Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pilares da Constituição
1
TEORIA NATALISTA: após o nascimento com vida. O nascimento se dá com a
separação do feto do ventre materno. A vida ocorre com a respiração – expectativa
de vida para os nascituros.
TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL: momento da concepção, mas
sujeita, contudo, a uma condição: o nascimento com vida – condição suspensiva:
evento futuro que suspende a eficácia de um ato.
TEORIA CONCEPCIONISTA: momento da concepção (14º dia de gestação). Obs.:
direitos de natureza patrimonial só são adquiridos após o nascimento com vida.
Incapacidade Absoluta
Menores de 16 anos;
Os que por enfermidade ou doença mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil1;
Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade ( Ex.:
surdos e mudos, hipnose, epilético, coma...)
1
A pessoa deve ser portadora de uma anomalia mental que a prive completamente da capacidade de
raciocínio. Obs.: Lúcidos intervalos: fenômeno psiquiátrico no qual o doente mental vive momentos de
lucidez – o ordenamento jurídico não considera esse fenômeno – segurança jurídica – presume-se a
incapacidade absoluta.
2
Incapacidade Relativa zona intermediária entre a incapacidade absoluta e a
capacidade civil plena.
Maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
Ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os deficientes mentais com
discernimento reduzido e os excepcionais sem desenvolvimento mental
completo.
Pródigos – incapacidade se restringe aos atos de caráter econômico; para os atos
extrapatrimoniais o pródigo conserva sua capacidade.
Ato praticado por menor não poderá ser anulado quando menor for relativamente
incapaz e tenha ocultado dolosamente sua idade ou se apresentado como maior.
3
4. Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego 4
Atos não abrangidos pela emancipação atos que não possuem natureza civil e atos
para os quais a lei exige idade mínima de 18 anos.
Morte civil supressão dos direitos de uma pessoa como se morta fosse. Não existe
mais no direito moderno. Resquício: herdeiro indigno não tem direito à herança do ofendido (art.
1816 CC).
Direitos da personalidade
São aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si
e em suas projeções sociais.
Características estruturais
4
Requisitos: o menor deve possuir economia própria que deve resultar do estabelecimento ou do emprego
(não pode resultar de herança)
4
sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral. Cessão de
imagens – tempo determinado. Os créditos que nascem dessa cessão podem ser cedidos.
Impenhorabilidade: direitos da personalidade não podem ser penhorados.
Imprescritibilidade: direitos da personalidade não são extintos pela sua não
utilização.
Vitaliciedade: direitos da personalidade acompanham o titular por toda a vida.
Irrenunciabilidade: REGRA: direitos da personalidade são irrenunciáveis.
EXCEÇÃO: situações previstas em lei e condutas toleradas pela sociedade por meio
do princípio da adequação social ( Ex.: direito à privacidade x BBB; direito à integridade física
x UFC)
Titularidade
Nascituros *Natalistas: personalidade só tem início com o nascimento com
vida. *Concepcionistas: o nascituro adquire a personalidade jurídica desde o
momento da concepção. Somente para fins patrimoniais exige-se o nascimento
com vida.
5
Pessoas naturais todas as pessoas naturais: caráter geral do direito da
personalidade
Pessoas jurídicas art. 52 CC: aplicação dos direitos da personalidade às pessoas
jurídicas que sejam compatíveis com a sua natureza (Ex.: direito à imagem, à honra)
Nome Civil
5
Tacitamente revogado, pois, hoje em dia não existe prazo mínimo para União estável
6
incorporados ao nome). ►Alteração para proteção de vítimas e testemunhas de crime
(alteração temporária – a pessoa poderá solicitar o retorno à situação anterior após cessada a situação
de perigo). ►Alteração em razão da mudança do sexo (não possui previsão expressa na lei,
mas o Dir. Civil Constitucional defende a mudança: p. da dignidade da pessoa humana).
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Ausência
Prazo para a configuração da ausência ►Ausente que não deixa procurador: não
há prazo mínimo para configuração desse pedido. ► Ausente que deixa procurador: o
pedido só poderá ser formulado após três anos depois do desparecimento.
Fases da ausência
Sucessão provisória
Sucessão definitiva
7
Termo inicial sentença do juiz que declara a sucessão definitiva. Essa sentença só
pode ser proferida após 10 anos do trânsito em julgado da sentença que determinou
a abertura da sucessão provisória.
Situação dos bens os herdeiros vão adquirir a PROPRIEDADE dos bens.
Atos praticados os herdeiros já poderão alienar os bens e poderão requerer o
levantamento da caução.
Retorno do ausente
Após dez anos da abertura da sucessão definitiva o ausente NÃO terá direito à
restituição dos bens. Crítica: inconstitucional – não assegura o patrimônio mínimo, ofende a
dignidade da pessoa humana.
Pessoas Jurídicas
Natureza jurídica
8
Teoria da realidade jurídica/técnica a pessoa jurídica existe de fato, mas o
ordenamento não a declara, e sim a constitui.
Pressupostos de existência
Sociedade de fato/irregular
Previsão da responsabilidade solidária ou subsidiária dos sócios estipulada no ao
constitutivo.
Previsão legal (ex.: CTN prevê a responsabilidade dos sócios pelo pagamento de tributos de
sociedades em extinção).
9
ASSOCIAÇÕES são pessoas jurídicas de direito privado constituídas de pessoas que
reúnem seus esforços para a realização de fins não econômicos.
Requisitos para exclusão: existência de justa causa e de um procedimento que assegure o direito
de defesa e de recurso.
Assembleia Geral: órgão máximo da Associação composto por todos os associados. Existência
obrigatória. Competência privativa para alterar o estatuto e para destituição dos dirigentes.
Quórum será estabelecido no estatuto (maioria absoluta ou maioria simples).
Conselho Deliberativo: composto por membros eleitos na Assembleia Geral. Órgão de existência
facultativa. Competência definida no estatuto.
Fundações Associações
Personalidade Jurídica Sim Sim
Finalidade Lucrativa Não Não
Vontade Suficiente vontade de uma Vontade de duas ou mais
pessoa pessoas
Existência de bens Imprescindível Não é necessário
Fins Imutáveis Pode haver modificação
10
Fases de constituição:
Dotação de bens reserva de bens pelo instituidor com uma finalidade
específica. Pode ser feita por ato inter vivos (Ex.: escritura pública) e por ato causa mortis (Ex.:
testamento).
Elaboração do estatuto ►Elaborador: pessoa escolhida pelo instituidor na
escritura ou testamento (pode ser o próprio instituidor). Obs.: se o instituidor não
estabelecer o elaborador, presume-se que o MP o fará . ►Prazo: determinado pelo
instituidor. E se ele for omisso? Prazo será de 180 dias. ►Inobservância do
prazo: o estatuto deverá ser elaborado pelo MP.
Apreciação pelo MP observar: se os fins da Fundação dão lícitos, se o
estatuto foi elaborado de forma regular, se os bens são suficientes para a
constituição da Fundação. Obs.: Insuficiência dos bens: deverão ser repassados a uma
Fundação com fins semelhantes.
Registro no cartório de pessoas jurídicas.
11
Teoria Menor: desconsideração pode ser feita sempre que houver prejuízo para um
credor. (adotada pelo CDC, art. 28, § 5º e pela Lei 9605/98 – dano ambiental)
Teoria Maior: desconsideração é possível sempre que a pessoa jurídica for utilizada
para a prática de atos abusivos.
Teoria Maior Objetiva: suficiente que ocorra confusão patrimonial. ( adotada pelo
CC, art. 50).
Teoria Maior Subjetiva: necessária a intenção de utilizar a pessoa jurídica de
forma deturpada.
Entes despersonalizados
Domicílio
12
É o lugar onde a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Morada (lugar em que a pessoa se instala temporariamente ) ≠ Residência (lugar em que a pessoa se
instala habitualmente) ≠ Domicílio (abarca a residência + elemento subjetivo)
Pluralidade de domicílios a pessoa pode ter mais de um domicílio, desde que tenha
mais de uma residência.
Espécies de domicílio
13
Domicílio de eleição7 estabelecido pelas partes do contrato para fatos
concernentes à própria relação contratual.
Objeto do direito
Objeto da relação jurídica é tudo que se pode submeter ao poder dos sujeitos de
direito como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas.
1º corrente: coisa = gênero. Bem é espécie – bem seriam as coisas que podem ser
apreciadas pecuniariamente.
2º corrente: bem = gênero – tudo aquilo que corresponde à satisfação dos nossos
anseios. Bem jurídico: bens de valor econômico - *materiais e *imateriais. Coisa =
bens jurídicos materiais.
7
Disponibilidade do domicílio de eleição: o autor da cláusula pode optar pelo domicílio do réu e
renunciar pelo domicílio eleito no contrato. A cláusula de eleição beneficia o autor do contato que pode
renunciar ao benefício. Contrato de adesão: é NULA a cláusula de eleição de foro em um contrato de
adesão.
14
Bens corpóreos bens que possuem existência material criada pela natureza. Ex.:
energia, gases... ►Alienação
Bens incorpóreos bens que possuem existência ideal porque são criados pelo direito.
Ex.: direito de crédito. ►Cessão
Bens imóveis aqueles que não podem ser transportados de um local para o outro sem
destruição. Classificação:
Bens imóveis por sua natureza solo, subsolo, espaço aéreo correspondente...
Bens imóveis por acessão
Acessão natural: bens que se agregam ao solo sem intervenção física.
Ex.: árvore que a natureza plantou.
Acessão física, artificial ou industrial: bens que o homem agrega ao solo
de forma permanente. Ex.: construções, árvores plantadas por intervenção humana.
Acessão intelectual: bens imobilizados pela vontade humana destinados à
comodidade de um imóvel ou à exploração industrial. Ex.: ventilador de teto,
ar condicionado, um quadro... Obs.: o CC/02 não contemplou essa categoria.
Bens imóveis por determinação legal *direitos reais sobre bens imóveis e
respectivas ações. Ex.: usucapião. *direito à sucessão aberta (herança) é considerado
bem imóvel.
Bens móveis por sua natureza bens que podem ser transportados de um lugar
para o outro sem que haja transformação de sua essência.
Bens móveis por determinação legal bens incorpóreos que são considerados
móveis por escolha do legislador:
Direitos reais sobre os bens móveis e as respectivas ações.
Direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Energias que possuem valor econômico.
