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O AUTISMO E O LÚDICO

SANTIN, Evelim F.O

Poliana.

RESUMO

Abordaremos nesse trabalho o lúdico, numa perspectiva de incluir as crianças


autistas de maneira correta e seus direitos de igualdade perante as leis da inclusão.
Mostrar que é possível incluir a todos, indiferentes de qualquer situação física ou
intelectual, que cada um tem seu tempo para o desenvolvimento da aprendizagem,
porém, todos conseguem aprender. Em alguns casos necessita-se de envolvimentos
afetivo com os educandos, pois sem afetividade não se constrói conhecimento. O
autista aprende através das suas vivências. É necessário conhecer a história desde
o princípio para compreender e desenvolver planejamentos educacionais para o dia
a dia. O trabalho tem como objetivo verificar a contribuição do lúdico no processo do
ensino aprendizagem, na realização de atividades diversificadas superando as
dificuldades das crianças no seu desenvolvimento cognitivo, social e motor,
alcançando assim, os obstáculos encontrados para a formação humana.

Palavras-chave: Autismo; Inclusão; Lúdico

1. INTRODUÇÃO

Essa pesquisa de conclusão de curso(pós graduação) baseia-se quanto a


importância das atividades lúdicas, para o desenvolvimento da aprendizagem dos
autistas. Atualmente há mediadores habilitados para trabalhar com esses alunos?
Pretende-se destacar que o brincar é de fundamental importância para o
desenvolvimento psicológico, psicomotor e estimula a psicomotricidade dos
educandos com autismo e ainda tem a finalidade de mostrar que a educação lúdica
contribui para o desenvolvimento global.
É através do lúdico que o educador ensina e desenvolve aulas prazerosas e
criativas para seus alunos. Demonstrando quão importante é o uso dos jogos, das
brincadeiras e brinquedos, incluindo em todas as atividades para melhorar e
aprimorar as habilidades motoras, cognitivas e sociais. Conceituou-se o autismo,
verificou-se a contribuição lúdica no processo de ensino aprendizagem e constatou-
se a necessidade de que os jogos, brinquedos e brincadeiras são importantes para
desenvolvimento global da criança autista. Kishimoto (2000) apud Castro (2015)
para Piaget “os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios
que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual". Para manter-se
equilibrada com o mundo, a criança precisa brincar criar e inventar.
Segundo Batispta e Bosa, ( 2015 p.14), a evolução de uma pedagogia das
diferenças embasa-se em um saber que transcende os limites do conhecimento
pedagógico, integrando aspectos de um profundo questionamento humano. É de
fundamental importância rever conceitos de ensino aprendizagem, identificando
claramente as diferenças entre os transtornos globais existentes, buscar
metodologias adaptadas, atividades inovadoras, para manter o autista
espontaneamente motivado a participar das atividades. Orientados, estimulados,
cada um tem o seu tempo para realizá-las com calma e paciência. O papel do
educador é saber esperar, preparar aulas criativas, enriquecedoras pra que esse
educando sinta-se bem e incluído no meio em que está inserido. Sendo assim o
presente estudo teve como problemática: Como o lúdico pode contribuir no processo
de aprendizado das crianças autistas? Teve como objetivo geral analisar como o
lúdico pode contribuir no processo de aprendizado das crianças autistas.
Inicialmente aborda-se no texto a inclusão e os direitos conquistados ao longo do
tempo, as lutas pelo direito de todos, embasando-se pela Constituição Brasileira,
Assembleias como a de Salamanca, autores que defendem a inclusão total dos
educandos, e todas as pessoas com necessidades especiais na sociedade. O
processo histórico da inclusão das pessoas com Transtorno Espectro Autista, a
visão do processo educativo. A pesquisa também conceituou o significado de lúdico
e autismo.

