Você está na página 1de 20

📚

DIREITO CIVIL
PROF. WIVERSON GEORGE DE OLIVEIRA

APLITUDE DO DIREITO CIVIL


Família + Patrimônio + Obrigações

Direito Civil, Anuário da Violência e apresentação de soluções —> Parte escrita (ABNT,
mínimo 5 e máximo de 15). Apresentação em 15 minutos. Grupo: Ricco, De Jesus,
Fagner, Pereira, Ramon Moraes, Bomfim, Braga e Machado. —> Tema 03: Crimes
contra o patrimônio. Prazo: maio.

O Direito Civil se estrutura em codificações. Antigo Código Civil - Lei nº 3.071, de


01/01/1916. Novo Código Civil - Lei nº 10.406, de 10/01/2002. O Código é uma lei que
busca disciplinar relações jurídicas da mesma natureza (civil, penal, trabalhista),
organizando e sistematizando o direito material. Características da codificação:

Segurança;

Critérios Uniformes;

DIREITO CIVIL 1
Engessamento - rigidez, o que implica na dificuldade de sua alteração.

ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL

Parte Geral

Livro I - Das Pessoas (naturais, jurídicas, domicílio)

Livro II - Dos Bens

Livro III - Dos Fatos Jurídicos (negócio jurídico, atos lícitos e ilícitos, prescrição
e decadência

Parte Especial

Livro I - Direito das Obrigações (inclusive contratos e responsabilidade civil)

Livro II - Do Direito da Empresa (sociedade)

Livro III - Do Direito das Coisas (posse, propriedade, direitos reais, usufruto,
penhor)

Livro IV - Do Direito da Família (casamento, parentesco, regime de bens,


alimentos, separação divórcio, união estável, tutela curatela)

Livro V - Do Direito das Sucessões

DAS PESSOAS
Ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações

Sujeito. Titular de um direito. O ser humano, organizações, coletividade.

Pessoas, espécie —> Natural/ Física ou Jurídica (entidades abstratas de


agrupamento para um fim, distinto das pessoas físicas que o compõem)

PESSOA NATURAL —> Ente físico. Ente dotado de personalidade.

Personalidade = aptidão = adquirir direitos e contrair obrigações.


Capacidade = elemento da personalidade exercer atos da vida civil (atributo da
personalidade jurídica). Capacidade de Direito —> personalidade = de gozo,

DIREITO CIVIL 2
potencial. Capacidade de Fato —> exercício, poder efetivo = prática plena de atos da
vida civil. Capacidade para exercer seus direitos de personalidade (casamento).
(diferenciar personalidade de capacidade)

CAPACIDADE DE FATO
Absolutamente Incapazes (Somente o menor de 16 anos) - não existe mais
absolutamente incapaz maior de idade ou por problema psicológico, não há mais
de se falar em ação de interdição absoluta, a partir da entrada em vigor da Lei
13.146/2015 (Direitos das Pessoas com Deficiência).

Relativamente Capazes (Maiores de 16 e menores de 18 anos. Os ébrios


habituais e os viciados em tóxicos. Os pródigos —> dilapidação de patrimônio.)

Capazes (Maiores de 18 e os emancipados).

Atualmente, não existe ninguém, maior de idade, absolutamente


incapaz

Jovem de 16 anos deve assinar contrato. O idoso de 98 anos pode assinar contrato de
compra/venda.

PERSONALIDADE —> Atributo que dá a um ser status de pessoa. A aptidão para


adquirir direitos e contrair obrigações. É atributo jurídico. Começa com o nascimento
com vida — Teoria Natalista. Encerra com a morte. Concepção “in utero”.

Teoria Natalista —> tem como marco o nascer com vida (expectativa de direito ou
direito condicional ao nascimento). A teoria aplicada no Brasil é a Teoria Natalista com
influência da Teoria Concepcionista.

O relativamente incapaz pode praticar alguns atos sozinhos: fazer um testamento, ser
testemunha a partir de 16 anos (só não pode ser admitido como testemunha os
menores de 16 anos), pode receber mandato para cumprir.

