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Conceito
A pessoa natural, para o direito, é o ser humano, enquanto sujeito/destinatário de
direitos e obrigações. O seu surgimento, segundo a dicção legal, ocorre a partir do
nascimento com vida (art. 2º, CC).
No instante em que principia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório,
clinicamente aferível pelo exame de docimasia hisdrostática de Galeno, o recém-
nascido adquire personalidade jurídica, tornando-se sujeito de direito, mesmo que
venha a falecer minutos depois.
Personalidade jurídica é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair obrigações,
ou, em outras palavras, é o atributo para ser sujeito de direito. Adquirida a
personalidade, o ente passa a atuar, na qualidade de sujeito de direito (pessoa natural ou
jurídica), praticando atos e negócios jurídicos.
O nascituro
O nascituro é o ente concebido, embora ainda não nascido. A Lei Civil trata do nascituro
quando, posto não o considere explicitamente pessoa, coloca a salvo os seus direitos
desde a concepção (art. 2º, CC).
Adotada a teoria natalista, segundo a qual a aquisição da personalidade opera-se a partir
do nascimento com vida, conclui-se que não sendo pessoa, o nascituro possuiria mera
expectativa de direito.
Mas a questão não é pacífica na doutrina. Os adeptos da teoria da personalidade
condicional sustentam entendimento no sentido de que o nascituro possui direitos sob
condição suspensiva.
Segundo a teoria concepcionista, por sua vez, o nascituro adquire personalidade jurídica
desde a concepção, sendo assim, considerado pessoa.
A doutrina, no Brasil, segue a teoria natalista, embora a visão concepcionista,
paulatinamente, ganhe força na jurisprudência nacional.
A despeito da controvérsia doutrinária, o fato é que, nos termos da legislação em vigor,
o nascituro, embora não seja expressamente considerado pessoa, tem a proteção legal
dos sues direitos desde a concepção.
Nesse sentido, pode-se apresentar o seguinte quadro esquemático:
a) O nascituro é titular de direitos personalíssimos (direito à vida, direito à proteção
pré-natal etc.);
b) Pode receber doação;
c) Pode ser beneficiado por legado e herança;
d) O Código Penal tipifica o crime de aborto;
e) Como decorrência da proteção conferida pelos direitos da personalidade, o
nascituro tem direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição da
paternidade.
Incapacidade absoluta
A previsão legal da incapacidade traduz a falta de aptidão para praticar pessoalmente
atos da vida civil. Encontra-se nessa situação a pessoa a quem falte capacidade de fato
ou de exercício, ou seja, que esteja impossibilitada de manifestar real e juridicamente a
sua vontade.
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores
de 16 (dezesseis) anos.
Com o advento da Lei n. 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência retirou a
pessoa com deficiência da categoria de incapaz.
A pessoa com deficiência – aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, nos termos do art. 2º - não deve ser mais
tecnicamente considerada civilmente incapaz, na medida em que os arts. 6º e 84, do
mesmo diploma, deixam claro que a deficiência não afeta a plena capacidade civil da
pessoa.
A pessoa com deficiência é dotada de capacidade legal, ainda que se valha de institutos
assistenciais para a condução da própria vida.
Incapacidade relativa
Entre a absoluta incapacidade e a plena capacidade civil, figuram pessoas situadas em
zona intermediária, por não gozarem de total capacidade de discernimento ou
autodeterminação.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
Emancipação
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil (art. 5º).
Ocorre que é possível a antecipação da capacidade plena, em virtude da autorização dos
representantes legais do menor ou do juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei
atribui força para tanto. Cuida-se da emancipação.
A emancipação poderá ser:
a) Voluntária: pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial (art. 5º,
parágrafo único, I, primeira parte);
b) Judicial: é aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar com
dezesseis anos completos (judicial (art. 5º, parágrafo único, I, segunda parte);
c) Legal: casamento (desde que tenham a autorização de ambos os pais ou de seus
representantes legais); exercício de cargo ou emprego público; colação de grau
em curso de ensino superior; e pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria.
Nome Civil
O nome da pessoa natural é o sinal exterior mais visível de sua individualidade, sendo
através dele que a identificamos no seu âmbito familiar e no meio social.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o
sobrenome.
➢ Verificar a Lei de Registros Públicos (arts. 55 e 56).
Registro Civil
Todos os fatos constitutivos, modificativos ou extintivos do estado das pessoas exigem
reconhecimento oficial pelo sistema de registros público, à luz dos princípios da
legalidade, veracidade e publicidade.
Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais:
I - os nascimentos;
II - os casamentos;
III - os óbitos;
IV - as emancipações;
V - as interdições;
VI - as sentenças declaratórias de ausência;
VII - as opções de nacionalidade;
VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.