2. INCLUSÃO

Como acadêmica estudou-se profundamente sobre a inclusão, observou-se


enquanto necessário esse estudo, pois em um período histórico os seres humanos,
tratarem outros seres como animais, trancados em masmorras, queimados
condenados a morte por serem tratados como filhos do demônio, eram motivos de
deboche, ganhavam apelidos, etc. Os indivíduos que tivessem a aparência diferente,
no modo de andar, falar , socializar, eram seres excluídos das atividades exercidas
pela sociedade. Os seres opostos aos ditos normais achavam ser donos do mundo,
da verdade, não dando importância ao outro que muitas vezes por falta de
conhecimento, ignorância, por maldade, falta de paciência, durante muitos séculos,
indivíduos com alguma deficiência eram excluídos por todos, inclusive pela própria
família.
No Brasil, a legislação começou a dar ênfase aos direitos de igualdade apara
todos em 1988 com a criação da Constituinte de Direito e Igualdade, pela
Constituição da Republica Federativa do Brasil, no Titulo II referente à Art. 5º-
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros a inviolabilidade do direito á vida, á liberdade, á igualdade.” O artigo
já garante o direito de igualdade para todos, porém não se cumpria ou fazia de conta
que só os ditos normais tinham direitos garantidos, pessoas que estavam
naturalmente convivendo em sociedade.
Relacionado aos direitos das pessoas com deficiência, se estabeleceu a
primeira Lei que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua
integração social, Lei nº 7.853 de sete de outubro de 1989, assegurando em normas
gerais o exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de
deficiência e sua efetiva integração social. Segundo a Lei 7.853/1989, é considerado
os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidades, da justiça social do
respeito e dignidade da pessoa humana, bem estar e outros indicados na
constituição e justificativa pelos princípios gerais de direito.
A Lei 7.853/1989, foi o primeiro passo para as autoridades dessem atenção
para as pessoas com deficiência, tratando-as como seres humanos e não mais
como pessoas intrusas. Começou então a luta para o reconhecimento, compreensão
dos seres com necessidades especiais, poderiam se desenvolver com outro cidadão
qualquer, pois era garantido esse direito. A partir desse momento foi um grande
inicio de mudanças, acompanhadas de instituições privadas, associações em prol da
defesa das pessoas com necessidades especiais. Porém, não foi ainda nesse
momento que houve a inclusão dos indivíduos com necessidades especiais. Foi uma
fase que se realizou a mobilização para estudos, pesquisas, planejamentos, para
garantir o acesso de todos os indivíduos independentemente das práticas sociais,
reestruturando o processo de consciência humana, desempenhando um papel
fundamental para o desenvolvimento de todos os envolvidos na aprendizagem de
relacionamento social/afetivo, nas mudanças de atitudes perante todos os cidadãos
da sociedade.
Efetivamente a garantia dos direitos das pessoas com deficiência, iniciou após
a Assembleia em Salamanca no ano de 1990, em conjunto com a Organização das
Nações Unidas. Em muitos dos tópicos abordados, ressalta-se a educação enquanto
direito de todos, reconhecendo a importância de se promover, reorganizar e garantir
acesso a todas as pessoas sem atitudes discriminatórias dando direito de ir e vir.
Para todos aqueles envolvidos diretamente e indiretamente no desenvolvimento
escolar, sendo a inclusão a principal necessidade para se construir uma sociedade
de igualdade, realizando intervenções para garantir o acesso de todos.
Com a Declaração de Salamanca, os indivíduos passaram a ter direito de ir e
vir abrangendo não somente pessoas com deficiência, mas também portadoras de
necessidades do espectro autismo, que tem direito de inclusão. Assim como está
previsto na Declaração de Salamanca, a inclusão prevê esforços necessários para
se desenvolver valores sociais a respeito da igualdade de socializar com os outros
membros da instituição escolar. Ainda na Declaração implica na reorganização
escolar, como a preparação de materiais adaptados , professores capazes de
desenvolver aulas que demonstrem eficiência em um ensino com atividades
pedagógicas planejadas com igualdades que possibilitem a participação de todos os
envolvidos na instituição escolar e aos portadores do Transtorno Global de
Desenvolvimento, bem como as demais deficiências e síndromes, em instituições
regulares de ensino, foi garantido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB 9394/96, conforme aponta o capítulo 5º da LDB, que trata sobre a
Educação Especial. A lei garante o direito à integração do estudante à vida em
sociedade.
Retomando então os aspectos legais que garantem o direito de igualdade a
todos: Constituição Federal de 1988, Declaração de Salamanca 1990,
Conjuntamente com a da LDB – 9394/96 e mais a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência - Decreto Nº 6.949 de 2009. Da mesma forma asseguram
o ingresso à escola regular.
Moreira (2014) em um Debate Com a Professora Maria Tereza Mantoan sobre
os desafios da inclusão, ela expõe que o cenário educacional brasileiro atual tem
como argumento principal o acesso, continuidade e sucesso de toda criança na
instituição regular. A educadora afirma que a situação se concretiza como desafio,
posto que a escola atual não é feita para todos. Devido às falhas de gestão
organizacionais inseguras e professores não treinados, para trabalhar com a
diversidade de situações diferenciadas encontradas adentro de um estabelecimento
de ensino. Mantoan na entrevista supracitada, diz que até agora:

Os sistemas de ensino têm lidado com a questão por meio de medidas


facilitadoras, como cuidadores, professoras de reforço e salas de
aceleração, que não resolvem, muito menos atendem o desafio da inclusão.
Pois qualificar uma escola para receber todas as crianças implica medidas
de outra natureza, que visam reestruturar o ensino e suas práticas usuais e
excludentes. Na inclusão, não é a criança que se adapta à escola, mas a
escola que para recebê-la deve se transformar.

A realidade escolar não comporta ainda tamanha necessidade de inclusão,


haja vista a falta de infraestrutura organizacional, a dificuldade de comunicação e
entendimento da realidade, ou seja, a teoria não condiz com a prática.

2.1 TRANSTORNOS DE ESPECTRO AUTISMO: VISÃO HISTÓRICA

O conceito de autismo ainda é novo historicamente e está em


processo de estudo. Segundo Gomes (2009), Gómez e Terán (2014) no
início da década de 1940, um psiquiatra infantil norte-americano Kanner,
estudou uma turma de crianças que apresentavam comportamentos
semelhantes, porém, esse comportamento era composto de elementos
diferentes, seus aspectos mais importantes era inaptidão social e
manifestação nos primeiros anos de vida. Segundo Gómez e Terán
(2014) explica que Kanner já usava termo autismo (do grego autos, que
significa próprio) para relatar o comportamento dos indivíduos inicialmente
retraídos que mantinham fora da realidade, no entanto. Sendo assim,
Kanner até aquele momento não sabia que era preciso entrar no mundo
da pessoa com os sintomas de autismo e trazê-lo para o nosso mundo,
havendo a necessidade de desenvolver as habilidades da sociabilidade,
envolver essa criança com atividades intencionais, ressaltando as
características individuais, apresentando habilidades particular nas mais
diversas situações no processo de formação da personalidade de cada
um.
Segundo Gómez e Terán (2014), ao longo dos anos, desde a primeira
caracterização da síndrome relatada por Kanner em 1943, o autismo tem sido visto,
principalmente como um distúrbio social/ afetivo, como um transtorno cognitivo. No
entanto, o problema principal estaria na área social quando é afirmado que a
principal patologia permanece na área da inaptidão de se relacionar de maneira
constante com outros seres humanos.
De acordo Gómez e Terán (2014), Kanner “sempre ressaltou a necessidade
da humildade e cautela sobre o assunto, conclui que entender autismo requer uma
constante aprendizagem, uma revisão sobre valores e conhecimentos”.