DIREITO CIVIL 3
QUESTÕES
1. Nascituro de uma mulher que o concebeu em uma relação única sexual
eventual com um milionário, o qual (pai) faleceu dias após a esta concepção,
responda: terá este nascituro direito à sucessão? Justifique. Terá esta mulher
direito à sucessão? Justifique.

a. Desde a concepção do nascituro, ainda no ventre, o bebê tem direito


sucessório, basta que ele esteja concebido, de acordo com o Art. 1.798, o qual
dispõe que “Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas
no momento da abertura da sucessão”. Contudo, se o feto for natimorto, a
mulher não terá direito à sucessão, passando a herança para os herdeiros do
falecido.

b. Nasceu com vida, herda tudo, e, se morrer minutos depois, passa a herança
para a mãe. Se nascer sem vida, a mãe não terá direito a nada, visto que não
havia nenhuma relação com o pai falecido.

2. Um jovem de 16 anos necessita receber pensão alimentícia de seu pai, este


separado da sua genitora, responda: a procuração destinada ao advogado,
necessita ser assinada pelo jovem? Justifique.

a. Ao menor assistido, que corresponde ao jovem entre 16 e 18 anos


incompletos, faz-se necessária a assinatura deste na procuração, juntamente
com a assinatura do assistente. (assistência - “alguém ajuda outra pessoa” -
ele não faz nada sozinho, mas faz).

b. Menor de 16 anos, é representado, quem assina é quem o assiste.

3. Um idoso de 98 anos, com 05 filhos, resolveu vender, sem consultar seus


filhos, uma das suas fazendas, objetivando viajar para vários países do
mundo, responda: a assinatura do idoso no contrato é válida? Justifique.
Este contrato é válido? Justifique.

a. A assinatura do idoso no contrato é válida, visto que a idade, por si só, não
gera nenhum tipo de incapacidade, salvo se houver alguma interdição do
idoso, por meio de ação judicial. Além disso, o contrato é válido, tendo em vista

DIREITO CIVIL 4
que o idoso pode vender o seu próprio patrimônio, independente de
autorização de seus filhos. Não existe herança de pessoas vivas.

INCAPACIDADE RELATIVA
Art. 4º - São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:

1. Maiores de 16 e menores de 18 anos;

2. Os ébrios habituais e os viciados em tóxico;

3. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;

4. Os pródigos (aquele que, exageradamente, gasta mais do que tem)

Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.”
(NR)

💡 Nunca a curatela vai tem aplitude plena!!

Tutor —> Menores de idade

Curador/ Curatela —> Maiores de idade


Tutela e Curatela nunca tem caráter pleno!

A Curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza


patrimonial e negacional - curatela específica para determinados atos.
A incapacidade relativa gera a anulabilidade do ato jurídico (≠ nula - pode ser
convalidada).

Direitos políticos —> relativamente capaz - alguém com síndrome de down pode ser
eleito

Pessoa com deficiência pode testemunhar - mudança no art. 228 - “§ 2º A pessoa com
deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais pessoas,
sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.”

DIREITO CIVIL 5
O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade mercantil

A condenação criminal não implica capacidade civil.

CAPAZES
Maiores de 18 anos

Emancipados

Fim da Incapacidade de fato —> maioridade (18 anos), levantamento da interdição e


emancipação.

Menor de 16 anos —> Absolutamente incapaz —> Representante (não precisa da


presença do menor para os atos da vida civil).

Entre de 16 a 18 anos —> Relativamente incapaz —> Assistente (supri/supera a


incapacidade)

Adoslescente de 16 anos tem que ir para audiência de execução de alimentos, visto


que tem capacidade relativa, ou seja, o menor e o assistido devem estar presentes).

Tutela —> Menor de idade (menor de 18 anos)

Curatela —> Maior de idade (”está sujeito a curatela, decorrente de interdição que
poderá ser promovida inclusive pelo conjuge” - reposta da questão com dilapidação de
seu patrimônio com risco de subsistência) - Primeiro, processo de interdição, visto que
o conjuge está dilapidando o material, comprovando tais fatos. Esse caso é se afetar a
subsistência e a de seus dependentes.