Bens móveis por antecipação (não há previsão no CC – criação jurisprudencial) bens que,
embora agregados ao solo, destinam-se a se transformar em bens móveis. Ex.:
eucaliptos destinados ao corte, árvore que se converterá em lenha, venda de uma casa para
demolição...
Bens imóveis acima de 30 salários mínimos só podem ser alienados por escritura
pública.
15
Alienação de bem imóvel, em regra, depende da outorga uxória ou marital.
O bem móvel é adquirido pela tradição (Exceção: lei fiduciária dos bancos para carros) enquanto o
bem imóvel é adquirido pelo registro.
Bens imóveis são utilizados como garantia por meio de hipoteca. Bens móveis por meio
do penhor.
Bens fungíveis e infungíveis bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos
por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. ►Bens fungíveis podem se
transformar em infungíveis: evolução histórica e cultural; vontade do titular. ►Para
o CC, bem fungível é necessariamente móvel. *Exceção feita por Caio Mário: loteamento – 1
lote entre 10. ►Importância da distinção:
Bens consumíveis e inconsumíveis são consumíveis os bens móveis cujo uso resulta
em destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os
destinados à alienação. ►Importância da distinção: usufruto impróprio ou quase
usufruto recai sobre bens consumíveis. O usufrutuário pode consumir o bem, mas deve
restituir outro da mesma espécie ou equivalente em dinheiro. ►Classificação:
Bens divisíveis e indivisíveis bens divisíveis são os que se podem fracionar sem
alteração em sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo de uso a que
se destina. ►Critérios: Natural: considera-se divisível o bem que pode ser fracionado
sem alteração de sua substância. Econômico: considera-se divisível aquele que pode ser
fracionado sem que ocorra diminuição considerada de seu valor ( Ex.: saco de arroz – divisível;
diamante - indivisível). Convencional: a vontade das partes pode tornar um bem divisível em
indivisível (Ex.: indivisibilidade do condomínio).8 ►Importância da distinção: obrigações
indivisíveis: refere-se a um bem indivisível – o credor pode exigir o cumprimento de
apenas um dos devedores.
Bens singulares são singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per
si, independente dos demais. ►Espécies: Bem simples: aqueles com partes
componentes unidas entre si naturalmente (Ex.: árvore, animais). Bem compostos: bens que
possui partes unidas por intervenção humana (bens industriais em sua maioria).
8
Renda constituída sobre o imóvel: o casal repassa a propriedade para alguém e essa pessoa é obrigada a
transferir uma renda (aluguel) para o casal. Caso um faleça e for indivisível, o valor permanece.
16
Bens coletivos aqueles que formam um conjunto homogêneo e passam a ter
individualidade própria (livros que compõem uma biblioteca específica, quadros de um museu ).
►Espécies: Universalidade de fato – universitas facti: possuem uma destinação unitária
que será feita em decorrência da vontade humana ( quadros de um museu). Universalidade de
direitos – universitas juris: possuem uma destinação, mas não por vontade humana, mas
por vontade da lei (Ex.: massa falida; herança).
Bens principais e acessórios bem principal é o bem que possui existência autônoma.
Bem acessório é aquele que existe em função do principal. ►REGRA: destino do bem
acessório segue o do principal. Obs.: até o momento da transferência, quem é dono do
bem principal é também dono do bem acessório. Ex.: vaca prenha.
b) Produtos são utilidades que a coisa produz, cuja percepção ou extração diminui a
sua substância. Ex.: petróleo. ►Importância da classificação: o possuidor, ainda que de
boa fé, extrair produto de propriedade alheia, terá que restituir o produto para o
proprietário. Ex.: petróleo.
c) Partes integrantes são as partes concretas que entram na unidade que faz a coisa
embora conserve sua identidade. Ex.: volantes e rodas de um veículo automotor. Obs.: ≠ parte
componente: bens que se fundem para dar origem a outro, mas perdem sua
identidade. Ex.: cimento, areia, tinta e tijolos que formam uma casa.
d) Pertenças são bens destinados a conservar ou facilitar o uso dos bens principais
sem que destes sejam partes integrantes. Ex.: ar condicionado, máquina de uma indústria.
17
Importância da classificação: as partes integrantes, ao contrário das pertenças,
seguem o princípio da gravitação jurídica – o acessório segue o principal.
Benfeitoria Acessão
Origem Decorre de intervenção humana Decorre de intervenção humana
ou natural
(ex.: aluvião ou avulsão)
Transformação Transforma um bem já existente Cria outro bem
(ex.: transformar um cômodo em garagem) (ex.: construir uma garagem)
Bens públicos são aqueles que pertencem às pessoas jurídicas de direito público
(critério da titularidade)
Bem de uso comum do povo aquele destinado a ser utilizado por toda a
coletividade sem formalidades (praças, praias, ruas, rodovias).
Bem de uso especial bem utilizado pelo poder público na prestação de um
serviço público (fórum, presídio, hospital público, ambulância, auditório DPD)
Bem dominial/dominical bem que pertence ao poder público, mas não é
destinado a ser utilizado por toda a coletividade e nem é empregado na prestação
de um serviço público (bens herdados pelo município, terras devolutas, estradas de ferro).
18
nullius” – coisa de ninguém – o Estado torna-se proprietário dessa terra através do
processo de discriminação – o dono é quem chegar primeiro, desde que preenchido
15 anos de usucapião. Todavia, o Estado pode propor a ação antes de o particular
usucapir o bem.
Bem de Família constitui-se em uma porção de bens que a lei resguarda com as
características de inalienabilidade e impenhorabilidade em benefício da constituição e
permanência de uma moradia para o corpo familiar.
Bem de Família VOLUNTÁRIO pode ser constituído tanto por testamento como
por escritura pública. Pode abranger até 1/3 do patrimônio líquido do constituidor.
OBJETO: abrange dois tipos de bem: ❶imóvel urbano ou rural destinado à
residência da família; ❷Valores mobiliários (Ex.: Aluguel e ações). São destinados à
conservação da família e do imóvel. DURAÇÃO: gera efeitos até a morte de ambos
os cônjuges e até que seja atingida a capacidade para todos os filhos. EFEITOS:
●Inalienabilidade dos bens de família voluntário ( só pode ser alienado mediante autorização
judicial, desde que comprovada a necessidade da venda ); ●Impenhorabilidade: não pode ser
objeto de penhora em relação às dívidas constituídas APÓS o bem de família.
Exceções: tributos do imóvel e despesas de condomínio. Obs.: ¹se o bem for
vendido a quantia remanescente deve ser aplicada na aquisição de outro imóvel, ou
aquisição de títulos da dívida pública, ou outro destino que o juiz julgar
conveniente. ²Os bens vão gerar efeitos a partir do registro do ato constitutivo no
cartório de registro de imóveis.
10
Exceção que tem sido considerada inconstitucional, pois ofende o p. da dignidade da pessoa humana e o
princípio da igualdade (tratar desigualmente pessoas numa mesma relação jurídica).
19
Teoria Geral dos Fatos Jurídicos
Fato Jurídico stricto sensu é o fato jurídico que decorre da ação da natureza.
Ex.: queda de um raio que atinge um navio assegurado; morte por causa natural ou por doença.
Ato Jurídico Ilícito ato que acarreta resultado vedado pelo ordenamento. Ex.:
morte por atropelamento; suicídio.
Ato Jurídico Lícito ato que gera consequências almejadas pelo ordenamento.
Negócio Jurídico todo ato jurídico que decorre da vontade humana e
que pode, inclusive, delimitar o seu conteúdo. Ex.: contratos, contrato de adesão,
regime de bens.
Ato Jurídico stricto sensu todo ato que resulta de vontade humana que
não pode, contudo, delimitar seu conteúdo. Ex.: casamento, reconhecimento
voluntário de paternidade.
Ato-fato Jurídico ato que decorre da vontade humana, sendo esta,
contudo, irrelevante para o direito. Ex.: menor que pesca um peixe – ato válido.
Forma de o ordenamento validar alguns atos-fatos praticados por incapazes. Obs.: pesca proibida:
ato jurídico ilícito; vender um peixe: negócio jurídico.
Fato Jurídico
Fato Jurídico "stricto sensu"
"lato sensu"
Ato Jurídico Ilícito
Ato Jurídico
Negócio Jurídico Ato-fato Jurídico
Ato Jurídico Lícito
Ato Jurídico "stricto
sensu"
Quanto à origem
Aquisição originária: feita sem qualquer participação do titular anterior. Ex.:
ocupação de uma coisa sem dono “res nullius”, usucapião.
Aquisição derivada: quando um direito é adquirido em decorrência da
transmissão feita pelo titular anterior. Ex.: contrato de doação, compra e venda...
20
IMPORTÂNCIA PRÁTICA *incidência de impostos: venda (ITBI), herança e doação (ITCD).
Usucapião: não paga imposto de transmissão justamente pela causa de aquisição. *vícios na aquisição:
ninguém pode transmitir mais direitos do que possui.
Quanto à extensão
Aquisição à título singular: se restringe a determinados bens. Ex.: comprador num
contrato de compra e venda; legatário11
Aquisição à título universal: o adquirente sucede o antecessor em todos os
seus direitos. Ex.: herdeiro
Causas objetivas: causas externas ao agente. Ex.: prescrição, perecimento de um bem por
caso fortuito – um raio cair no carro...
Causas subjetivas: causas relacionadas ao titular do direito. Ex.: abandono, renúncia.
GRATUITOS: geram vantagens patrimoniais para apenas uma das partes. Ex.: doação,
testamento.
11
Herdeiro (sucede em todos os direitos) ≠ Legatário (recebe um legado, um bem determinado,
individualizado)
21
ONEROSOS: acarretam uma vantagem e uma perda patrimonial para cada uma das
partes. Ex.: compra e venda; permuta/troca.
NEUTROS: negócios desprovidos de vantagem patrimonial. Ex.: constituição dos bens de
família; doação de órgãos; gestação no útero alheio.
BIFRONTES: negócios que podem ser gratuitos ou onerosos, conforme a vontade
das partes. Ex.: contrato de mútuo – pode ou não cobrar juros; depósito: tanto gratuito quanto oneroso.
Quanto à forma
“INTER VIVOS”: negócios destinados a gerar efeitos durante a vida das partes. Ex.:
contratos em geral. *OBS.: seguro de vida – doutrina defende que é ato inter vivos pois o pgt é feito em vida.