2.2 TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISMO: PROCESSO EDUCATIVO


 
Conforme explanado no item anterior abordaremos a contribuição do
Pediatra e Psiquiatra Infantil Asperger segundo Gómez e Terán (2014, p. 462),
Asperger (1906 – 1980) observou várias crianças, um atraso cognitivo considerável
prejuízo na linguagem, apesar de não haver o retraimento peculiar autistico a
criança, entretanto torna-se solitária e apresenta interesse especial por determinado
objeto. Inclui transtorno de desenvolvimento apresentando alterações do
desenvolvimento social.
O transtorno fundamental dos autistas dizia Asperger- é a limitação das suas
relações sociais, toda personalidade destas crianças está determinada por essa
limitação.
De acordo com Gómez e Terán (2014, P.462.), Aspeger observou:

Estranhos padrões de expressão e comunicação nos autistas, anomalias


prosódicas e pragmáticas de linguagem (melodia peculiar ou falta do uso
dela, uso limitado dos instrumentos de comunicação), limitação, natureza
compulsiva e obsessiva dos pensamentos e ações e tendência dos autistas
guiarem-se exclusivamente por impulsos internos alheios ás condições do
ambiente.

Para desenvolver possibilidades de ensino e criar laços com os autistas é


necessário entrar no seu mundo e criar diversas possibilidades de evoluir através
daquele determinado objeto. O educador precisa avaliar o que o aluno quer
transmitir com aquele objeto, o que representa para ele, e procurar diversas
maneiras de ensino/aprendizagem com aquilo que o educando imagina buscar,
interagi- lo com aquele determinado apego e depois que conseguir, inventar formas
diferenciadas para que o educando deixe aquele e busque outros, que consiga
evoluir pra prosseguir o planejamento educacional.
Relacionado ao processo de Ensino Aprendizagem, apoia-se em Vigotsky
(2014) segundo o autor é preciso considerar o nível de desenvolvimento já
conquistado e também o nível de que se pretende atingir, entre esses dois níveis de
desenvolvimento está o nível de desenvolvimento proximal, ligado à capacidade de
resolução de problemas, a partir do auxílio de outras pessoas mais possibilitadas ou
mais experientes, indicando que poderá ser autônoma no porvir quanto ao seu nível
de desenvolvimento. O educador não deve medir esforços, incluir o educando no
espaço escolar, deve acolhê-lo no ambiente escolar com qualidade e interação
social.

3. O QUE É LÚDICO

De acordo com o dicionário online o significado de lúdico é:

Lúdico é um adjetivo masculino com origem no latim ludos que remete


para jogos e divertimento. Uma atividade lúdica é uma atividade de
entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. O conceito
de atividades lúdicas está relacionado com o ludismo, ou seja, atividade
relacionadas com jogos e com o ato de brincar. Os conteúdos lúdicos são
muito importantes na aprendizagem. Isto porque é muito importante incutir
nas crianças a noção que aprender pode ser divertido. As iniciativas lúdicas
nas escolas potenciam a criatividade, e contribuem para o desenvolvimento
intelectual dos alunos.

O lúdico é um eterno método para a aprendizagem para as crianças com


síndrome de espectro autista, pois, apesar das dificuldades encontradas, por causa
do retardo mental, existe um grande potencial de desenvolvimento através do
brincar, principalmente brincadeira repetitiva, como pega -pega, esconde- esconde,
pula-pula, jogos de memorização, etc.
As metodologias dos docentes precisam ser revistas, a acomodação é um
fator de risco para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social. Por mais dificuldades
que os autistas encontrem de se relacionar afetivamente com outros indivíduos,
existem situações problemas que trazem repostas em longo prazo, quando
trabalhado em conjunto com todos os seres que se relacionam com as crianças.
Segundo, Gusso e Schuartz (2005,p. 242):

O brinquedo é um objeto facilitador do desenvolvimento das atividades


lúdicas, podendo ser utilizado em diferentes contextos, tais como, no brincar
espontâneo, no momento terapêutico e no pedagógico. Na brincadeira a
criança representa, cria, usa o faz de conta para entender a realidade que a
cerca e vive o momento.

As crianças com autismo são apegadas por determinado objeto, nesse


momento em que estiver envolvido com o determinado objeto o educador através
daquele, deve buscar maneira de introduzir o conhecimento através das atividades
lúdicas. No primeiro momento no processo de inclusão escolar precisa-se conhecer
o aluno, pois cada dificuldade poderá ser uma habilidade a ser desenvolvida, com
atividades rotineiras poderá desenvolver práticas específicas direcionadas
adequadamente para o estimulo da inclusão social e escolar dos indivíduos com
autismo.
Segundo Tardif (2012), apud Cunha(2016, p.44,):

O saber dos professores parece estar assentando em transações


constantes entre eles são (incluído as emoções, a cognição, as
expectativas, a história pessoal) e o que fazem. O ser e o fazer aparecem
como dois polos separados, mas como resultados dinâmicos das próprias
transações inseridas no processo de trabalho escolar.

