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Revisão 1° V.A.

segunda-feira, 24 de julho de 2023 15:57

Direito Civil Brasileiro


→ Divisão do Direito
• Público: leva em consideração o Estado e os interesses sociais
• Privado: leva em consideração o indíviduo
PÚBLICO PRIVADO
Constitucional Civil
Penal Empresarial
Administrativo Consumidor
Ambiental
Tributário
Eleitoral
→ História
• Ordenações Filipinas
• Código Civil de 1916
• Código Civil de 2002 → Lei 10.046/2002
→ 1916
• Código conservador, original e nacional.
• Texto de Clóvis Bevilacqua
• Várias tentativas anteriores de redação do CC, ex.: Teixeira de Freitas
→ 2002
• Redigido por Miguel Reale
• Projeto sofreu várias críticas
• Aprovado na Câmara em 1983 e após período de esquecimento, houve aprovação na Câmara e Senado apenas em 2001.
• Sofreu alterações pela Redemocratização do país (CF/88)
→ OBS: processo para uma lei entrar em vigor
• Aprovada, Promulgada, Publicada.
• Vigência: quando a lei não fala nada é em 45 dias, pode ser na data da publicação ou quando a lei indicar.
• Vacatio legis: tempo até a lei entrar em vigor.
→ Estrutura do Código Civil
Parte Geral - arts. 1 a 232 Parte Especial - arts. 233 a 2046
Livro I - Das pessoas Livro I - Obrigações
Livro II - Dos bens Livro II - Empresa
Livro III - Dos fatos jurídicos Livro III - Coisas
Livro IV - Família
Livro V - Sucessões
→ Estrutura da lei
• Artigos: art. 1° ao 9°, 10.. , caput
• Incisos: números romanos I, II, X
• Parágrafos: § 1° ao 9°, 10, 11 ou parágrafo único
• Alíneas: a, b, c, d
→ Código Civil
• Art. 1°: Todos tem personalidade jurídica (capacidade de adquirir). Todos tem capacidade de ter direitos e deveres.
• Art. 2°: A partir do momento do nascimento, tem-se personalidade jurídica. O nascituro tem os seus direitos desde a concepção (o CC os põe a
salvo).
• Capacidade de adquirir é diferente de capacidade de exercer!
→ Título I - Das pessoas naturais
→ Capítulo I - Da Personalidade e da Capacidade
1. Personalidade Jurídica
- Início
• Direitos do nascituro
• Teorias dos direitos do nascituro (art. 2°, CC)
a) Natalista: apenas após o nascimento com vida há personalidade.
b) Concepcionista: direitos e obrigações desde a concepção.

