidade mental.

iii. Quem pode ser nomeado Curador:

a) O cônjuge ou companheiro do ausente;


b) Os pais
c) Os descendentes;
d) Um terceiro, nomeado pelo juiz competente.

Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato
por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

Comentário: A ordem prevista pode mudar se os descendentes comprovar que tem maior
capacidade e idoneidade para administrar.

iv. Direito à Pensão por morte: Lei 8.213/91

Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial competente,
depois de 6 (seis) meses de ausência, será concedida pensão provisória, na forma desta
Subseção.

§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em consequência de acidente,


desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória independentemente
da declaração e do prazo deste artigo.

§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará


imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo
má-fé.

SUCESSÃO PROVISÓRIA
v. Abre-se a Sucessão provisória – Parecido com inventário, porém os bens ficam
resguardados.

Após:
a) 1 ano da declaração da ausência;
b) 3 anos, se o ausente tiver nomeado representante ou procurador;

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer
que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

Comentário: O inventário legaliza a partilha dos bens. Quando a pessoa morre, os herdeiros são
universais. Desta forma, detêm um percentual sobre estes bens. Engloba os imóveis, bens, contas e
dívidas. Pagam-se as dívidas e o que sobrar é feita a partilha.
Na sucessão provisória é como se fosse uma pré-partilha, pois será preservado os bens.
Interessados na abertura da Sucessão Provisória:

Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Comentário: Uma doação pode ser feita entre marido e mulher e ao falecer um, fica com a outra
pessoa a totalidade.

Efeitos as Sentenças que determinar a abertura da sucessão provisória:

Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito
cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado,
proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens,
como se o ausente fosse falecido.

§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão
provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.

§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias
depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-
se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.

Conversão de bens móveis em imóveis ou em títulos da União:

Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens
móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela
União.

Da possibilidade de alienação dos Bens do ausente:

Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou
hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.

Da representação ativa e passiva do ausente:

Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e
passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de
futuro àquele forem movidas.

Dos Frutos
Poderão fazer seus todos os frutos e rendimentos dos bens do ausente:
a) Descendente;
b) Ascendente;
c) Cônjuge ou companheiro.

Os outros sucessores farão seus a metade dos frutos e dos rendimentos, a outra metade
deverá ser capitalizada.

Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará
seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couber; os outros sucessores,
porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art.
29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao
juiz competente.

Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e
injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.

Se a ausência for voluntária e injustificada:

- o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá
ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos (a metade capitalizada).

Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de
meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.

Possibilidade de se fixar a data do Óbito

Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente,
considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele
tempo.

Possibilidade da Volta do Ausente

Neste caso, os bens serão devolvidos e as vantagens (frutos e rendimentos) cessarão.


Contudo, os sucessores deverão cuidar dos bens até a efetiva entrega.

Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse
provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia,
obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

SUCESSÃO DEFINITIVA

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o
levantamento das cauções prestadas.

Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta
oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.

Possibilidade da Volta do Ausente

Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou
algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes
no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e
demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.

Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e
nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao
domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições,
incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.

Comentário: Se voltar, vai receber o que existir e os que foram comprados com o dinheiro dele.
Eficácia

A sentença que declarar a morte presumida tem eficácia erga omnes (que se opõe a todos.
Ninguém pode arguir a ineficácia daquela decisão), mas não faz coisa julgada material,
podendo ser revista a qualquer tempo, desde que surjam novas provas, se tenha notícia da
localização do desaparecido ou se dê o seu retorno.

Se o ausente regressar e já estiver aberta a sucessão, terá direito:


a) aos bens existentes, no estado em que se acharem;
b) aos sub-rogados em seu lugar;
c) ao preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens
alienados;

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