Cunha (2016, p. 49) seguindo o mesmo pensamento no diz:

O ensino do aluno com espectro autista, não há metodologias ou técnicas


salvadoras, há sim grandes possibilidades de aprendizagem, considerando
a função social e construtiva da escola. A escola necessita se relacionar
com a realidade do educando, que quem aprende primeiro é o professor e
quem primeiro ensina é o aluno.

Quando o professor conhece o aluno e seu espaço familiar, estabelece


maneiras de desenvolver a prática docente no espaço escolar, descobrindo assim
em cada movimento do aluno autista, as qualidades, desafios, momentos de
descoberta do próprio aluno, situações inovadoras, que pouco a pouco acabam por
trazer possibilidades pedagógicas. É preciso entender o que deixa o autista aflito, o
que ele consegue conhecer, quais as suas experiências, é necessário conquistar o
aluno para saber quais habilidades ele possui.
De acordo com Cunha (2016, p. 77):
Ao planejar atividades para o desenvolvimento cognitivo, será pertinente o
professor observar os seguintes aspectos: propor atividades que façam
sentido ao aluno, propor atividades que estimulem a classificação, a
associação e a generalização da palavra, estimular a comunicação,
cooperar nas suas atividades, trabalhar em consonância com a família.

Existem diversas maneiras de utilizar materiais pedagógicos, para


aprendizagem do aluno com autismo, Montessori apud Cunha (2015, p.66),
concebeu os materiais de desenvolvimento para serem utilizados por qualquer aluno
no contexto pedagógico.
Vygotsky (2007), citado por Cunha (2015, p.66), observa que Montessori
contribui de forma importante para o ensino natural. Ao usarem esses materiais os
alunos manifestam interesses e estimulo, de forma gradual e constante descobrindo
formas de manuseios e novas experiências para o desenvolvimento motor e
cognitivo. O lúdico pode ser uma simples mesa reta aonde eles podem pegar um
lápis, um papel, um pincel e um pote de tinta e fazer suas atividades trabalhando o
movimento “um risco” em uma linha horizontal e vertical. Segundo Cunha (2015, p
68) “o aluno com autismo não é incapaz de aprender, mais tem uma forma peculiar
de responder aos estímulos, culminando por traze-lhe um comportamento
diferenciado”. Os alunos com espectro autismo devem ser trabalhados normalmente
numa linguagem expressiva e repetitiva, buscando normalmente interesses que
estimulem a concentração e a coordenação motora.
Segundo Cunha (2015, p.78):

A mesma linha quando a dificuldade na comunicação diz que se buscar


outra via; a via afetiva é pelo afeto que nos tornamos escultures de nós
mesmos no mundo exterior. Apesar das impossibilidades muitas vezes
encontradas pelo autista é possível trabalhar o afeto, entendendo o seu
mundo de um jeito peculiar, proporcionando segurança, é necessário uma
comunicação calma e afetiva com o aluno, sempre mantendo neutra e
natural em seus momentos de agressividade em alguns momentos é
porque estão transmitindo procurando dizer que alguma situação está
deixando-o irritado, ou que está incomodado com determinada situação, por
isso a necessidade de conhecer todos fatores que o aluno está inserido,
nas diversidades sociais, cognitivas e emocionais, o educador precisa estar
preparado para trabalhar os conteúdos aprendendo com o aluno.

