Civil 1- Parte Geral pela coerção e pelo campo de ação, que na moral é

-Das incorreções da lei mais amplo.

Em sendo publicada a lei no diário oficial, o texto -As ações humanas interessam ao direito, mas

legal passa a ser de conhecimento de todos os sempre, quando são impostas, encontram sanção no

cidadãos brasileiros. Ocorre que, em alguns casos, a ordenamento jurídico. -O principio moral envolve a

lei contém imperfeições, necessitando de correções. norma jurídica, podendo dizer que, geralmente, a

Nestas hipóteses há que ser observado: ação juridicamente condenável é também moral.

Se a correção é feita dentro do período de vacaito Mas a coincidência não é absoluta.

legis, ou seja, dentro dos quarenta e cinco dias ainda 1. A principal diferença entre a regra moral e a regra

não tendo a lei produzindo seus efeitos, começa-se a jurídica repousa efetivamente na sanção.

contar do zero o período de vacância da nova -Direito positivo: é o ordenamento jurídico em vigor

publicação, de todo o texto legal, não somente num determinado país e numa determinada época.

Neste caso, em havendo a expressão “entra em vigor -Direito natural: é a ideia barata do direito. Trata da

na data de sua publicação”, não há “vacatio legis”, filosofia do direito, corresponde a uma justiça

não havendo, portanto, período de vacância a lei. superior.

-Espécies de revogação O direito positivo amparando-se na sujeição ao

Revogação Expressa: A lei nova, por declaração direito natural para que a regra realize o ideal, e o

expressa, revoga a lei velha, declarando que todo o direito natural inspirando o direito positivo para que

texto de lei está revogado, ou, ainda, enumerando este se aproxime da perfeição.

aqueles que estão revogados, declinando o número -Direito objetivo: é o conjunto de normas impostas

do artigo e da lei. pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os

Revogação Tácita: É quando há incompatibilidade da indivíduos podem ser compelidos mediante coerção.

lei nova com a lei velha, em que pese não haja É ele que que estabelece as normas de conduta

expressa referência de revogação aos dispositivos social que devem ser observadas pelos indivíduos.

anteriores. Direito civil

-A revogação, quando á expressão, pode ser total ou É o direito comum, o que rege as relações entre os

parcial, dividindo-se em: particulares. Disciplina a vida das pessoas desde a

Ab-rogação (rev.total):a revogação atinge todo o concepção e mesmo antes dela, quando permite que

texto da lei; a revogação é total, todos os se contemple a prole eventual.

dispositivos são atingidos. Muitos direitos e obrigações concernentes ás

Derrogação (rev.parcial):parte da lei é revogada, pessoas, aos bens e suas relações encontram-se

apenas determinados dispositivos de lei são regulados em leis extravagantes, que não deixam de

revogados, persistindo os demais comandas da lei. pertencer ao direito civil, bem como a própria

-Distinção entre direito e moral constituição.

As normas jurídicas e as morais têm em comum o Princípios básicos do código civil

fato de constituírem regras de comportamento. No Princípio de sociabilidade reflete a prevalência dos

entanto, distinguem-se precipuamente pela sanção, valores coletivos sobre os individuais, sem perda,

que no direito é imposta pelo estado para porém, do valor fundamental da pessoa humana. Ex.

constranger os indivíduos a observância da norma, e Pátrio poder para o poder familiar

na moral somente pela consciência do homem, Princípio da Eticidade funda-se no valor da pessoa