“CAUSA MORTIS”: destinado a gerar efeitos após a morte do agente. Ex.: testamento
Quanto à origem
CAUSAL: negócio que está vinculado à causa que lhe deu origem. Ex.: contrato de
compra e venda
ABSTRATO: negócio que se liberta da causa que justificou o seu nascimento. Ex.:
títulos de créditos: nota promissória e o cheque – contrato X para pintar a casa e passo o cheque antecipado pelo
serviço; X não pinta a casa e passa o cheque para Y. Y tem o direito de cobrar o cheque? Sim. Porque o cheque é
um negócio abstrato que se liberta da obrigação de origem.
“Escada Ponteana”
Plano da Eficácia
22
OBS.: ►O CC/02 não adotou essa teoria. ►existência ≠ validade: venda de uma
bicicleta para um menino de 14 anos: esse negócio existe? Sim. É válido? NÃO.
Agente capaz negócio jurídico deve ser celebrado por uma pessoa que possua
capacidade de fato ou de exercício.
O silêncio como manifestação de vontade Art. 111. O silêncio importa anuência, quando
as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa
REGRA: não se pode extrair/concluir vontade em decorrência do silêncio.
EXCEÇÕES: ¹Se as partes convencionarem expressamente que na falta de
manifestação contrária o contrato continuará valendo. ²Usos e costumes - Art.
539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade.
23
Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que
aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Teorias de Interpretação
Teoria da Vontade: julgador deve se ater mais ao elemento anímico em detrimento da forma
como a vontade foi exteriorizada. (posição subjetivista)
Teoria da Declaração: foca nos elementos declarados/exteriorizados pelo agente.
Fundamento: segurança jurídica. Crítica: a pessoa é obrigada a cumprir aquilo que não era sua
intenção (posição objetivista)
Teoria adotada pelo CC/02: art. 112 c/c art. 113 ( p. da eticidade) = harmonizou as duas
teorias12.
Representação ato por meio do qual se transfere determinados poderes a uma pessoa
para que ela possa integrar uma relação jurídica defendendo interesses de outra. –
Espécies:
12
Para muitos doutrinadores o CC teria adotado a Teoria da Confiança para a qual deve-se respeitar as
expectativas que as partes depositaram no negócio jurídico (aproxima-se da Teoria da Declaração).
24
Gestor de Negócios representa interesse alheio sem procuração.
Vícios sociais quando uma pessoa expressa uma declaração que corresponde à sua
vontade, todavia, essa vontade corresponde a uma ofensa a interesse de terceiros.
►simulação e fraude contra credores.
Requisito pacífico: art. 139 CC o erro deve ser substancial = o erro deve ser referir
à essência do negócio jurídico e atuar como fator determinante para a manifestação
25
de vontade. Ex.: X quer comprar um celular verde. Ao receber o celular constata que o carregador é preto. X
pode anular o negócio jurídico? NÃO, porque o que se leva em conta é a essência do negócio, no caso, o celular .
O erro é substancial quando:
Erro relativo à natureza e ao objeto do negócio
Erro relativo à identidade ou qualidade da pessoa
Erro quanto ao caráter ilícito do fato. Ex.: pessoa que contrata a importação de
determinada mercadoria ignorando existir lei que proíbe tal importação.
Requisito divergente: art. 138, 2º parte “(...) que poderia ser percebido por pessoa de
diligência normal (...)”. Erro escusável ou cognoscível?
Corrente Minoritária: o erro deve ser escusável = erro perdoável capaz de
atingir qualquer pessoa de diligência normal.
Corrente Majoritária: o erro deve ser cognoscível = erro que poderia ser
percebido pela outra parte do negócio jurídico.
Enunciado 12 do CJF no art. 138 é irrelevante ser ou não escusável o erro porque o
dispositivo adota o p. da confiança13
Erro e falso motivo (art. 140 CC) o falso motivo só enseja a anulação do negócio
jurídico quando ele constar expressamente como razão determinante do ato.
Erro na individualização do objeto (art. 142 CC) se o objeto pode ser individualizado
pela análise das circunstâncias, o negócio jurídico não poderá ser anulado.
Erro de cálculo (art. 143 CC) autoriza apenas a retificação do valor. NÃO autoriza a
anulação do negócio jurídico.
Erro ≠ Vício redibitório (art. 441CC) erro é de ordem subjetiva – está na mente da pessoa, é
um vício da vontade; vício é de ordem objetiva – é um defeito oculto da coisa.
Dolo é todo artifício ou ardil empregado por uma das partes ou por terceiro, com o
fito de induzir outrem à prática de um ato
Erro (tropeço – é um vício espontâneo) ≠ Dolo (empurrão – erro induzido pela outra parte).
Espécies (arts. 146-147 CC):
Dolo essencial/principal dolo que induz ao agente a praticar um negócio
jurídico que lhe é prejudicial. Efeito: acarreta a ANULAÇÃO do negócio
jurídico.
Dolo acidental dolo que induz ao agente a praticar o negócio de forma
diversa da pretendida. Efeito: acarreta apenas o dever de INDENIZAÇÃO.
Dolo bonus dolo inocente, incapaz de atingir uma pessoa inocente. Efeito:
NÃO acarreta a invalidade do negócio jurídico14
13
P. da Confiança tutela as expectativas exteriorizadas das partes, consagrando a boa-fé objetiva.
14
Lei 8078/90, art. 37 – veda todo tipo de propaganda enganosa e abusiva.
26
Dolo malus dolo grave, capaz de prejudicar uma das partes. Efeito: acarreta a
ANULAÇÃO do negócio jurídico
Dolo positivo decorre de uma ação do agente desvirtuando a vontade da outra
parte.
Dolo negativo/omissivo silêncio intencional do agente acerca de dado
relevante para a celebração do negócio jurídico.
Dolo de terceiros (art. 148 CC) Consequências: ❶Ciência do dolo pela parte
beneficiada= negócio jurídico inválido ( anulável)❷ desconhecimento pela parte
beneficiada= negócio jurídico válido ►a parte prejudicada pode pedir que o terceiro a
indenize por perdas e danos. ►Obs.: atos unilaterais: não existe parte beneficiada – não se aplica
o art. 148 – doutrina defende que os atos unilaterais viciados por dolo podem ser anulados.
Dolo de ambas as partes – bilateral (art. 150 CC) nenhuma das partes poderá alegar o
dolo da outra parte para anular o negócio jurídico. P. de que ninguém há de se beneficiar
com a própria torpeza.
Coação (arts. 151-155 CC) constrangimento exercido sobre uma pessoa impelindo-a a
realizar um ato que de outra forma não realizaria. Espécies:
Requisitos:
Fundado temor: coação deve causar um receio justificado que deve ser analisado
pelo juiz considerando as condições da vítima e do caso concreto. ►Temor
reverencial (art. 153 CC): receio de desagradar pessoa a quem deve obediência – NÃO
configura coação = não anula o negócio jurídico.
Ameaça dirigida aos bens ou aos membros da família (art. 151 CC): estende-se a
terceiros com vínculo afetivo.
Ilegalidade da ameaça (art. 153 CC):
não configura coação a ameaça a um
exercício regular de um direito. ►uso abusivo do direito – pode configurar
coação.
27
Ameaça de dano atual ou iminente : CC/02 – não admite coação por dano
remoto.
Nexo causal entre a coação e o negócio jurídico : a coação deve ser a causa da
celebração do negócio jurídico.
Estado de perigo (art. 156 CC) caracteriza-se quando alguém, premido pela
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela
outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Estado de perigo (situação de perigo causada por questões circunstanciais ) ≠ Coação (situação de
perigo provocada pelo próprio interessado)
Requisitos
Situação de necessidade
Nexo de causalidade entre a situação de perigo e a declaração
Incidência do perigo sobre a própria pessoa do declarante ou de sua família
(ver art. 156, p. único – permite que a situação de perigo possa atingir pessoa não integrante
da família do declarante)
Conhecimento do perigo pela parte beneficiada – em caso de desconhecimento da
situação de perigo, o negócio jurídico será válido.
Existência de uma obrigação excessivamente onerosa – se a recompensa for
razoável, o negócio jurídico será válido.
Lesão (art. 157 do CC) prejuízo que uma pessoa sofre na conclusão de um ato negocial
resultante da desproporção existente entre as prestações das duas partes. Requisitos:
Anulação do negócio jurídico a parte interessada deve provar que comprou o produto
por um preço desarrazoado e que desconhecia essa desproporção. NÃO é necessário
provar que a parte beneficiada tenha conhecimento dessa situação. – segundo a doutrina a
lesão é objetiva, pois, embora exista o requisito subjetivo, não é necessário que a outra parte tenha conhecimento da
situação.
28
Conservação do negócio jurídico (art. 157, §2º CC) se a parte beneficiada concordar em
oferecer um complemento no benefício ou reduzir o excesso no valor. A parte beneficiada
tem o direito de conservar o negócio jurídico indenizando valores à parte lesada.
Devedor insolvente aquele que possui mais dívidas do que bens capazes de
garanti-las (devedor que possui o ativo maior que o passivo).
Requisitos
Elemento objetivo: “eventos damni” = para existir fraude contra credores deve
haver transferência de bens feita por um devedor insolvente ou que venha a se
tornar insolvente em razão do ato.
Elemento subjetivo: “consilium fraudis” = a má fé do adquirente que tenha
ciência da situação de insolvência do devedor. A jurisprudência estabeleceu
situações em que se presume a má fé do adquirente:
Quando a transferência do bem é feita para um parente/amigo íntimo;
Transferência de todos os bens para a mesma pessoa;
Hipótese de alienação com a conservação da posse.
Atos fraudatórios
Negócios gratuitos e remissão de dívidas (art. 158 CC) o devedor insolvente não pode
doar bens e nem pode renunciar a direitos e perdoar dívidas, porque esses atos
acarretam prejuízos para os credores. Consilium fraudis – é dispensado.
Negócios onerosos (art. 159 CC) é vedado ao devedor insolvente praticar negócios
onerosos. Obs.: art. 164 CC – o devedor insolvente pode alienar bens em duas hipóteses:
Pagamento antecipado de dívidas não vencidas (art. 162 CC) é vedado o pagamento
antecipado. Busca preservar a igualdade entre os credores quirografários. Consilium
fraudis – é dispensado
Obs.: doutrina: poderão ser oferecidas garantias fidejussórias (ex.: fiador), pois não
atinge o patrimônio do devedor insolvente e por isso não gera desequilíbrio.