A educação escolar de uma criança autista deve ocorrer na sala comum e na


sala de recursos com os outros alunos, mas esse indivíduo também precisa receber
uma educação individualizada para que consiga mudar algum comportamento e
aprender outros. O professor tem que conhecer para aprender a lidar com a
realidade dos autistas, para entrar no mundo deles, pois “nessa relação, quem
aprende primeiro é o professor e quem vai ensinar-lhe é o aluno”. Também é
defendido por Cunha (2009, p. 41) que “o grande foco na educação deve estar no
processo e não nos resultados, porque nem sempre eles virão de maneira rápida e
como esperamos”.
Ao conviver com outras crianças da mesma idade leva a afetividade social
que permitem aos autistas viver experiências que proporcionam alternância de
vivências e as transposições de trocas, aprendendo com a realização das atividades
que precisam de negociação interpessoal e formalização da discussão para
solucionar conflito.
Cunha (2009, p. 40) “mostra também que os objetos não exercem atração
devido à sua função e, sim, devido ao estímulo que promovem na criança”. Coloca
que “[...] a criança autista tem dificuldade para reconhecer sua utilidade, simbolizar,
nomear e, por isso, passa a ter prejuízos na linguagem.” Diferentemente das
crianças. Por isso a necessidade da intermediação do professor, que ele seja
facilitador e conhecedor dos comportamentos, capacidades negociar e aproveitar as
dificuldades dos alunos autistas para obter superação mostrar para todos os
envolvidos no ambiente escolar que ele é capaz e todos são iguais, superando
conflitos e aprendendo através dos erros.

4. METODOLOGIA

A metodologia adotada para esse trabalho de conclusão de curso foi de


pesquisa bibliográfica. Pesquisa realizada em livros, artigos científicos, dissertações,
revistas, entre outros.
Ao realizar uma pesquisa de inclusão é necessário fundamentar algumas leis
que se tornaram necessárias para incluir os alunos com alguma síndrome no
ambiente escolar, conhecer o tema abordado requer muito aprendizado e cuidado,
pois ainda não existe uma cura, nem uma receita na qual seja totalmente eficaz, o
que existe são maneiras diversas de se trabalhar e incluir corretamente o educando
no ambiente escolar, conhecer metodologias na qual seja eficaz trabalhar e alcançar
os resultados gradualmente.
Kanner e Aspeger nem conheciam e relataram fatos idênticos das crianças
com a síndrome de autismo, porém Asperger naquele momento foi o único que se
preocupou com o processo educativo das crianças autisticas. As crianças tinham
dificuldades de relacionamento social e movimentos repetitivos. Claro que todo
processo de estudo e desenvolvimento de um individuo autista varia do seu grau de
desenvolvimento, mas também, se houver conhecimento do profissional da
educação ele vai conseguir desenvolver sua atividades normalmente em sala de
aula, mas primeiro é necessário conhecer o aluno.
As leis de inclusão, a própria Constituição Brasileira, de 1988 diz que todos
somos iguais perante a lei, mas de fato é que a evolução acontece gradualmente, o
processo de aceitação ainda é muito lento, falta de informação, alunos em sala de
aula com os professores sentados ao lado como se fossem robôs e pouco se faz,
uma educação inclusiva de faz de conta. De acordo com Cunha (2016, p 48): “’A
pouca leitura pedagógica ligada a prática na educação especial contribui para o
estado das coisas”. A grande parte da produção acadêmica vem da área médica. E
o professor fica sem suporte especifico. É preciso mudar essa realidade, buscar
maneiras diferenciadas e coerentes para o desenvolvimento do aluno com espectro
autismo, e através do lúdico, das brincadeiras repetitivas acontecer o processo de
aprendizagem. É preciso se relacionar mais com os educandos e sua realidade,
estar centrado nas funções formais, pois nessa relação quem aprende primeiro é o
professor e depois o aluno.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como problemática: Como o lúdico pode


