Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No ano de 2000, foi publicada pelo MEC uma série de cartilhas como parte do
Projeto Escola Viva – Garantindo o acesso e permanência de todos os alunos
na escola: alunos com necessidades educacionais especiais.
Essas cartilhas visavam atender as demandas dos programas de formação de
professores, e servia como suporte técnico-científico para os programas de inclusão
escolar. As cartilhas reuniam esclarecimentos, divulgação de conceitos, orientações
e estratégias concretas para aplicação na escola.
O texto apresentado na cartilha trazia como publico da Educação Especial
também alunos com condutas típicas.
“Condutas típicas” é um termo presente no documento de Política Nacional de
Educação Especial de 1994, e que se refere a “indivíduos que apresentam
alterações no comportamento social e/ou emocional, acarretando prejuízo no seu
relacionamento com as demais pessoas”. Aí estão incluídos alunos que apresentam
hiperatividade, déficit de atenção, comportamentos agressivos e impulsivos,
transtornos emocionais, fobias e outros.
Além de ser claro em definir alunos com transtornos de atenção e
hiperatividade como público da educação especial, a cartilha ainda apontava
diferentes estratégias de intervenção, como:
Em casos de hiperatividade (…), que se registre o tempo máximo que o aluno
consegue ficar envolvido com diferentes atividades, e seja dele solicitado um
aumento gradativo de tempo de permanência na atividade (30 segundos, depois 1
minuto, depois 1 minuto e 30 segundos, e assim por diante…). A cada sucesso, ou
seja, a cada nova meta estabelecida com o aluno e por ele alcançada, que o feito
seja comentado elogiosamente. Sugerem, também, que se favoreçam
oportunidades para que o aluno se movimente pela classe, ou para outros locais na
escola. Outra sugestão, ainda, é a de antecipar a movimentação do aluno,
encaminhando-se para perto dele, quando prestes a sair de sua carteira.
Embora o texto da cartilha fosse de grande utilidade para os educadores, na
reedição publicada em 2005, não é mais utilizado o termo “condutas típicas”, e
nenhuma referência é feita aos transtornos da atenção e hiperatividade, e todas as
orientações antes prescritas não foram mais apresentadas.
Como dito de início, não existe atualmente lei específica em âmbito nacional
que ampare alunos diagnosticados com TDAH ou outros transtornos específicos.
Entretanto, um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional busca
corrigir essa carência. É o Projeto de Lei nº 7081, de 2010.
O texto da lei determina que o governo mantenha programa de diagnóstico e
tratamento de estudantes com TDAH e Dislexia por intermédio de equipe
multidisciplinar.
Além disso, a lei também estabelece que as escolas de educação básica
devem assegurar o acesso aos recursos didáticos adequados à aprendizagem e
desenvolvimento desses alunos, bem como oferecer aos professores da educação
básica cursos sobre o diagnóstico e o tratamento do TDAH e Dislexia.
Lembrando: É um projeto de lei, ou seja, ainda não aprovado.
5. Legislações locais
Embora uma lei específica sobre TDAH ou outros transtornos específicos
ainda não tenha sido aprovada pelo Congresso Nacional, muitos estados e
municípios em todo o país têm criado programas locais para atendimento de alunos
com transtornos funcionais específicos (TDAH, outros transtornos de
comportamento, de aprendizagem e de leitura/escrita, como Dislexia).
Esses programas são fundamentados em legislações específicas de cada
estado ou município onde os programas são desenvolvidos.
Por exemplo, no Distrito Federal, a Lei 5.310 de 2014 garante atendimento
educacional especializado de alunos com TDAH, Dislexia, Discalculia, Distografia,
Disgrafia, Dislalia, Transtorno de Conduta e Distúrbio do Processamento Auditivo
Central.
No estado do Piauí, a Política de Promoção da Aprendizagem (Proap) foi
instituída também com o objetivo de contribuir para a promoção da aprendizagem de
alunos da rede estadual diagnosticados com TDAH, disgrafia, discalculia,
disortografia e Síndrome de Irlen.
Na cidade do Rio de Janeiro, a Lei 5.416 de 2012, estabelece diretrizes para
diagnóstico, tratamento e o acompanhamento dos alunos da rede de ensino
fundamental diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção, incluindo ensino
e avaliações diferenciados nas unidades de ensino.
Diversos outros municípios e estados possuem leis ou resoluções visando o
atendimento educacional especializado de alunos diagnosticados com TDAH. Os
interessados devem buscar nas Secretarias de Educação ou nas casas legislativas
de sua região.