Capacidade de direito = personalidade (todo mundo possui, são direitos e obrigações,


desde o nascimento). Já a Capacidade de exercício não é inerente a toda pessoa
humana, crianças não possuem essa capacidade, por exemplo.

DIREITO CIVIL 6
Sobre a capacidade é corretor afirmar que somente aos 18 anos adquire-se a
capacidade de exercício por implemento da idade

Art. 5º - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Os direitos da personalidade são intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer


limitação voluntária.

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.

A personalidade civil da pessoa natural surge e desaparece respectivamente com o


nascimento e com a morte.

Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe
a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto
aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

EMANCIPAÇÃO
(CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE)

1. Parental (por concessão dos pais, maiores de 16 anos, ato de emancipação em


cartório —> gera a capacidade civil plena. O direito de dirigir se da aos 18 anos
(expresso em Lei), ou seja, o emancipado não pode dirigir, nem responder
penalmente (continua sendo inimputável).

DIREITO CIVIL 7
2. Por sentença judicial (quando os pais divergirem quanto ao assunto, maior de 16
anos com tutor —> essa celeuma será resolvida pelo Juiz, com os argumentos de
cada genitor). Quando e tratar de tutor (não é pai ou mãe), sempre será Judiciale
terá a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado.

3. Por determinação legal (automática, pelo casamento, emprego público efetivo,


colação de grau em ensino superior, atividade civil, comercial ou relação de
emprego, desde que gerem economia própria).

A Emancipação ocorre em menores capazes, é irrevogável (não tem como retirar


dessa pessoa a capacidade civil plena, é perpétua, ato jurídico puro e simples (não
admite termo ou condição), não gera maioridade, alguns atos que exigem 18 anos
continuam proibidos (esfera penal e direito de dirigir) e a questão eleitoral não torna
obrigatório.

LEGITIMAÇÃO E CAPACIDADE
(Importante diferenciar Incapacidade civil x Impedimento judicial)
Pode ter uma pessoa capaz civilmente, mas que seja impedido de realizar determinado
ato. Venda de um imóvel por um dos cônjuges, necessita da outorga compulsória. A
exclusão da outorga compulsória é o regime de comunhão de bens. O tutor não pode
comprar bens da pessoa tutelada. O leiloeiro não tem legitimação para comprar um
bem que está sendo leiloado.

ESTADO E DOMICÍLIO
DOMICÍLIO CIVIL da pessoa natural - Artigos 70 e 71 CC

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.

Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

A invasão do domicílio poderá ocorrerer

DIREITO CIVIL 8
1. Prestar socorro

2. Situação de desastre

3. Mandado judicial

4. Flagrante delito (fundadas razões)

O NOME CIVIL

O nome possui interesse público ou privado - regulamentado pelo Còdigo Civil e a


Lei de Registros Públicos.

Atributo da Personalidade - direito da personalidade

Necessidade elementar de identificação

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o
sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção
difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao
nome.

PARTES DO NOME:

Prenome: pode ser simples ou composto

Sobrenome ou patronímico: designa a origem familiar da pessoa

Agnome: é a partícula acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas


da mesma família com o mesmo nome

EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE

Morte

Morte presumida/ ausência

DIREITO CIVIL 9
Efeito: extinção do poder familiar, dissolução do vínculo conjugal, abertura da
sucessão, extinção de contrato personalíssimo (a abertura de sucessão é o evento
morte, não o evento de abrir o processo de inventário). A dívida do pai/mãe morto é
abatida pelo espólio e não transferida para os herdeiros, herdeiros não pagam dívidas.

COMURIÊNCIA

Duas pessoas herdeiras, morrem juntas.

Não há transmissibilidade de direitos hereditários

Só tem relevância se forem sucessores recíprocos

MORTE PRESUMIDA

A sucessão definitiva virá após 10 anos do ausente estar ausente (o prazo começa a
contar da referência da sucessão provisória).