29
Interesse atingido Atinge apenas interesses Ofensa ao interesse público é à
particulares dignidade da justiça
Forma de alegação Ação Pauliana Autos do processo
Efeitos Acarreta ANULAÇÃO do ato Acarreta INEFICÁCIA do ato
OBS¹.: art. 159, §2º CC estende a legitimidade ao credor com garantia real quando o bem
em garantia não mais existir ou até mesmo se tornar insuficiente para o pagamento da
dívida.
Destino dos bens objeto do negócio fraudado (art. 165 CC) após a anulação do
negócio jurídico os bens serão destinados ao concurso de credores e não apenas ao
credor que propôs a ação.
Simulação (art. 167 CC) é uma declaração enganosa da vontade visando a produzir
efeito diverso do ostensivamente indicado.
Art. 550 CC – veda a doação de bens para a amante. Art. 496 CC – veda a venda de bens de
ascendente para ascendente sem anuência dos demais.
Classificação:
Simulação absoluta quando um ato é praticado para não gerar qualquer
efeito prático.
Simulação relativa/dissimulação quando um ato é praticado para encobrir
outro vedado pela lei. Ex.: doação de um bem a um amigo para a doação para a amante.
Negócio oculto: doação para a amante; negócio aparente – doação para o amigo.
Simulação inocente é a que não acarreta prejuízo para terceiros nem para a lei. Não
está prevista no CC/02. Efeitos:
30
Simulação por interposta pessoa utilização de laranja/testa de ferro. Ex.: doa para
o amigo para doar para a amante.
Simulação por falsidade na declaração uso de certidão/declaração falsa. Ex.:
declaração de valor inferior na escritura.
Simulação por falsidade na data Ex.: grileiros pedindo usucapião.
Nulo
Invalidade
Anulável
Nulidade absoluta (nulidade propriamente dita) atos que ferem preceitos de ordem
pública e acarretam ofensa a toda sociedade. Hipóteses CC, art. 166:
Analisar as se não se
enquadrar
hipóteses de em
ato anulável nenhuma..
NULIDADE ANULABILIDADE
31
Interesse lesado Público Preponderantemente
particular
Possibilidade de alegação Art. 168 CC: qualquer Art. 177 CC: somente a parte
interessado, MP, juiz de interessada
ofício.
Efeitos REGRA: não gera efeitos; Gera efeitos até a data da
EXCEÇÃO: casamento sentença que decreta a
putativo – art. 1561 CC: gera anulabilidade
efeitos até a data da sentença
que declara a putatividade.
Sentença DECLARATÓRIA DESCONSTITUTIVA
Efeito ex tunc Efeito ex nunc
Direito de declarar a REGRA: imprescritível- CC, Prazo varia de acordo com
invalidade de um ato 169 EXCEÇÃO: declarar a hipótese15
nulidade de testamento –
prescreve em 5 anos – CC,
1859
Possibilidade de NÃO pode ser confirmado PODE ser confirmado
confirmação pelas partes pelas partes
Art. 105 CC uma parte não pode alegar a incapacidade relativa da outra em benefício
próprio.
Ato praticado por menor não pode ser invalidado nas seguintes hipóteses (art. 180 CC)
15
Exs.: 1) Incapacidade relativa: prazo de 4 anos começa fluir a partir da data em que cessou a
menoridade; 2) Vícios do consentimento e fraude contra credores: prazo de quatro anos. Termo a quo:
regra: data da celebração do negócio jurídico. Exceção: coação – prazo começa a fluir quando a coação
acabar.
32
Retorno ao “status quo ante” (art. 182 CC)
Plano da eficácia
Condição art. 121 CC – é a cláusula derivada da vontade dos declarantes que subordina
a eficácia ou a resolução do ato jurídico a evento futuro e certo.
Características:
Vontade exclusiva das partes – a condição não pode resultar de uma imposição legal
Evento futuro e incerto
Classificação
Condição LÍCITA e ILÍCITA (art. 122 CC – aquela que ofende a moral, os bons costumes e a
ordem pública).
Condição SUSPENSIVA e RESOLUTIVA
Condição suspensiva – art. 125 CC: condição que suspende os efeitos de um negócio
jurídico até que ocorra um evento futuro incerto.
Condição resolutiva – art. 127 CC: condição cujo implemento faz cessar os efeitos de
um negócio jurídico.
Condição CAUSAL e POTESTATIVA
Condição causal: relacionada a um fato desvinculado da vontade das partes. Ex.: te
dou R$500 se chover amanhã.
Condição potestativa: aquela subordinada a um acontecimento ligado à vontade das
partes. ►Condição puramente potestativa: é a que se sujeita ao arbítrio de uma das
partes. Ex.: trabalhar para mim uma semana e eu te pagar se eu gostar do serviço = ILÍCITA;
►Condição meramente potestativa: relacionada a um evento incerto que depende da
vontade da parte conjugado com valores que transcendem a sua vontade. Ex.: te dou
minha casa se eu conseguir emprego em BH.
Condição IMPOSSÍVEL: aquela que jamais irá se concretizar.
Condição juridicamente impossível: condição que encontra um óbice legal para a sua
concretização.
Condição fisicamente impossível: aquela que encontra um óbice natural para a sua efetivação.
Condições PERPLEXAS ou CONTRADITÓRIAS: condições que não possuem
qualquer sentido. Ex.: empréstimo de casa na praia com a condição de não ir lá, não alugar nem
emprestar para ninguém.
33
Condições perplexas ou contraditórias;
Condições inexistentes – art. 124 CC nesses casos o negócio jurídico será considerado
válido, será desprezada apenas a condição. .
Classificação:
Momento de produção dos efeitos
Termo inicial/suspensivo (“dies a quo”): aquele a partir do qual o negócio jurídico
vai gerar seus efeitos.
Termo final/resolutivo (“dies ad quem”): aquele a partir do qual são encerrados os
efeitos do negócio jurídico.
Obs.: art. 135 do CC = ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as regras relativas à
condição suspensiva e resolutiva.
Momento de ocorrência
Termo certo: aquele que possui data determinada.
Termo incerto: não possui data determinada. Ex.: morte.
16
Ex.: empresto o carro e você terá que devolver no dia em que encontrar um ET – transforma o contrato
de comodato em doação neste caso.
34
Prazos – art. 132 CC intervalo entre os termos inicial e final. ►Contagem do prazo:
deve-se excluir o dia de início e incluir o dia do término. Vencimento do prazo em
feriado: será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente. Os dias de meses e anos
se encerram no dia equivalente correspondente, ou no posterior se faltar equivalente.
Prazos em horas serão contados de minuto a minuto.
Atos ilícitos
Ato ilícito é todo ato praticado em desconformidade com o ordenamento jurídico. Para
o CC ato ilícito é aquele que acarreta dano a outrem.
Crítica doutrinária à definição legal: pode haver ato ilícito sem dano assim como
pode haver atos lícitos que acarretem o dever de indenizar ( agiu em estado de
necessidade).
Espécies:
35
Ato ilícito extracontratual – responsabilidade contratual ou aquiliana – art. 186
CC: ato que decorre de violação da lei.
Ato ilícito contratual – responsabilidade contratual – art. 389 CC: decorre do
descumprimento de uma cláusula do contrato.
Responsabilidade Responsabilidade
CIVIL PENAL
Finalidade Reparar os danos causados Punitiva e preventiva
Sujeito passivo Vítima do dano Vítima do crime e o Estado
Compensação de culpas Pode Não pode
Há crimes que geram só responsabilidade civil (dano culposo) e só responsabilidade penal (tentativa de
homicídio) e há crimes que geram ambas responsabilidades (homicídio).
Excludentes de ilicitude
36
Estado de necessidade considera-se me estado de necessidade quem pratica o fato
para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.
Consequências:
Abuso de direito – art. 187 CC = cláusula geral ocorre quando um titular de um direito,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico e
social, pela boa fé ou pelos bons costumes.
Obs.: O CC/16 não tutelava o abuso de direito. A doutrina construía essa teoria a partir da excludente –
exercício regular de um direito – o que não se enquadrasse no “exercício regular” seria abuso de direito.
Espécies:
Tu quoque (um comportamento é ilícito e posteriormente o agente quer se beneficiar da sua torpeza ) ≠
Venire (os dois comportamentos são lícitos, mas acabam sendo contraditórios no seu conjunto).
Prescrição e Decadência
37
Decadência é a perda do direito potestativo pelo inércia do seu titular num período
determinado em lei.
Espécies de obrigações:
Critério clássico a prescrição atinge a ação que tutela o direito enquanto que na
decadência é o próprio direito que é atingido. Crítica: hoje a ação é vista como um
direito de exigir uma prestação jurisdicional. A prescrição não põe fim à ação. Até
chegar o momento do juiz reconhecer ou não a prescrição ele deve dar início à ação. A
ação foi garantida ainda com o direito material prescrito.
Prazos
decadenciais e PARTE GERAL Prazos PARTE
prescricionais decadenciais ESPECIAL
38
NÃO estão
Direitos podem ser, no
sujeitos a uma DECADÊNCIA
potestativos máximo, extintos
violação
Conclusão
Prazos prescricionais REGRA: 10 anos – art. 205 CC. *EXCEÇÕES: previsão legal.
Prazos decadenciais podem ser estabelecidos por lei (decadência legal) ou pela vontade
das partes (decadência convencional).
17
Súmula 149 STF: e imprescritível o direito de investigação de paternidade, mas não o direito de
repartição de herança.
39
Distinção: deve ser analisada no caso concreto. Ex.: empréstimo feito durante o casamento (causa
impeditiva); empréstimo feito antes do casamento (causa suspensiva).
Hipóteses:
1. Casamento
2. Ascendentes e descendentes durante o poder familiar
3. Tutor e tutelado, curador e curatelado, durante a tutela e curatela
4. Contra o absolutamente incapaz
5. O ausente do país a serviço público
6. Integrantes das Forças Armadas durante a guerra
7. Situação de pendência de condição suspensiva18
8. Não tenha ocorrido o vencimento do prazo
9. Pendência de ação de evicção
10. Pendência de ação criminal necessária para o esclarecimento do fato.
Amplitude art. 201 CC: REGRA: suspensão do prazo em favor de um dos credores não
beneficia os demais. EXCEÇÃO: a suspensão promovida por um dos credores vai
beneficiar os demais na hipótese de obrigação indivisível.
Amplitude art. 204 CC: REGRA: interrupção feita por um dos credores não beneficia
os demais; interrupção feita contra um dos devedores não prejudica os demais.
EXCEÇÕES: obrigações indivisíveis e solidárias: atinge os demais credores e
devedores.
