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Direito Civil I

Da Pessoa Natural

PROFESSOR: NIZOMAR TOURINHO JR


CONCEITO DE DIREITO CIVIL.

Serpa Lopes: um dos ramos do direito privado destinados a regulamentar as relações de


família e as relações patrimoniais que se formam entre os indivíduos encarados como tal,
Isto é, tanto quanto membros da sociedade.

É a constituição do homem comum. É o direito comum, que rege a relação entre


particulares.

Disciplina a vida da pessoa desde a concepção – e mesmo antes dela, quando permite que
se contemple a prole eventual (art. 1.799,I) e confere relevância ao embrião
excedentário (Art. 1.597,IV), até a morte e ainda depois dela, reconhecendo a eficácia
post mortem do testamento (art. 1857) e exigindo respeito a memória dos mortos (art.
12, parágrafo único).
O CÓDIGO CIVIL DE 2002. Estrutura e conteúdo:
Modelo germânico do CC de 1.916 preconizado por Savigny uma Parte Geral e uma
parte especial.

Código Civil 2002: 2.046 artigos.

Parte Geral: Pessoas, bens e fatos jurídicos.


Parte Especial: Cinco livros: Direito das obrigações;
Direito de empresa;
Direito das coisas;
Direito das famílias;
Direito de sucessões.

Quanto ao conteúdo: É o conjunto de direitos, relações e instituições que formam o seu


ordenamento jurídico, o seu sistema legal.

Quanto ao objeto: As regras sobre a pessoa, a família e o patrimônio ou de modo


analítico, os direitos da personalidade, o direito de família, o direito das coisas, o direito
das obrigações e o direito das sucessões, ou ainda, a personalidade, relações
patrimoniais, a família, o patrimônio e sua transmissão.

Obs. O CC não trata com exclusividade destas matérias, subordinando aos ditames
constitucionais.
PRINCÍPIOS BÁSICOS

Socialidade: Prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, do valor
da pessoa humana.

Eticidade: A pessoa humana como fonte de todos os demais valores, priorizando a


equidade, a boa-fé, a justa causa e critérios éticos. Maior poder do Juiz para encontrar a
solução mais justa ou equitativa.

Operabilidade: O direito é feito para ser efetivado, para ser executado.

A RELAÇÃO JURÍDICA

Definição: É toda relação da vida social regulada pelo direito. Estabelece-se entre
indivíduos, porque o direito tem como escopo regular os interesses humanos. Ocorre
quando duas ou mais pessoas têm vinculação reconhecida pela norma positiva com
repercussão no mundo jurídico.

Elementos: Sujeito ativo. Sujeito Passivo. Vínculo. Objeto.

Exemplos práticos
Situação-problema: Cristina perdeu o esposo em um trágico acidente quando estava
grávida de sete meses. Em razão da grande comoção da situação vivenciada, passou a ter
algumas complicações no restante da gravidez, culminando com o parto prematuro de
Miguel, que nasceu quando Cristina contava com apenas oito meses de gravidez. Poucas
horas após a realização do parto, Miguel não resistiu e faleceu. A partir desta situação e
considerando o texto do conteúdo digital, analise se houve aquisição de personalidade
por
Miguel e as consequências disto.
Da Pessoa natural: É o ser humano reconhecido, pela ordem jurídica civil, como sujeito
de direitos e obrigações.

Personalidade civil: Início da personalidade civil

Capacidade: O ser humano, ao nascer, adquire capacidade, porém só terá aptidão para
exercer esses direitos e obrigações quando atingir a sua capacidade de exercício, ou
seja, não for considerado incapaz pelo Código Civil de 2002, quando terá adquirido
aptidão para exercer seus direitos e assumir obrigações na ordem civil.
Capacidade é a medida da personalidade.

2.1. Capacidade de direito ou de gozo ou de aquisição de direitos: Ao nascer com vida


o ser humano tem personalidade ou seja, é sujeito de direitos e obrigações, porém não
poderá exercê-los pessoalmente, sendo necessária a representação ou assistência, uma
vez que ainda não atingiu a maioridade ou se emancipou.