Campanha militar

Desastre (terremoto, calamidades públicas, incêncio, inundação, entre outras)

DIREITOS DE PERSONALIDADE
Proteção essência, é extrapatrimonial.. Conceito: tem po objeto os atributos
físicos, psíquicos e morais das pessoas em si e em suas projeções sociais.

Vida, liberdade, intimidade, honra, integridade física..

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186/ 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Titularidade. Ser humano.

Pessoa Jurídica? Não vida privada e sentimentos. E sim o nome e imagem. Dano
moral. Dano honra e a imagem.

DIREITO CIVIL 10
Art. 5º, inciso V, CF. é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem.

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE


São absolutos (oponibilidade “erga omnes”)

Gerais ou necessários (todos possuem)

São extrapatrimoniais (não é possível aferir objetivamente, não patrimonial)

Impenhorável

DiIndisponível (relativo! - STJ)

Irrenunciabilidade (não abandono do direito. Suicídio e induzimento)

Intransmissibilidade (não modificação subjetiva - titular. Inalienabilidade. Imagem


ou direito de uso de imagem - limites - não pode fazer tudo o que quiser com a
imagem)

Imprescritibilidade (aquisição e extinção não sobre ação do tempo. Já a ação civil


é prescritível em 03 anos para interpor a ação de reparação - Art. 206)

Vitaliciedade (vida e se extende após a morte - vilipêndio de cadáveres/ direito de


imagem)

CRIMES CONTRA A HONRA


CALÚNIA —> acusa pessoa de ter praticado fato tipificado como crime, de que o
sabe ser inocente. A calúnia comporta a excessão da verdade (Eu não caluniei,
eu denunciei).

DIFAMAÇÃO —> falar algo que não é crime, mas que é moralmente afeta e fere
aquela pessoa. Atribuir fato negativo que não seja crime. Não cabe a excessão da
verdade.

INJÚRIA —> atribuir palavras ou qualidades negativas, xingar. A injúria pode


acontecer apenas com as partes envolvidas.

DIREITO CIVIL 11
DIREITO DA FAMÍLIA
Direito de Família, desconsideração do direito da família inversa. Pessoa casada,
várias bens são colocados no nome da empresa, na tentativa de utilizar a “blindagem”
da PJ como forma de proteger o seu patrimônio no caso de uma dissolução do
casamento. Utiliza-se nesse caso a desconsideração da Pessoa Jurídica.

DIREITOS REAIS
Direitos Reais —> São normas reguladoras das relações jurídicas concernentes
às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem;

Direito Real —> Poder jurídico que tem alguém sobre uma coisa específica, e que
vincula esta coisa direta ou indiretamente ao seu Titular, o qual pode opor esse
direito erga omnes;

Art. 1.225 - São direitos reais:


I - a propriedade;
II - a superfície;

III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;

VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;

VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.

XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;


XII - a concessão de direito real de uso; e
XIII - a laje.

Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou


transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.

DIREITO CIVIL 12
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.

TEORIA DO PATRIMÔNIO MÍNIMO


Constituição de 1988;

Lei nº 8.009/90 —> Impenhorabilidade do bem de família

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e


não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de
outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus
proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam
a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os
equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa,
desde que quitados.

Ar-condicionado depende de qual localidade, em Salvador, o ar-condicionado é


considerado como impenhorável, por conta de sua característica climática.
Aquecedor, em Salvador, não é considerado impenhorável, por exemplo. Cama e
geladeira são impenhorável. Objetos luxuosos não são considerados como
impenhoráveis.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

1. Por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação;

2. Crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do


imóvel;

3. Credor da pensão alimentícia;

4. Para cobrança de imposto, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em


função do imóvel familiar (IPTU, condomínio);

5. Na execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal
ou pela entidade familiar;

DIREITO CIVIL 13
6. Por ter sido adquirido com produto de crime ou para a execução de sentença
penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

Bomfim deixa de pagar os aluguéis, o credor executa Bomfim. Não


pode penhorar o imóvel, visto que é locado, nem a TV, nem ar-
condicionado. A TV do fiador pode ser penhorada. A Lei n º
8.009/90 não protege o fiador do contrato de locação. Não é
inconstitucional.

