Você está na página 1de 10

DIREITO CIVIL: TEORIA

GERAL DO DIREITO
PRIVADO
Prof. Dr. Caio Morau
O QUE É O DIREITO CIVIL?
• Origem no Direito Romano, formado a partir do Séc. II a.C.
• Objeto: relações interpessoais que se estabeleciam
prioritariamente segundo o interesse das partes, na satisfação
de suas necessidades e aspirações
• Ius civilis: aplicável aos cidadãos de Roma X ius gentium:
aplicável aos indivíduos pertencentes a outros povos sob
domínio do Império Romano
• Do nascimento até a morte, o indivíduo participa de situações
disciplinadas pelo Direito Civil
• Direito Civil: disciplina da vida cotidiana do homem comum
• Principais ramos: Direito das Obrigações, Direito dos Contratos,
Direitos Reais, Direito de Família, Direitos das Sucessões
• Dimensões do Direito Civil: honeste vivere (dimensão ética),
neminem laedere (dimensão de proteção), suum cuique
tribuere (dimensão funcional)
O QUE É O DIREITO CIVIL?
• Institutos do Direito Civil formados a partir de uma longa
tradição histórica
• Relações civis se diferenciam de outras integrantes do Direito
Privado, a exemplo das de direito empresarial e do
consumidor
• Direito Público X Direito Privado: natureza do interesse
protegido; atualmente, há grande intercâmbio
• Direito Privado: prevalência da coordenação de interesses
entre os indivíduos; Direito Público: subordinação dos
interesses particulares à imposição do Estado
• Noções como as de pessoa, personalidade, domicílio, fato
jurídico, bens, prescrição e decadência influenciam ambos os
ramos do Direito
• Institutos fundamentais que se relacionam entre si
ESTRUTURA E BREVE HISTÓ RICO DO
CÓ DIGO CIVIL

• Ordenações Filipinas (1603 a 1917)


• Movimento codificador
• Teixeira de Freitas
• Clóvis Bevilácqua – Código Civil de 1916
• Miguel Reale – Código Civil de 2002
PESSOA NATURAL
• É pessoa natural todo ser humano e, portanto, tem
personalidade, com aptidão para ser titular de direitos e
deveres
• Entre os seres vivos, apenas os seres humanos possuem
personalidade
• A pessoa física ou natural, de acordo com o art. 2º do CC,
adquire personalidade jurídica com o nascimento com vida.
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
• “Nascer com vida” significa operar-se o funcionamento do
aparelho cardiorrespiratório do recém-nascido,
independentemente da forma humana e de tempo mínimo de
sobrevida
• CC Espanhol: “somente se reputará nascido o feto que tiver
figura humana e um tempo de sobrevida de 24 horas”.
NASCITURO
• Aquele que, embora concebido, ainda não nasceu
• Se o nascituro tem direitos reconhecidos, não deveria também
ser considerado uma pessoa? Divergência da doutrina
• Teoria natalista (Silvio Rodrigues, Caio Mário e outros):
nascituro não seria pessoa, gozando de mera expectativa de
direito
• Teoria concepcionista (Silmara Chinellato, Teixeira de Freitas e
outros): nascituro é pessoa desde a concepção, sendo, desde
já, titular de direitos
• Clóvis Bevilácqua: legislador aparentemente abraça a teoria
natalista, por ser mais prática, mas sofre influência da teoria
concepcionista (há, sem dúvida, reconhecimento de direitos,
como o de receber doação e herança)
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo
aceita pelo seu representante legal.
PERSONALIDADE X CAPACIDADE
• Personalidade: soma de características corpóreas e
incorpóreas que formam a pessoa natural
• Capacidade: medida da personalidade; possibilidade de
titularizar pessoalmente relações jurídicas de conteúdo
patrimonial
- Capacidade de direito: capacidade genérica, geral, para
titularizar direitos e obrigações (para Orlando Gomes, confunde-se
com a noção de personalidade)
- Capacidade de fato ou de exercício: nem todos têm;
aptidão para praticar pessoalmente os atos da vida civil. Sua
ausência gera incapacidade absoluta ou relativa
• Incapacidade absoluta:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
PERSONALIDADE X CAPACIDADE
• Os absolutamente incapazes são representados. Atos praticados
por absolutamente incapazes sem seus representantes são nulos.
• Lei n. 13.146/15: apenas os menores de 16 anos são
absolutamente incapazes. Os demais casos passarem a ser de
incapacidade relativa
• Incapacidade relativa
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à
maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente,
não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos
• Os relativamente incapazes são assistidos. Atos praticados por
relativamente incapazes sem seus representantes são anuláveis.
EMANCIPAÇÃ O
• Instituto que permite a antecipação da capacidade plena
(efeitos da maioridade) para data anterior aos 18 anos
• Pode ser: a) voluntária; b) judicial; c) legal
a) Voluntária: mediante instrumento público, por ato dos pais,
independentemente de homologação judicial, e desde que o
menor tenha pelo menos 16 anos
b) Judicial: concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o
menor tenha pelo menos 16 anos. Juiz se manifesta para
evitar emancipações apenas com o objetivo de livrar o tutor
dos ônus da tutela
c) Legal: I) pelo casamento; II) exercício de emprego público
efetivo; III) colação de grau no ensino superior; IV)
estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego,
com economia própria
EXTINÇÃ O DA PESSOA NATURAL
a) Morte encefálica como critério mundialmente adotado pela
comunidade científica e fixado como referencial jurídico
b) Morte presumida
- com ausência (art. 22, CC): pessoa desaparece do
domicílio sem deixar notícia ou representante que administre
seus bens
- sem ausência (art. 7º, CC): I) se for extremamente
provável a morte de quem estava em perigo de vida; II) se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até 2 anos após o término da guerra. Parágrafo
único: “a declaração da morte presumida, nesses casos, somente
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento.”

Você também pode gostar