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O termo autismo foi definido por Leo Kanner e descrito por Hans Asperger em
1943 e por décadas era conhecido apenas por profissionais relacionados à
psicologia e psiquiatria.
A primeira delas foi a AMA – SP (Associação dos Amigos dos Autistas de São
Paulo), que surgiu em 1983, sendo resultado da união de pais de crianças com
idade em média de 3 anos, tendo em comum a angústia pela falta de
informações, apenas o diagnóstico e a busca por maior independência e
produtividade de seus filhos.
Em 1989 surgiu a Lei 7.853, que forneceu apoio aos portadores de deficiências
mentais, tutelou seus direitos principalmente na área da educação e da saúde,
definiu crimes, além de criar a Corde ( Coordenadoria Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência) (art. 10 e 12 do referido
dispositivo legal).
Poucos anos depois, em 1994 foi sancionada a Lei 8.899/94, conferindo passe
livre no transporte interestadual aos portadores de deficiência, fato que deu
ensejo para outra grande conquista em 2000.
Desse modo, o Poder Público tem a obrigação de fornecer os meios para que
todos os cidadãos tenham saúde, bem como fiscalizar e controlar suas ações
nesse âmbito.
Algumas mães relatam gratidão por não haver outra opção para seus filhos e
ali poderem passar em consulta. Muitas se satisfazem por conseguir laudos
recentes e os medicamentos de que seus filhos necessitam. Uma relação de
dependência. Há, ainda, queixas sobre critérios pouco claros quanto a
pacientes que recebem alta das terapias, o que tem levantado suspeitas, entre
as mães, de uma política de rotatividade decorrente da espera por vagas.
(TIBYRIÇÁ FLORES; D’ANTINO FAMÁ, 2018).
Através do relato acima, nota-se claramente que a rede pública não fornece o
tratamento adequado às pessoas com TEA. Os autistas recebem um
atendimento muito precário, com pouca frequência e em meio a diversos tipos
de deficiências nas quais não se enquadram. Desse modo, não há maneira de
o tratamento apresentar resultados efetivos.
Art. 3o São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: III - o acesso
a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas
necessidades de saúde, incluindo: b) o atendimento multiprofissional;
Vale mencionar que aquele que se negar a contratar com alguém em razão de
suas condições pessoais, está violando o princípio da igualdade, disposto no
artigo 5º da Constituição Federal.
Os planos de saúde defendem que o rol da ANS é taxativo e que não são
obrigados a fornecer o que não estiver contido nele, todavia, a jurisprudência já
é pacífica em dizer o contrário, conforme já citado aqui.
Cumpre esclarecer ainda, que caso a operadora de saúde privada não ofereça
profissional credenciado em sua rede para atender o contratante com
necessidade de tratamento, é de responsabilidade da mesma o custo pelo
atendimento de maneira particular. O Contratante pode solicitar o pagamento
direto ou então o seu reembolso.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, nota-se que a população com autismo que depende da rede
pública de saúde, sofre com o precário e pouco eficaz tratamento fornecido. No
mesmo sentido, aqueles que podem pagar por um plano privado de saúde, têm
que acionar a justiça para de fato ter acesso àquilo que fora contratado. Um
bom caminho para modificar esse cenário atual seria a previsão legal de
sanções mais gravosas, capazes de tornar mais prejudicial financeiramente
negar o tratamento ao autista do que fornecê-lo.