2.2. Capacidade de fato exercício ou de agir (de ação): Ocorre quando a pessoa natural
adquire a aptidão de exercer seus direitos, como também de assumir obrigações na
ordem civil, ou seja, quando cessa a incapacidade.
Obs: Legitimação: Aptidão para a prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de
capacidade especial.
Incapacidade:

Incapacidade absoluta:

Incapacidade relativa:.

a) Maiores de 16 anos e menores de 18 anos: É importante mencionar que é anulável


ato jurídico praticado pelo maior de 16 anos e menor de 18 anos, sem a autorização de
seu representante. Porém, vale ressaltar que se houver má-fé do incapaz ocultando sua
idade, o ato terá validade.

b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos: Os ébrios são os viciados em álcool,


enquanto que os toxicômanos são aqueles dependentes de tóxicos.

c) Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade.

d) Os pródigos: O artigo 1.782.


CURATELA DE PESSOAS CAPAZES (DEFICIENTES) E INCAPAZES
Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência):

Discriminação  Art. 4º

Capacidade  Art. 6º

Art. 84,§1º  Admite interdição de pessoa capaz.

Art. 85  Efeitos: Atos de natureza patrimonial e negocial.

Também estão sujeitos a curatela  Ébrios;


Viciados em tóxicos;
Pródigos e
Aqueles que não puderem exprimir sua vontade.
Obs. A anulação dos atos.

Legitimação: A pessoa natural passa a ter legitimidade para exercer os atos da vida civil.

Cessação da Incapacidade: Ocorre pelo 18º aniversário do indivíduo ou pela


emancipação. Logo, a incapacidade cessa quando sua causa se extingue.
Emancipação: Antes de seu 18º aniversário, a pessoa natural só poderá adquirir sua
capacidade de exercício pela emancipação, que nada mais é do que a aquisição de
adquirir direitos e assumir obrigações antes da idade legal.

a) Por concessão dos pais: (Emancipação Voluntária)

b) Por sentença do Juiz: (Emancipação judicial)

c) Pelo casamento:

d) Pelo exercício de emprego público efetivo:

e) Pela colação de grau em ensino superior:

f) Pela economia própria:

Fim da personalidade: A personalidade da pessoa natural termina com sua morte. (art.
6º CC).
Morte real:
Morte civil:
Morte presumida:

Comoriência: Ocorre quando dois ou mais indivíduos falecem na mesma ocasião, não
podendo precisar qual dos comorientes precedeu ao outro. (art. 8º CC).
Em decorrência de chuva torrencial que assola a cidade de Pitombas, na tarde de
02/11/2018, Anabela, por volta de 15h00, é acometida por um deslizamento de um
morro, sendo soterrada e, por conseguinte, vindo à óbito. Na mesma tarde, seu
marido Chucky, também falece na cidade do México em decorrência de um
terremoto de 9,5 graus de magnitude na escala Richter, sem, contudo ser possível
precisar o horário de sua morte.
Considerando as afirmações delineadas abaixo:
I – Comoriência é o estudo de como funciona a Ciência do Direito.
II – Não existe possibilidade de comoriência em eventos diferentes.
III – Quando não seja possível identificar a pré-morte, serão considerados comorientes,
mesmo que tenha ocorrido em eventos diferentes.
IV – Se morreram no mesmo acidentes serão considerados comorientes, mesmo que seja
possível identificar quem morreu primeiro.
Das afirmações ao norte descritas:
a) nenhuma é correta.
b) apenas uma está correta.
c) duas estão corretas.
d) três estão corretas.
Ricardo, ao completar a idade de 17 anos, contraiu matrimônio com Maitê, que
tinha a mesma idade e estava grávida. Para ter meios de sobreviver, o casal iniciou
uma rotina de estudos profissionais e poucos meses depois, antes mesmo de
completar 18 anos, Ricardo foi aprovado em um concurso público e de imediato foi
efetivado no emprego público. Mas ainda assim precisavam de uma renda extra
para conseguir prover o sustento do bebê que estava para chegar, então abriram
juntos um comércio na localidade em que estavam residindo. Tomando por base
esta situação, quando Ricardo adquiriu capacidade civil?

a) Quando contraiu matrimônio;


b) Quando iniciou seu pequeno comércio;
c) Quando assumiu o emprego público efetivo;
d) Só adquirirá capacidade civil aos 18 anos.

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