traduzida pelo remorso, arrependimento, porém humana como fonte de todos os demais valores.
Prioriza a equidade, a boa-fé, a justa causa e demais
critérios éticos. Conhecido dos contratos como base
ética de todo direito obrigacional.
Princípio da Operabilidade leva em consideração que
o direito é feito para ser efetivado, para ser
executado.
Personalidade Jurídica: está ligado ao conceito de
pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se
uma pessoa, ou seja, adquire personalidade. É uma
qualidade ou atributo do ser humano.
Capacidade jurídica e legitimação
Art.1°, CC: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres
na ordem civil.
A capacidade que todos têm e adquirem ao nascer
com vida é a capacidade de direito ou gozo, também
denominada capacidade de Aquisição de direitos.
Essa espécie de capacidade é reconhecida a todo
ser humano, sem qualquer distinção. Estende-se aos
privados de discernimento e aos infantes em geral,
independentemente de seu grau de
desenvolvimento mental. Podem estes, assim herdar
bens deixados por seus pais, receber doações etc.
Só não há capacidade de aquisição de direitos onde
falta personalidade, como no caso do nascituro, por
exemplo.
-Quem possui as duas espécies tem capacidade
plena
-Quem só ostenta a de direito, tem capacidade
limitada e necessita, como visto de outra pessoa que
substitua ou complete sua vontade. São por isso
chamados incapazes.
-Capacidade não se confunde com Legitimação. Está
é a aptidão para a pratica de determinados atos
jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida
em certas situações.
Das pessoas como sujeitos da relação jurídica
Relação jurídica é toda reação da vida social regulada
pelo direito. Estabelece-se entre indivíduos porque o
direito tem por finalidade regular os interesses
humanos. Desse modo o sujeito da relação jurídica é
sempre o ser humano na condição de ente social.
-Os animais não são considerados sujeitos de
direitos, embora mereçam proteção. Por essa razão
não tem capacidade para adquirir direito. Não
podem por exemplo ser beneficiados por
testamento.
A ordem jurídica reconhece duas espécies de
pessoas:
-Pessoa natural: ser humano, também chamado em
alguns países de pessoa física.
- Pessoa Jurídica: agrupamentos de pessoas naturais,
visando alcançar fins de interesse comum, também
denominada em outros países pessoa moral e
pessoas coletiva.
O marco inicial da personalidade é a vida.
Respeitam-se, porém os direitos do nascituro desde
a concepção, pois desde esse momento já começa a
formação do novo ser.
Situação Jurídica do nascituro
Três teorias procuram explicar e justificar
- Natalista afirma que a personalidade civil somente
se inicia com o nascimento com a vida;
-Personalidade condicional sustenta que o nascituro
é pessoa condicional, pois a aquisição da
personalidade acha-se sob a dependência de
condição suspensiva ;o nascimento com vida, não se
tratando propriamente de uma terceira teoria, vindo
da premissa que a personalidade tem inicio com o
nascimento da vida;
-Concepcionista admite que se se adquire a
personalidade antes do nascimento, ou seja, desde a
concepção, ressalvados apenas os direitos
patrimoniais decorrentes de herança, legado e
doação, que ficam condicionados ao nascimento
com vida.
O STF tem uma posição definida a respeito das
referidas teorias, ora seguindo a teoria natalista, ora
a concepcionista.
O superior tribunal de justiça, no entanto tem
acolhido a teoria concepcionista, reconhecendo ao
nascituro o direito à reparação do dano moral:
”Direito civil”. Danos morais .Morte. Ação ajuizada
23 anos após o evento. O nascituro também tem
direito aos danos morais pela morte do pai, mas a
circunstância de não tê-lo conhecido em vida tem
influência na fixação do quantium.
Em vista, o nascituro pode, por exemplo, ser
instituído herdeiro num testamento. E, para
resguardar interesse do nascituro, a mulher que o
está gerando pode requerer ao magistrado
competente a nomeação de um curado: o curator
ventris.
Com base nesses princípios que foram enunciados
pelos jurisconsultos clássicos, surgiu, no direito
justinianeu, a regra de que o nascituro, quando se
trata de vantagem em seu favor, se considera como
se estivesse vivo (in rerun natura esse).
Como a personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com a vida, a jurisprudência tem
perfilhado o entendimento de que o nascituro não
pode ser titular atual da pretensão alimentícia,
embora admitido a aplicação do jus superveniens,
representado pelo nascimento do alimentado após o
ajuizamento da ação.
Uma considerável parcela da jurisprudência tem,
igualmente, reconhecido a legitimidade processual
do nascituro, representado pela mãe, para propor
ação de investigação de paternidade com pedido de
alimentos. Esta é a melhor posição considerando que
os alimentos garantem a subsistência do alimentado
e , portanto, têm afinidade com o direito à vida, que
é direito da personalidade a todos assegurado pela
CF(art.5°)
A lei n. 11.804/2008, que regulou os alimentos
gravídicos, veio resolver esse problema, conferindo
legitimidade ativa à própria gestante para a
propositura da ação de alimentos.
O objetivo da referida lei, em última análise é
proporcionar um nascimento com dignidade ao ser
concebido.
O posicionamento do STJ a respeito dessa questão
está refletindo em acordo ao da 3° turma, com a
seguinte ementa: RECURSO ESPECIAL
CONSTITUCIONAL CIVIL. PROCESSUAL CIVIL.
ALIMENTOS GRAVIDICOS. GARANTIA Á GESTANTE.
PROTEÇÃO DO NASCITURO. NASCIMENTO COM
VIDA. EXTINÇÃO DO FEITO. NÃO OCORRÊNCIA
CONVERSÃO AUTOMÁTICA DOS ALIMENTOS
GRAVIDICOS EM PENSÃO ALIMENTICIA EM FAVOR
DO RÉCEM NASCIDO. MUDANÇA DE TITULARIDADE.
EXECUÇÃO PROMOVIDA PELO MENOR
REPRESENTADO POR SUA GENITORA.
1. Os alimentos gravídicos, previstos na Lei
n.11.804/2008, visam auxiliar a mulher
gestante nas despesas decorrentes da
gravidez, da concepção do parto, sendo
pois, a gestante a beneficiária direta dos
alimentos gravídicos, ficando por via de
consequência, resguardados os direitos do
próprio nascituro.
2. Com o nascimento com a vida da criança,
os alimentos gravídicos concebidos à
gestante serão convertidos
automaticamente em pensão alimentícia
em favor do recém-nascido, com mudança,
assim, a titularidade dos alimentos, sem
que seja necessário pronunciamento
judicial ou pedido expresso da parte, nos
termos do parágrafo único do art. 6° da Lei
n.11.084/2008
3. Em regra, a ação de alimentos gravídicos
não se extingue ou perde seu objeto com o
nascimento da criança, pois os referidos
alimentos ficam convertidos em pensão
alimentícia até eventual ação revisional em
que se solicite a exoneração, redução ou
majoração do valor dos alimentos ou até
mesmo eventual resultado em ação de
investigação ou negatória de paternidade.
4. Recurso especial improvido