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UNIP - Pinheiros

2° semestre de 2023
Profa. Dra. Isabella Bastos
Resumo de Ética Profissional
Grupo 13

Fernanda Christina Lazzari Cardoso - RA: T826JH4; Heliomar Manzo - RA: T9984E5;
Jefferson da Rocha Melo - RA: G751663; Jorge Habib Matta - RA: G8106D9; Juliana Wada
Hara - RA: T909FC7; Olivia Souza Ferreira Maciel - RA: G80EDC0; Ulysses Szajnbok de
Faria - RA: G8164E0

Reflexões e orientações sobre a prática da psicoterapia: um olhar sobre os


desafios éticos na prática da psicoterapia com crianças e adolescentes
acolhidos

1. Código de Menores versus Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

O que regia a tutela do estado sobre as crianças era o Código de Menores,


que tinha um olhar mais repressor e focado em enquadrar os jovens. Durante a
vigência do Código de Menores, a criança em situação de vulnerabilidade era
encaminhada para o mesmo local do jovem infrator, como por exemplo, a FEBEM
(Fundação Estadual do Bem Estar do Menor), atual Fundação CASA, ou outras
instituições totais, como os orfanatos. Era uma lógica higienista, de apenas tirar da
vista aquele menor que incomodava.
Isso se altera com a chegada do ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente), base para o modelo de acolhimento que existe hoje no Brasil, após
ter substituído o Código de Menores. O ECA, sim, trata de direitos, cuidados e
estabelece regras para as casas de acolhimento visando à segurança, o bem-estar
e à garantia do desenvolvimento emocional e social das crianças e dos
adolescentes, tal como o ART. 3º , que diz:

“A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.” (grifo nosso) (Estatuto da Criança e do Adolescente, LEI Nº
8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990) - grifo nosso.

O ART. 94, também do ECA, fala das obrigações das entidades que
desenvolvem programas de internação. Destacamos as seguintes:

“III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e


grupos reduzidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e
farmacêuticos (grifo nosso);” (Estatuto da Criança e do Adolescente, LEI
Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990)

2. Desafio Ético

Com base no que foi apresentado, pergunta-se "Como um psicólogo que


atende dentro de um abrigo, onde há diversos jovens e funcionários, garantiria o
que é previsto tanto no Código de Ética do Psicólogo no que se refere à
confidencialidade e à escuta neutra sem interferências, por exemplo, quanto ao
que prevê o ECA a respeito dos direitos da criança e do adolescente?" Ao que se
explica: o psicólogo do serviço de acolhimento desempenha um papel psicossocial,
não oferecendo psicoterapia no local. O atendimento terapêutico ocorre em outros
lugares, como UBS, consultórios ou CAPS.

O grande objetivo do serviço de psicoterapia individualizado, como o do


projeto Com Tato, é que, para além do desenvolvimento socioafetivo e benefícios
gerais de um processo psicoterapêutico, esse atendimento não repita modelos de
abandono já vividos por essas crianças e adolescentes, mas sim que ofereça
uma vivência de vínculos estáveis e seguros. Dessa maneira, o psicoterapeuta
deve compreender que sua prática requer o respeito ao que prevê o ECA e,
assim, manter um papel ativo envolvendo os encaminhamentos necessários, a
atuação em diferentes contextos e a busca por soluções éticas que atendam às
necessidades das crianças e adolescentes acolhidos.

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