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Além dessas medidas muitas outras devem ser colocadas em prática para
que as pessoas com TEA possa levar uma vida “normal”, uma vez que são sujeitos
de direitos que devem ter sua cidadania estimulada e respeita tanto da parte dos
cuidadores familiares quanto da parte do Estado. Trata-se de uma lei que “em
sucintos artigos, expõe os direitos da criança autista e as ações que o Poder Público
tem a obrigação de realizar, para promoção destes direitos”. (SANTOS, 2014, p. 21).
Conforme Santos (2014), a comunidade jurídica tem se aproximado cada vez
mais do tema. Decisões judiciais que enfrentam a educação da criança autista têm
sido recorrentes. Ocorre que, por se tratar de um direito social, prestacional positivo,
é difícil sua execução espontânea por parte do Poder Público, o que acaba
acarretando prejuízo para a clientela que demanda esse atendimento, ferindo sua
dignidade humana.
Em consonância com Machado (2003), a dignidade da pessoa humana
configura um dos cinco fundamentos do Estado Democrático de Direito no seio do
qual se organiza a Nação Brasileira, nos expressos termos do inciso III do artigo 1º
do Texto Constitucional. Para essa autora o ordenamento jurídico é condição basilar
do Estado Democrático de Direito, na medida em que tal coerência valorativa é pré-
requisito da existência de igualdade entre os indivíduos, ao menos como norte
primeiro a ser buscado pelo Direito.
Como os direitos se efetivam na menor esfera territorial do Estado que são os
municípios, nem sempre esse ente dispoõe de entendimento e equipamentos
suficientes para atendente às demandas das pessoas com transtorno de autismo.
Sendo assim, um dos primeiros passos a ser dado em direção ao atendimento
adequado às pessoas que buscam esse direito junto às instituições públicas é
compreender o que de fato as ciências médicas define como autismo no espectro
das deficiências.
DEFICIÊNCIA
São diversas as manifestações acerca do conceito de deficiência, muitos
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Art. 1º […]
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do
espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na
forma dos seguintes incisos I ou II:
I – Deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da
interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação
verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade
social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível
de desenvolvimento;
II – Padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e
atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais
estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva
aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses
restritos e fixos (BRASIL, 2012).
DEFICIÊNCIA MENTAL
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seus familiares pelo seu reconhecimento como pessoa igual às demais em direitos,
as quais somente são garantidas com a aplicação de medidas que levam em
consideração suas características especiais de pessoa com deficiência. Nota-se
assim que ainda existem obstáculos a serem enfrentados diretamente – muitas
vezes por meio do acionamento do Poder Judiciário, contudo não se pode deixar de
lado o reconhecimento que sua previsão tem implicado em melhorias na vida dos
Autistas na busca pela efetiva garantia de seus direitos fundamentais.
METODOLOGIA
A metodologia adotada para este estudo foi à pesquisa Documental, que para
(Gil, 2008, pg 45), É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza
das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão”
(documentos de arquivos de instituições públicas, ong., etc.), existem também
aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como
relatórios de empresas, tabelas etc...
O estudo tem como enfoque a abordagem qualitativa, que foi definida a partir
do pressuposto que, em síntese é uma pesquisa qualitativa que tem como objetivo
científico manipular informações recolhidas, descrevendo e analisando-as, para num
segundo momento interpretar e discutir à luz da teoria, ao passo que a pesquisa
quantitativa a partir da quantificação dos dados recolhidos se serve de modelo
matemático para descrever, analisar, interpretar e discutir os achados. (SEVERINO,
2008, p.62).