Prescrição Decadência
Causas de impedimento, Sempre se aplicam Aplicação depende de
suspensão e interrupção previsão legal
Origem Decorre sempre da lei Pode resultar da lei ou da
vontade das partes
Renúncia Deve ocorrer após o É nula a renúncia à
decurso do prazo decadência legal
18
Ex.: promessa de dar R$5.000 quando vc se formar – prazo só começa a correr depois da formatura.
40
prescricional sem prejuízos
a terceiros
Conhecimento de ofício O juiz deve reconhecer de O juiz só pode conhecer de
ofício após intimadas as ofício a decadência legal.
partes
Alteração dos prazos Prazos prescricionais NÃO Só podem ser alterados os
podem ser alterados pelas prazos de decadência
partes convencional
Exceção: súmula 383 do STF: a prescrição em favor da fazenda pública nunca ficará
aquém dos cinco anos, ainda que a interrupção tenha ocorrido na primeira metade do
prazo. ► Prazo corrido + 2 anos e meio ( metade do prazo de cinco anos) = a soma não pode
ficar abaixo de cinco anos, nem acima de cinco anos na hora de acrescentar o prazo
pela metade. Ex.: 2012(dívida) >>>>>>2013-2014(causa interruptiva) – Prazo corrido(1 ano) + 2
anos e meio – tenho que acrescentar aqui 4 anos para o tempo não ficar aquém de cinco anos .
Obs.: o decreto foi criado para beneficiar a fazenda pública. Mas, o CC/02 reduziu alguns prazos, como
no caso de responsabilidade civil que era de 20 anos no CC/16, e agora é de três anos. Conclusão: nesse
caso, a fazenda pública sai prejudicada. Para o STJ – entendimento majoritário – não deve se aplicar o
prazo de três anos à fazenda pública na hipótese de responsabilidade civil. Para a maioria da doutrina a
prescrição em favor da fazenda pública nos casos de responsabilidade civil deve ser de três anos –
interpretação teleológica e art. 10 do decreto.
19
Fazenda Pública: União, Estados, DF, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas.
41
Teoria Geral do Processo
a) Direito Processual
42
Processo: instrumento do exercício da jurisdição; conjunto de princípios
modelado pela Constituição que diz como o juiz deve agir; figura abstrata.
Ação: direito subjetivo processual de se exigir do Estado juiz o exercício da
jurisdição a fim de examinar determinada pretensão de um direito material.
Exceção: defesa é o direito de exigir do Estado juiz o exercício da jurisdição
levando em conta o que p réu falou.20
2. Método determinado de trabalho são inúmeros os métodos utilizados pela
ciência processual. Exemplos:
Método técnico-jurídico: realização de um trabalho de análise seguido de uma
síntese.
Direito comparado: consiste em estabelecer o confronto entre dois ou mais
ordenamentos jurídicos de Estados diversos com a finalidade de compreender
como o direito alienígena funciona, o que ele tem de bom e o que dele pode ser
importado para o direito interno.
É a Constituição que institui o Poder Judiciário, no sentido de que ela cria e organiza
os diversos órgãos do Poder Judiciário;
Constitucionalização das fontes formais do direito infraconstitucional – tendência de
levar para o texto constitucional normas do direito infraconstitucional. Existem uma
série de normas no campo do direito processual que foram introduzidas na CF.
Constitucionalização do direito infraconstitucional – “filtragem constitucional”:
interpretação de qualquer dispositivo legal deve ser feita lavando-se em
consideração o que dispõe a Constituição. A CF regula não apenas a forma de
produção das normas jurídicas, mas contém valores que devem ser observados.
20
Trilogia estrutural do processo: alguns autores defendem que são apenas três os institutos fundamentai
do dir. processual: jurisdição, processo e ação. Esses autores não contestam a existência do direito de
defesa, mas, tendo em vista as semelhanças entre defesa e ação, eles agrupam estes institutos em uma
única categoria.
43
Exceção: através do processo penal aplicam-se normas processuais penais 21. Se a
norma penal é que dá ao juiz o mérito para a solução do processo, é o processo
penal que será aplicado. Definitividade não é uma característica absoluta da
jurisdição: revisão criminal.
Direito Processual Civil direito processual não penal. Normas aplicadas:
direito civil, direito processual civil e quaisquer outras normas materiais não
penais. Relativização da coisa julgada: ação rescisória.
Teoria Geral do Processo a TGP não defende a unificação legislativa dos direitos
processual civil e processual penal. A TGP pretende o estudo dos institutos, dos
princípios e dos métodos comuns aos sub-ramos do direito processual.
1. Fase Sincrética (= praxismo) até metade do século XIX – 1868: direito de ação
era visto como próprio direito material. Não havia autonomia do direito
processual. ¹Sincretismo: ideia de mistura – não havia distinção entre direito
processual e direito material. ²Praxismo: as únicas preocupações eram de ordem
prática.
2. Fase autonomista (fase científica, fase conceitual) meado do séc. XIX a meado do
séc. XX. Pensamento dominante relacionado à ideia de se alcançar a autonomia
da ciência do direito processual. Construção das grandes teorias do direito
processual; principais institutos do direito processual foram modelados. Crítica:
não havia preocupação com os reflexos sociais do processo. Processo era visto
como simples instrumento técnico para a atuação concreta do direito – juiz tinha
a função de declarar o que a lei diz.
3. Fase Instrumentalista (fase teleológica) inicia-se com o pós-guerra.
Preocupação com a finalidade do processo. Processo é pensado como
instrumento que deve ser adequado a pacificar e a produzir justiça. Preocupação
com os reflexos sociais do processo. Deseja-se que o processo seja capaz de
conduzir a uma decisão justa. Efetiva e tempestiva. Atuação do juiz: o juiz não
declara a vontade da lei, o juiz cria a norma concreta individual. O juiz tem
participação ativa na atuação concreta do direito.
4. Fase do Formalismo Valorativo pretende suceder a corrente anteriormente
estudada. O direito processual precisa aproveitar os avanços advindos de outros
campos do direito, sobretudo do direito constitucional. É necessário observar a
filtragem constitucional: deve-se observar valores constitucionalmente
consagrados na aplicação do direito processual. *Formalismo valorativo: o
21
Ex.: para que o juiz julgue a ação de revisão criminal, ele não aplicará normas penais, mas normas
processuais penais.
44
processo prevê diversas formalidades, mas essas formalidades não são vazias,
elas só se justificam enquanto necessárias à consagração dos valores
constitucionais.
45
1. Jurisdição: embora hoje s jurisdição continue sendo a regra, há bum incentivo à
meios alternativos de solução de controvérsias. MASC: Meios Alternativos de Solução de
Controvérsias.
Autotutela regra: inadmissibilidade da autotutela. Só admitida em caráter
excepcional – deve haver autorização legal ( Exs.: legítima defesa, estado de
necessidade, desforço imediato – CC, art. 1210, §1º ). Porque é admitida? O Estado
não é onipresente. Em alguns casos a atuação estatal não é rápida o
suficiente para evitar a injustiça.
2. Solução Consensual: para determinados conflitos a solução jurisdicional não se
mostra a mais adequada; determinados conflitos exigem a justiça coexistencial;
maior aceitabilidade da solução consensual. Modalidades:
Negociação contato direto entre as partes litigantes. Inexistência da
intervenção de um terceiro durante o processo de negociação.
Mediação há a participação de um terceiro que visa viabilizar um diálogo
construtivo entre as partes. Normalmente a mediação será utilizada quando
as partes não conseguem mais dialogar entre si, ou seja, quando a negociação
já não é mais viável. Modalidades: Mediação ativa (mediador procura interferir
no acordo, convencendo as partes. Formula ele próprio propostas de solução para o
conflito);Mediação passiva (mediador atua como simples facilitador do diálogo; não
formula propostas de solução de conflitos, deixa isso a cargo das partes ); Mediação pré-
processual (ocorre antes do processo); Mediação processual (ocorre durante o
processo); Mediação pós-processual (ocorre após a formação da coisa julgada – obs.: a
coisa julgada não pode ser modificada pela lei, mas é possível que seja modificada pela
vontade das partes).
Conciliação vem sendo utilizada como sinônimo de mediação ativa.
Conciliação seria a forma de solução de conflitos em que o mediador procura
influenciar as partes. Exemplos no direito brasileiro: Juiz de paz, audiência preliminar,
audiência especial de conciliação, Juizados Especiais.
46
Arbitragem a convenção de arbitragem comporta dois tipos: ❶Cláusula
compromissória: as partes celebram um contrato e estabelecem que eventual conflito dali surgido será
solucionado pela arbitragem. ❷Compromisso arbitral: celebrado após o surgimento do litígio.
Vontade das partes = as partes afastam a jurisdição e optam por uma solução através da
intervenção de um árbitro. É possível desistência? Desistência unilateral: NÃO é
possível por força da obrigatoriedade dos contratos. Desistência bilateral: é possível. A
arbitragem é constitucional? STF entende que sim: art. 5º, XXXV determina que a lei
não excluirá a apreciação jurisdicional, mas não a vontade das partes. Esse mesmo
dispositivo prevê o acesso à justiça, e o acesso à justiça se atinge não só por meio da
jurisdição; a arbitragem pode ser um meio de acesso à justiça. Importância: *maior
eficiência para produzir soluções mais justas – determinados conflitos de interesses possuem
tantas especificidades que poderiam ser solucionados de modo mais justo por pessoas especializadas ;
*celeridade: o árbitro trabalha com poucos casos e, portanto, tende a ter mais tempo
para cuidar do caso.
c) Princípios
Introdução princípios são normas. Alguns princípios têm aplicação direta ( quando não
existe nenhuma regra a regular aquele caso concreto ) ou indireta (quando o princípio influencia o
legislador que cria uma regra que tenha por fundamento esse princípio ) conforme as situações
concretas. Espécies de princípios: constitucionais e legais; expressos e implícitos; de
direito processual ou de direito público. Relação entre direito processual e direito
constitucional: os princípios aqui expostos oferecem o contorno do que seja o processo
no Estado Democrático de Direito.
Princípio da Imparcialidade o juiz deve ter conduta reta, não pendendo para autor
ou réu. Somente pode ser juiz em um processo pessoa que não possua interesse na
vitória de qualquer das partes. Juiz: posição de mando; deve estar equidistante das
partes.
