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ABSTRACT: The present work aims to present the main aspects of the legislation inherent to the
protection of people with Autistic Spectrum Disorder in the school environment. Specifically, it aims to
highlight Federal Law n. 12,764 of 2012 and its applicability as a tool to protect the rights of autistic
people; clarify the policies of inclusion in Brazil in favor of the autistic; and to show whether the access
of autistic people to the school environment is guaranteed by law and whether inclusion includes
preparation for special education, as well as specialized educational services. The methodology that
guided the preparation of this work was through bibliographical research, which departed from books
and doctrines the most relevant subjects on the subject. As well as the deductive method was applied,
highlighting the main laws that ensure the autistic in the school environment. It is noteworthy that the
public policies that the government has presented are not enough, Law n. 12,764 of 2012, has had
effects, as it adheres to the National Policy for the Protection of the Rights of Persons with Autistic
Spectrum Disorder”. In the school environment, one of the ways to promote equality was the
enactment of the Brazilian Inclusion Law, which guarantees the permanence of autistic people in the
school environment but is not effective in terms of inclusion.
INTRODUÇÃO
bens a todos, adicionando coisas ou pessoas em grupos e núcleos que antes eram
excluídos.1
Segundo Smith (2019) visto que a inclusão necessita de um olhar diferente para
inserção dessas pessoas no meio social sendo assim, cabe aos envolvidos no
ambiente escolar ter a percepção e assim fazer com que haja mudanças
significativas procurando respeitar a pessoa detentora de certa patologia, como é o
caso do autista. Logo, é fundamental que as ações sejam pautadas na legislação
inerente, bem como na ética e habilidades para mediar o conhecimento científico a
pessoa, e desse modo ele possa participar e compreender entre várias e diferentes
situações ao que se deparam no seu cotidiano curricular e social.
Segundo Rego (2022) a exclusão ocorre no espaço escolar porque mesmo que
escola se esforce muitas estão despreparadas para receber as diferenças, pois
aquilo que está fora dos seus parâmetros de aprendizagem e desenvolvimento é
apresentado como uma dificuldade. Isso foge dos parâmetros da educação para
todos, pois a Constituição Federal de 1988 assegura a equidade entre as pessoas
no ambiente escolar, propriamente, menciona-se que todos devem receber a
educação, sem que haja distinção em decorrência da patologia.
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Inclusão: implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos com
deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, mas todos os demais, para que obtenham
sucesso na corrente educativa geral (MANTOAN 2018).
Exclusão: a exclusão manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase o que está em
jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar.
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3.1 A Lei n. 12.764 do ano de 2012 e suas contribuições a vida da pessoa com
Transtorno Espectro Autista
Desde que a lei foi aprovada e promulgada em 2012, surgiram alguns dos benefícios
no mundo do autismo. De todas as pessoas envolvidas, os pais são os mais
satisfeitos, e aqueles com a doença, pois sabe-se que antes o sofrimento de
enquadrar as pessoas com TEA na sociedade não era uma tarefa fácil, pois tinham
que enfrentar desafios e obstáculos todos os dias, além do mais eram os únicos
que, de certa maneira, telespectadores experientes das vivências de quem portava a
patologia do Transtorno Espectro Autista (TEA) (AMARAL, 2019).
Com a promulgação da lei, isso não significa que tudo foi resolvido e está
acontecendo satisfatoriamente, o que está longe da correspondência atual, pois
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vários fatores são necessários para contribuir para o apoio e inclusão das pessoas
com autismo. com a aplicação correta, os benefícios podem ser aumentados,
melhorando assim a qualidade de vida. Ressalta-se que é importante monitorar o
efetivo cumprimento da lei pelos envolvidos diretamente na causa e pela sociedade
como um todo.
O Decreto nº 8.368/2014, de 2 de dezembro de 2014, veio complementar a Lei nº
12.764/2012 na forma de decreto. O Decreto nº 8.368/2014 garante explicitamente o
direito das pessoas com autismo de usar o Sistema Único de Saúde (SUS) e passa
a atribuir funções mais diretivas ao Ministério da Saúde para apoiar pesquisas para
melhorar a qualidade das pessoas com autismo. O decreto também aborda mais
especificidades de administradores escolares recusando matrícula, delega
reclamações ao público em geral e define na carta do decreto que o Ministério da
Educação será responsável pela aplicação de multas (SOUZA; ANACHE, 2020).
As pessoas com autismo são amparadas legalmente diante de uma série de direitos:
jurídico, de saúde e de assistência social; direito à educação; direito ao trabalho;
direito à acessibilidade; direito ao esporte, cultura e lazer; direito à isenção de
impostos; Art. 4.317/ Lei Regional nº 2009 e Lei Regional nº 4.568/2011. Diante
disso, um dos direitos mais impactantes é o direito à isenção de impostos, pois em
2012, como as pessoas com autismo foram incluídas em todas as leis como
deficientes, passaram a ter novos benefícios. A isenção fiscal é conseguida através
de várias deduções fiscais na vida dos pais e pessoas com deficiência que adquirem
artigos usados e tratados por pessoas com autismo (FARIA; CUNHA; PINTO, 2018).