A obtenção dos dados foi a partir de uma pesquisa e análise de bibliografias
já publicadas em forma de livros, periódicos (revistas), teses, anais de congressos,
indexados em bases de dados em formato on-line ou CD-ROM, tais como a
legislação federal vigente, a lei 12.764, que institui a Politica Nacional de Proteção
dos Direitos da pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Constitui-se ainda fonte
desta pesquisa alguns documentos obtidos em instituições municipais,
especificamente na Camara Municipal de Vereadores e na Associação Amor Azuis,
esta formada por familiares de pessoas com TEA. Ressaltamos que a finalidade das
leis federal e municpal é proporcionar ao pesquisador o acesso à leitura de parte do
marco jurídico produzido sobre o assunto, servindo de conteúdo e apoio
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o municipio lida com as pessoas com TEA exposto no (Quadro 2), com os passos
para o atendimento, diagnóstico e tratamento das pessoas com suspeita desse
transtorno no municipio de Redenção-PA:
mesmos encontrar meios que possibilitem o atendimento das pessoas com TEA nas
unidades municipais que oferecem. Apesar das diversas manifestações e lutas na
busca em fazer valer os direitos da pessoa com TEA, ainda há evidências de falta de
compromisso das instituições e órgãos municipais para se tornar uma realidade no
município. Para Lopes e Silva (2021, p. 24), “existem alguns indivíduos que, por
possuírem condições especiais, exigem do Estado uma maior regulamentação que
positive e torne efetivo o exercício desses direitos, dentre eles aqueles que possuem
o chamado transtorno do espectro autismo (TEA)”. Mesmo com a existência de leis
em prol do direito da pessoa com TEA encontram-se diversas dificuldades durante
no processo de cumprimento das normas.
Constatamos ainda que a maioria as instituições não possuem estruturas,
recursos nem funcionários especializados para atender eamparar este público, o que
interfere diretamente no processo do cumprimento legal. Esse cenário evidencia que
há flagrante descumprimento à legislação a exemplo no que garante Art. 2º da
Constituição Federak,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente artigo nos propusemos a perceber como a lei que garante
direitos às pessoas com TEA vem sendo cumprida no município de Redenção, tarefa
que nos revelou aspectos importantes do modo de funcionar do poder público diante
da demanda e as relações de parceria que estabeleceu com instituiçoes da
sociedade da civil.
Segundo o Art. 5º da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, mas
é sabido que todos têm as suas individualidades, o que pode tornar um ser com
nescessidades diferentes e maiores que os outros, o que leva a criação de uma
legislação especifica para atender determinado grupo de pessoas, é o que acontece
com as Pessoas com TEA, a criação da lei 12.764/2012 que prevê expressamente o
direito da pessoa com TEA.
Ademais, é visivel que a administração municipal, juntamente com os orgãos
públicos e a Associação Amor Azul buscam a melhor forma de contribuir no
atendimento das pessoas laudadas e com suspeita do Transtorno do Espectro
Autista, logo, na qualidade de vida e na interação social desses indivíduos.
Deixamos em destaque que este tema necessita ser mais abordado, pois é
notório que a produção cientifica sobre o mesmo é escassa, assim como a literatura
ainda carece de mais pesquisas desenvolvidas e intervenções especificamente para
este público alvo, com o intuito de proporcionar mais conteúdos a pesquisadores
além de avanços sobre a qualidade de vida de pessoas com autismo. Todavia, os
estudos encontrados trazem profundas reflexões sobre a importância da intervenção
municipal na busca de oferecer uma melhor qualidade de vida para pessoas com
TEA.
É evidente que ainda existe um caminho de conscientização e quebra de
preconceitos a se percorrer, mas os avanços já são perceptíveis. Desde a criação
das Leis de Proteção as Pessoas com Deficiência, a inclusão desses cidadãos tem
sido uma realidade, os quais somente terão a dignidade humana resguardada pela
Constituição Federal quando todas as disposições legais sejam efetivamente
cumpridas por todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AMARAL, Carlos Eduardo Rios do. Lei 12.764/2012: Direitos da pessoa com
transtorno do espectro autista. Disponível em:
<https://eduardoamaral74.jusbrasil.com.br/artigos/325861391/lei-12764-2012-
direitos-da-pessoa-com-transtorno-do-espectro-autista>. Acesso em: 20 de nov.
2021.
GAIO, R. Para além do corpo deficiente: histórias de vida/ Roberta Gaio. Jundiaí,
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social / Antonio Carlos Gil. - 6. ed. -
São Paulo : Atlas, 2008.