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b) Concepcionista: direitos e obrigações desde a concepção.
c) Personalidade condicionada: expectativa de direitos (nascer vivo).
• Personalidade: capacidade de direito ou de gozo (ter direitos) (art. 1°, CC)
2. Capacidade plena: capacidade de exercício ou de fato (taxativo) (arts. 3° e 4°, CC)
• Incapacidade Absoluta: menores de 16 anos (art. 3°, CC)
• Incapacidade Relativa: (art. 4°, CC)
I - maiores de 16 anos e menores de 18 anos
II - viciados em tóxico e ébrios habituais
III - pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não conseguem expressar consentimento.
IV - pródigos (os pródigos só são incapazes de praticar os atos de caráter patrimonial, podendo realizar outros atos civis.
• Capaz: pode exercer pessoalmente todos os direitos e obrigações.
- Atos válidos.
• Relativamente incapaz: só pode exercer os atos jurídicos se estiver assistida por seu representante legal. (pai/mãe; tutor, se for órfão; curador, para
pessoas incapazes por outros motivos senão idade)
- Anulável se não estiver assistido por representante legal.
- Pode se convalidar (tornar válido)
• Absolutamente incapaz: só pode exercer os atos se estiver representado pelos responsáveis legais.
- Nulo se não estiver representado pelo responsável legal.
- Nunca convalida.
3. Emancipação (irrevogável); mínimo 16 anos (art. 5° CC)
• Conceito: possibilidade de alcançar a capacidade plena antes da idade legal.
• Espécies:
a) Voluntária: concessão dos pais (os dois - mãe e pai, pois é de poder familiar); (os filhos não podem exigir).
Poder Familiar: poder de decisões dos pais sobre os filhos menores de idade.
b) Judicial: tutor (órfão) faz um requerimento ao juiz.
c) Legal: automática por:
I - casamento;
II - colação de grau em curso superior;
III - exercício de cargo público efetivo (concurso público)
IV - atividade empresarial com economia própria.
4. Fim da Personalidade: morte. (art. 6°, CC)
• Espécies:
a) Natural/ Real: é possível constatar a morte pela análise de um corpo
b) Civil: a pessoa está viva, mas como forma de pena, é dada como morta para os fins civis. No Brasil, não é mais utilizada, apenas com a punição de
indignidade (considerado morto para fins de herança)
c) Simultânea/ Comoriência: pessoas morrem no mesmo instante, sem saber quem morreu primeiro, mas só é importante se eles tem um vínculo
sucessório. Se é simultânea, não há direito hereditário entre os mortos.
d) Presumida: não tem o corpo como prova:
- Sem declaração de ausência: morte muito provável: guerra → prisioneiro ou desaparecido em campanha.
- Com declaração de ausência: a Ausência é um processo longo (mais de 10 anos) que se dá com o desaparecimento de uma pessoa que não foi mais
encontrada, dando-se a morte presumida.
Ausência
→ Capítulo III - Da Ausência (arts. 22 a 39, CC)
• Conceito: regulado pelo CC e pelo CPC. Pessoa desaparecida sem que os familiares ou conhecidos tenham notícias, não sabendo se está viva ou
morta.
• Proteção jurídica: proteção do patrimônio deixado pelo desaparecido. Se não há patrimônio, é meio desnecessário o processo de ausência.
• Possibilidades:
1. O ausente está vivo: proteção dos bens para devolver ao ausente.
2. O ausente está morto: proteção dos bens para os herdeiros.
• Fases:
1ª fase: Curadoria dos bens do ausente (duração de 1 ano): é determinado um curador para cuidar dos bens e não do ausente, pois ele não é
incapaz.
→ Requerimento: o juiz não age sem ser provocado. Algum interessado, por meio de um advogado, requere a ausência ao juiz, ou pode ser feito por
meio do Ministério Público.
→ Arrecadação de bens.
→ Nomeação do curador: o curador irá gerir o patrimônio do ausente. Irá fazer a arrecadação dos bens, verificar o que foi deixado e ver se algo
precisa de medidas urgentes, como a venda de bens perecíveis (mediante autorização do juiz)
1° - Cônjuge/companheiro
2° - pai/mãe (não são os ascendentes, portanto, avô/avó não entram nesse mérito)
3° - descendentes (todos os descendentes, não só os filhos)
4° - à escolha do juiz

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4° - à escolha do juiz
→ Publicação de editais: um chamamento para alertar o ausente. Mas não é muito eficaz, porque quase ninguém vê. É feito durante 1 ano, a cada 2
meses.
→ Se o ausente voltar? Se voltar nessa 1ª fase, tem direito a todos os seus bens de volta.
2ª fase: Sucessão provisória: sucessor patrimonial provisório.
→ Após 1 ano de arrecadação (curadoria) ou 3 anos, se o ausente tiver deixado um procurador (a pessoa deixou um responsável pelo patrimônio e
desapareceu).
→ Legitimidade: (requerimento): os que podem requerer os bens:
I - cônjuge/companheiror
II - herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários
III - quem tiver interesse nos bens
IV - credores
→ Sentença: efeitos após 180 dias. O juiz autoriza a sucessão provisória e a partilha de bens.
→ Partilha: o juiz fará uma identificação. Se os herdeiros forem mais próximos, eles já podem usufruir do patrimônio. Se não for próximo, indicado em
testamento, é necessário uma garantia para caso o ausente volte. Os que forem usufruir, não podem ter os bens em seu nome, eles ainda
pertencem ao ausente.
→ Vedada a venda dos bens.
→ Rendas pertencem aos herdeiros: se o herdeiro for próximo e render o bem, pode ficar com o rendimento. Se não for parente próximo, é necessário
que capitalize o rendimento e devolva 50% do rendimento se o ausente voltar.
→ Garantia: o herdeiro que não é parente próximo, necessita de uma garantia (dinheiro - caução) para usufruir dos bens do ausente.
→ Se o ausente voltar? Se voltar nessa 2ª fase, tem direito a todos os seus bens de volta, inclusive os 50% dos rendimentos dos bens usufruídos pelo
herdeiro não próximo.
→ Essa fase tem duração de 10 anos.
3ª fase: Sucessão definitiva: ausente é dado como morto.
→ Após 10 anos da abertura da sucessão provisória ou se o ausente tiver mais de 80 anos e 5 de desaparecimento (se esse for o caso, o prazo da
sucessão provisória reduz para 5 anos, visto que a probabilidade de morte do idoso é maior)
→ Converte-se a partilha provisória em definitiva: a herança agora é definitiva, o direito de ter, não mais só de usufruir.
→ Levanta-se as garantias: retira-se as garantias e os herdeiros não próximos podem ter o direito de ter e não só usufruir os bens, inclusive os
rendimentos.
→ Se o ausente voltar? Tem o direito de receber os bens se ainda existirem. Se ultrapassar os prazo da sucessão definitiva (10 anos), não tem direito
a nada.
• Assim, levando-se em consideração um processo de ausência sem nenhum atraso, o prazo é de 21 anos.