contribuir no processo de aprendizado das crianças autistas? Teve como objetivo
geral analisar como o lúdico pode contribuir no processo de aprendizado das
crianças autistas. Metodologicamente foi traçada uma pesquisa básica, bibliográfica
de cunho qualitativo, foram realizadas por pesquisas metodológicas embasadas em
livros, artigos científicos, blogs, etc. Observaram-se as diferenças e processos
estudados desde o tempo da idade média, propondo respostas e direitos de
igualdades perante todos os seres humanos, indiferente de quaisquer situações
física, social ou intelectual. Primeiramente foram pesquisados os objetivos que se
queria chegar com esses fatos e o que se pretendia estabelecer em relação ao
autismo e o lúdico. Esboçado em teorias com autores representativos como: Cunha
(2015 e 2016); Gusso e Shuartz (2005); Gomez e Teran (2014); Gomes( 2009);
Kanner (1943 ); kishimoto (2015); Montoan (2014); entre outros. Buscou-se avaliar
os conceitos do autismo e o lúdico, qual a importância para a realização dos
trabalhos no dia-dia em sala de aula. Pesquisou-se a descoberta do autismo, os
grandes desafios encontrados para a inclusão dos indivíduos na sociedade
moderna. Os estudos relacionados ao desconhecido principalmente nos aspectos
sociais, intelectuais das pessoas com autismo, o seu pensamento longe da realidade
atual em que essas pessoas se encontram, necessitando, portanto de
conhecimentos que provém de racionalidade e ao mesmo tempo de afetividade,
para que se possa quebrar o preconceito da sociedade, necessitando sempre de
novas soluções pelos profissionais envolvidos com os educandos que representam
conhecimentos diferenciados que vão se tornando fatos verdadeiros, desenvolvendo
metodologias pedagógicas, a fim de compreensão e diferenciação da sociedade
civilizada, tornando o cidadão capaz de ser um ser compreensível e compreendido
dentro do mundo ,com suas individualidades de processamento do conhecimento
construtivo adotados no decorrer no ensino regular.
Observou-se que cada individuo tem sua maneira de aprender, criar,
recriar, apesar das dificuldades encontradas no percurso do aprendizado e a
colaboração do educador nesse processo de desenvolvimento intelectual do autista.
Qual o verdadeiro papel do professor na formação de um aluno com síndrome de
autistica, qual sua capacidade de se relacionar e entender o mundo em que se
encontra? O papel do professor no primeiro momento conseguiu distinguir que o
educador precisa entrar no mundo do autista, depois trazê-lo para a realidade,
também se presenciou na pesquisa, que o lúdico desenvolve o aprendizado racional,
psicomotor, social dos alunos com síndrome de autismo.
O lúdico tem a contribuição de integrar o individuo na fase de preparação para
a integração social que esse segundo averiguou-se, é a maior dificuldade do autista
em se relacionar com o outro, em manifestar seus desejos e receber afetividade. Os
autores entre materiais diversificados de leitura, afirmam que todos os educandos
tem possibilidades de se expressar e identificar suas necessidades, demostrando
seus conhecimentos educativos aos poucos no decorrer do processo. Averiguou-se
que as concepções de ensino devem ser alternadas, mas repetitivas como um
princípio integrante da formação do aluno autista, assim como os demais. A
pedagogia desenvolveu várias maneiras de identificar e encontrou o lúdico como um
dos recursos para se diferenciar no decorrer dos diversos projetos científicos com a
finalidade de experimentar diversos materiais didáticos cientificamente organizados
em dados empíricos, do crescimento e desenvolvimento humano.
O lúdico é um processo de ensino que tem a finalidade de preparar o intelecto
nos mais diversos tipos da evolução da organização mental do ser, a fim de se
orientar no meio em que está inserido, por isso, o educador deve estar preparado
para desenvolver materiais prazerosos, diversificados e apropriados para os mais
diferentes trabalhos que irá realizar em sala de aula, incluindo todos da sua turma,
sem discriminação. A integração do lúdico no autismo é um processo longo, que
necessita de calma, pesquisas diversificadas, observações em vários contextos
educacionais, oportunizando os conhecimentos científicos e reais, cooperando com
a interligação do ambiente de aprendizagem, a fim de modificar-se, quando
necessário no principio fundamental que á educação ou o aprendizado nas
concepções que interagem o desenvolvimento humano. É necessário uma conexão
de construção de conhecimento entre o lúdico e o autismo, sendo a intencionalidade
o aprendizado pedagógico nas atividades significativas do desenvolvimento.
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