A isenção fiscal está prevista na Lei nº 12.764/2012. Destarte, para melhorar a
qualidade de vida dos deficientes, os legisladores instituíram tais medidas para
beneficiar também os pais. Diante disso, há uma chance maior de conseguir um
veículo para ajudar no tratamento fora de casa ou mesmo no dia a dia que não
esteja relacionado ao seu tratamento (SOUZA; ANACHE, 2020).
Outra medida inovadora na legislação vigente é a redução da jornada de trabalho
dos servidores públicos em até 50%, benefício que vem da criação da Lei
13.370/2016, mas esses compradores devem ter cônjuges, filhos ou dependentes
deficientes. Anteriormente, na Lei nº 8.112/1990 (Lei do Regime Jurídico do Serviço
Público), o benefício de redução da jornada de trabalho em até metade era
concedido apenas aos servidores com deficiência (CUNHA, 2020).
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Outra alteração atual da Lei nº 12.764/2012 ocorreu em julho de 2019, quando foi
aprovada a Lei nº 13.861/2019, referente à inclusão de pessoas com autismo no
censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para obter
estimativas do número de pessoas com autismo no Brasil e como elas são divididas
em regiões do país, antes não suportadas por dados, apenas estimativas. Essas
informações podem ajudar a direcionar melhor as políticas públicas de colaboração
para melhor aplicação em regiões apropriadas para melhor inclusão (FARIA;
CUNHA; PINTO, 2018).
A Organização das Nações Unidas (ONU) designou o dia 2 de abril como o Dia
Mundial da Conscientização do Autismo, um decreto destinado a incentivar governos
e sociedade a discutir as causas do autismo e repensar a situação dos portadores e
de quem convive com eles, tudo sob uma perspectiva de direitos humanos. Em
muitos lugares, desfiles de pais, profissionais e pessoas com autismo comemoram o
dia e, com o passar do tempo, todos o veem cada vez mais (SOUZA; ANACHE,
2020).
Ressalta-se que uma inovação recente na legislação é a sanção da Lei 13.977/2020,
conhecida como Lei Romeu Mion, nomeada em homenagem ao filho do
apresentador Marcos Mion, que é portador de ASD, o texto da nova lei foi revisado e
altera a Lei Berenice Piana Lei (Lei nº 12.764/2012). Tais medidas ajudariam a
identificar e, assim, agilizar o atendimento de pacientes com TEA. A nova lei
também determina: “Instituições públicas e privadas poderão usar a fita quebra-
cabeça, símbolo da conscientização global do TEA, para priorizar pessoas com
transtornos do espectro autista” (BRASIL, 2020).
Pessoa com Deficiência, Lei 13.146. Ela trata da inclusão da pessoa com deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em
condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por
pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Em alguns
momentos destaca se os sujeitos que apresentam condições especiais, ora por
apresentarem deficiência sensorial, mental ou física, entre outras (SELLA &
RIBERIO, 2018).
O Art. 27 enfatiza o respeito à educação e constitui direito da pessoa com
deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem. Parágrafo único. “É dever do Estado, da família, da comunidade
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência,
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação”.
Está claro que há uma abundante legislação para respaldar o processo de inclusão,
entretanto percebe se que há entrave inclusive a falta de conhecimento, o que deve
ser amplamente discutido na formação de professores e na sociedade. Por fim, o
Estado tem como dever oferecer uma educação de qualidade a qualquer pessoa
com necessidades especiais com professores capacitados e valorizados, escolas
adaptadas para atender as necessidades desses e de outros alunos. Por outro lado,
a escola deve cumprir com as legislações inerentes, como forma de promover o
acesso à educação ao aluno com certa patologia, como é o caso da criança com
Transtorno Espectro Autista (TEA) (SELLA & RIBERIO, 2018).
A escola tem a função de promover a socialização e aprendizagem científica dos
educandos com necessidades educacionais especiais e aqueles sem deficiências,
essa tarefa não é fácil, envolve boas atitudes pessoais e coletivas, caracterizadas
pelo diálogo, pelo respeito às diferenças e necessidades individuais, pelo respeito
compromisso e pela ação (FREIRE, 2020).
Nessa perspectiva relata-se que a escola deve responder as diversas necessidades
que os alunos apresentam, identificando os estilos e os ritmos de aprendizagem,
oferecendo uma educação de qualidade a todos, sempre por meio de currículo
apropriado, de modificações organizacionais e de procedimentos de ensino,
conforme citação do artigo 59 da LDB/96 (SELLA & RIBERIO, 2018).