IMPENHORABILIDADE CONVENCIONAL
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou
testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que
não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição,
mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em
lei especial.

OBRIGAÇÕES REAIS
Definição: estão a cargo de um sujeito, à medida que este é proprietário de uma
coisa, ou titular de um direito real de uso e gozo dela;

Empréstimo de um apartamento para um amigo. Dívidas com condomínio.


Execução da dívida com o proprietário. O proprietário, de fato, deve ser o
executado, visto que ele tem a responsabilidade contratual com o condomínio;

Sempre vinculado a um direito real - espécie de obrigação de natureza mista;

Tais obrigações existem quando o titular de um direito real é obrigado, devido a


essa condição, a satisfazer determinada prestação.

POSSE E PROPRIEDADE

DIREITO CIVIL 14
Teoria Subjetiva ou Clássica (Savigny) —> posse é o poder físico sobre a coisa,
intenção de tê-la para si e defendê-la de outros. Dois elementos: corpus e animus
(vontade-sentir-se dono, animus domini). Sem animus domini - mera detenção. Ex:
usufrutário, locatário, comodatário. Os detentores não fariam jus às tutelas
possessórias. Posse e Subjetividade (achar-se dono).

POSSE
Posse Justa - Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse Injusta - adquirida de forma proibida e viciada. Mera detenção.
Posse Violenta - força (vis absoluta) ou ameaça (vis compulsiva). O vício é objetivo, ou
seja, independe de motivo.

Ação possessória —> Só trata de posse.


Ação de imissão de posse —> Não é ação possessória. É para a proprieadade, não
de posse.
Pode protejer sua posse, com a utilização da legítima defesa. Desde que utilize uma
reação proporcional à ameaça.

Posse de Boa-fé —> ignorância de vício, e não como convicção de boa-fé. Incumbe
ao interessado provas a má-fé do possuidor. Compra apreditando ser válido op
documento.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em
que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.

Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter
com que foi adquirida.
CONSEQUÊNCIAS - Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou
deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem
direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da

DIREITO CIVIL 15
coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e
úteis.

Posse de Má-fé —> sabe do vício. Compra imóvel sem documento.

CONSEQUÊNCIAS - Deixou de colher, por negligência, frutos de uma fazendo.


Responde pelo prejuízo, visto que tem a posse de má-fé. Art. 1.216. O possuidor de
má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por
culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem
direito às despesas da produção e custeio. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde
pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de
igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.

Se o proprietário toma a posse de forma violenta, a posse é de boa-fé, mas é injusta.

Posse nova (de força nova) e Posse velha (de força velha) - se defender em juízo
dentro do prazo de 01 ano e 01 dia, tem direito a retirar a pessoa por Liminar (Posse
nova), se passar desse prazo, não tem mais esse direito.

A mera detenção (caseiro) não tem direito de posse.

AÇÕES POSSESSÓRIAS
1. Turbação - ato que embaraça o livre exercício da posse. Abertura de caminho
(corte de cerca), corte de árvore. Turba o livre exercício da posse. É uma agressão
a posse. Não perde a posse.

2. Esbulho (Reintegração) - é quando se perde a posse. Alguém esbulhou a posse.


possuidor se vê privado a posse. Violência, cladestinidade (finge ser dono), abuso
de confiança (emprestou casa para final de semana e não saiu mais).

3. Ameaça (Interdito Proibitório) - o possuidor tem direito a ser (…) segurando de


violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. Ameaça: por em perigo.

DIREITO CIVIL 16
Deu a entrada na ameaça, mas ela se concretizou e a posse foi
perdida, a mesma ação será transformada em reintegração
(utilização da fungibilidade).

USUCAPIÃO
Prescrição Aquisitiva —> o tempo faz alguém perder algum direito e algueém adquirir
um direito. Na Prescrição Extintiva, alguém perdeu um direito a algo. Prescrição está
ligada a tempo e inatividade.

💡 A posse tem que ser mansa e pacífica. Contínua. Sem oposição. Deve haver
corpus e animus domini. Não pode locatário, comodatário, detentor. Não
pode em imóvel público.

