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GUSMÃO, Dayane
MARTINS, Edson
Resumo
Este estudo discutiu o tema inclusão e intervenção específica para o autismo, que trata
do Transtorno do Espectro Autista assim como as suas implicações e necessidade de
promover atividades pedagógicas específicas para criança com TEA. Apoiou-se na
realização de uma pesquisa bibliográfica, considerando a seguinte problemática: De
que forma é possível fortalecer a inclusão da criança com TEA na escola regular?
Nesse sentido, este trabalho, tem como finalidade conhecer a criança com TEA e suas
reais necessidades, para que de forma significativa, o professor possa
oferecer/trabalhar métodos específicos de tal modo que a criança com TEA possa ser
incluída como um todo, independente do seu grau de comprometimento. Esses autores
apoiaram nas discussões e fundamentações sobre o Transtorno do Espectro Autista:
Intervenção específica pelo método TEACCH e como incluir e fortalecer a inclusão da
criança autista na escola regular. Este estudo justifica-se por contribuir e esclarecer aos
profissionais da educação como deve ser pensada a inclusão para o aluno com TEA,
considerando a formação inicial e continuada como o grande suporte para que a escola
seja verdadeiramente inclusiva. Nesse sentido, este trabalho, teve como objetivo geral,
conhecer a criança com TEA e suas reais necessidades, para que de forma
significativa, o professor possa oferecer/trabalhar métodos específicos de tal modo que
a criança com TEA possa ser incluída como um todo, independente do seu grau de
comprometimento. E objetivos específicos, abordar sobre a intervenção pelo método
TEACCH, e investigar o aplicativo ABC autismo e a necessidade de formação docente
específica para o TEA.
Não podemos falar de inclusão para as crianças com TEA, se não entendermos
de fato a inclusão e seus fundamentos. Por isso, inicialmente discutimos sobre
inclusão e alguns marcos que respaldam esse movimento e posteriormente
apresentamos as concepções de inclusão diante do TEA.
Em um ponto de vista amplo, a inclusão é a prática da compreensão, o ato de
respeitar e entender as diferenças que todo e qualquer indivíduo dispõe. Melhor
dizendo, é o exercício contínuo da alteridade; acolher, respeitar e entender as
necessidades de cada indivíduo. Portanto, é necessário compreender que as
diferenças estão presentes no contexto social, bem como entender que as pessoas
precisam ser respeitadas nessas diferenças. Dessa forma, não tem como acreditar na
incapacidade da pessoa com necessidades especiais de se relacionar e conviver de
maneira ampla com a comunidade. De acordo com os apontamentos de Lima (2006),
pode-se afirmar que: O desenho do homem primitivo criado sobre a superfície de
algum objeto tinha para ele, de início, a função de expressar suas ideias visualmente,
enquanto a fala era sua expressão auditiva. Com o passar do tempo, a expressão
visual desenvolve-se em duas direções distintas: o desenho como arte e o sistema
pictográfico na comunicação.
A inclusão, portanto, não é algo de que se fala, mas algo que se vive, intensa e
conscientemente, contínua e tenazmente, concreta e francamente. A inclusão é
a participação de todos pelo todo, com todos. A inclusão não é uma mera teoria
da moda, mas uma atitude de vida; uma expressão de sociedade e cidadania:
uma compreensão de que todos os seres humanos são humanos sem distinção
(LIMA, 2006, p.63).
De acordo com Reis (2013), a inclusão requer uma nova visão dos indivíduos,
uma mudança de mentalidade, de forma que todos sejam respeitados, independente
das suas diferenças. A educação inclusiva não significa somente permitir que o aluno
com deficiência esteja em sala de aula, mas é preciso propiciar possibilidades de
crescimento, e isso só ocorrerá a partir da atenção às peculiaridades de aprendizagem
e desenvolvimento do aluno.
Por isso é fundamental esclarecer sobre o fato de que a diferenciação como
pilar na deficiência, explica a discriminação como:
[...] toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência,
consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou
passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento,
gozo, ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus
direitos humanos e suas liberdades fundamentais (MANTOAN, 2015, p. 41).
Uma escola inclusiva para as crianças com o TEA ou demais necessidades não
é somente um ambiente inclusivo com recursos pedagógicos, mas também um
ambiente onde se encontrará qualidades humanas, elementares para o
desenvolvimento dessas crianças. Os alunos carecem de encontrar uma estrutura que
os acolham naturalmente com uma disciplina espontânea que os prepare para o
aprendizado.
TEA possui “a abrangência de distintos níveis do transtorno, classificando-os de
leve, moderado e severo”. Esses níveis irão possibilitar ao profissional a
identificação do grau de comprometimento e com isso, as crianças e demais
indivíduos com autismo, que passam por avaliações formais, são diagnosticados
com diferentes níveis, tornando peculiar e individual o funcionamento de cada
pessoa acometida com o transtorno. (CUNHA, 2017, p. 23).
A criança com o TEA traz consigo um isolamento social e exclusão escolar, por
isso é fundamental que a escola saiba respeitar os impactos do espectro autístico na
vida do aluno e da família de forma que o atendimento tenha um olhar amplo ao círculo
familiar, para que exista uma boa execução nas etapas do processo educacional. Para
tanto Cunha destaca:
Uma grande ajuda para todos os indivíduos com autismo, independentemente do
grau de severidade, vem das relações familiares, em razão do enfoque na
comunicação, na interação social e no afeto. Entretanto, escola e família
precisam ser concordes nas ações e nas intervenções na aprendizagem,
principalmente, porque há grande suporte na educação comportamental. Isso
significa dizer que a maneira como o autista come, veste-se, banha-se, escova os
dentes, manuseia objetos e os diversos estímulos que recebe para o contato
social precisam ser consoantes nos dois ambientes. (CUNHA, 2017, p.89).
3. TEACCH
O ABC Autismo é composto por quatro níveis TEACCH, e cada nível tem dez
fases. No nível 1(um), as atividades são básicas de transposição de figuras, não há
critérios para as imagens, e contém pouco detalhe para evitar distração da criança com
TEA. No nível 2(dois) será necessário um pouco discernimento da criança para resolver
a atividade, pois esse nível a criança deverá diferenciar a forma, cor e tamanho dos
elementos da área armazenada e relacioná-la a área de resposta. A criança terá que se
esforçar cognitivamente para definir os critérios, selecionando os elementos
corretamente.
Percebe-se que O ABC Autismo é uma nova ferramenta para ser trabalhada com
a criança com o TEA como forma de complementação no processo de intervenção, mas
que é importante que fique claro, que o contato da criança com o objeto concreto o qual
é apresentado no método/programa TEACCH é de suma importância, e de maneira
alguma deve ser deixado de lado no processo educacional da criança.
CONCLUSÃO
UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos. Plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Tailândia, 1990.