47
Imparcialidade e ativismo: o juiz para ser imparcial deve evitar a postura ativa
na condução do processo? No que se refere às provas, o juiz deve aguardar que
sejam trazidas pelas partes? ►Prof. Barbosa Moreira: é equivoco que tal
iniciativa beneficia uma das partes porque o juiz, ao trazer as provas para o
processo, não sabe o resultado das mesmas. Por outro lado, a conduta omissiva
poderia beneficiar uma das partes. Conclusão: parcialidade não se relaciona com
conduta ativa.
Princípio do juiz/juízo natural todo processo deve ser presidido pelo seu juiz
natural. Juiz natural é aquele cuja competência resulta, no momento do fato, das
normas legais e abstratas. Juiz = pessoa natural, servidor público, magistrado. Juízo =
órgão público, figura abstrata, conjunto de atribuições, órgão jurisdicional que envolve
diversas pessoas tendo como chefe o juiz. ►O juízo natural deve ser um órgão público
que recebeu da Constituição a função jurisdicional. Competência é o limite dentro do
qual cada órgão jurisdicional exerce suas atribuições. ►Juiz natural é aquele juiz que
presidi o juízo natural. A garantia da inamovibilidade está relacionada a este princípio.
Corolário: proibição dos juízes/juízos de exceção* = são os juízos ad hoc – designados
para o caso. São aqueles criados pós factum, criados após a ocorrência dos fatos, seja
para um caso isolado, seja para diversos casos particulares individualmente
determinados. O p. do juiz natural visa assegurar a imparcialidade. Obs.: juiz
cooperador: auxilia um determinado juízo: não há transgressão do p. do juiz natural.
P. da igualdade norma jurídica que impõe tanto à lei quanto ao Poder Judiciário que
dispensem tratamento igualitário às partes litigantes. Objetivo: permitir que as partes
tenham as mesmas oportunidades no processo. ►Igualdade substancial: dispensar
tratamento igual aos iguais e tratamento desigual aos desiguais de modo a compensar as
suas desigualdades dentro dos limites do possível. Premissa é de que as pessoas não são
iguais. A igualdade substancial ganha relevo no Estado Social, mas sua raiz está presente em Aristóteles.
P. do contraditório aspectos:
48
Formulação técnica do p. do contraditório C = I + R ►O p. do contraditório
articula, em suas manifestações técnicas, dois aspectos ou tempos essenciais:
informação e reação; necessária sempre a primeira e eventual a segunda ( mas
necessário que se torne possível).
INFORMAÇÃO: qualquer novidade que surja no processo deve ser
comunicada à parte que ainda não tinha ciência de tal fato jurídico processual.
Atos de comunicação no processo civil: citação e intimação.
Citação: CPC, art. 213 – ato que avisa ao réu a existência do processo e
convida-o a participar do processo para defender-se22.
Intimação: CPC, art. 234 – ato de comunicação que será utilizado em
todas as demais ocasiões do processo em que for necessário comunicar
seja ao autor, seja ao réu ou a terceiros para que essa pessoa possa ter
conhecimento de todas as novidades do processo.
REAÇÃO: manifestação no processo daquela parte que foi citada ou intimada.
Direito processual civil: a reação em regra é *eventual dá-se ao réu a
oportunidade de reagir e ele poderá escolher se reagirá ou não. Se o réu não
reagir ocorrerá a revelia – art. 319 do CPC: imputar-se-á verdadeiro os fatos
alegados pelo autor. Exceção: citação ficta: a reação será *real presume-se
que o réu recebeu a citação ( citação por edital e citação com hora certa ). Obs.: no
processo penal a reação sempre será real. Pode até existir revelia, mas os efeitos desta não
ocorre, ou seja, não é porque o réu é revel que serão presumidas as acusações do autor.
Princípio da demanda
22
No momento em que ocorre a citação a relação jurídica processual se completa, pois o vínculo se
estende ao réu. O vício da citação não chega sequer a formar a coisa julgada. Esse ato é importante não
apenas do ponto de vista formal, mas visa assegurar direitos fundamentais legitimando a ação do Estado.
49
P. da persuasão racional neste princípio as provas já estão presentes no processo.
Sistema da prova legal: estabelece uma hierarquia legal para os meios de prova.
A lei diz qual prova vale mais e qual prova vale menos. Crítica: o juiz seria um
autômato, vez que verificaria apenas o valor de cada prova com base na lei.
Nesse sistema é grande a chance de a verdade formal não coincidir com a
verdade real.
Sistema da livre convicção [motivada]: a liberdade do juiz é ampla; prevalece a
íntima convicção do juiz – impacto que as provas causam no convencimento do
juiz. Nesse sistema o juiz não está sujeito à regra alguma que estabeleça
previamente o valor de cada meio de prova. O juiz pode valer-se de qualquer
prova, ainda que ela não tenha sido trazida ao processo. Crítica: esse sistema
fragiliza o p. do contraditório. Se o juiz pode julgar com fundamento numa
prova que não foi trazida ao processo isso faz com que as partes não tomem
conhecimento dessas provas. Resquícios: tribunal do júri – jurados não precisam
motivar sua decisão de modo que não se pode ter certeza de quais provas foram
analisadas.
Sistema da persuasão racional: o juiz só pode se basear em provas que foram
submetidas a crivo do contraditório – “O que não está nos autos, não está no
mundo”. O laudo do perito não vincula o juiz que possui liberdade para
examinar as provas trazidas ao processo. As decisões do juiz devem ser
fundamentadas.
50
P. da lealdade impõe atuação ética a todos aqueles que, de algum modo, participam
do processo. “Atuação ética” = moralidade, probidade, boa fé.
51
Natureza jurídica da norma processual norma de Direito Público, Norma cogente
(regra, mas há normas processuais que são dispositivas).
Eficácia da norma processual no tempo qual a norma processual deve ser aplicada (a
nova ou a revogada?) em determinado processo caso após o início desse processo e antes de
seu término, haja uma modificação no ordenamento jurídico? Sistemas teóricos que
fornecem a solução:
52
Possibilidade de exceções: o sistema de isolamento não está previsto
constitucionalmente, logo, qualquer lei pode não segui-lo, desde que não
seja inconstitucional. Ex.: art. 76 do CPC adotou o sistema da unidade processual.
Jurisdição
É uma das funções estatais soberanas. É uma atividade estatal, ou seja, conjunto de atos
realizados no desempenho da função estatal, daí falarmos em atividade jurisdicional
cognitiva e executiva.
Jurisdição e Ação a ação é a força motriz que rompe a inércia permitindo que o
Estado-juiz passe a exercer a função jurisdicional.
Características
53
A COISA JULGADA É UMA SÓ. QUANDO FALAMOS EM COISA JULGADA MATERIAL E FORMAL NÃO
ESTAMOS NOS REFERINDO A DUAS COISAS JULGADAS, MAS A DOIS ASPECTOS DA MESMA COISA.
PODE EXISTIR COISA JULGADA FORMAL SEM QUE EXISTA COISA JULGADA MATERIAL, MAS A
RECÍPROCA NÃO É VERDADEIRA.
Tipos de sentença
Princípios da Jurisdição
54
STJ requisitos para investidura: idade, reputação ilibada e notório saber
jurídico. Investidura: escolha pelo PR – aprovação da escolha pelo SF –
nomeação pelo PR. (33 ministros – nº mínimo). Obs.: o universo de escolha é
limitado: escolha é embasada numa lista tríplice enviada ao PR pelo STJ.
Desembargador do TRF e do TJ formas de acesso à esses Tribunais:
¹promoção (feita com base no merecimento do juiz e com base na antiguidade ) e ²quinto
constitucional (CF/88, art. 94).
23
Cada órgão possui um conjunto de atribuições denominadas competência. Quem define a competência
é a Constituição ou a legislação infralegal baseada na Constituição. Quem delega suas competências está
ferindo a própria Constituição (p. da legalidade).
55
Cognitiva atividade jurisdicional consistente na elaboração da vontade concreta da
lei.
Executiva a jurisdição tem por finalidade a atuação da vontade concreta da lei. Atuar
é efetivar a vontade concreta da lei.
Critério da matéria Baseia-se na espécie de norma jurídica que será aplicada para
solucionar a pretensão do autor, e de acordo com esse critério podemos dizer que há
duas Jurisdições: Penal e Civil.
Jurisdição penal: norma penal ou processual penal
Jurisdição civil: norma extrapenal – Processo Civil
56
Necessária quando a lei condicionar a validade de determinado negócio jurídico
à participação do juiz (escolha do legislador relacionada à segurança jurídica).
A jurisdição voluntária corresponde ao mais alto grau de formalidade exigido
pela ordem jurídica.
Juiz = fiscal: finalidade: juiz fiscalize o negócio ou ato jurídico.
Exs.: ►contrato de compra e venda de bem imóvel de valor superior a 30
salários mínimos, sendo o vendedor um incapaz: necessária a jurisdição
voluntária para a proteção do incapaz; ► Emancipação de menor sujeito à
tutela.
COMPETÊNCIA
57
Justiça competente: NACIONAL
Competência ou ESTRANGEIRA?
Internacional (arts. 88 e 89 da CF)
Justiça Especializada?
Justiça Justiça Comum:
Competente Federal? Estadual?
Competência
originária
Competência
de foro
3º: Justiça Competente Justiça especializada? (Justiça do Trabalho – art. 114, Militar – art.
124 ou Eleitoral – art. 121?). Justiça Comum: Federal – art. 108 e 109? Estadual?
4º: Competência Originária Qual instância? A ação deverá ser ajuizada perante um
órgão de 1º instância, ou ela deverá ser ajuizada perante um órgão de instância superior?
REGRA: a competência originária cabe aos órgãos de 1º instância. EXCEÇÃO: as
ações sejam ajuizadas diretamente perante um órgão de 2º instância ( apenas quando haja
previsão expressa nesse sentido).
5º: Competência territorial – de foro Qual o foro competente? Onde deverá ser
ajuizada a ação? REGRA: domicílio do réu. Existem exceções.
58
Juízo = menor unidade de competência
Ação
*Direito subjetivo possibilidade de exigir-se, de maneira garantida, aquilo que as normas de direito
atribuem a alguém como próprio.
*Direito processual a ação não se confunde com o direito subjetivo material que o autor diz possuir
(este é exercido contra o réu). O direito de ação é o direito de exigir o desempenho da função
jurisdicional. O direito subjetivo material é o direito de exigir determinado bem da vida.
*Direito autônoma a ação é autônoma em relação ao direito material, pois, pode-se exigi-la sem que
haja direito subjetivo material.
*Direito abstrato ação é o direito subjetivo de exigir uma manifestação jurisdicional sobre uma
pretensão de direito material, qualquer que seja o conteúdo dessa manifestação.