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O Supremo Tribunal Federal (STF) tratou da questão das pessoas com deficiência
na educação formal no Acórdão n. 5.357 da Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI). Nesse sentido, julgou que as normas da Lei da Pessoa com Deficiência (Lei n.
13.146/2015) eram constitucionais, proporcionando as acomodações necessárias
para que as escolas particulares acolham as pessoas com deficiência no ensino
formal e sua adaptação no ambiente escolar, não transferindo o encargo financeiro
para propinas, anuidades e matrículas.
Outra análise a ser avaliada é que por muito tempo, foi negada ajuda às pessoas
com transtornos do espectro do autismo porque não se qualificavam como
deficientes e, portanto, não podiam ser mantidas por certos benefícios garantidos às
pessoas que se qualificam para essa condição. Então, após anos de luta, foi
promulgada a Lei 12.764/12, em 27 de dezembro de 2012, a primeira a reconhecer
os autistas como deficientes (SOUZA & ANACHO, 2020).
Entre os direitos adquiridos pela Lei 12.764/12 está o direito de ter acompanhante
dedicado em sala de aula, para alunos com TEA que apresentem grandes
dificuldades de interação social e conflitos comportamentais. No parágrafo único do
artigo 3º, diz: "Nos casos de comprovada necessidade, nos termos do art. IV, os
indivíduos com transtornos do espectro do autismo são incluídos nas classes de
educação geral.
Em segundo lugar, você terá direito a um acompanhante dedicado." Este dispositivo
único é certamente um grande passo para a educação inclusiva. Antes dessa lei, as
pessoas com autismo não tinham uma legislação específica que garantisse seu
direito à educação. A Lei 13.146/2015 garante a frequência escolar de alunos com
autismo ou outras condições que exijam tratamento especial. Além disso, a
instituição deve fazer adaptações que favoreçam o desenvolvimento da criança.
Materiais gratuitos também são fornecidos, se necessário (CESAR, 2018).
A doutrina de Cesar (2018) relata que os pares são essenciais no ambiente escolar
para atuarem como facilitadores das relações entre as crianças e os demais alunos,
ao invés de privar os professores de terem que estar com os pares no processo de
desenvolvimento do aluno. O acompanhante não pode ser considerado uma babá,
seu trabalho será totalmente voltado para a independência da criança autista, para
que futuramente ela possa controlar suas emoções e realizar as atividades diárias
com mais facilidade.
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Aos poucos, os tribunais têm reconhecido cada vez mais o direito de não alcançar a
educação especial e inclusiva, conforme observado: Ementa: direito constitucional.
mandado de segurança. reexame necessário. menor portador de transtorno do
espectro autista. direito a acompanhamento especializado no horário escolar.
Observa-se que de acordo com a decisão acima, as pessoas com deficiência física
têm acesso às oportunidades educacionais, conforme estipulado no Projeto de Arte
III. O artigo 208 da CF/88 estabelece que o Estado é obrigado a prestar atendimento
especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede formal de
ensino.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho atingiu o objetivo proposto, uma vez que apresentou as principais
vertentes da legislação inerente de proteção à pessoa com Transtorno do Espectro
Autista no ambiente escolar. Em específico destacou a Lei Federal n. 12.764 do ano
de 2012 e sua aplicabilidade como ferramenta de proteção dos direitos do autista;
esclareceu as políticas de inclusão do Brasil em prol do autista; e evidenciou se o
acesso do autista no ambiente escolar é garantido por lei e se a inclusão conta com
o preparo de educação especial, bem como do atendimento educacional
especializado.
Viu-se no decorrer deste trabalho jurídico que o Transtorno Espectro Autista (TEA)
foi inicialmente denominado por Kanner de Distúrbio Autístico do Contato Afetivo,
como uma condição com características comportamentais específicas: perturbações
das relações afetivas com o meio, inabilidade no uso da linguagem para
comunicação, presença de boas potencialidades cognitivas, aspecto físico
aparentemente normal, comportamentos ritualísticos e início precoce.
Assim, sendo, vale relatar que crianças com autismo já começam a apresentar
sinais nos primeiros meses de vida, visto que não olham para seus cuidadores
quando são chamadas e não possuem contato visual afetivo. A partir dos 12 meses,
geralmente, não apontam com o dedo a objetos, não sabem referir-se ao que
querem. Já no primeiro ano de vida, demonstram mais interesse nos objetos do que
nas pessoas e, quando os pais fazem brincadeiras de esconder, sorrir, podem não
demonstrar muita reação.
As manifestações do transtorno podem variar muito dependendo da gravidade da
condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica,
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REFERÊNCIAS
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MANTOAN, M. T. E. Inclusão: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo. 2018.