Direitos da Personalidade
→ Capítulo II - Dos Direitos da Personalidade (arts. 11 a 21)
• Conceito: direitos inerentes ao indivíduo (nome, imagem.. )
• Características:
I - Irrenunciáveis: do nascimento à morte
II - Intransmissíveis: é individual, específico
III - Inalienáveis: não pode praticar venda, doação
IV - Oponível "erga omnes": absoluto. Posso reivindicar judicialmente de quem violar os meus direitos.
V - Vitalícios
• Pode admitir a exploração econômica, por exemplo, utilizar a minha imagem para fazer propaganda e eu recebo pelo uso dela.
• Alguns exemplos:
1. Direito à vida: total direito de personalidade. Todos tem direito à vida.
2. Direito à integridade física: as pessoas não podem fazer tudo o que querem com a vida.
3. Direito ao nome: todos tem direito ao nome.
→ Elementos: nome é a composição geral (prenome e sobrenome)
- Prenome: primeiro nome → simples ou composto. Individualiza a pessoa.
- Sobrenome: identifica a família (obrigatório)
- Agnome: partícula que serve para diferenciar o nome idêntico na família (júnior, neto, filho, sobrinho, segundo.. )
→ Alteração do nome: casamento (pegar o nome do cônjuge, não é obrigatório), divórcio (retirar o nome do cônjuge), adoção (alteração do prenome e
do sobrenome), maior de 18 anos (lei de Registros Públicos) - erros de grafia, situações de constrangimento, se tiver apelido público notório. A troca
só pode ser feita uma única vez.
4. Direito à imagem: relacionado à imagem que se vê de cada um. Deve ser resguardado, não se pode fazer o que quiser com a imagem do outro. A
manifestação do pensamento é livre, mas deve-se arcar com a consequência. Ao se sentir lesado, pode-se pedir a tutela preventiva (parar a ofensa
à imagem) ou a tutela repressiva (indenização pelo dano ao direito da personalidade - danos morais). Ex.: Carolina Dieckmann.
5. Direito à vida privada: direito a resguardar a sua intimidade do seu lar, aquilo que é íntimo da pessoa.
6. Direito à honra.