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Condições da ação e mérito o exame das condições da ação deve preceder o exame
do mérito. O juiz só vai analisar a pretensão do autor se presente os requisitos da
condições da ação.
Joeiramento prévio permite o juiz separar, desde o início, aqueles processos que não
são aptos a conduzir a uma sentença de mérito.
59
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO é a conformação do pedido à ordem
jurídica.
60
TEORIA DA ASSERÇÃO
Técnica criada para permitir o exame das condições da ação a teoria da asserção
serve para que nós possamos, com base nela, verificar se uma condição da ação está
presente ou ausente.
Carência de ação é a inexistência do direito de ação que ocorre quando ausente uma
das condições da ação. Consequências:
REGRA: o juiz deve proferir uma sentença terminativa (art. 267, VI do CPC).
O juiz pode conhecer das condições da ação de ofício ( ou seja, o juiz não precisa
aguardar a provocação do réu para só então examinar as condições da ação );
O Exame das condições da ação NÃO está sujeito à preclusão (as condições da ação
podem ser analisadas pelo juiz em qualquer instante do processo).
IDENTIFICAÇÃO DA AÇÃO
PARTES
Partes são as pessoas que participam do contraditório perante o Estado-juiz, podendo ter
sua esfera jurídica atingida pelo resultado do processo. ( Obs.: o juiz não é parte da relação
processual, ele é sujeito imparcial).
61
Partes¹ (elemento da ação) ≠ Parte legítima² (condição da ação) ¹quem, efetivamente
figura como parte num processo ≠ ²aquele que figura como parte é realmente quem
deveria figurar como parte?
CAUSA DE PEDIR
PEDIDO
a) Pressupostos Processuais
Importância dos pressupostos processuais são requisitos para que o juiz possa
proferir uma sentença de mérito
24
Se fundamento jurídico fizesse parte da causa de pedir o mesmo problema poderia ser apresentado
diversas vezes, ou seja, jamais chegaríamos a uma decisão definitiva, pois, o mesmo problema seria
examinado sob vestes diferentes cada vez que fosse ajuizado causando insegurança jurídica.
62
Condições da Ação x Pressupostos Processuais CA = consequência será a prolação
de uma sentença terminativa; PP = dependerá do pp inexistente: se sanável poderá haver
sentença de mérito, se insanável será prolatada uma sentença terminativa.
Inexistência de coisa julgada material – a mesma pretensão só pode ser julgada uma vez.
Inexistência de litispendência* - ação que já foi ajuizada antes, mas ainda, não houve a
prolação de uma sentença.
Inexistência de perempção* - é a perda do direito de demandar decorrente da prévia
caracterização de três abandonos de causa, com prolação de três sentenças terminativas.
Inexistência de convenção de arbitragem – pela convenção de arbitragem (que é negócio
jurídico unilateral) os litigantes submetem o conflito a uma convenção de arbitragem. Se o autor
pudesse ajuizar uma ação judicial ele estaria, unilateralmente, alterando o acordo que ele
celebrou com o réu. O juiz não pode conhecer desta questão de ofício.
Inexistência de débitos relativos às despesas processuais e honorários da
sucumbência.
Existência de demanda
Requisitos da petição inicial
Procuração (instrumento do contrato de mandato)
Citação
P. da causalidade o vício da citação (inexistência de citação ou existência de
citação inválida) contamina todo o processo e não apenas o ato inicial.
Segundo esse princípio, cada ato processual retira o seu fundamento de
validade de um ato anterior. Esse princípio determina que um vício
existente em um ato processual repercute sobre os atos subsequentes que
dele dependem. O vício de citação contamina a própria sentença, pois, a
citação inaugura o contraditório. A sentença contaminada pelo vício da
citação não se mostra legítima pois não houve contraditório.
P. do prejuízo “não há nulidade sem prejuízo”. As formalidades não
possuem uma finalidade em si próprias de modo que se não houver
prejuízo para a defesa não será decretada a nulidade. Conclusão: apesar
de, em tese, o vício da citação poder ocasionar uma nulidade absoluta,
ele pode ser sanado. Ver CPC arts. 214, §1º e 249 §§1º e 2º.
63
Vício transrecisório vício que não é sanado nem mesmo pelo decurso
do prazo de dois anos para o ajuizamento da Ação Rescisória.
Investidura somente pode exercer atividade jurisdicional aquela pessoa natural que
tenha sido regularmente investida em um cargo ao qual a lei tenha atribuído
competência jurisdicional.
64
(prorrogação de competência)
25
Está presente quando quem é autor é aquele que deveria figurar como autor e quem é réu, aquele que
deveria figurar como réu.
26
Há casos excepcionais em que a lei restringe a capacidade de ser parte em função do tipo de
procedimento a ser observado pelo processo. Ex.: o art. 8º da Lei 9099/95 determina que no procedimento
sumaríssimo não pode figurar como parte o preso.
65
Capacidade postulatória relaciona-se à regularidade da representação por um
advogado.
Ausência de capacidade de ser parte *morte: o juiz suspende o processo para que os
herdeiros se habilitem e sucedam o morto; *preso no processo que corre perante o
juizado especial: extingue-se o processo com a prolação de uma sentença terminativa.
Autor aquele que pede por si ou por intermédio do representante a atuação da vontade
concreta da lei.
66
Réu aquele em face de quem se pede a atuação da vontade concreta da lei.
REGRA: a pessoa casada possui capacidade processual plena – ela não precisa de
autorização do cônjuge para ser parte tampouco para participar dos atos do processo .
RESTRIÇÃO à capacidade ativa da pessoa casada (CPC, art. 10) a pessoa casada
dependerá da anuência do cônjuge para ações que versem sobre direitos reais
imobiliários. Obs.: exceto no regime de separação absoluta (art. 1647, II do CPC).
Falta de consentimento não suprida pelo juiz invalidade do processo – o juiz marca
prazo para ser sanado o vício, se não for corrigido = prolação de sentença terminativa.
RESTRIÇÃO à capacidade passiva da pessoa casada (CPC, art. 10, §1º) não basta o
consentimento do cônjuge é necessário que ambos os cônjuges participem no
processo no polo passivo.
II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles;
III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair
sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;
IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de
um ou de ambos os cônjuges.
67
Incisos II e III: NÃO há verdadeiro litisconsórcio necessário nem verdadeira
incapacidade processual da pessoa casada – foram mal alocados pelo legislador. É
possível nesses casos o ajuizamento da ação em face de apenas um cônjuge, no
entanto, somente o patrimônio de um será atingido pela coisa julgada.
§ 2º: Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos
casos de composse ou de ato por ambos praticados.
3. Réu preso
*Obs.: Sempre que o réu estiver preso deverá ser dado a ele um curador especial? NÃO. Somente nos
casos em que da prisão do réu decorrer algum prejuízo para a sua defesa.
Obs.: MP NÃO pode ser curador especial. É vedado ao MP atuar como representantes
de pessoas naturais/jurídicas.
68
Ausência de nomeação do curador especial desrespeito a um PPS respeitante às
partes (incapacidade processual) ou desrespeito a um PPO intrínseco ( observância das
formalidades exigidas num processo). Só há invalidação se houver prejuízo.
*Todas as situações subjetivas de que era titular parte retirante são transferidas para o terceiro.
*Retirada e ingresso ocorrem simultaneamente (Ex.: João morre e seu filho ingressa na rjp ocupando sua
posição)
Sucessão na RJM é pressuposto para sucessão na RJP sempre que nós cogitarmos
de sucessão na RJP é porque antes operou-se sucessão na RJM.
EXCEÇÕES:
Sucessão causa mortis: art. 43 do CPC: sempre que uma pessoa falecer, sendo ela parte
num processo, haverá sucessão processual. Herdeiros – procedimento de habilitação.
69
Classificação
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente,
quando:
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
II e III27 – Litisconsórcio por conexão todos aqueles casos em que duas pessoas
pudessem isoladamente ajuizar sua própria ação, mas, se agindo desse modo, haveria
conexão entre suas ações, poderá ser formado o litisconsórcio. Ex.: acidente automobilístico
– pedido de indenização por A e B.
27
A hipótese do inciso II está prevista na hipótese do inciso III.
70
Hipóteses de limitação – juiz pode promover a limitação de ofício ( decisão
interlocutória)
Quando do número excessivo de litisconsortes decorrer prejuízo para a rápida
solução do processo.
Quando este dificultar a defesa.
Possibilidade de limitação RESTRITA ao litisconsórcio FACULTATIVO.
Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o
juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença
dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.
Exs.: Ação declaratória de nulidade ajuizada pelo MP em face de ambos os cônjuges; Ação
reivindicatória estando o imóvel registrado em nome de diversas pessoas.
REGRA EXCEÇÃO
L. unitário - L. simples -
necessário necessário
L. simples - L. unitário -
facultativo facultativo
28
Não há um dever porque o autor não pode ser obrigado a formar o litisconsórcio necessário. Temos o
ônus porque se o autor não formar o litisconsórcio, o processo será inválido.
71
INDIVIDUALIDADE: cada litisconsorte em suas relações com a parte
adversária deve ser considerado litigante distinto dos demais.
LIBERDADE: nenhum dos litisconsortes precisa de autorização dos demais
para praticar ou deixar de praticar qualquer ato no processo.
CONHECIMENTO: de todos os atos praticados no processo cada litisconsorte
deve ser intimado individualmente.
Intervenção de terceiros
Sentido: excepcional; só é cabível nos casos autorizados por lei; figura heterogênea;
terceiro = não-parte; Terceiro com interesse jurídico – terceiro = parte em uma relação
jurídica material que sofrerá reflexos da sentença. Exceção: Fazenda Pública pode
intervir num processo sem que seja parte interessada.
73
precisa ser o fiador chamante; pode ser o fiador-chamado ).
Credor pode executar a
sentença em face: ¹do fiador-réu-chamante; ²fiador-chamado; ³ambos.
Assistência: Sentido: interesse jurídico (quando houver probabilidade de o terceiro sofrer reflexos
da sentença em sua esfera jurídica – hipóteses: ¹terceiro =é parte na própria rjm; ²terceiro parte em uma
rjm que, embora não debatida no processo, sofra reflexos da sentença ).
