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Martins (2010) destacou que, então, o caso estará no juizado de menores e Juventude-
JIJ. Neste caso, o juiz irá marcar audiência com os seus pais ou tutores para ouvir as suas
opiniões, podendo de imediato decidir pela aplicação de uma das medidas de educação social
previstas no artigo 112.º do ECA, a saber: 1-Advertência; 2-Reparação A obrigação de
danificar; 3 - prestar serviços à comunidade; 4 - assistir a liberdade; 5 - ingressar no sistema
semi-gratuito; 6 - ingressar em instituição de ensino; 7 - qualquer item especificado no art.
101, I ao VI.
No que se refere à escola como instituição, cabe destacar a constituição da Fundação
Estadual de Assistência ao Menor (FEBEM), marco histórico na constituição do sistema
socioeducativo. Com a criação da Infância. e Lei da Juventude, a FEBEM passa a atender a
demanda especial de jovens que entraram em conflito com a lei, com os serviços oferecidos
pormeio de detenção, semi-liberdade e liberdade assistida (LOPES, 2006).
O autor discute as demandas dessas instituições e explica que as pessoas para educar
são jovens, em sua maioria negros, mestiços, pobres - as chamadas opiniões científicas, a
utilidade das relações sociais de poder, desprezo dessa população "[... ] chama a atenção para
o perigo da construção do chamado conhecimento científico, que, entretanto, cria ou reforça
preconceitos ”(LOPES, 2006, p. 6)
Foucault em sua obra Vigiar e Punir refere-se à prisão como "pura e simples privação
de liberdade" (FOUCAULT, 1999, p. 19). O autor critica o sistema penitenciário ao afirmar
que:
[…] na primeira metade do século XIX (a prisão não é bastante punitiva: em suma,
os detentos têm menos fome, menos frio e privações que muitos pobres ou
operários), indica um postulado que jamais foi efetivamente levantado: é justo que o
condenado sofra mais que os outros homens? A pena se dissocia totalmente de um
complemento de dor física. Que seria então um castigo incorporai? (FOUCAULT,
1999, p.19)
Para que a pena seja aplicável ao crime, ela deve ser transparente, “[ ...] assim, para o
que o contempla, será infalivelmente o signo do crime que pune; e para quem sonha com o
crime, a simples ideia de crime ativará o sinal punitivo ”(FOUCAULT, 1999, p. 125). Como
consequência natural, a forma punitiva não surge como resultado arbitrário do poder humano
(FOUCAULT, 1999).
REFERÊNCIAS
BRASIL, Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente. Guia teórico e prático de medidas socioeducativas. ILANUD -
Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do
Delinquente - UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, 2007.
DARLAN. S. Da infância perdida à criança cidadã. Rio de Janeiro: Lumens Juris, 1998.
FOUCAULT, Michael. Vigiar e Punir. 27° edição, Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.
SILVA, Gustavo de Melo. Adolescente em conflito com a lei no Brasil: da situação irregular
à proteção integral. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Vol.3, n°5, julho de
2011.
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