Domicílio
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Domicílio
→ Título III - Do Domicílio
• Conceito: lugar onde se estabelece a residência da pessoa natural. (art. 70, CC)
- Moradia: local onde a pessoa pode ser encontrada mesmo que momentaneamente. Não depende de um vínculo. Transitória.
- Residência: onde a pessoa reside com a sua família, lar. Caráter definitivo. A pessoa pode ter mais de uma residência. É onde há um vínculo familiar.
- Domicílio: vínculo jurídico. Residência (pode ser o local de atividades profissionais) e animus definitivo. (Ex.: endereço de cobrança). Local para
relações jurídicas.
• Possibilidades:
- Se tiver mais de uma residência? Art. 71, CC. A pessoa pode escolher qualquer uma delas para ser o seu domicílio. (art. 71, CC)
- Se quiser domicílio profissional? Art. 72, CC. Pode sim utilizar o local profissional. (art. 72, CC)
- E se não tiver residência? Art. 73, CC. Se ela não tiver residência, será domicílio o local onde ela for encontrada. (Ex.: morador de rua) (art. 73, CC)
- Se quiser mudar de domicílio? Art. 74, CC. Pode mudar, mas dependendo do que a pessoa estiver relacionada, é necessário comunicar que mudou.
(art. 74, CC)
• Espécies:
- Político: (Direito Eleitoral. Domicílio onde as pessoas exercem seus direitos políticos. - Justiça Eleitoral - Código Eleitoral.
- De eleição: escolha do domicílio para resolução de conflitos no contrato. Se não tiver um cláusula que determine isso no contrato, é de acordo com
o CPC. (art. 78, CC)
- Voluntário: a pessoa escolhe livremente onde será o seu domicílio, sem nada que impeça ou determine especificamente.
- Necessário/Legal: (obrigatório). A pessoa não pode escolher o seu domicílio, já é determinado por lei. (Art. 76, CC).
a) Incapazes: domicílio dos representantes legais.
b) Servidor Público: o local em que ele exerce suas funções profissionais.
c) Militar: onde o militar servir (comando).
d) Marítimo: onde o navio está matriculado.
e) Preso: onde cumprir a pena.
f) Ministro ou agente diplomático: (Art. 77, CC). No Distrito Federal ou no último local que ele estiver no Brasil.
• Domicílio da Pessoa Jurídica - Art. 75, CC.
- Pessoa Jurídica: construção humana, entidade fictícia, personalidade a um ente abstrato → tem direitos e obrigações.
- Tem sempre um representante.
• União: Distrito Federal
• Estados/territórios: capitais
• Municípios: onde funciona sua administração
• Demais pessoas jurídicas: onde for a sua administração ou onde o seu ato constitutivo (documento que criou a pessoa jurídica) disser.
Pessoa Jurídica
• Título II - Das Pessoas Jurídicas
• Conceitos: pessoa criada pelo homem, estabelecendo regras para reger a instituição. É abstrato. Possibilidade de praticar atos jurídicos como se
fosse uma pessoa natural, mas é fictício.
• Espécies:
1. Pessoa Jurídica de Direito Público: interesse público, do Estado. O Poder Público está à frente.
a) Interno: Dentro do Brasil. (Ex.: União, Estados, Municípios, DF, autarquias (INSS), fundações públicas). Criado por lei.
b) Externo: Fora do País. (Ex.: Outros Estados estrangeiros (países), organizações de âmbito mundial).
2. Pessoa Jurídica de Direito Privado: interesses de grupos particulares.
a) Estatal: é privado, mas com alguma parceria pública, algum envolvimento estatal, mas o Estado não detém todo o poder (é como se fossem
sócios). (Ex.: sociedade de economia mista, empresas públicas).
b) Não Estatal: voltado a interesses privados (100%).
- Associação: Pessoa jurídica que não visa lucros. Finalidade de beneficiar seus próprios associados. Não tem um dono para receber os lucros. Para
criar uma associação, é necessário um estatuto e tem que ser registrado. É criada por um grupo.
- Fundação particular: normalmente com objetivo de lazer, educação, saúde, etc. Criada por meio de destinação patrimonial. Pode ser criada por uma
pessoa só. Instituído por um estatuto. Sem fins lucrativos.
- Sociedade: visa lucro, explorando economicamente determinado grupo. É feito por grupos. Pode ser criado por estatutos ou contratos sociais.
- Partidos políticos: não visa lucro, o objetivo é desenvolver ideologias político-partidárias. Criado por um grupo de pessoas. É instituído por um estatuto.
Precisa de uma maior representatividade para ser criado. Tem que ser registrado na Justiça Eleitoral.
- Organizações religiosas: não tem finalidade lucrativa. Criado por um grupo de pessoas. Instituída por um estatuto. A finalidade é desenvolver uma
ideologia religiosa.

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