Exemplos: ¹Terceiro parte
na própria rjm discutida no processo: autor recusa sucessão processual. ²Terceiro parte
em um rjm que, embora não debatida no processo, sofra reflexos da sentença.:
sublocação. ¹interesse jurídico mais intenso = assistência qualificada (litisconsorcial);
²interesse jurídico menos intenso = assistência simples (adesiva). Assistente qualificado
= litisconsorte (tem mais poderes); Assistente simples = simples auxiliar. Divergência: c.
minoritária: assistente qualificado = litisconsorte e assistente simples = litisconsorte. c.
majoritária: assistente qualificado deve ser tratado como litisconsórcio. Características:
Inserção e Espontânea* (regra) Exceção: provocada: intervenção de terceiros no
processo cautelar para a produção de provas se dá pode meio da assistência. Poderes do
assistente:
74
Assistente qualificado (litisconsorcial): autocomposição – a manifestação d
vontade do assistido não vinculará o assistente (art. 54).
Outras modalidades de intervenção de terceiros: 1) Fazenda Pública: art. 5º, Lei 9469/97; 2)
Ação de alimentos (não é chamamento ao processo): CC, art. 1698.
Intervenção litisconsorcial voluntária: litisconsórcio facultativo ulterior simples; afinidade
de questão = pontos de direito em comum; terceiro se insere no processo em decorrência de
interesse próprio representando a si mesmo.
Amicus curiae: atua em processos objetivos e alguns subjetivos; sujeito que poderá
apresentar razões de direito destinadas a subsidiar a decisão do estado-juiz acerca da
matéria de direito. Admitido desde 67; previsto na ADI e na ADC. NÃO É
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS; É INTERVENÇÃO ALTRUÍSTICA.
E/P A/I NJ
Oposição Espontânea Ação Faculdade
Nomeação à autoria Provocada Inserção Dever
(réu)
Denunciação da lide Provocada Ação *ônus
(autor/réu) *faculdade
*ônus no I e faculdade I e II (perda total)
*ônus no I e faculdade no I e II (perda
parcial)
Chamamento ao Provocada Ação/ *Regra: faculdade
processo (réu) Inserção* *Exceção: art. 70, I = ônus (benefício de
ordem)
Assistência Espontânea Inserção
Exceção:
processo
cautelar e
produção
antecipada de
provas =
provocada
Competência
75
Competencia Internacional?
1 Órgãos de superposição: STF? STJ?
Há Justiça Especializada?
2 Justiça Comum - Federal ou Estadual?
Foro/Comarca competente?
4 Juízo/Foro competente?
Competência Interna
76
Critério Territorial: limites dentro dos quais o órgão jurisdicional pode
desempenhar suas funções.
Competência territorial geral autor deve ajuizar a ação no
DOMICÍLIO DO RÉU. Fundamento: p. da isonomia e da ampla defesa
(advogado do réu tem 15 dias para elaborar a contestação).
Réu com mais de um domicílio: qualquer dos foros é competente.
Réu com domicílio incerto ou desconhecido = ação poderá ser
ajuizada onde o réu for encontrado ou no domicílio do autor ( p. do
acesso à justiça x p. da isonomia).
Réu que não possui domicílio/residência no Brasil: se a
competência é da justiça brasileira = domicílio do autor é
competente. E se o autor também não possui domicílio/residência
no Brasil? Ação pode ser ajuizada em qualquer local.
Pluralidade de réus com domicílios diversos: ação pode ser
ajuizada em qualquer dos foros.
Situação/localização da coisa
Ações fundadas em direito real sobre bem imóvel = devem ser ajuizadas no:
*OBS: Súmula nº1 STJ: se for ajuizada ação de investigação de paternidade cumulada
com uma ação de alimentos aplica-se a regra do art. 100, II. ► se for ajuizada ação de
investigação de paternidade sozinha aplica-se o art. 94 (regra geral = domicílio do réu)
77
Ações que versem sobre direitos indisponíveis do idoso = deverá ser ajuizada no
domicílio do idoso (competência territorial absoluta).
É competente o foro:
Modificação de Competência
78
Competência absoluta Improrrogável – norma cogente – incidência
não pode ser afastada pela vontade das partes –
ditadas para atender o interesse público
Competência relativa Prorrogável – normas dispositivas – as partes
podem afastar a incidência dessas normas – ditadas
para atender o interesse particular.
Ex.: ação de despejo – regra territorial – competência relativa = pode ser modificada
pela vontade das partes;
Manifestação de vontade válida: deve ser bilateral e na forma escrita ( pode ser feita antes ou
depois da celebração do negócio)
Art. 95 in fine do CPC = Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio
ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
Lei da Ação Civil Pública = Art. 2º: As ações previstas nesta Lei serão
propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência
funcional = absoluta para processar e julgar a causa.
Estatuto do Idoso = Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar
a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
79
Benefício de foro concedido:
RÉU: denúncia tácita = decorre da inércia do réu = quando ele não
apresenta em 15 dias a exceção de competência ocorre prorrogação
automática da competência (se relativa)
Comp . Exceção de
Prorroga
RELATIVA Incompetência
Comp.
Contestação Prorroga
ABSOLUTA
Prorrogação Incompetência:
Reconhecimento de ofício?
Competência Absoluta NÃO SIM
Competência Relativa SIM NÃO
Competência Mista¹ SIM SIM
Conexão
Continência
Quando ocorrer CONEXÃO entre duas causas
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de
pedir (= fatos).
Obs.: grau de coincidência: pode ser parcial – analisar se o julgamento separado das
duas causas geraria decisões distintas.
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à
causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Ex.: ação por meio da qual o autor pleiteia a anulação de uma cláusula contatual.
Mais tarde, o autor ou réu ajuíza uma ação para anular todo o contrato.
80
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente.
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência
territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e,
ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição
regra especial em relação ao art. 106.
Prevenção
Requisitos:
81
Instituto com aplicação EXCEPCIONAL a regra é que a competência seja
determinada no momento do ajuizamento da ação. Na prevenção a regra é determinada
antes mesmo do ajuizamento da ação.
1. Conexão (e continência) se duas causas são conexas elas devem ser reunidas para
julgamento. Juízos do mesmo foro: será prevento o que primeiro despachou; Juízos diversos – será
prevento o juízo que realizou primeiro a citação válida.
2. Litispendência realizada a citação em um processo, esse juízo estará prevento para essa ação,
isto é, se a mesma ação for ajuizada novamente, dando origem a um novo processo, o juiz do novo
processo deverá reconhecer sua incompetência.
3. Imóvel situado em mais de uma comarca o foro competente é o lugar onde se encontra
situado o imóvel. Se o imóvel estiver em mais de um foro, a competência será de qualquer um dos
foros. Aqui a data da citação é relevante.
4. Ações Acessórias ações acessórias seguem a principal. O foro da ação principal é prevento
para o ajuizamento da ação acessória. Ex.: Processo Cautelar (ação de sequestro por ex.) será sempre
um processo acessório. ATENÇÃO: Ação de produção antecipada de provas – é uma ação cautelar
preparatória. Aqui o principal seguirá o acessório – eu devo pensar: qual o foro competente para a
ação principal? A ação principal seguirá o juízo da ação acessória.
5. Ações incidentais são distribuídas por dependência. Exs.: reconvenção, ação declaratória
incidental, ações de garantia (denunciação à lide e oposição) e outras relacionadas à intervenção de
terceiros
Conflito de Competência
NÃO pode existir conflito de competência entre juízo inferior e juízo superior.
82
Legitimidade:
VER EXEMPLOS NA P. 75
TRF
JC FEDERAL
JUIZ FEDERAL
JUSTIÇA COMUM
TJ
JC ESTADUAL
JUIZ DE DIREITO
STJ
TST - TRT - JUÍZES
DO TRABALHO
JUSTIÇA
STF TST
ESPECIALIZADA
TSE - TRE JUÍZES
ELEITORAIS
STM
TSE
S
ATENÇÃO:
Tribunais
A competência será
não são do STJ
Supeirores.
Processo e Procedimento
Espécies:
Classificação TRADICIONAL:
Processo de conhecimento/cognição/cognitivo atividade intelectual – juiz
sai dos fatos para chegar ao direito – estabelece uma norma jurídica para o caso
concreto – “processo de sentença”: atividade cognitiva para decidir a quem assiste
razão.
Processo de execução atividade executiva – relacionada a uma obrigação de dar,
fazer ou não fazer – coação jurisdicional – satisfação coercitiva de uma obrigação – sai
do direito para chegar aos fatos. Pressupostos: inadimplemento de uma obrigação e um
título executivo (ex.: cheque é título executivo extrajudicial)
Processo cautelar não é terceira espécie de processo. Atividade cognitiva +
Atividade executiva (sem que nenhuma delas prepondere). Objetivo: assegurar a justiça
(produção antecipada de provas) e utilidade (ação cautelar de sequestro). Característica:
Acessoriedade – processo cautelar é sempre acessório ao principal.
Classificação MODERNA
Processo de Conhecimento
Processo de Execução
Processo Cautelar
84
Processo Sincrético/Unitário/Misto/Cognitivo-Executivo
REGRA: Toda vez que o autor formular como pedido a condenação do réu ao
cumprimento de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, a princípio, o processo será
sincrético.
Escolha do procedimento
(processo cognitivo e 1º etapa do processo sincrético)
Procedimento Procedimento
Especial Comum
Jurisdição
Sumário
Voluntária
Jurisdição
Ordinário
Contenciosa
Cabe o
procedimento CPC, art.
sumário? 275
Procedimento
ordinário Aplicação residual
Saneadora
Postulatória Instrutória Descisória
ou Ordinária
85
Demanda ato pelo qual alguém pede ao Estado a prestação da atividade jurisdicional
Importância no processo:
Formação do processo: a demanda rompe com a inércia da jurisdição
dando início à relação processual.
Fixação do objeto do processo: pela demanda que o autor faz seus
pedidos, formula sua pretensão, fornece ao juiz os contornos do
mérito do processo. P. da congruência entre pedido e sentença: o juiz
só tem que apreciar a pretensão pedida. P. do contraditório: o réu vai
se manifestar com base no pedido do autor.
Ação que verse sobre direito real imobiliário ajuizada por pessoa casada: documento que
declare a autorização do cônjuge.
Ação ajuizada por pessoa jurídica: anexar à petição inicial o contrato social.
Anexar à petição inicial o comprovante das despesas judiciais.
Procuração
Por ela o cliente confere poderes ao advogado para que ele possa falar em seu nome.
EXCEÇÃO:
86
especial. “Clausula ad judicia” – o cliente confere ao advogado os poderes
gerais para a prática dos atos processuais.
OBS: defensor que vem a juízo sem a procuração: só detém os poderes gerais.
87