Justo Título - ato jurídico que conduz um possuidor a iludir-se, por acreditar que ele
lhe outorga a condição de proprietário. Escritura, doação, dação em pagamento.

Já se permite usucapião entre herdeiros. Não pode para ascendente vivo.

Extraordinária —> 15 anos


U. Extraordinária Abreviada —> 10 anos
Ordinária —> 10 anos

U. Ordinária Abreviada —> 5 anos. Se houve aquisição onerosa (deve provar que ele
comprou), com registro em cartório posteriormente cancelada, residindo ou produzindo
no imóvel. Necessário justo título e boa-fé.

Especial ou Constitucional —> 5 anos

Rural - resida e produza no imóvel rural até 50 hectares. Pro labore. Surgiu com a
CF/34.

DIREITO CIVIL 17
Urbana - resida em imóvel urbano de até 250 m². Utilizada para moradia.

Usucapião Familiar —> Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel
urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

2 anos.

Imóvel urbano de até 250 m².

Propriedade comum.

Só pode ser concedido uma única vez por pessoa.

Não vale se a saída se deu pela Lei Maria da Penha.

RESPONSABILIDADE CIVIL
Responsabilidade é responder pelos atos que praticamos. Responsabilidade Civil é
a fonte de obrigação, que é a reparação de um dano. Situação Obrigacional - 02
Relações (Obrigação)

Prestação - Débito. Dever originário.

Responsabilidade - É a consequência jurídica patrimonial do credor ao


descumprimento de uma obrigação (de lei ou vontade das partes).

Pode haver obrigação sem responsabilidade (dívida prescrita - se pagar, não pode
pedir o dinheiro de volta, visto que, apesar de não possuir responsabilidade, ele
tinha a obrigação).

Pode haver responsabilidade sem obrigação (fiado - o fiador possui a


responsabilidade sem possuir o débito).

DIREITO CIVIL 18
Responsabilidade Contratual - as consequências podem ir além da indenização,
abrangendo também a execução escpecífica, quando possível.

Responsabilidade Extracontratual - desvinculado de qualquer contrato. Norteia a


relação social. Batida de carro.

ATOS ILÍCITOS
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes. (abuso no direito de propriedade, desrespeito ao
meioambiente, punição exagerada no filho)

Art. 42. - Código de Defesa do Consumidor - Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

Responsabilidade Civil Objetiva —> Possui 03 elementos. Teoria do risco da


atividade. Ato ilícito, Dano e Nexo causal. Exemplo: banco é uma atividade
perigosa (seguranças, senhas), avião. Negativação indevida, não precisa provar o
dano, mas tem que possui o dano (presumível - só uma negativação. Se possuir 10
ou 20 negativações, nada mudou na vida da pessoa, não houve dano).
Overbooking. Dono de animal. Prédio em ruína, dano em carro ou pessoa. Queda
de objeto da janela.

Responsabilidade Civil Subjetiva —> Mais um elemento para analisar, a


culpabilidade. Ato ilícito, Dano, Nexo Causal e Culpabilidade. Batida de carro.

Roubo em ônibus não é indenizável (STJ). Roubo em banco é


indenizável (STJ).

DIREITO CIVIL 19
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:

I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;


II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.

O Estado tem uma responsabilidade civil objetiva. E o servidor a responsabilidade


subjetiva. Na conduta omissiva do Estado, a responsabilidade é subjetivo (tem que
ficar provado que o Estado teria que ter agido).

PRAZO
Responsabilidade Civil (art. 206) - 03 anos.

Se for relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor estende a


responsabilidade para 05 anos.

Aplica-se o prazo de 5 anos para as ações indenizatórias ajuizadas contra a


Fazenda Pública.

Dupla - pesquisa jurisprudencial

03 Jurisprudências com comentário manuscrito de cada uma


Responsabilidade Civil Objetiva do Estado - PM (2) - POLÍCIA MILITAR
Responsabilidade Civil Subjetiva - PM (1) - POLICIAL

DIREITO CIVIL 20

Você também pode gostar